quinta-feira, 3 de outubro de 2024

O Que o Acordo de Reserva Contingente Pode Fazer pelo Sul Global

Marco Fernandes* | Infobrics | # Traduzido em português do Brasil

Nos últimos dois anos, os BRICS experimentaram uma popularidade até então nunca vista em sua existência. Além da expansão realizada em 2023, a lista de países que desejam ingressar no grupo está em constante crescimento. No entanto, a expansão da adesão plena foi temporariamente suspensa, pois não há capacidade para incorporar mais países no momento. Em vez disso, está sendo discutida a criação da categoria de “países parceiros”, uma solução semelhante aos “observadores” na Organização de Cooperação de Xangai. Por um lado, a popularidade dos BRICS mostra rachaduras na hegemonia das potências ocidentais, uma hegemonia que foi corroída pela guerra na Ucrânia, as milhares de sanções impostas aos países do Sul Global e o apoio incondicional ao massacre do povo palestino. Por outro lado, essa popularidade recém-descoberta aumenta a pressão para que os BRICS, nos próximos anos, apresentem alternativas concretas às demandas mais urgentes do Sul Global, como desenvolvimento econômico, enfrentamento das crises climática e ambiental e combate à pobreza e à desigualdade.

Ao lidar e resolver algumas das demandas exigentes do Sul Global, acredito que há um potencial inexplorado no Contingent Reserve Arrangement (CRA) criado pelos BRICS. Com o apoio dos chefes de estado dos países-membros, decisões políticas poderiam ser tomadas sobre o CRA que podem fornecer uma resolução de curto prazo para uma questão econômica atualmente urgente em muitos países.

Violadores Atacam na Imprensa -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As urnas encerraram no dia 30 de Outubro de 1992, nas primeiras eleições multipartidárias. O Jornal de Angola afirma hoje que “estas foram as primeiras da História de Angola, desde a Independência Nacional”. Cuidado com as aldrabices. Antes dessa data e do Acordo de Bicesse já se realizavam eleições, no âmbito da democracia popular e do socialismo. Como é público e notório, a liberdade de imprensa é tão ampla que até um jornal público pode mentir e manipular à vontade. Fica provado que há uma gritante falta de jornalistas.

Angola já existia antes do Acordo de Bicesse e era uma República Popular. Até 1980, o poder legislativo era exercido pelo Conselho da Revolução, constituído por membros eleitos. Depois nasceu a Assembleia do Povo com 213 deputados eleitos, 19 eram mulheres. Todas as províncias elegiam deputados em função do número de habitantes. 

A Assembleia do Povo tinha reuniões plenárias, uma Comissão Permanente, constituída por 25 membros, incluindo o presidente e dois secretários. Mais 11 Comissões de Trabalho constituídas por 20 membros cada.

O texto do Jornal de Angola hoje publicado, assinado por Faustino Henrique, funcionário da embaixada dos EUA, tem mais uma imprecisão grave, que chega às fronteiras da falsificação. O candidato presidencial José Eduardo dos Santos teve 49,57 por cento dos votos. Ficou a apenas 43 décimas de ser eleito Presidente da República, logo na primeira volta (50 por cento mais um voto). 

O jornal do sector público da comunicação social diz que José Eduardo dos Santos teve 49 por cento. Atenção! Ficar a um por cento da eleição ou a 43 décimas, é diferente. A marca distintiva do Jornalismo é o rigor. A propaganda da CIA é que dispensa os critérios que suportam os conteúdos das mensagens informativas: Rigor, Actualidade, Imparcialidade, Verdade dos Factos.

Mais manipulação e falta de rigor. O texto afirma que “o MPLA, partido no poder, venceu ambas as eleições, mas oito partidos da oposição, em particular a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de Jonas Malheiro Savimbi, rejeitaram os resultados com a alegação de fraude”. 

Mortos de Primeira e Mártires -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No dia 16 de Janeiro de 1991, às três da manhã, os vidros das portas-janelas do meu quarto no Hotel Al Rasheed, Bagdade, foram pulverizados. Fui à varanda e vi que caíam bombas sobre a capital do Iraque em toda a sua extensão. 

Os bombardeamentos incessantes obrigaram-me a procurar o refúgio da unidade hoteleira. Estava cheio de funcionários mais os poucos hóspedes que não abandonaram o Iraque no dia anterior. Tinha começado a Guerra do Golfo. 

De manhã fui com os jornalistas Jorge Uribe e Zurita Reys ver os estragos dos bombardeamentos. A Bagdade das Mil e Uma Noites foi gravemente atingida. Um bairro residencial moderno estava completamente arrasado. Os sobreviventes choravam seus mortos, feitos em pedaços ou soterrados nos escombros dos prédios e moradias. Ali viviam cinco mil pessoas. Poucas dezenas sobreviveram. O ocidente alargado matou e houve aplausos desde Lisboa até Helsínquia. O Comandante Yasser Arafat disse-me que a coligação agressora ia ganhar a guerra mas perdia para sempre a paz. 

O atentado contra as Torres Gémeas em Nova Iorque, no dia 11 de Setembro de 2002, causou 2.977 mortos. Este número incluiu os 19 guerrilheiros que desviaram quatro aviões e os 265 passageiros a bordo. Foi o primeiro aviso de que o ocidente tinha perdido a paz para sempre. 

Os cinco mil mortos naquela madrugada de Bagdade não comoveram o mundo, só a mim. Os 2.977 mortos das Torres Gémeas suscitaram um clamor de vingança. Manifestações assustadoras de barbárie. Os Media propalaram que aquele foi o dia que mudou o mundo. Pelos vistos só eu percebi que os cinco mil mortos num bairro residencial de Bagdade começaram a ser vingados. Desde então, de vingança em vingança, há um cortejo de mortos, sobretudo crianças. Joe Biden diz que isso é justiça. O outro lado fala de libertação da Palestina ocupada. De um lado genocidas, do outro martírio e orgulho nos martirizados.

Portugal | O ORÇAMENTO INTERESSA AOS TRABALHADORES?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

A discussão política dos últimos tempos em torno do Orçamento do Estado é uma ilustração exemplar da desproporção de forças que existe na sociedade portuguesa. A discórdia entre PS e PSD que pode vir a inviabilizar a aprovação (desconfio que chegarão a acordo, mas já não aposto nisso...) no Parlamento do documento para 2025 centra-se numa única questão: redução de impostos.

Redução de impostos para as empresas através do IRC e uma mudança no chamado IRS Jovem que, na prática, feitas as contas, dá uma redução de impostos para quem, com menos de 35 anos, trabalhe e ganhe mais de 1500 euros mensais.

Claro que a discussão sobre o mérito ou demérito destas ideias de Luís Montenegro é pertinente e tem contornos de separação ideológica: por um lado, os efeitos na vida real e nas contas do Estado devem ser detalhadamente escrutinados (e esse debate não tem faltado), por outro lado, basear uma política económica quase exclusivamente em medidas de redução fiscal é uma velha receita da direita economicamente liberal, cujo escrutínio a história tem comprovado que pode, se tudo correr bem, dar crescimento económico mas não dá, efetivamente, distribuição da riqueza criada  (e esse debate não está a ser feito).

O escrutínio aos efeitos concretos da proposta para o IRS Jovem mostra uma grande maioria de comentadores, consultoras, empresários, académicos, jornalistas e políticos que a acham, simplesmente, errada. 

