segunda-feira, 2 de março de 2020

Angola | Corruptos de vários níveis


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

O descaramento da ladroagem de “colarinho branco”, a impunidade na qual se escudou durante anos, motivou o alastramento do sentimento de ser possível viver à custa da vigarice, como comprovam descobertas crescentes de marimbondos de várias classes sociais.

A corrupção, que, em Angola, quase chegou a ser institucionalizada, sinal de elevado estatuto social, por isso, pavoneada pelos militantes da causa, que passaram a ser olhados com admiração, tal e qual estrelas de cinema ou do desporto, como era de prever, levou ao surgimento de seguidores em todas as classes sociais e profissionais, em grande parte, como é sabido, graças ao nepotismo, que encharcou o sector público. Mas, como epidemia sem controlo, atingiu outros campos, inclusive os mais modestos. Quase sempre, estes candidatos a marimbondos são a mão-de-obra de gente bem colocada, como sucede com as kinguilas, embora também haja os que se aventuram a “trabalhar” por conta própria.

A falsificação de moeda é, porventura, nos últimos tempos, o crime contra a economia nacional que mais tem crescido, talvez por ser dos mais fáceis de implementar, ter investimentos de menor custo e lucros rápidos.

Na nossa edição de sábado, noticiamos a detenção - mais uma - de um falsificador de moeda, interrompido em casa, no Bairro das Tendas, município de Belas, por agentes do SIC, em plena laboração. Se trabalhava por conta própria ou às ordens de alguém é o que as autoridades hão-de apurar. De qualquer modo, é novo exemplo de que o combate à corrupção e impunidade está para durar.

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