A
porta-voz do Bloco denunciou a “enorme propaganda” do executivo sobre a suposta
descida da taxa do desemprego. “E isto depois de quatro anos de um Governo em
que a cada mês dez mil pessoas emigraram e a cada dia 220 postos de trabalho
foram destruídos”, frisou Catarina Martins.
Vários
elementos do Governo PSD/CDS-PP congratularam-se pelo facto de o Instituto
Nacional de Estatística estimar que a taxa de desemprego para junho deste ano
se fixe nos 12,4%, comparando estes resultados com a taxa que se verificava em
2011 (12,7%), quando o executivo tomou posse.
Para
Catarina Martins, comparar a taxa de desemprego de 2015 com a de 2011, “é como
comparar batatas com laranjas” e faz parte da propaganda alimentada pela
maioria de direita.
“Vimos,
nos últimos dias, a enorme propaganda sobre a suposta descida da taxa do
desemprego. Ouvimos até dizer que a taxa de desemprego tinha descido, quando
comparada com 2011. E isto depois de quatro anos de um Governo em que a cada
mês dez mil pessoas emigraram e a cada dia 220 postos de trabalho foram
destruídos”, referiu a dirigente bloquista, à margem de uma sardinhada com
apoiantes, na Costa de Caparica, em Almada.
“É
que de lá para cá (entre 2011 e 2015), saíram do país 400.000 pessoas, de lá
para cá, as pessoas que estão desempregadas há tanto tempo, que até já saíram
das estatísticas, duplicaram, e de lá para cá, multiplicaram por seis os
estágios”, acrescentou a porta-voz do Bloco.
Catarina
Martins lembrou que "os números oficiais dizem que hoje há menos 210 mil
pessoas empregadas do que em 2011", sublinhando que, "se descontarmos
os que estão a ocupar um posto de trabalho mas não têm salário nem têm contrato
de trabalho - como os estágios e os contratos de emprego-inserção, o número de
postos de trabalho destruídos nestes 4 anos ascende aos 300 mil".
“Para
mascarar a taxa de desemprego, não tem sido outra coisa do que dinheiro do
Estado a retirar pessoas das estatísticas do desemprego, com falsas formações,
com estágios, com contratos de emprego-inserção. Com tudo, menos com a
dignidade que se exige a quem trabalha: um contrato de trabalho e um salário”,
vincou a bloquista.
A
dirigente do Bloco de Esquerda defendeu que nenhuma empresa possa ter acesso a
programas de estágio financiados pelo Estado, se não contratar, pelo menos, um
em cada dois estagiários.
“Não
pode continuar as empresas a abusarem do erário público para abusarem dos
trabalhadores. Se num momento de crise o Estado pode apoiar a formação e a
criação de emprego? Pode. Mas não pode ser cúmplice do crime de retirar os
direitos mais básicos a quem trabalha. Só há estágios para as empresas que
contratarem”, argumentou.
Catarina
Martins reivindicou igualmente o fim das empresas de trabalho temporário, as
quais, “não são precisas para absolutamente nada e só servem para ficar com uma
parte do salário” do trabalhador.
“Se
alguma empresa precisa de alguém para ajudar a contratar tem o IEFP, tem a
agência pública. Para que é que servem as empresas de trabalho temporário se
não como autênticas praças de jorna do século XXI, que ficam com metade dos
salários das pessoas”, vincou.
Catarina
Martins voltou também a defender a reposição dos salários e pensões e o aumento
do salário mínimo nacional.
Esquerda.net
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