AFINAL ELES CONTINUAM A SER DONOS DISTO TUDO E DE PORTUGAL*


Tribunal deixa cair 11 crimes do caso BES, entre eles três de Salgado

O julgamento do processo BES/GES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, em Lisboa.

O Juízo Central Criminal de Lisboa deixou cair 11 crimes do processo BES/GES, entre eles três imputados a Ricardo Salgado, avançou o Observador, esta quinta-feira.

Em causa estão um crime de falsificação referente a um documento entre o fim de 2013 e o início de 2014 com declaração imputada ao governo da entidade Fonden, outro de falsificação de um contrato entre a sociedade ES Tourism Europe e outra entidade, e um de infidelidade, por uso do BES em dezembro de 2013 em operações com o BES Londres, disse a agência Lusa.

O levantamento dos crimes em risco de prescrição feito recentemente pelo Ministério Público (MP) indica ainda que Salgado pode ver cair em 24 de novembro mais um crime de falsificação e outros dois no final de dezembro. Já no primeiro trimestre de 2025, prescrevem, em janeiro, mais três crimes de falsificação de documento, um de infidelidade no final de fevereiro e outros três de infidelidade até 28 de março.

O despacho da magistrada Helena Susano declara ainda a prescrição de três crimes (dois de falsificação e um de infidelidade) de Francisco Machado da Cruz, de um crime de infidelidade relativamente ao ex-administrador Morais Pires, a Pedro Góis Pinto, a Etienne Cadosch e a Michel Creton, além de um crime de falsificação de documento de Paulo Nacif Jorge, que não irá a julgamento, uma vez que este era o único crime que lhe era imputado.

No entanto, há vários arguidos no processo também denominado Universo Espírito Santo com mais crimes a prescrever até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente Francisco Machado da Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno Escudeiro.

Recorde-se que o julgamento do processo BES/GES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, em Lisboa, segundo um despacho da juíza Helena Susano.

O julgamento do processo-crime Universo Espírito Santo arrancará mais de uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014, e tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o MP, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Global Imagens

* Titulo PG

Portugal | CHAMEM OS BOMBEIROS


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Sigam o Rasto do Dinheiro -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Procuradoria-Geral da República pediu às autoridades portuguesas que “recuperassem” a EFACEC porque a empresária Isabel dos Santos comprou-a com dinheiro desviado do Estado Angolano. No ano de 2019, ainda sob gestão da proprietária, a empresa facturava 355 milhões de euros e tinha em carteira quase 400 milhões. 

No seguimento da “recuperação” foram ver e afinal a empresária Isabel dos Santos comprou a EFACEC com empréstimos bancários. Quatro anos depois a empresa está de rastos e o Estado Português ficou com um rombo de 500 milhões de euros. Depois deste fiasco, vai ser difícil Portugal confiar nas autoridades judiciais angolanas.

Os fundos ilegais de cidadãos angolanos depositados no estrangeiro só são restituídos quando não existir a mínima dúvida quanto à sua origem. E mesmo assim vai ser difícil mandar milhões para Luanda, que fazem tanta falta aos falidos países do ocidente alargado e seus paraísos fiscais. Luanda pede que sigam o rasto do dinheiro mas ninguém vai nisso. O kumbu faz-lhes imensa falta.

Os Media nacionais e estrangeiros deram grande destaque à decisão de três juízes num Tribunal de Londres, que recusaram descongelar mais de 600 milhões de euros da empresária Isabel dos Santos. Mas ninguém vai repetir a aventura da EFACEC. E o dinheiro faz falta aos ingleses para fazerem figura de grandes senhores da alta finança. A vida está difícil para todos.

O Presidente João Lourenço no seu discurso na Assembleia-Geral da ONU disse que na “recuperação de activos” Angola teve dois casos de sucesso, graças à cooperação das autoridades do Reino Unido. Elogios merecidos. Londres, em 1974 e 1975, mandou-nos mercenários que se divertiam a matar angolanos.

Angola | Violadores Atacam na Imprensa -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

As urnas encerraram no dia 30 de Outubro de 1992, nas primeiras eleições multipartidárias. O Jornal de Angola afirma hoje que “estas foram as primeiras da História de Angola, desde a Independência Nacional”. Cuidado com as aldrabices. Antes dessa data e do Acordo de Bicesse já se realizavam eleições, no âmbito da democracia popular e do socialismo. Como é público e notório, a liberdade de imprensa é tão ampla que até um jornal público pode mentir e manipular à vontade. Fica provado que há uma gritante falta de jornalistas.

Angola já existia antes do Acordo de Bicesse e era uma República Popular. Até 1980, o poder legislativo era exercido pelo Conselho da Revolução, constituído por membros eleitos. Depois nasceu a Assembleia do Povo com 213 deputados eleitos, 19 eram mulheres. Todas as províncias elegiam deputados em função do número de habitantes. 

A Assembleia do Povo tinha reuniões plenárias, uma Comissão Permanente, constituída por 25 membros, incluindo o presidente e dois secretários. Mais 11 Comissões de Trabalho constituídas por 20 membros cada.

O texto do Jornal de Angola hoje publicado, assinado por Faustino Henrique, funcionário da embaixada dos EUA, tem mais uma imprecisão grave, que chega às fronteiras da falsificação. O candidato presidencial José Eduardo dos Santos teve 49,57 por cento dos votos. Ficou a apenas 43 décimas de ser eleito Presidente da República, logo na primeira volta (50 por cento mais um voto). 

O jornal do sector público da comunicação social diz que José Eduardo dos Santos teve 49 por cento. Atenção! Ficar a um por cento da eleição ou a 43 décimas, é diferente. A marca distintiva do Jornalismo é o rigor. A propaganda da CIA é que dispensa os critérios que suportam os conteúdos das mensagens informativas: Rigor, Actualidade, Imparcialidade, Verdade dos Factos.

Mais manipulação e falta de rigor. O texto afirma que “o MPLA, partido no poder, venceu ambas as eleições, mas oito partidos da oposição, em particular a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de Jonas Malheiro Savimbi, rejeitaram os resultados com a alegação de fraude”.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Poeira da Pulga às Costas do Elefante -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Irão tem 90 milhões de habitantes e 1.648.000 quilómetros quadrados. Israel tem menos de dez milhões de habitantes e 22.000 quilómetros quadrados, embora os nazis de Telavive sonhem anexar a Palestina, o Líbano, a Síria e tudo o que mexa no Médio Oriente. 

O Irão é a velha Pérsia e parte da velhíssima Suméria que nasceu 5.000 anos antes de Cristo. Os sumérios inventaram a roda. Começaram a escrever 3.500 anos antes de Cristo. Iraque e Irão continuam sob a mira do estado terrorista mais perigoso do mundo. A Casa dos Brancos quer destruir o berço da dita civilização ocidental. Querem fazer passar a ideia que antes dos EUA, o mundo não existia. Antes de 2017 Angola também não.

Israel nasceu numa noite de bebedeira entre franceses e britânicos, com vinho tinto e uísque, no final da II Guerra Mundial, 14 de Maio de 1948. Até eu sou mais velho, mas com e muito mais esperança de vida. Os vapores etílicos levaram à confusão entre nacionalidade e religião. Quem é contra o sionismo os judeus. Quem é contra os nazis de Telavive é “anti-semita”. Quem compara o governo de Telavive ao governo de Hitler contra os judeus Os nazis de Telavive acabam de proibir a entrada do secretário-geral da ONU, António Guterres, em Israel. Por não alinhar com o nazismo e o apartheid. A pulga viaja à boleia do elefante (EUA) e diz que ambos estão a levantar muita poeira!

