sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Angola. Presos políticos 15+2. Tribunal de Luanda mantém ativistas em prisão domiciliária - defesa



O Tribunal de Luanda decidiu manter em prisão domiciliária os ativistas angolanos acusados de atos preparatórios para uma rebelião, informou hoje à Lusa fonte da defesa, após notificação da decisão.

A informação foi prestada pelo advogado Walter Tondela, que juntamente com Luís Nascimento defende 10 dos 17 ativistas acusados em tribunal, mas reservando para mais tarde uma posição sobre a decisão, que resulta da primeira reavaliação, obrigatória ao fim de 60 dias, das medidas de coação.

A defesa tinha apresentado na terça-feira um requerimento pedindo a libertação sob termo de identidade e residência para os 14 em prisão domiciliária - um outro que estava neste grupo, Nito Alves, foi entretanto condenado por injúrias, em processo sumário, a seis meses de prisão efetiva -, enquanto decorre o julgamento do processo.

Segundo a legislação sobre as medidas cautelares - que a 18 de dezembro permitiu a passagem dos ativistas ao regime de prisão domiciliária -, as medidas de coação teriam de ser reavaliadas ao fim de 60 dias, com a defesa a alegar, no requerimento, que estavam reunidas as condições para a liberdade provisória.

Dos 17 réus neste processo, que envolve acusações em julgamento no tribunal de Luanda desde novembro de preparação de rebelião e atentado contra o Presidente angolano, 15 estiveram em prisão preventiva entre junho e 18 de dezembro, data em que as medidas de coação foram revistas, com a entrada em vigor nesse dia da nova legislação sobre medidas cautelares.

Outras duas jovens acusadas neste processo permanecem em liberdade.

"Se não houver deferimento do tribunal, então vamos ter de recorrer, porque os réus cumpriram rigorosamente esta prisão domiciliária, porque a medida que mais os favorece é a liberdade provisória", disse anteriormente à Lusa o advogado Walter Tondela.

O julgamento destes 17 ativistas decorre na 14.ª Secção do Tribunal de Luanda desde novembro, mas tem enfrentado sucessivos adiamentos devido à não comparência de grande parte dos cerca de 50 declarantes arrolados.

A próxima sessão está agendada para 23 de fevereiro.

PVJ // VM - Lusa

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