sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Casa dos Brancos e Terrorismo -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Senhor João Lourenço! O grupo dos países de “economias emergentes” chama-se BRICS. O “S” é de África do Sul. Já agora o “B” é de Brasil, o “R” é de Rússia, o “I” é de Índia o “C” é de China. A visita do Chefe de Estado angolano a Pretória mostrou que no Palácio da Cidade Alta ninguém sabe disto. Ou então o discurso oficial do Presidente da República foi escrito pelo Manuel Homem e ele ainda não chegou a essa parte, nas lições particulares que frequenta para ser ministro de sucesso e candidato à bicefalia intestinal, no regime imposto pela Casa dos Brancos.  Estamos conversados.

A Justiça Angolana continua a ser castigada brutalmente. Os seus operadores desqualificados e abandalhados. Percebe-se porquê. O poder em Angola é unipessoal e está nas mãos de João Lourenço. Não há deputados, não há magistratura judicial, não há agentes económicos. Todos são ajudantes do Presidente da República e do Titular do Poder Executivo. O adiamento do julgamento dos Generais Kopelipa e Dino revelou algo inquietante. Os dois iam ser julgados sem que os seus advogados tivessem antes acesso ao processo! Isto foi denunciado por um dos advogados.

A verdade é que a Veneranda Conselheira que ia presidir à audiência reconheceu que a Defesa precisa de tempo para estudar as 2000 páginas do processo. A Internacional Fascista na sua versão “República de Juízes” inventou este truque: Processos gigantescos com vários volumes e milhares de páginas. Assim ninguém consegue deslindar seja o que for e as sentenças são lavradas à vontade do freguês. Neste caso, leia-se João Lourenço, grande cliente de sentenças compradas a dez por cento dos confiscos e sabe-se lá que mais por baixo da mesa.

O que se passa com o Poder Judicial em Angola chama-se barbárie pura e dura. O processo para a liberdade condicional do empresário Carlos São Vicente ficou encalhado no Ministério do Interior, donde tinha que seguir para as entidades judiciais que tratam da execução de penas. O ministro Laborinho foi exonerado mas o novo ainda não desencalhou nada. Está à espera de ordens superiores. E Manuel Homem é rapidíssimo. Hoje inaugurou novas instalações de forças de segurança no Lubango. Levanta prédios em poucos dias.

Na Síria estão a enforcar generais e políticos nas gruas das obras de construção civil. O povo entusiasmado faz claque. Entretanto os “rebeldes” suspenderam a Constituição da República e fecharam o Parlamento. O Partido Socialista Árabe Baath suspendeu todas as actividades políticas porque os seus dirigentes estão a ser fuzilados ou enforcados nas gruas. No Iraque os “libertadores” fizeram o mesmo. Este partido existia em godos os países árabes. A Casa dos Brancos decidiu acabar com ele para dar lugar à Al Qaeda, o Estado Islâmico e outras prestimosas instituições especializadas em fuzilar, decapitar e enforcar. 

A democracia da Casa dos Brancos tem muitas faces. O assassino e genocida Blinken está neste momento na Jordânia tratando de manter os massacres na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria. Tudo em nome da democracia. Até António Guterres, emocionado, com um olho em Deus e outro no demente Biden, declarou que o triunfo dos terroristas da Al Qaeda e do Estado Islâmico na Síria é uma esperança para a democracia. Não consta que estivesse bêbado.

A camarilha que domina a União Europeia também pensa assim. A democracia agora vai triunfar na Síria como triunfou no Afeganistão quando Bin Laden, competente agente da CIA, assumiu o poder por intermédio dos talibãs. Ainda hoje a democracia brilha naquelas paragens. As mulheres não podem estudar nem mostrar mais do que os olhinhos. Só servem para donas de casa. Nada de modernices.

Em Moçambique as mulheres têm liberdade total. Uma delas, Lúcia Ribeiro, é a presidente da Comissão Constitucional. Cansada de tanta aldrabice e da propaganda da Casa dos Brancos mais os seus satélites, eis que resolveu esclarecer o que se passa com os resultados eleitorais. Tomem nota: O partido PODEMOS apresentou naquele tribunal , meia tonelada de papelada entre actas e editais como “provas” da sua vitória eleitoral.  Esta enxurrada de porcaria evidentemente que atrasou a validação dos resultados eleitorais. Só quando estiver tudo analisado é possível o veredicto final. Assim os terroristas ganham tempo para partir tudo!

Face à meia tonelada de porcaria, o Conselho Constitucional pediu actas e editais de sete províncias. Para confrontar os documentos oficiais com a porcaria do PODEMOS. Porque entre a papelada estão actas rasuradas ou com assinaturas falsas. Papelada em branco é aos quilos. Actas e editais onde faltam assinaturas são às centenas. 

A Veneranda Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, deu esta informação ao Povo Moçambicano: “Temos 50 técnicos analisando voto a voto para encontrarmos a verdade eleitoral”. A Lei moçambicana permite que os partidos e candidatos presidenciais apresentem recursos na fase da validação dos resultados eleitorais. E assim, não é possível validar nada sem que o processo contencioso chegue ao fim. 

Lúcia Ribeiro esclarece: “Só ainda não foram validados os resultados eleitorais porque partidos apresentaram reclamações que só podem ser resolvidas na fase da validação!” Eis o motivo do atraso na validação dos resultados eleitorais. O atraso deve-se ao partido PODEMOS que inundou o Conselho Constitucional com meia tonelada de porcaria obrigatoriamente analisada e confrontada com a realidade. Assim fica com tempo para destruir e matar.

Lúcia Ribeiro soltou a bomba, que não teve qualquer efeito nos Media que tanto falam das eleições em Moçambique: “No Conselho Constitucional não entrou qualquer reclamação dos mandatários dos candidatos à Presidência da República”. Portanto, no que diz respeito às Eleições Presidenciais, está tudo arrumado: Daniel Chapo é o presidente eleito. Ninguém reclamou. As acções terroristas de Venâncio Mondlane nada têm a ver com os resultados eleitorais mas sim com petróleo e gás. Os donos dele querem levar tudo de borla.

Mais grave ainda. Lúcia Ribeiro revelou que o partido PODEMOS quer fazer parte do Conselho Constitucional. E levar para aquele tribunal superior os jornalistas e os observadores! Por sua vez o Conselho de Estado recomendou que a Comissão Nacional de Eleições deixe de ter representação dos partidos e passe a ser uma coisa de tecnocratas. A Casa dos Brancos quer eleições mas só valem se os seus sicários e terroristas ganharem! Foi assim em Angola em 1992. Na Venezuela, Geórgia ou Roménia este ano. A festa continua.

Última hora! A Al Qaeda e o Estado Islâmico anunciaram a criação de um Conselho dos Direitos Humanos na Síria É tiro e queda!

* Jornalista

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