A Imprensa nasceu como a mais forte componente da Liberdade de Expressão n o advento do Liberalismo. Os primeiros jornais eram espaços de Liberdade. Os jornalistas eram ao mesmo tempo operários gráficos e ardinas! O Jornalismo tinha uma fortíssima componente doutrinária. Foi assim que nasceu a ideia da Autonomia e Independência de Angola. Graças ao Jornalismo Angolano, designado Imprensa Livre, em oposição ao Boletim Oficial do governador. Pela Autonomia. Pela República. Antero de Quental serviu nas trincheiras do Jornalismo Doutrinário e foi o arauto do Socialismo.

Um dia os conselhos de administração decidiram que a publicidade estava para a vida dos jornais como o vapor estava para as máquinas. Angola resistiu à comercialização da notícia até ao primeiro quartel do Século XX. Mas a Imprensa Livre também sucumbiu com o nascimento do Jornalismo Industrial, cujo marco é o nosso Jornal de Angola, nascido “Província de Angola”, em 16 de agosto de 1923. 

A notícia passou a ser uma mercadoria e os jornalistas empregados de balcão. Assalariados de abastados comerciantes, João Martins do Ambriz, Farinha Leitão de Luanda, João Feliciano Pederneira, Pungo Andongo, Feliciano da Silva Oliveira, Cambambe e muitos outros. Cavalheiros da indústria como Jacinto Ferreira da Cruz (FTU) ou banqueiros que só chegaram a Angola em meados do Século XX como Cupertino de Miranda (Banco Comercial de Angola), Manoel Vinhas e António Champalimaud, também industriais. Vinhas era o dono da revista “Notícia” e Champalimaud do diário “O Comércio”.

As notícias são mercadoria. A saúde é mercadoria. A Educação é mercadoria. A Habitação é mercadoria. O sistema começou de mansinho, comercializando o direito a informar, informar-se e ser informado. Depois avançou e confiscaram-nos todos os direitos fundamentais. Para ninguém dar por isso, puseram a circular que o importante é lutar pelos “direitos humanos” em abstrato. Em Angola isso significa estar com os sicários da UNITA! Mas ficam de fora os direitos que dão sentido e espessura à Liberdade: Pão, Paz, Saúde, Educação, Trabalho com Salário Digno, Habitação. 

Uma grande amiga criticou-me por estar contra a visita de Joe Biden a Angola. E diz, com toda a razão, que o Presidente José Eduardo dos Santos teve relações estreitas com todos os presidentes dos EUA enquanto esteve no poder.

Angola deve ter as portas abertas a todos os países do mundo e seus mandatários. Disso não há qualquer dúvida. No dia 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto disse na Proclamação da Independência Nacional que a República Popular de Angola ia desenvolver relações amistosas com todos os países do mundo. Declarou o Não Alinhamento em relação aos blocos existentes. A diplomacia angolana estabeleceu contactos bem-sucedidos com a Administração Carter.

Até ao genocídio na Palestina, executado pelos nazis de Telavive, Israel era o sargento mauzão do estado terrorista mais perigoso do mundo no Médio Oriente. Há um ano tudo se inverteu. O sargento está na Casa dos Brancos e quem manda são os nazis de Telavive. Quem está a exterminar palestinos, libaneses e sírios são Joe Biden, Blinken e Austin. Este trio assassino já matou na Faixa de Gaza, corpos contados, 49.000 seres humanos dos quais mais de 20.000 crianças. O genocida Biden não pode pôr os pés em Angola. Porque se o fizer, João Lourenço é conivente com o genocídio em marcha na Palestina.

Logo nos primeiros dias da Independência Nacional acompanhei às instalações do Malongo, em Cabinda, uma delegação constituída pelo Presidente Agostinho Neto e o ministro Carlos Rocha (Dilolwa). Os dirigentes angolanos conferenciaram longamente com a administração da Cabinda Gulf. Um sector maioritário do MPLA queria que os norte-americanos fossem expulsos, dada a posição dos EUA durante a Guerra Colonial e na Guerra de Transição depois do 25 de Abril de 1974. Neto e Dilolwa pensavam o contrário. Eles tinham que ficar e pagar o Orçamento Geral do Estado. E assim aconteceu.

O genocida Joe Biden não pode pôr os pés em Angola. Porque é assassino de mulheres e crianças na Palestina, Líbano e Síria. Porque foi dado como demente senil pelo Partido Democrata e por isso impedido de ser candidato à Presidência dos EUA. Porque está a poucos dias do final do mandato e vai a Luanda apenas sujar o nome dos angolanos. 

A esperança de vida em Angola é de 61 anos. Já foi mais baixa. Subiu mas tudo leva a crer que esteja de novo a descer. Quem está na casa dos 60 anos, mais hora menos hora, embarca. A não ser que tenha a sorte de viver duas décadas de borla como eu. Obrigado à vida que me tem dado tanto!

A Venezuela propôs uma conferência internacional parlamentar contra o fascismo. Os nazis começam a ter menos margem de manobra. Mas na Europa continuam a ganhar eleições! Vejam o que aconteceu na Áustria. Os fascistas em Angola estão abrigados na UNITA e  na sua “frente patriótica unida”. Nas eleições de 2027 os eleitores têm que mandá-los para o caixote do lixo da História.

* Jornalista

A sangue-frio | O que querem os sapadores? | Borlas de 260 milhões | FMI questiona IRS Jovem


Pedro Candeias, editor-executivo | Expresso (diário)

Cara leitora, caro leitor

Nesta quarta-feira, 2 de outubro de 2024, temos os protestos dos bombeiros sapadores, três mortes por explicar, os avisos do FMI ao Governo, uma borla milionária e reminiscências de uma guerra analógica. Tenha um ótimo fim de tarde, apesar da chuva. Regressamos amanhã.

1. Os degraus

Faz parte destes movimentos inorgânicos: os bombeiros sapadores surgiram como uma imensa mancha fardada a negro, pontuada por tochas e agulhas de fumo, cruzando uma artéria de Lisboa até chegar à escadaria da Assembleia da República. Aqueles homens e mulheres passaram as barreiras, subiram os degraus e protestaram. A imagem, goste-se ou não, é fortíssima e resulta. O Amadeu Araújo tenta explicar tudo neste artigo: quem é que organizou este protesto e o que pretende? Quanto ganha um bombeiro sapador? Como é que as várias corporações se organizam? E vão voltar à rua depois da promessa da ministra da Administração Interna?

2. A sangue-frio

Três pessoas morreram depois de baleadas dentro de um barbeiro na zona da Penha de França, em Lisboa. Os suspeitos puseram-se em fuga e estão a monte, as explicações para um caso desta complexidade ainda estão por apurar, escreve o Rui Gustavo.

3. Os avisos do FMI

O último relatório do Fundo Monetário Internacional levanta alguns pequenos alertas relativamente à economia portuguesa. Em primeiro lugar, faz uma previsão de crescimento em baixa; depois, recupera o envelhecimento da população, o fraco investimento e produtividade modesta. E também lança uma anátema sobre a proposta do IRS jovem do Governo da AD: “Levanta problemas de equidade”, reporta o Gonçalo Almeida.

