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China vai perdoar os juros não vencidos até 2015 da dívida de Moçambique e
rever em baixa os juros dos créditos a atribuir nos próximos anos, anunciou o
Presidente moçambicano, citado hoje pela Agência Informação de Moçambique.
Falando
à imprensa no final da segunda cimeira dos chefes de estado e de governo do
Fórum de Cooperação China África (FOCAC), que terminou no sábado em Sandton,
arredores de Joanesburgo, Filipe Nyusi disse ter obtido esta garantia do seu
homólogo chinês, Xi Jinping, no encontro que ambos mantiveram na quinta-feira.
Nyusi
não referiu valores, mas dados de um relatório do BPI sobre Moçambique,
divulgado em maio, indicavam que a dívida à China ascendia a cerca de 886
milhões de dólares (814 milhões de euros ao câmbio atual) no primeiro semestre
de 2014.
Segundo
o chefe de Estado moçambicano, os juros dos créditos chineses a atribuir nos
próximos anos serão igualmente revistos para valores inferiores aos atuais 1,5%
ou dois por cento.
Nyusi
espera que estas medidas contribuam para dar mais flexibilidade aos
compromissos da dívida moçambicana, atrair mais investimento chinês e
fortalecer o empresariado local, criando mais emprego e avanços na luta contra
a pobreza.
No
final do FOCAC, no qual Xi Jinping anunciou a disponibilização de 60 mil
milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em assistência e empréstimos aos
países africanos, o Presidente moçambicano elencou a modernização da
agricultura, industrialização, infraestruturas, recursos minerais, pescas,
turismo e aumento do abastecimento de água e a energia como as áreas
prioritárias para canalizar o apoio chinês.
Para
Nyusi, a elevada participação de chefes de Estado e de governo, a qualidade dos
assuntos discutidos e os resultados alcançados contribuíram para que a cimeira
tenha sido um sucesso.
"Não
foi um encontro de doadores, nem de petições. Foram discutidas parcerias",
considerou.
No
mesmo sentido, disse que o encontro com o homólogo chinês serviu para
personalizar as relações e reforçar a cooperação entre os dois países, numa
base de parceria.
"Queremos
uma parceria, uma cooperação real, não de estender a mão", defendeu.
Em
junho, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, anunciou em Maputo uma
verba de 5 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) para investimentos
chineses em Moçambique, durante os próximos anos.
A
vice-ministra do Comércio da China assumiu o compromisso, no âmbito da V sessão
da Comissão Conjunta de Cooperação entre Moçambique e China, realizada na
capital moçambicana.
HB
// SMA - Lusa
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