Macau, China, 10 jun (Lusa) - O
chefe do Governo de Macau, Chui Sai On, declarou hoje que o território terá uma
participação ativa na iniciativa chinesa "Uma Faixa, uma Rota", com
base na sua característica de ponte entre a China e o Ocidente.
"Baseada nas suas vantagens
singulares enquanto ponte de ligação no intercâmbio cultural entre a China e o
Ocidente, designadamente plataforma de cooperação comercial entre a China e os
Países de Língua Portuguesa, Macau terá uma participação ativa na estratégia
nacional 'Uma Faixa, Uma Rota'", disse o chefe do Governo.
Fernando Chui Sai On falava por
ocasião das comemorações do 10 de Junho, na residência consular, perante
centenas de pessoas. O líder reiterou o desenvolvimento contínuo das
"relações de amizade" e cooperação entre a RAEM e Portugal.
Na última intervenção como
cônsul-geral de Portugal na região, Vítor Sereno destacou "o momento
alto" das relações entre Portugal e a China, numa altura em que se
aproximam os 40 anos das relações diplomáticas entre os dois países e os 20
anos do estabelecimento da região administrativa especial.
"Queremos estar na primeira
linha da iniciativa 'Uma Faixa, uma Rota'. A China e Portugal são parceiros
nesta visão, podendo o meu país servir de ponto de encontro entre as rotas
marítima e terrestre", disse.
Neste sentido, Vítor Sereno
destacou o porto de Sines, que se situa "na confluência de três rotas
internacionais de comércio (Mediterrâneo, África e Canal do Panamá)".
"É momento para dar um passo
qualitativo no investimento chinês em Portugal, direcionando-o também para a
criação de empreendimentos de raiz em novos setores, nomeadamente automóvel,
onde dispomos de capacidade instalada em unidades industriais de grandes macas
europeias e japonesas. A cooperação na mobilidade elétrica seria
particularmente promissora", proferiu o diplomata no sexto e último
discurso reservado ao dia de Camões.
Na mesma ocasião, o secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, agradeceu ao Governo de
Macau a preservação e promoção da cultura e tradições portuguesas, sobretudo o
destaque à língua portuguesa, "um ativo que liga Portugal a Macau, mas que
também liga toda a comunidade lusófona - desde o Brasil, a África, sem esquecer
Timor-Leste".
"A singularidade de Macau
enquanto ponto de encontro histórico entre Portugal e a China confere-lhe o
estatuto de plataforma de cooperação, de que é exemplo o Fórum Macau",
frisou o secretário de Estado, presente na cerimónia em representação do
Governo português.
Na opinião do governante, as
relações comerciais entre os dois países têm vindo a conhecer "uma
vitalidade crescente" nos mais diversos domínios: económico, cultural e
comercial.
António Mendonça Mendes lembrou
"o país que ultrapassou a crise financeira e orçamental e que é hoje um
exemplo em toda a Europa, um país que cresce, um país que cria emprego" e,
por isso, "que recuperou o orgulho em si mesmo".
No entanto, considerou que o país
apenas está completo com as "comunidades portuguesas espalhadas pelo
mundo".
FST // VM
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