4. Ore, borlas

Um documento do Tribunal de Contas relata que houve 50 residentes não habituais em Portugal que tiveram uma ‘borla’ de mais de 260 milhões de euros em IRS em 2023. O TdC acusa o Fisco português de tratamento desigual entre contribuintes, descreve o Pedro Carreira Garcia.

5. Uma guerra analógica

Nestas duas guerras que tornaram o mundo um lugar mais perigoso, temos assistido a episódios que nos fazem recuar anos: descobrimos que o Hezbollah usa walkie-talkies e pagers, e que os russos comunicam também por Código Morse. No tempo da ultradigitalização e da sofisticação tecnológica, estes engenhos e estratégias do passado oferecem pistas para outro tipo de análises. O Hélder Gomes especifica-as.

Em Destaque

Sociedade

Bombeiros no Parlamento: como nasceu o protesto? O que é o SNBS? Quem paga aos sapadores? E vão voltar à rua?

Segurança

Três pessoas mortas a tiro em rua de Lisboa, suspeitos estão em fuga e PJ já está a investigar

Opinião

Clara Ferreira Alves

O que não se pode dizer nem escrever

Daniel Oliveira

Israel: nunca a liberdade de um corrupto custou tantas vidas

Henrique Raposo

Se tudo é racismo, nada é racismo

Ler/Ver mais em Expresso

Assange: 'Minha ingenuidade era acreditar na lei'

Leia todos os comentários de Julian Assange, incluindo perguntas e respostas, em Estrasburgo na terça-feira de manhã, sobre o acordo judicial, WikiLeaks trabalho, a Lei de Espionagem, a retaliação da CIA e muito mais.

Discurso de Julian Assange na terça-feira de manhã perante a Comissão dos Assuntos Jurídicos e dos Direitos Humanos da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE), Atualizada para incluir as respostas de Assange durante a sessão de perguntas e respostas:

Julian Assange | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Ladies e senhores, a transição de anos de confinamento em uma prisão de segurança máxima para estar aqui diante dos representantes de 46 nações e 700 milhões de pessoas é uma mudança profunda e surreal. A experiência de isolamento por anos em uma pequena cela é difícil de transmitir. Ela tira um senso de identidade, deixando apenas a essência crua da existência.

Ainda não estou totalmente equipado para falar sobre o que suportei. A luta implacável para permanecer vivo, tanto física quanto mentalmente. Nem posso falar ainda sobre a morte por enforcamento, assassinato e negligência médica de meus companheiros prisioneiros.

Peço desculpas antecipadamente se minhas palavras vacilarem, ou se minha apresentação não tiver o polimento que você esperaria de um fórum tão distinto. O isolamento cobrou seu preço. Que estou tentando descontrair. E me expressar neste cenário é um desafio. No entanto, a gravidade desta ocasião e o peso das questões em questão me obrigam a deixar de lado minhas reservas e falar diretamente com você.

Viajei muito, literal e figurativamente, para estar diante de vocês hoje. Antes de nossa discussão ou de responder a quaisquer perguntas que vocês possam ter. Gostaria de agradecer à PACE por sua resolução de 2020, que declarou que minha prisão estabeleceu um precedente perigoso para jornalistas. Notei que o Relator Especial da ONU sobre tortura pediu minha libertação. Também sou grato pela declaração da PACE de 2021, expressando preocupação com relatos confiáveis ​​de que autoridades dos EUA discutiram meu assassinato novamente, pedindo minha libertação imediata, e elogio o Comitê de Assuntos Jurídicos e Direitos Humanos por comissionar um relator renomado.

Mais cedo, começarei a investigar as circunstâncias que cercam minha detenção e condenação, e as implicações consequentes para os direitos humanos. No entanto, como muitos dos esforços feitos no meu caso, fossem eles de parlamentares, presidentes, primeiros-ministros, o papa, oficiais da ONU e diplomatas, sindicatos, profissionais jurídicos e médicos, acadêmicos, ativistas ou cidadãos, nenhum deles deveria ter sido necessário.

Nenhuma das declarações, resoluções, relatórios, filmes, artigos, eventos, arrecadações de fundos, protestos e cartas dos últimos 14 anos deveria ter sido necessária. Mas todos eles foram necessários porque, sem eles, eu nunca teria visto a luz do dia. Esse esforço global sem precedentes foi necessário porque as proteções legais das proteções legais que existiam, muitas existiam apenas no papel quando não eram efetivas em nenhum momento remotamente razoável.

Sobre o acordo judicial

Acabei escolhendo a liberdade em vez de uma justiça realizável. Depois de ficar detido por anos e enfrentar uma sentença de 175 anos sem nenhuma solução efetiva. A justiça para mim agora está impedida, pois o governo dos EUA insistiu em escrever em seu acordo de confissão de culpa que eu não posso entrar com um caso no Tribunal Europeu de Direitos Humanos ou mesmo no pedido do Freedom of Information Act sobre o que ele fez comigo como resultado de seu pedido de extradição.

Quero ser totalmente claro. Não estou livre hoje porque o sistema funcionou. Estou livre hoje depois de anos de prisão porque me declarei culpado de jornalismo. Me declarei culpado de buscar informações de uma fonte. Me declarei culpado de obter informações de uma fonte. E me declarei culpado de informar ao público quais eram essas informações. Não me declarei culpado de mais nada.

Espero que meu testemunho hoje possa servir para destacar a fraqueza, as fraquezas das salvaguardas existentes e para ajudar aqueles cujos casos são menos visíveis, mas que são igualmente vulneráveis. Conforme emerjo do calabouço de Belmarsh, a verdade agora parece menos discernível, e lamento quanto terreno foi perdido durante esse período de tempo. Como expressar a verdade foi minado, atacado, enfraquecido e diminuído.

Vejo mais impunidade, mais segredo, mais retaliação por dizer a verdade e mais autocensura. É difícil não traçar uma linha entre o processo do governo dos EUA contra mim. É cruzar. Cruzar o Rubicão ao criminalizar internacionalmente o jornalismo para o verdadeiro clima para a liberdade de expressão que existe agora.

Enfraquecimento do Irão e Hezbollah é parte de um projeto amplo entre Israel e os EUA

Oleg Burunov | análise, opinião | Sputnik Globe | # Traduzido em português do Brasil

Tel Aviv descreveu anteriormente a incursão militar israelense no sul do Líbano como limitada em escopo, alegando que não haverá "ocupação de longo prazo".

Comentando sobre o início recentemente anunciado por Israel de seus "ataques direcionados" no sul do Líbano, o Dr. Lorenzo Trombetta , analista sênior baseado em Roma e consultor da ONU para o Oriente Médio, disse à Sputnik que esses ataques são apenas medidas preparatórias antes de uma ofensiva militar mais ampla no solo.

"Nesse sentido, Israel está servindo aos propósitos dos EUA. É por isso que todas as operações israelenses no solo estão influenciando o equilíbrio de poder no Líbano e tentando mudar a equação de poder lá. Enfraquecer não apenas o Irã, mas principalmente o Hezbollah, é parte do projeto israelense-americano mais amplo", destacou Trombetta.

O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca disse anteriormente que o presidente Joe Biden havia ordenado que os militares dos EUA ajudassem Israel a abater mísseis iranianos que tinham como alvo o estado judeu.

