terça-feira, 7 de julho de 2015

REAÇÃO DERRUBA A ESPERANÇA NO GREGO



Ferreira Fernandes – Diário de Notícias, opinião


Era inevitável, a reação não ia aceitar o que o grego simbolizava. Não suportavam ele anunciar o futuro. No domingo, alguém disse: "Ele vai ganhar", e ele ganhar significaria derrubar décadas de supremacia alemã. Os conservadores atemorizavam-se com o diálogo dele e as multidões. A simbiose entre o grego e o povo - e era isso que mais fazia tremer o velho mundo - ganhava já adeptos entre os moderados... Os possidentes reagiram: ontem, o grego perdeu. Eis a saga de Nick Kyrgios, o tenista de origem grega. Tinha 19 anos quando, no ano passado, venceu o então número 1, Rafael Nadal, em Wimbledon. Já este ano, no Open da Austrália, a sua terra, para onde o pai grego emigrara, Kyrgios derrotou o italiano Andreas Seppi, que acabara de vencer Roger Federer. Agora, voltava a Inglaterra, já uma lenda: "Ele pode vencer Wimbledon!", disse, no domingo, a lenda americana John McEnroe. A acontecer, com 20 anos, seria o mais novo desde o alemão Boris Becker. Entretanto, Nick Kyrgios era o menino bonito do grupo The Fanatics, fãs australianos que vão para as tribunas de Wimbledon gritar como numa manifestação na Praça Syntagma. Kyrgios entre duas boladas conduzia os cânticos dos Fanatics. Os cartolas ensaiavam vaias, mas jovens londrinos e até tenistas (Djokovic) gostavam deste ténis inovador. Ontem, tanta pressão, e um qualquer venceu Nick Kyrgios. Ele praguejou bullshit!, vai levar pesada multa. Não foi desta, ainda, o novo mundo.

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