Tribunal deixa cair 11 crimes do
caso BES, entre eles três de Salgado
O julgamento do processo BES/GES
vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, em Lisboa.
O Juízo Central Criminal de
Lisboa deixou cair 11 crimes do processo BES/GES, entre eles três imputados a
Ricardo Salgado, avançou o Observador,
esta quinta-feira.
Em causa estão um crime de
falsificação referente a um documento entre o fim de 2013 e o início de 2014
com declaração imputada ao governo da entidade Fonden, outro de falsificação de
um contrato entre a sociedade ES Tourism Europe e outra entidade, e um de
infidelidade, por uso do BES em dezembro de 2013 em operações com o BES
Londres, disse a agência Lusa.
O levantamento dos crimes em
risco de prescrição feito recentemente pelo Ministério Público (MP) indica
ainda que Salgado pode ver cair em 24 de novembro mais um crime de falsificação
e outros dois no final de dezembro. Já no primeiro trimestre de 2025,
prescrevem, em janeiro, mais três crimes de falsificação de documento, um de
infidelidade no final de fevereiro e outros três de infidelidade até 28 de
março.
O despacho da magistrada Helena
Susano declara ainda a prescrição de três crimes (dois de falsificação e um de
infidelidade) de Francisco Machado da Cruz, de um crime de infidelidade
relativamente ao ex-administrador Morais Pires, a Pedro Góis Pinto, a Etienne
Cadosch e a Michel Creton, além de um crime de falsificação de documento de
Paulo Nacif Jorge, que não irá a julgamento, uma vez que este era o único crime
que lhe era imputado.
No entanto, há vários arguidos no
processo também denominado Universo Espírito Santo com mais crimes a prescrever
até ao final do primeiro trimestre de 2025, nomeadamente Francisco Machado da
Cruz, Amílcar Morais Pires, Pedro Góis Pinto, Pedro Almeida e Costa, Cláudia
Boal Faria, Etienne Cadosch, Michel Creton, João Alexandre Silva e Nuno
Escudeiro.
Recorde-se que o julgamento do
processo BES/GES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da
Justiça, em Lisboa, segundo um despacho da juíza Helena Susano.
O julgamento do processo-crime
Universo Espírito Santo arrancará mais de uma década após o colapso do Grupo
Espírito Santo (GES), em agosto de 2014, e tem como principal arguido o
ex-presidente do BES Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, entre os
quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla
qualificada e branqueamento.
Considerado um dos maiores
processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo
principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300
pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.
Segundo o MP, a derrocada do GES
terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: Global Imagens
* Titulo PG