quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Timor-Leste quer ajuda de Portugal para criar Instituto de Medicina Legal no país

Lisboa, 05 dez (Lusa) -- Timor-Leste pediu esta semana a Portugal apoio para a criação de um Instituto de Medicina Legal no país, disse o ministro da Justiça timorense, que termina hoje uma visita a Lisboa, onde se reuniu com a sua homóloga, Francisca Van Dunem.

"Adianto desde já que Timor-Leste precisa de um Instituto de Medicina Legal (...) e conto com o apoio de Portugal, que tem a obrigação de ir lá investir, porque somos irmãos. Quero ver tudo a ser concretizado enquanto for ministro da Justiça de Timor-Leste", afirmou Manuel Cárceres da Costa, em declarações à Lusa.

O ministro acrescentou que já falou sobre o assunto com o diretor do Instituto de Medicina Legal de Portugal e que vai agora formalizar uma proposta para ser discutida.

Um assunto que diz também foi falado com a ministra da Justiça de Portugal, Francisca Van Dunem, com quem se reuniu na segunda-feira em Lisboa, adiantando que a governante portuguesa se mostrou "muito recetiva".

Manuel Cárceres da Costa referiu que durante a sua estada em Lisboa se reuniu também com responsáveis da Polícia Judiciária, que tem vindo a formar investigadores timorenses.

A reforma da justiça de Timor Leste, considerou, "é um fator muito importante para o desenvolvimento do país", por isso tem que avançar. "Não há governação sem justiça nem justiça sem governação", concluiu.

O Governo de Timor-Leste pediu também a Portugal apoios para a justiça, incluindo juízes, procuradores, defensores públicos, advogados e oficiais de justiça portugueses, disse esta terça-feira em Lisboa o ministro da Justiça timorense, estendendo o apelo aos países lusófonos.

Mas, sublinhou, esses "juízes e procuradores portugueses não vão ser titulares de processos, vão ser formadores e mentores para formar quadros timorenses" em português.

Manuel Cárceres da Costa encontrou-se ainda com a secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, e com a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

Das reuniões com as governantes portuguesas, disse levar promessas que podem ajudar o seu país a consolidar o desenvolvimento da Justiça: "O objetivo desta visita a Portugal, que é a minha primeira visita de trabalho como ministro da Justiça da República de Timor Leste, é procurar apoios para consolidar o desenvolvimento da justiça do país".

O ministro considerou que o reforço do ensino da língua portuguesa "é crucial para o desenvolvimento" deste setor porque com 24 anos de ocupação estrangeira, "Timor-Leste quase perdeu a ligação à língua portuguesa e hoje tem juristas jovens, falando no caso específico do setor da justiça, que nasceram durante a ocupação da Indonésia e estão a lidar com uma legislação escrita em português".

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