"A presença militar dos EUA aumentou no Oriente Médio, principalmente em direção ao Irã, para ameaçá-lo e enviar uma mensagem clara a Teerã e seus aliados", disse o analista. Ele sugeriu que os EUA não mudarão sua política para o Oriente Médio e continuarão "a administrar o equilíbrio de poder do seu lado, ficando no banco de trás e apoiando claramente Israel e seus outros aliados".

Enquanto isso, o exército israelense retomou os ataques aéreos contra o Hezbollah no Líbano, horas depois de o Irã ter lançado um ataque massivo com mísseis contra Israel em resposta aos seus "atos agressivos" contra os aliados de Teerã, incluindo o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Enquanto Tel Aviv argumentou que a maioria dos mísseis foi interceptada pelas defesas aéreas israelenses, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã sustentou que 90% dos projéteis atingiram seus alvos.

* Oleg Burunov é um correspondente que trabalha na Sputnik desde 2015 e é especialista em relações exteriores e defesa.

Ler/Ver em Sputnik Globe:

O que se sabe sobre o ataque com mísseis do Irã contra Israel?

Rússia venceu a batalha pela fortaleza de Ugledar – com vídeo


South Front | # Traduzido em português do Brasil

O exército ucraniano está sofrendo uma derrota pesada após a outra. O exército russo está atacando a retaguarda ucraniana com ataques de precisão devastadores e esmagando unidades ucranianas nos campos de batalha.

O mês de outubro começou com outra onda de ataques russos pela Ucrânia que continuam diariamente nas últimas semanas. Ataques foram registrados nas regiões de Poltava, Cherkassy, ​​Kirovograd e Mykolaiv. Esconderijos de reservas ucranianas foram atacados nas regiões de fronteira de Sumy e Kharkiv.

O Tornado-S MLRS russo atingiu a estação ferroviária em Udachnoe, localizada perto de Pokrovsk. Esta é pelo menos a terceira estação ferroviária que sofreu ataque russo nos últimos dias. Como resultado dos ataques, três tanques de combustível diesel pegaram fogo. Além disso, pelo menos quatro caminhões de combustível foram supostamente destruídos. O combustível supostamente abastecia a 72ª brigada das Forças Armadas da Ucrânia. Esta unidade está atualmente tentando reforçar as linhas defensivas na área de Bogoyavlenka, a noroeste de Ugledar. Como resultado do ataque, o incêndio causou destruição significativa da infraestrutura ferroviária e do escalão militar.

No dia anterior, outro escalão militar sofreu ataques russos na região de Mykolaiv. 12 transportes com munição, incluindo aqueles fornecidos pela OTAN, foram destruídos.

Também foi revelado que em 30 de setembro, forças russas lançaram ataques devastadores contra o comando militar ucraniano na região de Kherson.

O comando da 37ª Brigada de Fuzileiros Navais do Corpo de Fuzileiros Navais Ucraniano chegou à vila de Velika Alexandrivka. Cerca de 70 oficiais ucranianos se reuniram no prédio da antiga escola para realizar uma reunião que foi interrompida por um ataque de precisão de mísseis russos Iskander. Os militares ucranianos sofreram pesadas perdas de cerca de 60 pessoas mortas e feridas, incluindo dezenas de oficiais.

Em resposta, as Forças Armadas da Ucrânia tentaram ataques com mísseis da OTAN na cidade de Luhansk, mas falharam. As forças de defesa aérea russas destruíram pelo menos 2 mísseis ATACMS perto da capital da LPR.

Mais provocações ucranianas são esperadas nos próximos dias porque Kiev é novamente forçada a esconder outra derrota estratégica. A batalha pela fortaleza de Ugledar chegou ao fim com uma vitória russa.

Em 1º de outubro, as forças russas libertaram a cidade. Bandeiras russas estão tremulando no centro, sul, oeste e nos arredores da cidade. Depois que a cidade ficou sob controle russo, o comando ucraniano permitiu que a guarnição destruída se retirasse, mas é tarde demais. As operações de limpeza começam.

A libertação de Ugledar é um importante sucesso estratégico para o exército russo e uma das principais vitórias na campanha de 2024. As batalhas na área duraram mais de dois anos, mas o ataque final terminou em uma semana.

SouthFront: Analysis and Intelligence -- AGORA hospedado em southfront.press

Anteriormente, SouthFront: Analysis and Intelligence estava em southfront.org.
O nome de domínio .org foi bloqueado pelos EUA (OTAN) ( https://southfront.press/southfront-org-blocked-by-us-controlled-global-internet-supervisor/ ) globalmente, proibido e sem nenhuma explicação
Antes disso, de 2013 a 2015, SouthFront: Analysis and Intelligence estava em southfront.com

SOUTHFRONT.PRESS

Ler/Ver em South Front:

Mais um mês de ofensiva ucraniana termina com avanço russo

Putin supera os sonhos de escalada de Kiev com carta nuclear

Novas Frentes Começam a Se Mover na Ucrânia

Ucrânia paga por erros estratégicos

Como o Ocidente está errado ao excluir a Rússia do memorial de Auschwitz


Ian Proud* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

É hora, mais uma vez, de nos unirmos e conversarmos, por mais difícil que seja, para buscar a paz e a reconciliação.

Em 27 de janeiro de 2025, pelo terceiro ano consecutivo, a Rússia não será convidada para a comemoração anual da libertação do campo de concentração de Auschwitz. Isso ocorreu após uma decisão do diretor do museu do campo, Piotr Cywinski, interessado em sinalizar virtude após a eclosão da guerra na Ucrânia. No esquema maior, isso se encaixa em um padrão agora estabelecido de cancelar a Rússia no cenário internacional.

Essa rejeição em particular se torna mais significativa por causa do papel da Rússia na libertação de Auschwitz. Em 27 de janeiro de 1945, soldados da 332ª Divisão de Rifles do Exército Vermelho chegaram ao campo de concentração nazista perto da cidade polonesa de Oświęcim ou, para usar o germânico, Auschwitz. Lá, 7.000 prisioneiros emaciados, a maioria pessoas de meia-idade e crianças doentes demais para andar, permaneceram das 1,3 milhões de pessoas que passaram pelos portões, para nunca mais retornar.

1,1 milhão de pessoas completamente inocentes – a maioria judeus – morreram, a maioria em câmaras de gás, talvez o crime mais hediondo contra a humanidade já cometido na história moderna. Qualquer um que alegue ser um diplomata deve trabalhar noite e dia para evitar a possibilidade desse tipo de genocídio ou perda de vidas em uma guerra dessa escala, acontecer novamente. É totalmente repreensível.

Portanto, é uma ironia, na minha opinião, que eventos como o memorial de Auschwitz nos lembrem do custo do ódio descontrolado à humanidade em tempos de guerra. E, ainda assim, as potências ocidentais que apoiam a exclusão da Rússia do memorial de Auschwitz, aparentemente em protesto à guerra na Ucrânia, são voluntariamente cúmplices da continuação dessa guerra.

Isso não só cheira aos mais inacreditáveis ​​padrões duplos. Isso levanta questões sobre onde a política de cancelamento se encaixa como uma ferramenta de política externa.

Integração regional ganha apoio em todo o Sul global

Yaroslav Lissovolik* | InfoBrics | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Em períodos recentes, pesquisas de opinião regionais em diferentes partes do Sul Global sugerem que parece haver um apoio crescente à cooperação econômica regional e à integração regional. Uma olhada nas pesquisas de opinião conduzidas em todas as principais partes do mundo em desenvolvimento – América Latina, África, Ásia – revela um nível relativamente alto de apoio à integração regional, mesmo que a forma atual da construção da governança global seja cada vez mais posta em dúvida. A seguir, examinamos as principais pesquisas conduzidas na América Latina, África e Ásia sobre o apoio da população e dos círculos empresariais às iniciativas de integração regional e às organizações regionais.

