domingo, 22 de outubro de 2017

Ex-agente da CIA: presidentes dos EUA são marionetes nas mãos dos serviços secretos



De acordo com o especialista, Trump "gostaria de realizar uma política mais racional em relação à Rússia, mas ele não pode fazer isso devido à mídia, serviços secretos e vendedores de armas".

McGovern sublinhou na entrevista à Sputnik Alemanha que o financiamento dos serviços secretos dos EUA aumentou 3 vezes desde o 11 de setembro de 2011. Quanto às relações entre a Rússia e os EUA, a campanha sobre a alegada interferência de Moscou nas eleições presidenciais estadunidenses em 2016, lançada pela mídia norte-americana, bem como as afirmações que Trump se tornou presidente graças ao apoio da Rússia, impedem que o presidente dos EUA realize a outra política em relação à Rússia.

Nos anos 1980, Ray McGovern foi analista da CIA e especializou-se em União Soviética. Ele trabalhou na CIA durante 27 anos e acompanhou sete presidentes norte-americanos. Agora ele é um dos fundadores da organização Profissionais Veteranos da Inteligência pela Sanidade (VIPS, na sigla em inglês) que tem como objetivo denunciar o uso abusivo da informação pelos serviços secretos.

Durante a campanha eleitoral de 2016, ele esperou que a vitória de Trump pudesse contribuir para a mudança de rumo político de Washington em relação a Moscou. Entretanto, ele entendeu que o novo presidente pode ser enganado pelos serviços de inteligência e administração em Washington através de informações incorretas.

Ao mesmo tempo, ele sublinha que Donald Trump é um político imprevisível. Por exemplo, o ataque dos EUA na Síria, realizado após uma suposta utilização de armas químicas em 4 de abril na província síria de Idlib, foi lançado antes de ele receber uma informação mais detalhada sobre o assunto.

PORTUGAL | Os julgadores julgados



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Uma vaga de incêndios em circunstâncias semelhantes em Portugal e Espanha (Galiza) desencadeou diferentes reações no espaço público. Em Espanha, as autoridades autonómicas e estaduais evocaram como causa principal um "terrorismo incendiário", não especificado. Em Portugal, a opinião instalada nos grandes meios de Comunicação Social e os partidos da Oposição apontaram o dedo aos decisores políticos e operacionais agora em funções, ou seja, a pessoas concretas, mas só àquelas que não podem fugir da responsabilidade. São automaticamente ilibados todos os que ao longo de décadas geraram os obstáculos que alimentaram a tragédia. Quer em Espanha, quer em Portugal, estes mecanismos acusatórios fazem lembrar a criança que culpa a parede, em que acabou de colidir, pela dor provocada pelo choque. São sintomas de uma insanidade coletiva, que busca a todo o custo imediatos culpados, quantas vezes transformada em processos de caça às bruxas.

Existem incendiários? Existem pessoas incompetentes em cargos de responsabilidade? Em Portugal, o Governo empurrou problemas com a barriga e não teve atempada consciência da tragédia? Certamente que sim e a cada um devem ser atribuídas a responsabilização e a penalização adequadas, no seu devido tempo. O Governo pagará a fatura dos seus erros e terá de ser muito mais responsável e eficaz pois o tempo não apaga tudo. Entretanto, não se pode instrumentalizar o drama das pessoas para uma oportunista tentativa de recuperação da Direita. É legítimo que a Direita queira recuperar. Esse é, até, um desiderato já antes afirmado pelo presidente da República. Mas façam-no com dignidade.

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