Mais
de 36,5 milhões de eleitores vão hoje às urnas para escolher um novo Governo em
Espanha, umas eleições das quais sairá a necessidade de acordos pós-eleitorais
para formação do executivo, ou seja, o fim do bipartidismo.
Na
votação, que decorre entre as 09:00 e as 20:00 locais (menos uma hora em
Lisboa), os espanhóis vão eleger os 350 deputados do novo parlamento (Congresso
dos Deputados) em 52 circunscrições. Serão depois estes a escolher o presidente
do Governo, que até ao momento em Espanha sempre saiu da força mais votada.
Numa
primeira votação no parlamento para presidente do Governo é necessária uma
maioria absoluta, mas na seguinte basta uma maioria simples.
No
entanto, ao contrário de eleições gerais anteriores, a força mais votada (todas
as sondagens indicam que deverá ser o PP de Mariano Rajoy, atual líder do
executivo) não deverá conseguir nem uma maioria absoluta, nem uma maioria
suficiente para fazer um acordo com pequenos partidos regionais ou
nacionalistas.
Pelo
contrário, precisará de fazer um acordo com um ou mais dos outros três partidos
mais fortes: o PSOE de Pedro Sánchez, e as novas formações, o Ciudadanos de
Albert Rivera e o Podemos de Pablo Iglesias.
Ao
não conseguir uma maioria suficiente, o vencedor também poderá ficar exposto a
um acordo dos outros três ou mais partidos, colocando no Palácio da Moncloa
(sede do Governo) o líder de uma força que não tenha sido a mais votada.
A
esse cenário - que os dirigentes políticos em Espanha apelidaram de
"solução à portuguesa" - há que juntar um outro: que um ou outro
partido condicione o seu apoio ao afastamento dos atuais líderes dos partidos
tradicionais, Rajoy ou Sánchez.
Independentemente
dos cenários admitidos pelos vários candidatos em campanha, os espanhóis estão
convencidos de que as negociações entre os partidos poderão ser longas e duras
e até mesmo durar dois meses.
A
campanha para as "gerais" espanholas ficou marcada por debates
agressivos na televisão (debates "a quatro" sem Mariano Rajoy e um
cara-a-cara entre Rajoy e Sánchez que culminou em insultos) e mesmo uma
agressão a murro ao presidente do Governo, numa arruada em Pontevedra (Galiza).
As
eleições de hoje são também as primeiras que se realizam com Espanha num grau
de alerta 4 (o penúltimo antes do mais alto, o 5) de ameaça terrorista. Assim,
91.700 agentes da autoridade estão mobilizados para o dia eleitoral (28.803
polícias, 44.221 militares da Guardia Civil, agentes das polícias autonómicas e
13.000 polícias municipais e efetivos da Proteção Civil).
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário