sábado, 27 de julho de 2019

Professores pedem a Portugal reforço do ensino da língua portuguesa na Guiné-Bissau


Os reitores de duas universidades e professores do português na Guiné-Bissau pediram hoje ao chefe da diplomacia lusa o reforço do ensino daquela língua no país que pretendem ver falada por académicos, políticos, taxistas, vendedeiras de rua ou carpinteiros.

O repto foi lançado a Augusto Santos Silva numa palestra a que este presidiu na Universidade Amílcar Cabral em Bissau, perante uma assistência de cerca de cem pessoas, entre alunos e professores.

Entre os vários intervenientes que antecederam a comunicação de Santos Silva, que falou da importância do português no mundo e as suas múltiplas variantes nos países do espaço lusófono, destaca-se o apelo lançado por Domingos Gomes, responsável pelo ensino do português na escola de formação de professores, “Tchico Té”.

“Queremos levar o português para as oficinas para aí seja falado por carpinteiros, serralheiros, queremos ver o taxista guineense a se dirigir ao cliente em português, ver a vendedeira do mercado a negociar os produtos expressando-se em português”, disse o professor Domingos Gomes.


Dirigindo-se sempre a Augusto Santos Silva, apresentado como um académico renomado, Zaida Pereira, reitora da Universidade Católica da Guiné-Bissau, corroborou as exortações de Domingos Gomes para salientar que “à língua portuguesa não tem sido dada a devida atenção” no país.

O reitor da Universidade Amílcar Cabral, a única pública da Guiné-Bissau, Fodé Mané considerou preocupante constatar que na China existem mais de 40 universidades a ensinarem a língua portuguesa e que na instituição que dirige “não exista sequer um leitorado de português”.

Para Fodé Mané, qualquer projeto de cooperação com a Guiné-Bissau “para ter frutos terá que passar antes” pelo apoio ao ensino superior, dando respostas aos cerca de sete mil alunos que anualmente concluem o ensino liceal, disse.

“Ajudar a estruturar a universidade Amílcar Cabral é apoiar na redução do nível de conflitualidade que existe na sociedade guineense”, observou Mané.

DN Madeira | Lusa

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