O deputado português na
Assembleia Legislativa (AL) de Macau, José Pereira Coutinho, acusou hoje as
autoridades de incompetência na comunicação sobre o tufão que atingiu na
quarta-feira o território.
De acordo com as informações
divulgadas no dia 18 (...) pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau [SMGM],
muitos cidadãos 'dormiram descansados' por terem sido informados da suposta
vinda de uma 'tempestade tropical' com possibilidades 'moderadas' de T8",
o terceiro sinal de alerta mais alto, explicou.
"Contudo, foram acordados de
madrugada sobressaltados com um tufão violento, fortíssimas rajadas ruidosas,
vidros de carros quebrados por janelas 'voadoras', árvores caídas e ambulâncias a
funcionar pela noite fora", assinalou, para concluir: "Enfim, é preciso
muita paciência para aturar tanta incompetência na divulgação de informação
meteorológica numa cidade que o Governo quer que seja 'inteligente'".
Ao início da tarde de
terça-feira, os SMGM emitiram o sinal 3 de tempestade tropical e
avisaram sobre a possibilidade de inundações nas zonas baixas da cidade. Ao
final da noite, Macau subiu o alerta de tufão para sinal 8, que implicava a
suspensão dos transportes públicos, ligações marítimas e aéreas. E acabou mesmo
por emitir o alerta de risco máximo para tufão durante a madrugada de
quarta-feira, tendo obrigado quase 200 pessoas a procurarem refúgio em abrigos
de emergência.
Pouco depois, a intervenção da
deputada Wong Kit Cheng traçou uma realidade diferente, sublinhando
que a ação do Governo e das autoridades ligadas à proteção civil
e SMGM foi rápida e eficaz.
Wong salientou mesmo que o
esforço conjunto das autoridades e da sociedade civil contribuíram para o facto
de o território ter registado um impacto e prejuízos reduzidos à passagem do
tufão.
No discurso proferido no período
antes da ordem do dia, José Pereira Coutinho aproveitou para reiterar algumas
das críticas relacionadas com "o crónico problema com a diversificação
económica de Macau".
O deputado criticou o que
considerou ser a inação dos responsáveis máximos pelas atividades económicas
de Macau nos últimos 20 anos, lamentando ainda que tenham sido "esbanjadas
fortunas" em "obras megalómanas".
Por outro lado, defendeu que para
"melhorar o atual modelo de atividades económicas
quase totalmente dependente dos vistos individuais e da indústria dos
casinos" Macau "terá de aumentar a sua competitividade em matéria de
recursos humanos, selecionar criteriosamente os apoios a conceder às
pequenas e médias empresas (...), combater a concorrência desleal (...), desburocratizar e
agilizar a máquina administrativa".
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Lusa
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