Romeu da Silva (Maputo) | Deutsche Welle
Presidente da FRELIMO voltou a criticar "manifestações violentas" e destacou que o partido no poder em Moçambique precisa de "desconstruir o evangelho de ódio semeado por algumas forças políticas" no país.
O Comité Central da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, está reunido na sua quarta sessão ordinária, desde esta quinta feira (03.04).
Na abertura da sessão, o presidente do partido, Daniel Chapo, disse que não tem dúvidas de que as manifestações que se têm registado no país nos últimos meses são "uma agenda externa preparada para desestabilizar e estrangular a economia do país".
Para Daniel Chapo, "as manifestações violentas, ilegais e criminosas levadas a cabo por um certo candidato derrotado e identificado devem ser matéria de análise franca e desapaixonada sobre as verdadeiras causas".
FRELIMO deve disseminar mensagem de paz
O presidente da FRELIMO acrescentou que a missão do partido, este ano, é "descer até às bases" para disseminar "uma mensagem de paz, amor, perdão, reconciliação e harmonia entre os irmãos moçambicanos, explicando a verdadeira verdade eleitoral".
"É fundamental voltar para junto das populações para desconstruir as narrativas do evangelho do ódio que foi semeadas por algumas forças políticas e que têm criado luto, dor e perdas incalculáveis de bens públicos e privados".
Chamado a comentar estas declarações,
Dércio Alfazema, analista político, diz que "a política faz-se na rua,
onde estão as pessoas, nas comunidades, nos bairros, e é para lá que a FRELIMO
deve ir. A questão é a mensagem a mensagem de paz, unidade nacional,
patriotismo para mobilizar as pessoas”.
O analista entende que não há necessidade de o partido ir às bases para
explicar que ganhou as eleições de 2024, porque, como disse, este assunto está
encerrado. Para Alfazema, a FRELIMO "deve ir desamarrar os corações face a
esse ambiente hostil que se criou, de colocar as pessoas umas contra as outras,
a situação da violência que avançou, mesmo para uma situação em que pessoas
perderam a vida pelo facto de serem membros de um partido.”
O Presidente Chapo referiu-se também à importância do compromisso para o diálogo nacional e inclusivo, aprovado pela Assembleia da República nesta quarta feira.
"Com este compromisso pretendemos que toda a nossa sociedade esteja amplamente mobilizada e engajada na restauração de uma paz efetiva e duradoira e discutirmos o processo da nossa reconciliação nacional.”
Horas extra estão a ser pagas, diz Chapo
Daniel Chapo garantiu que o pagamento das horas extra aos funcionários já está em andamento, apesar dos servidores do Estado não confirmarem esta informação.
"Algumas preocupações da sociedade e de servidores públicos começam a ser respondidas, tais como o pagamento do décimo terceiro vencimento, das horas extra, subsídio social básico para os idosos, dívida do Estado aos fornecedores de bens e serviços, entre outros".
A IV sessão do Comité Central decorre até sábado na Escola Central da Frelimo e vai analisar essencialmente assuntos de gestão interna, incluindo relatórios das estruturas do partido e a proposta do Plano de Atividades e Orçamento para 2025.
De acordo com informação da FRELIMO, a reunião vai ainda analisar a proposta do Programa Quinquenal do Governo (2025-2029) e a proposta do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado para 2025, ambas já apresentadas à Assembleia da República.
Romeu da Silva (Maputo) Correspondente da DW África
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