quinta-feira, 28 de maio de 2015

Haverá cotas enquanto houver racismo no Brasil, diz ministro da Educação




Brasília – Embora não tenha se posicionado no debate sobre cotas no período em que foi professor de Ética e Filosofia da Universidade de S. Paulo (USP), o ministro Renato Janine Ribeiro, considera que a desigualdade que resulta da discriminação de negros e indígenas “é uma realidade empírica e a medida mais adequada se chama ação afirmativa, que pode incluir cotas ou não cotas, mas que é muito importante”.

A afirmação foi feita em entrevista ao Portal G1, e Renato Janine é tachativo quanto a necessidade de se reconhecer a desigualdade entre negros, indígenas e não negros na sociedade brasileira: “Haverá cotas enquanto houver racismo. Quanto você tiver realmente uma igualdade étnica, quer dizer, quando ninguém for discriminado por ser negro, ou descendente de negro, ou indígena, ou outros casos... Quando isso tiver sido superado, você não vai precisar de cotas. Agora, é uma realidade empírica que quando você vai, nos ambientes, vamos dizer, mais destacados, seja do dinheiro, seja da cultura, seja do poder, você encontra relativamente muito poucos negros ou descendentes de indígenas. Então, isso requer medidas. E a medida mais adequada se chama ação afirmativa, que pode incluir ou não cotas, mas que é muito importante”, afirmou.

Desde agosto de 2012, o Ministério da Educação (MEC) adota cotas sociais e raciais no Sistema de Seleção Unificada (SISU). Também desde 2013, as universidades federais e institutos tecnológicos passaram a destinar 12,5% das vagas para alunos de escolas públicas e, um percentual para estudantes autodeclarados pretos pardos ou indígenas.

A proposta é que esse percentual que em 2014 era de 25% e este ano de 37,5%, no ano que vem garanta 50% das vagas para estudantes cotistas.

Janine que hoje é professor aposentado da USP, também comentou a resistência da Universidade de onde saiu a adoção de cotas para negros: "A USP se convenceu da importância de você favorecer o aluno egresso do ensino público. Mas até hoje, em termos de cotas raciais, ela foi tímida. Mas isso, de qualquer forma, está sendo colocado em discussão", disse.

Afropress, com informações do Portal G1 


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