domingo, 9 de janeiro de 2022

Cerca de 400 pessoas manifestam-se em Lisboa contra certificado digital

Cerca de quatro centenas de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa contra a obrigatoriedade de certificado digital para acesso a restaurantes, hotéis ou eventos culturais, no âmbito das medidas do Governo para controlar a pandemia de covid-19, e exigiram liberdade.

"A liberdade é certificada?", "A liberdade é digital?", "Para ter saúde é preciso perder a liberdade?" e "És livre até à próxima dose?" foram algumas das questões levantadas pelos participantes, através dos cartazes erguidos durante a iniciativa "Movimenta: É Hora de Agir - #ALiberdadeNãoÉCertificada", que teve como ponto de encontro o Jardim Amália Rodrigues, junto ao Parque Eduardo VII, onde se juntaram para descer a Avenida da Liberdade até ao Terreiro do Paço, sob escolta da polícia.

A ação de protesto juntou pessoas de diferentes idades, todas sem máscara, algumas acompanhadas com a bandeira nacional, outras com 't-shirts' a dizer "pela verdade" ou "covid é fraude", inclusive algumas crianças a segurar cartazes onde se podia ler: "O meu futuro vale mais do que o teu medo".

"Quero ver sempre o teu sorriso" foi a mensagem que Maria Crespo, de 61 anos, trouxe para o protesto e que é a pensar na neta de 9 anos, por considerar que as crianças e os idosos "não estão protegidos de regras que não conseguem de forma nenhuma ultrapassar", referindo-se às medidas de controlo da pandemia de covid-19, desde o uso de máscara à vacinação.

"O que está a acontecer vai para além do que é razoável, ou seja, neste momento estarmos ainda a pensar em certificados digitais, a pensar em restrições, que no fundo não estão a resolver aquilo que está a acontecer do ponto de vista que se considera o contágio, portanto em relação a toda a situação do vírus, não me parece que seja razoável", defendeu esta manifestante, que veio da Figueira da Foz até Lisboa de propósito para estar no protesto.

Em declarações à agência Lusa, Maria Crespo disse ser contra a vacinação das crianças, sem querer falar na vacinação dos adultos, mas realçou a necessidade de respeitar a decisão de cada cidadão: "este é um direito pelo qual temos de lutar, é o direito a decidirmos sobre estas coisas, e sermos responsáveis na relação com os outros".

"A partir do momento em que as decisões individuais possam estar a ser comprometidas pelo facto de hoje haver restrições que me impedem - por uma decisão que eu tenha - de circular, de desenvolver determinadas atividades, obviamente que a liberdade está comprometida", expôs a mesma participante.

Criticando o papel da comunicação social, José Duarte, de 67 anos, afirmou que a participação neste protesto "não tem a ver com vacinas, o ser antivacinas ou ser contra vacinas, é uma questão de liberdade".

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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