Na América Latina, um novo estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (INTAL) do Setor de Integração e Comércio do BID) em parceria com a empresa Latinobarómetro mostrou que 79% dos latino-americanos apoiam a integração de seu país com outros países latino-americanos, o nível mais alto desde que esses dados começaram a ser coletados.

O estudo também revela que níveis mais altos de educação estão associados a um maior apoio à integração regional – o apoio à integração regional atingiu 87% entre os entrevistados com educação universitária completa. Atitudes positivas em relação à integração econômica são maiores entre os entrevistados mais jovens, que por sua vez dão maior importância às oportunidades fornecidas pela integração para estudar ou trabalhar no exterior.

Para um total de 61% dos entrevistados, a pergunta “O que significa integração regional?” foi associada a mais emprego, para 56% a mais tecnologia, para 52% a salários mais altos, para 50% a oportunidades de estudo ou trabalho em outros países, para 46% ao acesso a uma maior variedade de produtos e para 40% ao acesso a bens mais baratos.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA


Como os ricos ficam cada vez mais ricos.

AUSTRIA: PORQUE OS NEOFASCISTAS VENCERAM AS ELEIÇÕES

No país de imigração mais intensa da Europa, ajuste fiscal produziu recessão, crise nos serviços públicos e desencanto. Apegados aos dogmas econômicos, liberais seguem incapazes de mudar de rumo. Partidos vitoriosos não têm alternativa

Michael Roberts* | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins | # Publicado em português do Brasil

No domingo, a Áustria elegeu o seu parlamento. Os 183 membros do Conselho Nacional são escolhidos por representação proporcional de lista aberta em três níveis: uma única circunscrição nacional, nove circunscrições baseadas nos estados federais e 39 circunscrições regionais. As cadeiras são distribuídos para as circunscrições regionais com base nos resultados do censo mais recente. Para que os partidos recebam alguma representação no Conselho Nacional, eles devem vencer pelo menos uma cadeira diretamente em uma circunscrição ou superar o limite eleitoral nacional de 4%. Cerca de 6,3 milhões de austríacos adultos podem votar.

Eis os resultados: o Partido da Liberdade (FPÖ), neofascista e fundado nos anos 1950 por ex-oficiais da SS, foi o mais votado, com 28,9% dos votos (57 cadeiras), pouco acima do Partido do Povo (ÖVP), que teve 26,3% (51 cadeiras), hoje o sócio maior da coalizão no poder, formada também pelos Verdes. Os social-democratas (SPO) ficram em terceiro lugar, como 21% (41 cadeiras), seguidos dos Liberais (9,11% | 18 cadeiras) e Verdes (8,19% | 16). O líder do FPÖ, Herbert Kickl quer ser o chanceler (primeiro ministro) e usa o termo “Volkskanzler,” ou chanceler do povo, como fizeram os nazistas e Adolf Hitler nos anos 1930.

Se o FPÖ obtiver o maior número de votos, poderá estar em posição de liderar um novo governo – porém até agora os líderes do ÖVP e dos Social-democratas estão se recusando a formar uma coalizão com ele (embora os conservadores tenham sugerido que poderiam, se o atual líder do FPÖ, Herbert Kickl, não fizer parte do governo). O resultado mais provável é uma coalizão ÖVP-FPÖ ou, pela primeira vez, uma aliança tripla do ÖVP com o SPO e, ou os liberais NEOS, ou os Verdes.

A ascensão do FPÖ não é novidade. Ele foi o sócio menor numa coalizão com o ÖVP, que esteve no governo da década de 2010. Mas isso desmoronou quando ambos partidos se envolveram em um escândalo de corrupção que derrubou o governo e seu chanceler do FPÖ em 2019. Agora, em toda a Europa, partidos de extrema-direita estão ganhando terreno em resposta à chamada “ameaça” da imigração e à estagnação econômica em muitas economias europeias. Em junho, o FPÖ foi pela primeira vez o maior partido nas eleições para o Parlamento Europeu, que também trouxe ganhos para outros partidos de extrema-direita na Europa.

Escalada no Médio Oriente | Irão já ataca Israel com mísseis - Vários feridos em tiroteio

Acompanhe em Notícias ao Minuto os mais recentes desenvolvimentos sobre a situação no Médio Oriente.

Quase um ano depois do ataque do Hamas em Telavive a tensão está a aumentar no Médio Oriente, com o conflito a alastrar-se - e a envolver a comunidade internacional.

Nas últimas horas, Telavive terá avançado com uma incursão terrestre no Líbano - que o Hezbollah nega - e, mais recentemente, os Estados Unidos deram conta de que o Irão se prepara para, a qualquer momento, atacar Israel.

Telavive diz que este ataque "terá consequências" e garante estar pronto - para defender e para atacar.

Irão diz que lançou "dezenas de mísseis" em direção a Israel | há 2 minutos

Cerca de 200 mísseis já terão sido lançados.

Teresa Banha | agora mesmo

Nas redes sociais começam a ser partilhadas imagens do ataque do Irão a Israel. Segundo Telavive, já terão sido lançados em direção ao país cerca de 200 mísseis.

Israel garante que explosões são de mísseis iranianos intercetados

Lusa | há 4 minutos

O exército israelita adiantou hoje que o Irão continua a disparar mísseis contra Israel, mas garantiu que as explosões que estão a ser ouvidas no país são provenientes de interceções de mísseis, cujos fragmentos acabam por cair no território.

Pelo menos oito mortos em tiroteio num bairro de Telavive

Lusa | há 5 minutos

Pelo menos oito pessoas morreram num tiroteio registado hoje num bairro de Jaffa, localizado no sul da cidade israelita de Telavive, segundo a polícia local citada pelo diário Hareetz.

Segundo as agências internacionais, um homem abriu fogo esta noite (hora local) em Jaffa, ferindo também um número ainda desconhecido de pessoas, informou a polícia local, que admitiu tratar-se de um "ataque terrorista"

Notícias ao Minuto

Imagem: © JACK GUEZ/AFP via Getty Images

OUTUBRO MARCOU VIRAGEM DECISIVA NA GUERRA -- Artur Queiroz

Diplomacia Angolana Forçou EUA às Negociações 

Angola Resistiu às Agressões de Pretória e Exigiu ao Mundo o fim do Apartheid 

Artur Queiroz*, Luanda

O mês de Outubro de 1987 foi fundamental para a vitória de Angola na guerra contra o regime racista da África do Sul. Mas também foi crucial na frente diplomática. A diplomacia angolana conseguiu negociações bilaterais com os EUA e surpreendeu Washington com uma exigência: Colaborar com a comunidade internacional para o fim do regime de apartheid. Pretória perdia posições na frente militar e o regime de PW Botha ficou encurralado até capitular com os Acordos de Nova Iorque. 

