Filomeno
Vieira Lopes diz que uma das razões está na cumplicidade entre as instituições
e entre servidores públicos
Voz
da América
A
cumplicidade das instituições e de destacados funcionários e a inexistência de
uma sociedade aberta foram apontadas, num recente debate, como as causas da
corrupção em Angola que é hoje tida por muitos como "normal e
tolerável".
O
economista Filomeno Vieira Lopes diz que uma das razões está na cumplicidade
entre as instituições e entre servidores públicos que criaram um sistema em que
aparentemente todos estão de acordo.
“Se
um gestor de um banco roubar e não for denunciado por ninguém tudo fica em
família”, disse.
O
especialista e um dos quadros séniores da Sonangol (Sociedade Angolana de
Combustíveis) afirma que para se combater a corrupção ou, no mínimo,
colocá-la aos níveis economicamente sustentáveis é necessária a implantação de
um sistema de integridade, de um sector judicial forte e uma sociedade
aberta.
“Se
não há uma sociedade aberta é impossível combater a corrupção a não ser que
seja uma sociedade ditatorial contra a corrupção,” disse.
O
jurista e deputado do MPLA, João Pinto, considera que a corrupção em Angola é
tolerada por se tratar de “um problema cultural”, que apesar de tudo tem
permitido o desenvolvimento do país.
“Curiosamente,
ultrapassamos níveis de infra-estruturas públicas e a criação de empresas
privadas que vão criando empregabilidade”, declarou.
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