sábado, 8 de junho de 2024

Futebol | Portugal falha no teste mais difícil e há muito para retificar até ao Euro 2024

Derrota com a Croácia no Jamor com uma primeira parte para esquecer. Fragilidades na defesa, pouca dinâmica no ataque, são apenas alguns aspetos para Martínez tirar notas.

Com uma primeira parte demasiado fraca onde não fez um único remate enquadrado à baliza, e um segundo tempo assim-assim, Portugal foi este sábado derrotado pela Croácia por 1-2, num desafio que teve como palco o Estádio Nacional, que completa 80 anos amanhã e que não recebia um jogo da seleção há uma década. Não foi de todo um bom teste para o Campeonato da Europa, desta vez diante de uma seleção com pergaminhos e que também vai estar presente na competição que se realiza na Alemanha entre 14 de junho e 14 de julho. 

Fica um indicador importante: foi apenas a segunda derrota da era Martínez, mas provavelmente frente ao adversário mais difícil que a seleção defrontou com o espanhol como selecionador. Até ao Euro ainda há mais um jogo de preparação (quarta-feira com a Rep. Irlanda), e fica a ideia de que há ainda vários pontos a melhorar, como a finalização e a ligação entre setores.

Em relação ao particular de terça-feira com a Finlândia, o selecionador Roberto Martínez fez sete alterações. Saíram José Sá, João Cancelo, António Silva, João Neves, Francisco Conceição, Jota e Leão. Entraram Diogo Costa, Dalot, Inácio, Bruno Fernandes, Félix, Ramos e Bernardo Silva (foi o capitão). No onze mantiveram-se Rúben Dias, Nuno Mendes, Vitinha e Palhinha.

A Croácia entrou bem e colocou-se em vantagem logo aos oito minutos, através de uma grande penalidade convertida por Luka Modric, a castigar um lance duvidoso onde terá havido um toque de Vitinha em Kovavic. Foi a primeira vez na era Roberto Martínez que a seleção portuguesa sofreu um golo na primeira parte de um jogo.

Portugal demonstrou sempre grandes dificuldades em sair para o ataque e em criar lances de perigo, sempre muito previsível e com um meio-campo algo apático, ao contrário dos croatas, que quer em ataque continuado, quer em contra ataques, iam lançado pânico junto à baliza de Diogo Costa, que aos 13’ foi obrigado a aplicar-se a um remate de Majer e aos 21’ viu um remate de Gvardiol sair um pouco ao lado.

Perto do intervalo, aos 43’, novo grande susto, com Diogo Costa outra vez a ter que se aplicar para impedir o golo de Kramaric - na recarga Budimir cabeceou ao lado. O primeiro tempo acabou com um remate ao lado de Bruno Fernandes e a estatística dos primeiros 45 minutos dizia muito: 11 tentativas de golo para os croatas contra apenas cinco de Portugal, que não fez um único remate enquadrado à baliza.

Era preciso mais dinâmica, sobretudo no ataque, e Roberto Martínez fez várias alterações ao intervalo - saíram Diogo Dalot, João Félix, Gonçalo Ramos e Nuno Mendes, e entraram Nélson Semedo, Rafael Leão, Diogo Jota e Cancelo.

Dito e feito. Portugal marcou o golo do empate logo aos 48’ através de dois jogadores que tinham acabado de entrar, com Nélson Semedo a assistir Diogo Jota que só teve de empurrar para a baliza.
Mas numa altura em que parecia que a seleção podia dar a volta ao texto, a Croácia voltou a colocar-se vantagem aos 56’. Após um remate forte de Pasalic à barra, Budimir, livre de marcação, marcou de cabeça. Tal como no jogo com a Finlândia, a equipa voltou a mostrar fragilidades defensivas.

O golo croata, porém, não tirou ânimo à seleção portuguesa, que no espaço de dois minutos dispôs de três boas ocasiões para chegar ao empate, por Bernardo Silva, Rúben Dias e Diogo Jota.

Martínez ainda lançou Pedro Neto para o ataque, mas a melhor ocasião pertenceu aos croatas, com nova grande defesa de Diogo Costa (a defesa ficou a dormir) a remate de Susic. Já perto do final, Rúben Dias teve uma soberana oportunidade para empatar, e Diogo Costa com mais uma boa intervenção impediu o terceiro dos croatas.

O apito final chegou e com um aviso: com a fase final do Euro à porta, é preciso retificar erros, porque as seleções que estão no Europeu têm muito mais valor do que aquelas que Portugal passou a ferro na fase de qualificação. 

"Acho que foi um jogo de muita incidência tática. Precisámos de 20 minutos para entrar no ritmo de um jogo com muita qualidade tática. A nossa atitude e empenho ajudou-nos a reagir nos ultimos 60 minutos", disse no final Roberto Martínez.

"Marcámos um golo bem trabalhado, mas o resultado é negativo. Precisamos de analisar, mas tivemos muitas coisas positivas. Tivemos 16 jogadores de campo e o Diogo Costa teve um jogo muito bom. O [segundo] golo chegou num momento difícil, mas reagimos e tentámos criar boas chances. Claro que quando estamos com confiança e com o controlo de jogo, perdemos com o segundo golo. Precisamos de manter intensidade defensiva", acrescentou o selecionador.

Nuno Fernandes | Diário de Notícias

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