domingo, 2 de maio de 2021

Moçambique | Governo garante "total empenho" contra ataques armados

Numa reunião com um alto representante da petrolífera Total, o Executivo moçambicano comprometeu-se em restaurar a segurança em Cabo Delgado para permitir a retoma do projeto de gás natural.

"Transmitimos à Total o nosso total empenho na restauração de condições de segurança favoráveis ao reatamento de todos os empreendimentos suspensos devido à ação dos terroristas em Cabo Delgado", avançou uma fonte do Governo de Moçambique.

Durante reuniões em Maputo esta sexta-feira (30.04), o Executivo moçambicano garantiu aplicar "total empenho" para restabelecer segurança em Cabo Delgado, norte do país, visando a retoma do projeto de gás da petrolífera. 

No encontro, estiveram presentes os ministros dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela, e da Defesa, Jaime Neto, e o presidente para Pesquisa e Produção da Total, Arnaud Breuillac. 

A fonte ouvida pela agência de notícias Lusa avançou que os governantes moçambicanos e Arnaud Breuillac "manifestaram sintonia e confiança em relação à viabilidade dos projetos de gás na bacia do Rovuma".

Projetos sofrem atrasos

Na segunda-feira (26.04), a petrolífera francesa anunciou motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o ataque armado de 24 de março à vila de Palma, junto ao projeto de gás.

Com arranque previsto para 2024, o projeto da Total está avaliado em 20 mil milhões de euros e é o maior investimento privado em curso em África. Neste projeto está ancorada boa parte das expetativas de desenvolvimento de Moçambique na próxima década.

O projeto de exploração de gás natural da Total no norte de Moçambique irá sofrer "pelo menos um ano de atraso", anunciou esta semana o diretor financeiro do projeto, Jean-Pierre Sbraire.

O arranque da exploração e exportação de gás natural está agora previsto para nunca antes de 2025, segundo as declarações do responsável. 

Mais de 30 mil deslocados

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cerca de 30 mil pessoas tiveram que deixar a cidade costeira de Palma desde que foi atacada por grupos armados, em março. A agência da ONU expressou profunda preocupação "com as consequências humanitárias da rápida escalada da violência no norte de Moçambique".

"Estamos especialmente preocupados com a segurança e o bem-estar de pessoas em situação de maior vulnerabilidade, incluindo mulheres e crianças", diz a nota.

Dezenas de pessoas foram mortas durante os ataques, enquanto milhares fugiram a pé, por estrada e por mar. Acredita-se que muitos ainda não tenham conseguido deixar Palma.

Deutsche Welle | Agência Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana