A
ex-ministra do governo de Sócrates acredita que António Costa é capaz de “fazer
alguma coisa na frente europeia para que o problema da dívida seja resolvido em
moldes diferentes”.
Portugal
pagou “um preço desproporcional e, de certa forma, inútil” para atingir os
objetivos orçamentais do memorando de entendimento, considera Maria de Lurdes
Rodrigues.
Em
entrevista ao Dinheiro Vivo, a ministra da Educação do primeiro governo de José
Sócrates diz que o Governo de Pedro Passos Coelho aproveitou a “oportunidade
para cumprir um programa ideológico que não estava consagrado no memorando que
[…] dificilmente teria conseguido fazer passar se não tivesse o pretexto da
troika”.
"Não
gosto de política escondida atrás de cenários macroeconómicos”, disse a
professora, elogiando a forma como o PS apresentou propostas com base num
cenário macroeconómico. “A política deve comandar e portanto preferia o
exercício ao contrário, que é um político pedir a um grupo de economistas:
vejam a viabilidade económica deste pacote de medidas".
Maria
de Lurdes Rodrigues acredita que a dívida vai continuar a subir e que tem de
ser reestruturada. “A dívida simplesmente não é pagável” e o governo que vença
as eleições “vai ter de puxar por essa agenda”, admite.
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