quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Macau | Deputado acusa autoridades de incompetência na comunicação sobre tufão


O deputado português na Assembleia Legislativa (AL) de Macau, José Pereira Coutinho, acusou hoje as autoridades de incompetência na comunicação sobre o tufão que atingiu na quarta-feira o território.

De acordo com as informações divulgadas no dia 18 (...) pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau [SMGM], muitos cidadãos 'dormiram descansados' por terem sido informados da suposta vinda de uma 'tempestade tropical' com possibilidades 'moderadas' de T8", o terceiro sinal de alerta mais alto, explicou.

"Contudo, foram acordados de madrugada sobressaltados com um tufão violento, fortíssimas rajadas ruidosas, vidros de carros quebrados por janelas 'voadoras', árvores caídas e ambulâncias a funcionar pela noite fora", assinalou, para concluir: "Enfim, é preciso muita paciência para aturar tanta incompetência na divulgação de informação meteorológica numa cidade que o Governo quer que seja 'inteligente'".


Ao início da tarde de terça-feira, os SMGM emitiram o sinal 3 de tempestade tropical e avisaram sobre a possibilidade de inundações nas zonas baixas da cidade. Ao final da noite, Macau subiu o alerta de tufão para sinal 8, que implicava a suspensão dos transportes públicos, ligações marítimas e aéreas. E acabou mesmo por emitir o alerta de risco máximo para tufão durante a madrugada de quarta-feira, tendo obrigado quase 200 pessoas a procurarem refúgio em abrigos de emergência.

Pouco depois, a intervenção da deputada Wong Kit Cheng traçou uma realidade diferente, sublinhando que a ação do Governo e das autoridades ligadas à proteção civil e SMGM foi rápida e eficaz.

Wong salientou mesmo que o esforço conjunto das autoridades e da sociedade civil contribuíram para o facto de o território ter registado um impacto e prejuízos reduzidos à passagem do tufão.

No discurso proferido no período antes da ordem do dia, José Pereira Coutinho aproveitou para reiterar algumas das críticas relacionadas com "o crónico problema com a diversificação económica de Macau".

O deputado criticou o que considerou ser a inação dos responsáveis máximos pelas atividades económicas de Macau nos últimos 20 anos, lamentando ainda que tenham sido "esbanjadas fortunas" em "obras megalómanas".

Por outro lado, defendeu que para "melhorar o atual modelo de atividades económicas quase totalmente dependente dos vistos individuais e da indústria dos casinos" Macau "terá de aumentar a sua competitividade em matéria de recursos humanos, selecionar criteriosamente os apoios a conceder às pequenas e médias empresas (...), combater a concorrência desleal (...), desburocratizar e agilizar a máquina administrativa".

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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