O Presidente José Eduardo dos Santos conseguiu o pleno: A independência da Namíbia, a retirada das tropas invasoras do Sul e Sudeste de Angola e a democratização da África do Sul. Após intensa actividade diplomática, ganhámos em toda a linha. Nos campos de batalha, as tropas de Pretória iam de derrota em derrota até à Batalha do Cuito Cuanavale, que marcou o fim de um regime, que foi o mais grave crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade. No Triângulo do Tumpo, nasceu uma nova ordem democrática mundial. João Lourenço está a destruir esse património. 

Helmoed-Roemer Heitman, no seu livro “Guerra em Angola” (fase final) revela pormenores fundamentais para hoje os angolanos compreenderem o que estava em jogo nas batalhas do Cuando Cubango. 

Em 5 de Outubro de 1987, a artilharia e a aviação da África do Sul bombardearam as posições da 47ª Brigada das FAPLA a Sul do rio Lomba. Depois de longas horas de bombardeamentos, o alto comando angolano deu ordens para que as tropas abandonassem a base logística da UNITA, que tinham ocupado, e fossem para Norte do rio. 

O coronel Ferreira, das forças sul-africanas, de perseguido passou a perseguidor e fez tudo para impedir que a 47ª Brigada se juntasse a outas unidades das FAPLA que estavam na região. Não conseguiu. A falta de apoio logístico levou as tropas angolanas à retirada, abandonando material militar importante. Mas houve poucas baixas humanas. As tropas angolanas estavam prontas para continuar a combater, nas suas novas posições.

Os sul-africanos acusam a UNITA deste fracasso. O coronel Tarzan (mais tarde foi assassinado por Jonas Savimbi) não fez a sua parte. O tenente-coronel Setti também falhou. E as tropas da 47ª Brigada das FAPLA ainda travaram violentos combates com os sul-africanos na confluência do rio Lomba com o Cuzizi.

Pretória tinha no terreno o 61º Batalhão Mecanizado equipado com 50 blindados “Ratel”, com canhões de 90 milímetros. As FAPLA ocuparam linhas favoráveis na zona das nascentes dos rios Hube, Chambinga, Cuito, Vimpulo e Mianei. Assim evitaram que o inimigo caísse sobre a 47ª Brigada, que estava sem abastecimentos.

Os Inimigos de Estimação -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os inquilinos da Casa dos Brancos odeiam a guerra. Vomitam quando ouvem falar de guerra. Reagan ficou com alzheimer quando soube da invasão de Granada pelas suas tropas. Nunca mais segurou as fezes desde que ofereceu a Jonas Savimbi os mísseis Stinger que tantos danos causaram ao Povo Angolano. Tentou suicidar-se engolindo uma fralda impregnada de urina, quando lhe disseram que a Líbia estava a ser bombardeada e destruída pelo seu braço armado a OTAN (ou NATO).

George W Bush foi um sofredor. Odiava tanto a guerra que mandou matar milhões de afegãos civis e indefesos para acabar com os combates. Ficou tão enjoado que perdeu o apetite. Os seus médicos receitaram-lhe a Doutrina Bush que descambou na Guerra ao Terror. Armas de destruição maciça inventadas e invasão do Iraque. Mais de um milhão de mortos. Estava a tomar o pequeno-almoço quando lhe disseram que os seus serventes enforcaram o Presidente Sadam Hussein. Engasgou-se com uma panqueca e desde então ficou sem potência sexual. Aquela coisa só serve mesmo para urinar. 

Bill Clinton também odeia guerras e outras malfeitorias. Denunciado pela Imprensa por abusar sexualmente de uma estagiária, desviou as atenções atacando e destruindo a Jugoslávia. Mais tarde confessou que não foi ele mas o seu irmão gémeo. E depois atirou com as culpas para a excelsa esposa Hillary. Desta senhora gosto, tem o mesmo nome do futebolista Hilário, o melhor defesa lateral do mundo e que jogou no Sporingué! Os Clinton despacharam mais uns milhões de civis inocentes. 

Num momento em que tínhamos umas quantas armas desviadas do ASMA, RI20, Dragões e Grupo de Artilharia, faltavam munições, granadas de mão, a direcção do MPLA fez um apelo aos amigos: Mandem-nos armas para defendermos a Mamã Angola! Corria o ano de 1974. Ficaram todos a olhar uns para os outros e só o Marechal Tito da Jugoslávia respondeu ao apelo. Não há repórteres sem sorte e eu fui sempre um sortudo. 

Um navio jugoslavo trouxe material de guerra para o MPLA, que foi desembarcado a norte de Luanda. Os almirantes desta operação foram Aristófanes Couto Cabral, Chico Antas e Correia Mendes. Dezenas de combatentes das FAPLA carregaram as armas à mão e às costas! Uma operação heroica. Os nossos amigos da Jugoslávia ficaram sem país, destruído à bomba pelo estado terrorista mais perigoso do mundo. Nós nem uma palavra de solidariedade. O Comandante César Augusto (Kiluanje) publicou um livro intitulado “Relações Angola-Argélia A Solidariedade Traída”. Haja quem publique alguma coisa sobre a traição à Jugoslávia.

UE: DRAGHI, O LACAIO DA GOLDMAN SACHS COMO DURÃO BARROSO E OUTROS*

Relatório Draghi: O capitalismo europeu e os seus dilemas existenciais

O estudo do ex-dirigente da Goldman Sachs e ex-presidente do BCE mostra como a economia europeia perdeu competitividade e as políticas de mercado livre falharam na guerra da concorrência. Mas as medidas que preconiza não só favorecem os de sempre como são rejeitadas pelos países do costume. Dossier organizado por Carlos Carujo.

A Comissão Europeia encomendou a Mario Draghi, ex-dirigente da Goldman Sachs, ex-presidente do Banco Central Europeu e ex-primeiro-ministro de Itália, um relatório sobre a competitividade europeia. Ao fim de um ano de trabalho, em centenas de páginas traça-se um diagnóstico exaustivo que reconhece dois pontos essenciais: a perda de competitividade da economia europeia face à dos Estados Unidos e à da China e o falhanço das políticas de “mercado livre” que a União Europeia tem seguido ortodoxamente.

O relatório coloca portanto em causa certezas ultra-liberais e revela a confusão e as contradições que têm reinado numas elites políticas europeias sem estratégia de desenvolvimento económico à escala continental. Para além deste diagnóstico, as suas receitas que passam, entre outras medidas, pela concentração do capital europeu e pela mutualização de dívidas para tentar encurtar o “fosso de investimento” vão obviamente no mesmo sentido de classe que as políticas atuais. Para ele, o investimento deve sair dos bolsos públicos parar ir parar às grandes empresas.

Contudo, esbarraram desde logo em obstáculos de longa data: a pouca vontade de aumentar despesas públicas e a rejeição de países centrais da Europa, com a Alemanha à cabeça, de emitir dívida conjunta e a oposição à concentração bancária, a um “mercado único de capitais”.

O “desafio existencial” do capitalismo europeu, nas palavras do ex-banqueiro, fica assim como uma fratura exposta sem tratamento à vista.

Neste dossier, apresentamos algumas das linhas mestre deste documento e algumas das críticas que, à esquerda, lhe têm sido dirigidas.

Com Adam Tooze, especifica-se A visão de Europa de Draghi. Este economista traz-nos alguns dos gráficos utilizados pela equipa de Draghi para mostrar que o investimento público na Europa fica cronicamente atrás do dos EUA mas que a verdadeira diferença entre os dois espaços reside nos tipos de investimento mais inovadores, nomeadamente o capital de risco.

