Primeiro-ministro guineense
desdramatiza as críticas à nomeação de 13 conselheiros e sete assessores para o
seu gabinete. Aristides Gomes diz que o Governo precisa de pessoas capazes,
porque o Estado está "de joelhos".
O primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, assegurou esta segunda-feira (15.07.) que as
nomeações não representam grandes encargos para os cofres do Estado.
"Quero garantir que na maior
parte [das nomeações] são pessoas que têm já o seu salário ou a sua pensão de
reforma", declarou Aristides Gomes à chegada ao país, vindo da Costa do
Marfim, onde esteve a participar numa cimeira da União Económica de Estados da
África Ocidental (UEMOA).
Organizações da sociedade civil,
nomeadamente o Movimento dos Cidadãos Inconformados, exigem ao
primeiro-ministro a revogação das nomeações, ameaçando sair à rua em
manifestações de repúdio por aquilo que consideram ser nepotismo e sobrecarga
aos cofres do Estado.
O primeiro-ministro afirmou que a
maioria das pessoas nomeadas são funcionários públicos, que quase todas foram
apenas oficializadas nos cargos que já exerciam e que a sua indigitação
"não trará incidência particular sobre o orçamento" do Estado.
Aristides Gomes garantiu que
haverá mais nomeações de pessoas que irão apoiar a governação e
que está em curso um plano para reorientar os fundos à disposição do Gabinete
Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) para o pagamento aos assessores do Governo.
Gomes disse ter feito aquela
sugestão ao Conselho de Segurança da ONU, que aceitou o pedido.
O primeiro-ministro guineense
considerou ainda que a Guiné-Bissau "mais do que nunca" tem toda
necessidade de colocar pessoas capazes na administração estatal, tendo em conta
a situação em que se encontra o país.
Estado está "de
joelhos"
"É preciso compenetrarmo-nos
de uma realidade, de uma vez por todas, na Guiné-Bissau, nós estamos numa
situação em que temos que reconstruir o Estado peça por peça", declarou
Aristides Gomes.
"Comparativamente aos outros
países da sub-região, o nosso Estado está realmente de joelhos", sublinhou
Aristides Gomes.
O responsável disse ainda ser com
agrado que constata a preocupação da sociedade guineense com a forma como o
erário público é gerido, mas salientou que já mostrou responsabilidade nesse
campo, ao dirigir a administração estatal até aqui [no mandato no anterior
Governo] sem ajuda externa.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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