terça-feira, 8 de novembro de 2022

Angola | TERESA É A NOSSA MAIOR RIQUEZA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A investigação científica é irmã gémea do desenvolvimento. Países onde estas duas manas atingem altos níveis, são muito ricos. Onde passam despercebidas ou não existem, impera a pobreza em todos os sentidos. Angola tem pouca investigação científica. Mas tem, o que já é muito bom. Há alguns anos o Jornal de Angola seguiu investigadoras e investigadores num projecto sobre a malária, na província do Bengo. Depois as notícias desapareceram e quem não aparece nos Media, não existe.

Teresa Victor é uma cientista angolana. Acaba de ser galardoada com uma distinção internacional, na Índia, pelo seu trabalho de investigadora na área da química e da biotecnologia. Uma preciosidade. Quando regressou a Luanda foi recebida no governo provincial de Luanda. 

O vice-governador, Manuel Gonçalves, disse, triunfante, que o prémio da cientista angolana se deve “à política do governo dirigido por sua excelência o Presidente da República”. De certeza. Se não for abuso, solicito respeitosamente ao Presidente João Lourenço que crie por decreto presidencial, mais quatro ou cinco mil cientistas do nível de Teresa Victor. Para sermos um dos países mais ricos do mundo.

Graças ao Presidente João Lourenço, o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou na Cidade da Praia que Agostinho Neto foi “extraordinariamente importante para Cabo Verde” e que o país “seria irremediavelmente mais pobre sem o contributo de Angola e do seu primeiro Chefe de Estado”.

O Presidente José Maria Neves, graças ao Presidente João Lourenço, disse mais: "Em momentos decisivos, Angola deu um contributo importante. Portanto, sem Angola, sem a amizade de Agostinho Neto – e ele deixou as impressões digitais aos novos líderes angolanos – hoje Cabo Verde seria, com certeza, um país mais pobre”. Só mais esta: "Agostinho Neto colocou muitas pedras nos alicerces de Cabo Verde (…) A sua presença aqui foi extraordinariamente importante (…) Todos devem conhecer a história daqueles que em vários momentos tiveram um papel decisivo na luta de libertação dos povos africanos”.

Obrigado, Presidente João Lourenço.

O Presidente Biden (Bush um e dois, Clinton, Obama, Trump…) convidou o Presidente João Lourenço para um grupo muito restrito de personalidades. Antes da reunião quero recordar este episódio na Casa Branca. 

O Presidente Clinton (abusador sexual de estagiárias) recebeu o Presidente José Eduardo dos Santos na Casa Branca. E pediu-lhe apoio para a doutrina dos EUA: Acabar com todos os partidos que protagonizaram as independências africanas, em nome do desenvolvimento do continente e do fim da corrupção. O Chefe de Estado angolano, com a calma que o caracterizava disse-lhe que não. E explicou porquê. É preciso dizer não aos chefes do estado terrorista meais perigoso do mundo, republicanos ou democratas, todos genocidas.

O conflito entre o Ruanda e a República Democrática do Congo está muito perigoso. Angola e o Presidente João Lourenço fazem o que podem para evitarem a guerra. Mas ando confuso. Ainda não percebi se a diplomacia angolana brota de Kinkuzu ou do Morro da Cal, ali às portas de Kifangondo, onde decorreu uma das grandes batalhas decisivas para a Independência Nacional que já estamos a comemorar. Graças à minha depauperada memória dou conta que estão vivos dois Generais (Zumbi e Valeriano) que nos anos 90 resolveram o diferendo bélico entre os dois países, sendo que a UNITA estava na equação. Savimbi queria fazer uma Jamba na zona fronteiriça da RDC mas primeiro tinha que derrubar o Presidente Kabila.

Se bem conheço os dois heroicos Generais, eles estão prontos a explicar a sua excelência o Presidente da República, como ficou tudo resolvido e ainda foram recuperadas toneladas de material de guerra. O General João de Matos até aterrou na RDC, no meio da guerra de imposição da paz, para dar ânimo aos seus camaradas de armas. Nem o petróleo todo do mundo se compara com a riqueza da nossa História Contemporânea. Uma nota de rodapé. O General Zumbi foi o comandante das FAPLA que derrotou os karkamanos na Cahama e o General Valeriano é um veterano da Batalha do Cuito Cuanavale. Libertadores de África!

A Ucrânia está a ganhar a guerra. A Federação Russa está de rastos. Graças ao presidente Zelensky, Kiev vai fechar para obras. Afinal as tropas russas não falharam a tomada da capital ucraniana. Tinham outros planos, bem mais terríveis, para aquela região. Apesar de todas as desgraças, a “coligação alargada do ocidente” faz tudo para alimentar a guerra. O Zelensky vai fazendo os seus números cómicos e o chefe do estado terrorista mais perigoso do mundo, para não perder votos, diz que é preciso deixar uma porta aberta às negociações de paz. Mas fecha a porta a sete chaves. Sempre o mesmo cinismo. Sempre a mesma hipocrisia. Sempre a mesma falta de respeito pela vida humana.

Graças ao Presidente João Lourenço e à diplomacia de Kinkuzu ou do Morro da Cal, Angola está com a coligação alargada ocidental. Quando se fala na Rota da Seda e nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como fautores da nova ordem mundial, Luanda paga aos traidores dos seus generais, pecado que nem Roma cometeu, quando os bárbaros já corroíam os alicerces do império. 

Nas comemorações do 11 de Novembro não se esqueçam de agradecer o contributo dos oficiais da CIA, dos mercenários britânicos e norte-americanos, dos racistas da África do Sul, do Pentágono, para a nossa liberdade. E quem fizer o discurso oficial, não se esqueça de condenar a Federação Russa por nos ter armado, municiado e treinado os nossos Heróis Nacionais. 

Hoje estive a ver um filme onde Fidel Castro dizia que “os imperialistas estão muito zangados com Cuba. Já estavam a dividir Angola entre eles e nós ajudámos o Povo Angolano a derrotá-los. Estão mesmo muito zangados com Cuba!”

Qualquer dia o Executivo adere ao bloqueio a Cuba para ser simpático ao estado terrorista mais perigoso do mundo. Graças ao Presidente João Lourenço vamos estar sempre na linha da frente dos subservientes, dos domesticados, dos submetidos, dos escravizados. 

Sou mesmo vítima do imperialismo!

*Jornalista

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