O mesmo especialista detalha Como a Europa se tornou um modelo falhado de relações entre Estados capitalistas, analisando a parte B do relatório, menos realçada na maior parte das leituras, onde se dissecam diferenças entre o bloco europeu e os seus concorrentes diretos, olhando para empresas e setores específicos como a investigação, o setor automóvel, as telecomunicações, a computação em nuvem, a inteligência artificial, a computação quântica, o setor farmacêutico, a “defesa” e o setor espacial. A sua conclusão é que “as relações entre o grande capital e a governação da UE são profundamente disfuncionais” e que esta “já não oferece ao capital europeu a plataforma para enfrentar a concorrência global”.

Michael Roberts, em Salvar o capital europeu: um desafio existencial, investiga a resposta de Draghi como a habitual solução pró-empresarial: desregulamentar, criar incentivos monetários e fiscais, fazer empréstimos conjuntos, mais impostos e menos despesas em coesão social, subsídios e agricultura para disponibilizar mais fundos públicos para as novas tecnologias. Ainda assim, o que seria preciso para aumentar investimento nos setores de alta tecnologia era direcionar o investimento privado para eles, o que os governos da UE não querem fazer porque implicaria assumir controlo de grandes empresas privadas. Dadas estas contradições, a única forma disponível de aumentar rentabilidade do capital europeu, avança, parece ser acentuar a exploração do trabalho e a “destruição criativa” da “tecnologia intermédia”.

Juan Laborda, em O fracasso do mercado livre e o imperativo da intervenção estatal na Europa, também se debruça sobre o plano das respostas de Draghi, sublinhando que a parte mais fraca deste relatório está na “aposta de emissão de dívida europeia para solucionar tudo”. De qualquer forma, destaca a importância de se concluir pelo falhanço do “mercado livre” e pela necessidade de intervenção pública porque o essencial da “inovação não reside no mercado mas no Estado”. Acredita ainda que se mostra nele a ausência de uma visão geopolítica europeia, introduzindo ainda outro elemento, o problema dos custos da energia na Europa.

Martine Orange defende que o estudo é A última remodelação de fachada do projeto europeu. Também ela salienta a questão energética com a “aberração da liberalização deste mercado” a ter conduzido preços mais altos e menos energias renováveis.

A jornalista do Mediapart olha igualmente para o que não está no relatório de Draghi. Entre as omissões nota-se que não há nenhuma crítica real às políticas europeias, à desregulamentação e à liberalização exagerada, à concorrência interna de todos contra todos, aos padrões sociais mais baixos erigidos em dogma ou à austeridade que se tornou a norma desde os anos 2010.

O relatório Draghi é sinal de que o “software” da alta burocracia europeia não mudou, acreditando-se que o mercado é por natureza eficiente e que, para restaurar a competitividade resta às políticas públicas porem-se ao seu serviço.

Outra ausência de monta é a transição ecológica com algumas das mesmas propostas a serem defendidas.

Já Vicente Ferreira questiona: competitividade para quem, concentrando o seu olhar também nas omissões na análise de Dragh como a ausência de análise das regras orçamentais europeias que definem limites ao investimento dos Estados e das diferenças estruturais entre as economias do centro e das periferias da UE.

O economista vinca ainda que o relatório não dá resposta ao facto dos interesses privados não estarem alinhados com as prioridades coletivas, diz muito pouco sobre o papel dos trabalhadores e não inclui propostas sobre a articulação da estratégia industrial com a qualidade do emprego criado nem sobre a definição de condicionalidades sociais nos apoios públicos.

* Título PG

Esquerda.net

Ler/Ver em Esquerda.net:

A visão de Europa de Draghi

Como a Europa se tornou um modelo falhado de relações entre Estados capitalistas

Relatório Draghi: competitividade para quem?

Portugal - Mundo | DEPOIS DO CAOS


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | O BLÁ-BLÁ DOS PASSEANTES DO FAZ-DE-CONTA E DAS FALSAS APARÊNCIAS


 Montenegro: sobrevoando interesses das ocorrências dos fogos florestais

Pedro Candeias, editor-executivo | Expresso Diário, de ontem 30/9

Cara leitora, caro leitor

Nesta segunda-feira, 30 de setembro de 2024, a política anda literalmente no ar, mas também no chão, há um indicador a subir e uma tensão a latejar. Também lhe trazemos uma análise tecnológica para quem não gosta de maçãs. Tenha um ótimo fim de tarde e um ótimo arranque de semana.

1. Brigada helitransportada

Uma comitiva que juntou São Bento e Belém voou de helicóptero hoje sobre as áreas ardidas nos últimos fogos florestais. Numa política de proximidade helitransportada, Luís Montenegro e Marcelo Rebelo de Sousa estiveram com os locais, deram palavras de conforto, disseram-se “juntos”, um prometeu responder às necessidades dos portugueses e o outro pediu respostas rápidas. Pelo meio, Montenegro ainda se referiu à expressão que dá o título a esta newsletter – roubado à Liliana Valente –, quando disse que existiam “interesses” ocultos por detrás dos fogos. “A mim tranquiliza-me espírito e alma, durmo mais descansado se o meu Governo estiver a combater o crime”, afirmou.

2. Jornadas de combate

Ao mesmo tempo que Montenegro e Marcelo andavam pelos ares, cá em terra decorriam as jornadas parlamentares conjuntas de PSD e CDS/PP no Parlamento. E apesar da longa e diversificada lista de intervenientes (Paulo Núncio, Hugo Soares,Ana Paula Martins, Maria do Rosário Ramalho, Fernando Alexandre, Rita Júdice, Margarida Blasco, Paulo Rangel,Miguel Pinto luz, Maria Graça Carvalho, José Manuel Fernandes, Dalila Rodrigues, Pedro Reis, Joaquim Sarmento e Margarida Balseiro Lopes) - era bastante simples adivinhar ao que todos iam: as negociações do Orçamento do Estado de 2025. Com o Governo em peso no hemiciclo, a AD jogou ao ataque e soltaram-se frases como “Deixem-nos Governar”, “O PS andou a enganar, durante mês e meio, o Governo e o país”. Pelo meio, uma notícia: o novo acordo de concertação social é assinado esta terça-feira, com algumas nuances.

3. A subida indesejada

No país real, que tende a ser o país económico, saiu a notícia de que a inflação subiu pela primeira vez em quatro meses. O Gonçalo Almeida conta-lhe como é que isto aconteceu (nota: alimentos transformados entram nesta estatística) e lança uma pergunta: isto mexe com a tendência de descida das taxas de juro do BCE?

4. E se Israel puser botas no terreno?

Aqui está outra pergunta: poderá Netanyahu recorrer à força terrestre e invadir o Líbano pelo chão? O “Washington Post” escreve que a administração Biden foi avisada por Israel de que isso poderá acontecer. Os especialistas ouvidos pela Catarina Maldonado Vasconcelos confessam que esta seria a opção “lógica” dos israelitas que continuam a atacar o Hezbollah, que tem agora um novo líder interino, como descreve a Salomé Fernandes. O líder de facto, adivinhou, foi morto por Israel.

5. Para quem não gosta de maçãs

O iPhone 16 foi lançado há semanas com várias novas definições, aplicações e ligações à Inteligência artificial. Quem preferir outras opções, mais ou menos baratas e mais ou menos inteligentes que o smartphone da Apple, leia esta análise do Hugo Séneca aos telemóveis lançados recentemente no mercado.

Mais lidas da semana