Luciano Rocha | Jornal de Angola
| opinião
O descaramento da ladroagem de
“colarinho branco”, a impunidade na qual se escudou durante anos, motivou o
alastramento do sentimento de ser possível viver à custa da vigarice, como
comprovam descobertas crescentes de marimbondos de várias classes sociais.
A corrupção, que, em Angola,
quase chegou a ser institucionalizada, sinal de elevado estatuto social, por
isso, pavoneada pelos militantes da causa, que passaram a ser olhados com
admiração, tal e qual estrelas de cinema ou do desporto, como era de prever,
levou ao surgimento de seguidores em todas as classes sociais e profissionais,
em grande parte, como é sabido, graças ao nepotismo, que encharcou o sector
público. Mas, como epidemia sem controlo, atingiu outros campos, inclusive os
mais modestos. Quase sempre, estes candidatos a marimbondos são a mão-de-obra
de gente bem colocada, como sucede com as kinguilas, embora também haja os que
se aventuram a “trabalhar” por conta própria.
A falsificação de moeda é,
porventura, nos últimos tempos, o crime contra a economia nacional que mais tem
crescido, talvez por ser dos mais fáceis de implementar, ter investimentos de
menor custo e lucros rápidos.
Na nossa edição de sábado, noticiamos a detenção - mais uma - de um falsificador de moeda, interrompido em casa, no Bairro das Tendas, município de Belas, por agentes do SIC, em plena laboração. Se trabalhava por conta própria ou às ordens de alguém é o que as autoridades hão-de apurar. De qualquer modo, é novo exemplo de que o combate à corrupção e impunidade está para durar.
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