Julino
Lito, filho do líder da seita A Luz do Mundo José Julino Kalupeteka, pediu a
intervenção dos Estados Unidos e das Nações Unidas no caso que opõe as
autoridades e aquela religião, na sequência dos confrontos do passado dia 16 de
Abril no monte Sumi, no Huambo. O pedido foi feito durante o programa Angola
Fala Só, da VOA, hoje, 1 de Maio, em que Lito foi o convidado.
Voz
da América, em Angola Fala Só
Lito
contou que os fiéis da seita encontravam-se no monte Sumi quando chegaram as
autoridades, detiveram e começaram a bateram no “profeta José Julino
Kalupeteka”. A partir daí, “vendo a forma como era tratado o seu líder, as
pessoas reagiram e atiraram pedras, garrafas e o que tinham contra os
polícias”, explicou.
Questionado
por ouvintes se, como disseram as autoridades, eles tinham armas, o membro de A
Luz do Mundo disse que “as armas estão com a polícia, nós não temos armas, nem
podíamos ter porque apenas pregamos a palavra de Deus e ela condena o uso de
armas”.
Julino
Lito responsabiliza a Igreja Adventista do Sétimo Dia por aquilo que ele
considera ser “uma perseguição por todos os meios para acabar com o profeta do
século 21”.
“Eles
têm gente na polícia, têm juízes e foram eles que criaram esta situação”, acusa
Lito que revela que as autoridades foram ao monte anteriormente em três ocasiões,
“sem nunca terem dito nada contra”. E pergunta: “por quê agora?”.
A
propósito, confirmou que Kundi Paiama foi várias vezes ao monte Samu, sendo a
última durante o censo da população.
Um
ouvinte quis saber que relações tem a seita com os partidos políticos. O filho
de Kalupeteka foi directo: “não temos qualquer relacionamento com os partidos,
nem com o MPLA nem com a Unita”.
Questionado
por um ouvinte de Cabinda se “o carro prado que Kalupeteka usa foi dado pelo
Governo”, Lito refutou e disse que “o carro que ele comprou, o seu primeiro
carro, foi fruto do trabalho na lavoura, muita cana e outros produtos que ele
cultivou e vendeu”, e reiterou que “nunca recebeu nada de ninguém”.
Julino
Lito rejeitou também qualquer ligação ao partido do galo neto porque, segundo
disse, “a Unita está em Luanda, não está no mato”.
O
convidado do Angola Fala Só não conseguiu dizer o número total de mortos nos
confrontos porque “depois que os polícias começaram a atacar, nos dispersamos
todos” e depois as autoridades bloquearam o lugar.
“Agora
estamos todos dispersos, não sabemos quantos morreram, nem onde e como estão os
vivos”, denunciou Julino Lito que pediu o socorro da comunidade internacional:
“Apelamos os Estados Unidos e as Nações Unidas porque estamos a sofrer, só eles
podem vir ajudar-nos porque não podemos sequer contactar advogados”.
Julino
Lito afirmou ainda desconhecer o paradeiro de José Julino Kalupteka “se está
vivo ou morto” bem como do seu adjunto Justino Tchipango.
Lito
lembrou que ele mesmo está escondido e para participar no programa teve de
“encontrar meios e formas para poder falar”.
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