Paula
Santos – Expresso, opinião
1.
Há medida que a campanha eleitoral avança para o final agudiza-se a
mistificação e surgem anúncios exclusivamente eleitoralistas, para iludir os
portugueses.
As
sondagens divulgadas diariamente têm um propósito muito claro – criar um
cenário de bipolarização (entre PS e a coligação PSD/CDS-PP) com o objetivo de
salvar a política de direita. Recordamo-nos das declarações do Presidente da
República e do Primeiro-Ministro, quando afirmaram que o importante era existir
uma maioria absoluta, seja do PS ou do PSD, deixando bem claro que o
protagonista não importava desde que se mantivesse a mesma orientação política
e que PS, PSD e CDS no essencial prosseguem as mesmas opções políticas.
Estas
sondagens não são inocentes e direta ou indiretamente procuram condicionar e
limitar a livre opção dos portugueses nestas eleições, para que tudo fique na
mesma. Pretendem fazer crer que as opções são entre PS e a coligação PSD/CDS,
como se fossem obrigados a escolher somente entre estas duas candidaturas e
como se não houvesse efetivamente outras opções.
Há
um aspeto ainda a referir desde já – se os dados das sondagens tiverem de facto
alguma correspondência com a realidade, podemos afirmar que PSD e CDS-PP
sofrerão uma dura derrota, quando nas anteriores eleições legislativas de 2011,
os dois partidos somaram mais de 50% dos votos e agora ficam abaixo dos 40% das
intenções de voto. Afigura-se cada vez mais evidente que os portugueses
castigarão duramente estes partidos nestas eleições.
2. Nos
dias que faltam de campanha eleitoral não faltarão apelos ao voto útil. Sobre
esta matéria queria ainda acrescentar o seguinte: o Secretário-Geral do PCP,
Jerónimo de Sousa colocou bem a questão acerca da utilidade do voto – o voto é
útil para quem? E afirmou que não pode ser útil somente para quem o recebe,
também tem de ser útil para quem o dá. Esta é a decisão que os portugueses
terão que tomar, se querem contribuir para eleger deputados que estão ao
serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros e que
continuaram a cortar nos salários e pensões, continuando a mesma opção política
ou se querem contribuir para eleger deputados que defendem os interesses dos
trabalhadores, dos reformados, do povo.
Não
está tudo decidido como pretendem fazer crer. Nem estamos condenados a esta
alternância que já demonstrou ao longo de décadas que não é alternativa.
Ninguém é dono dos votos dos portugueses e quem tem o poder de decidir o futuro
do país são as pessoas com o seu voto. Mais uma razão para não deixarmos que
outros decidam por nós e que todos tomemos nas nossas mãos a capacidade de
contribuir para uma rutura com esta política, penalizando PS, PSD e CDS-PP e
optando por uma política alternativa patriótica e de esquerda como a CDU
propõe.
3. O
povo está farto desta política de direita imposta ao país. Há muito que já a
derrotou nas ruas. Está agora na hora de a derrotar também no voto. É por isso
que é importante que traduzam no voto as reivindicações das grandiosas ações de
luta dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, dos micro e pequenos
empresários, em defesa dos direitos de trabalho, do direito à saúde, à
educação, em defesa dos serviços públicos e contra as privatizações.
A
CDU foi a força política que assumiu sempre qual o seu lado, estando sempre ao
lado dos trabalhadores, do povo, pelo desenvolvimento do país. Os deputados do
PCP e do PEV deram voz aos seus problemas na Assembleia da República,
confrontaram o Governo com as consequências da sua política e apresentaram
propostas que iam ao encontro das reivindicações dos trabalhadores e das
populações.
Os
deputados do PCP e do PEV não traem a confiança do povo, porque o compromisso
que assumem perante os trabalhadores, os reformados e o povo, é aquele que irão
defender e não dizem uma coisa para depois fazer outra.
A
CDU é a força política que apresenta as soluções necessárias para o país e que
correspondem às aspirações dos trabalhadores, do povo e do país. Soluções que
passam pela renegociação da dívida nos prazos, juros e montantes para libertar
recursos para investir no crescimento económico; pela dinamização do aparelho
produtivo (indústria, agricultura e pescas); pela defesa do emprego com
direitos e da valorização dos salários e pensões; pela reposição de tudo o que
foi roubado aos trabalhadores e aos reformados; pela defesa das funções sociais
do Estado e os serviços públicos; pela garantia do controlo público de setores
e empresas estratégicas da nossa economia; pela defesa de uma justa política
fiscal (que desonere os rendimentos do trabalho e os micro e pequenos
empresários da brutal carga fiscal e tribute mais os lucros dos grandes grupos
económicos e financeiros) e pela afirmação da nossa soberania e independência.
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