terça-feira, 26 de maio de 2015

Moçambique. MEDIADORES PELA CRIAÇÃO DE FORMAS MAIS DINAMICAS




MAPUTO, 25 MAI (AIM) - Os mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, defendem a criação de novas formas que podem dinamizar o ritmo das conversações que decorrem há mais de dois anos, mas o fim ainda longe de se alcançar.

O posicionamento foi defendido hoje, em Maputo, no termo de mais ronda (106/a) por Anastácio Chembeze, que falava em nome dos mediadores, adiantando que
vamos continuar a fazer a nossa parte conversando com as duas delegações como forma de solucionar o problema.

O reverendo apontou a necessidade de aventar condições para galvanizar o processo e, para o efeito,
continuamos a insistir na necessidade de as lideranças tomarem o controlo de toda a situação, no sentido de acelerar o processo.

Segundo os mediadores, as divergências entre as partes continuam uma vez que não há, até então, há consensos sobre o terceiro ponto da agenda relacionado com a despartidarização do Aparelho do Estado.

As partes não se entenderam e não concluíram o ponto sobre a despartidarização do aparelho do Estado, portanto, o desentendimento contínua disse Chembeze, lembrando que as duas delegações têm discutido assuntos que não constam da agenda, razão pela qual o processo tem sido moroso.

A fonte acrescentou que
nós continuamos a contactar as partes, de modo a convencê-las a dinamizar o processo.

É verdade que, de tempos em tempos, há tentativas de avanço neste diálogo, mas alguns pontos são contraditos, através de argumentos e pontos que não fazem parte da agenda. Em outras palavras, uma parte tem argumentos para avançar e a outra tem argumentos para retardar, e isto não ajuda, revelou Chembeze.

No que toca aos observadores internacionais, Equipa de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) cujo prazo da sua estada em Moçambique se esgotou não será prorrogado, porque na óptica de Chembeze é irrelevante manter sectores que funcionam com a despesa pública.

Devemos, apenas, continuar a trabalhar no sentido de avançar com o processo mesmo sem os mesmos, é muito possível continuarmos sem eles, sublinhou o reverendo.

Mais uma vez, os mediadores deixaram claro que somente a vontade política entre as partes é que pode trazer resultados palpáveis.

O mais importante é a prevalência da vontade política que, em parte, pode ser traduzida de várias formas. Entretanto, o primordial é a existência de compromissos políticos de modo a trazer acções mais tangíveis.

Os mediadores, na voz do padre Filipe Couto, apelaram, numa outra ronda, o encontro entre os dois líderes, nomeadamente, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Na semana passada, os mediadores apresentaram uma proposta para a discussão do ponto atinente a despartidarização do Aparelho do Estado que está, até então, a ser observado.

Além de Anastácio Chembeze e Filipe Couto, a lista dos mediadores, cuja composição foi proposta pela Renamo, integra o Professor Lourenço do Rosário, reitor da Universidade a Politécnica, o Bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane e, por fim, o xeque Saíde Abibo da Comunidade Muçulmana.

(AIM) Alberto Massango (AHM)/le

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