domingo, 14 de junho de 2015

Portugal - Jerónimo de Sousa, PS "não mexeu palha para que Governo fosse derrotado"




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que a coligação PSD/CDS vai perder as próximas eleições legislativas, mas não por culpa do PS, que esteve "amarrado" durante quatro anos por ter assinado o memorando de entendimento.

"Podemos dizer que esta direita vai sofrer uma derrota nas eleições. Temos essa profunda convicção, porque é um governo socialmente isolado, porque é um governo condenado", frisou, este sábado à noite, num jantar com apoiantes do PCP em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores.

Para Jerónimo de Sousa, se a coligação PSD/CDS perder as eleições legislativas será "por causa da luta dos trabalhadores", porque o PS "não mexeu uma palha para que este Governo fosse derrotado".

"O Partido Socialista durante quatro anos esteve amarrado e envergonhado, porque tinha a assinatura desse pacto de agressão que a direita executou quando formou governo. Um PS que desapareceu do combate, um PS comprometido porque assinou esse memorando, que cortava salários, cortava pensões, que visava privatizações, que visava cortes na educação, cortes na saúde?", salientou.

O secretário-geral do PCP fez um balanço "dramático" dos últimos quatro anos de governação, alegando que só os grandes grupos económicos e financeiros escaparam à "fúria destruidora" do executivo.

"Hoje quatro anos passados temos o país mais endividado, o país mais dependente, o país com mais pobreza, o país com mais desemprego, o país com mais injustiças sociais", frisou.

Jerónimo de Sousa considerou, no entanto, que o PS não será alternativa ao Governo da coligação PSD/CDS, salientando que foram os socialistas a iniciar cortes nos apoios sociais.

"Foi o Partido Socialista que iniciou os cortes nos abonos de família. A direita foi mais bruta, é verdade, mas foi o Partido Socialista que começou por cortar com os abonos de família, cortando a sua universalidade. Foi o Partido Socialista que iniciou o encerramento de escolas, o encerramento de serviços de saúde", acusou.

Na ilha Terceira, o secretário-geral do PCP considerou que mesmo que os Açores não consigam eleger um deputado comunista para a Assembleia da República, "não haverá nenhum voto perdido na CDU".

"As eleições são para eleger deputados, mas são muito mais do que isso. Cada voto na CDU aqui nos Açores, aqui na Terceira, é um voto que vai contar, porque quanto mais força tiver a CDU mais próxima está essa política alternativa que nós defendemos", frisou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

PCP - Jerónimo de Sousa diz que PS propõe alternância, não alternativa

O secretário-geral do PCP disse hoje que aquilo o PS propõe "é alternância" e manutenção da "política de direita", sublinhando que os comunistas não podem "calar" as responsabilidades dos socialistas na situação do país.

"Não conseguimos encontrar essa alternativa [no PS]. O que o PS propõe é alternância, o que o PS propõe é ser Governo, mas no essencial é para continuar a mesma política", afirmou Jerónimo de Sousa, num almoço com apoiantes do PCP, na Horta, ilha do Faial, Açores.

Jerónimo de Sousa afirmou que nas eleições deste ano, "não basta derrotar o Governo da direita, é preciso derrotar a política de direita", lembrando "as responsabilidades do PS", que foi "quem convocou" 'a troika' e "subscreveu em primeiro lugar" o "pacto de agressão" com os credores estrangeiros, que depois "a direita concretizou".

"Podemos calar este facto, que o Partido Socialista também teve responsabilidades particulares neste processo?", questionou, acrescentando que o PS não "aprendeu a lição" e não se apresenta às eleições legislativas deste ano com uma política alternativa.

A este propósito, sublinhou que no programa do PS não há "uma linha" sobre a renegociação da dívida e que no caso de outro dos "bloqueios" para o país, o tratado orçamental europeu, que exige "uma redução do défice a mata cavalos", os socialistas apenas usam uma referência "que ninguém percebe": uma "leitura inteligente" desse tratado.

"Consola pouco e descansa pouco os portugueses", disse Jerónimo de Sousa, que considerou que o tratado tem normas e sanções "claras" para quem não o cumprir.

O secretário-geral do PCP criticou também outras propostas do PS, como "o congelamento" de pensões e reformas, a da Taxa Social Única (TSU) (que disse que se traduziria em reformas mais baixas), a política de privatizações ou "a recusa" em recuperar os direitos perdidos dos trabalhadores nos últimos quatro anos.

Em relação aos Açores, Jerónimo de Sousa lamentou que prevaleça "a ideia" de que no arquipélago o PCP "não tem possibilidades" de eleger um deputado, "esquecendo ou omitindo" que "todos os votos vão contar" para reforçar a expressão da CDU.

"É do pequeno que se faz o grande. Aqui nos Açores temos condições para crescer também e para avançar", afirmou, sublinhando que há quatro anos os Açores tinham das taxas de desemprego mais baixas e hoje têm uma das mais elevadas e que a região enfrenta o mercado liberalizado do leite europeu, "inundado" pelos produtos dos países do norte.

"Quem vai dar resposta? PS, PSD e CDS, que votaram Assembleia da República e na União Europeia pelo fim das quotas [leiteiras]?", questionou.

O líder do PCP nos Açores, Aníbal Pires, considerou por seu turno que "a primeira tarefa" do PCP nos Açores nas eleições é mobilizar o eleitorado para votar, dado o elevado abstencionismo, "alimentado" pelo Governo Regional socialista e algumas forças políticas "que gostariam de deixar tudo como está".

Aníbal Pires, que encabeça a lista da CDU pelos Açores nas eleições deste ano, disse ainda que os deputados que têm sido eleitos pela região, pelo PS ou pelo PSD, "dizem uma coisa nos Açores e fazem outra completamente diferente na Assembleia da República", sendo tempo de dizer "lá se fazem, cá se pagam".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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