sábado, 7 de junho de 2025

Angola | LIBERDADE DE IMPRENSA ASSASSINADA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

Atentados diários à Liberdade de Imprensa enchem o mundo mediático e particularmente Angola. Mas os habituais defensores dos crimes contra o Jornalismo e os Jornalistas ficam calados como ratos à espera da melhor oportunidade para roubarem comida. Leiam este crime gravíssimo: “Circulam graves denúncias nos corredores da Cadeia de Viana, segundo as quais uma rede alegadamente ligada ao Juiz Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, terá exercido influência para garantir a libertação de quatro altas funcionárias do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), detidas por envolvimento em esquemas de corrupção”.

Este crime contra a Liberdade de Imprensa foi cometido pelo Club K, jornal da UNITA e do chefe Miala. Fazem uma acusação gravíssima ao titular de um órgão de soberania com base em conversas nos corredores do estabelecimento prisional de Viana. Fonte credíveis! E não foi preciso ouvir a outra parte. Esta técnica começou com os excrementos de uma tal Cabrita, que se dizia historiadora. 

Justino Pinto de Andrade estava detido na prisão de São Paulo, às ordens de Nito Alves, que na varanda do Governo Provincial de Luanda decretou morte à Revolta Activa. Morte à OCA. Morte aos esquerdistas. Mandou prender e matar muita gente, enquanto teve poder. Esta parte do discurso do golpista, ninguém me contou. Eu estava lá e escrevi um editorial no Diário de Luanda criticando o senhor ministro do Interior.

No excremento da Cabrita vem “informação” digna de uma historiadora encartada na universidade de Cacuaco. O Justino Pinto de Andrade ouviu de um preso, que a irmã de Agostinho Neto foi ao Palácio da Cidade Alta e xingou o irmão, por causa da detenção do seu sobrinho Felito. A fonte desse acontecimento estava na prisão e contou tudo o que aconteceu entre o Presidente da República Popular de Angola e sua irmã. O mesmo Justino viu tudo o que aconteceu na prisão de São Paulo, na madrugada de 27 de Maio. Até viu Hélder Neto suicidar-se. A versão oficial é que tombou em combate. 

Um esclarecimento mais do que necessário. Justino Pinto de Andrade foi preso quando Nito Alves soltou os cães aos apoiantes da Revolta Activa e não por ser deputado da UNITA. Nada de confusões.

Rússia está em guerra com a Grã-Bretanha e os EUA não são mais um aliado confiável, diz RU

A especialista em defesa do governo, Fiona Hill, alerta o Reino Unido para responder às ameaças tornando-se mais coeso e resiliente

Dan Sabbagh  | Editor de defesa e segurança | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

A Rússia está em guerra com a Grã-Bretanha, os EUA não são mais um aliado confiável e o Reino Unido precisa responder se tornando mais coeso e resiliente, de acordo com um dos três autores da revisão de defesa estratégica.

Fiona Hill, do Condado de Durham, tornou-se a principal conselheira da Casa Branca para a Rússia durante o primeiro mandato de Donald Trump e contribuiu para a estratégia do governo britânico. Ela fez os comentários em uma entrevista ao The Guardian.

"Estamos em sérios apuros", disse Hill, descrevendo a situação geopolítica do Reino Unido como dividida entre "a rocha" da Rússia de Vladimir Putin e "a posição difícil" dos EUA cada vez mais imprevisíveis de Donald Trump.

Hill, de 59 anos, é talvez a mais conhecida das revisoras nomeadas pelo Partido Trabalhista, ao lado de Lord Robertson, ex-secretário-geral da OTAN, e do general aposentado Sir Richard Barrons. Ela disse estar feliz em assumir o cargo porque era "um ponto de inflexão muito importante nos assuntos globais". Ela continua com dupla nacionalidade, após viver nos EUA por mais de 30 anos.

“A Rússia se fortaleceu como adversária de maneiras que provavelmente não havíamos previsto totalmente”, disse Hill, argumentando que Putin viu a guerra na Ucrânia como um ponto de partida para Moscou se tornar “uma potência militar dominante em toda a Europa”.

Epstein, Israel, ISIS, Palantir -- Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Vídeo com áudio por Tim Foley, em inglês

Em meio ao inevitável conflito de egos entre Elon Musk e Donald Trump, Musk tuitou que o presidente "está nos arquivos de Epstein", dizendo "Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos".

Como já discutimos anteriormente , é fato conhecido que Trump está nos registros de voo de Epstein e vem obstruindo a divulgação dos arquivos de Epstein. Também é fato conhecido que Jeffrey Epstein trabalhou com a inteligência israelense e estava conduzindo uma operação de chantagem sexual , e que Trump tem se esforçado ao máximo para dar a Israel tudo o que ele deseja, ao mesmo tempo em que reprime a liberdade de expressão americana que critica as ações de Israel em Gaza.

"Conheço Jeff [Epstein] há quinze anos. Um cara incrível", disse Trump em 2002. "É muito divertido estar com ele. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens."

Não há razão para levar a sério nada do que Elon Musk diz durante um caso clássico de colapso narcisista , mas, para que fique registrado, se alguém em Washington provavelmente foi chantageado por Epstein, esse alguém é Donald John Trump.

Israel admitiu armar gangues ligadas ao ISIS como forças por procuração em Gaza, jogando um balde de água fria na narrativa confusa de que o Ocidente está apoiando Israel para ajudar a derrotar o extremismo islâmico. Israel está apoiando essas forças para semear o caos e a discórdia com o objetivo de promover seus objetivos de limpeza étnica no território palestino.

GENOCÍDIO NA PALESTINA | Ataques israelitas atingem tendas e hospitais em Gaza

UNRWA: Pronta para retomar a ajuda – Dia 609

Equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças israelenses continuaram a atacar tendas que abrigavam pessoas deslocadas e hospitais em Gaza, matando e ferindo dezenas de palestinos.

Em meio à fome generalizada, a UNRWA reafirmou seu comprometimento com sua missão e expressou prontidão para fornecer ajuda em Gaza em coordenação com outras agências da ONU.

Desde 7 de outubro de 2023, Israel matou 54.510 pessoas e feriu outras 124.901, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde Palestino em Gaza.

Sáb, 7 de junho, 11h44 (horário da Palestina)

Três mortos em bombardeio no campo de refugiados de Jabaliya

AL-JAZEERA: Uma fonte médica do Hospital Batista Al-Ahli relatou o martírio de três palestinos em um bombardeio israelense a oeste do campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza.

Sáb, 7 de junho, 11h44 (horário da Palestina)

Israel bombardeia tendas e hospitais de deslocados em Gaza

AL-JAZEERA: O diretor dos hospitais de campanha em Gaza comunicou que a guerra deve cessar para que o povo de Gaza possa sobreviver. A ocupação está supostamente bombardeando todas as tendas dos deslocados em toda a Faixa de Gaza, de norte a sul.

Sáb, 7 de junho, 11h44 (horário da Palestina)

UNRWA pronta para fornecer ajuda em Gaza

UNRWA: A agência da ONU para refugiados palestinos solicitou repetidamente a cooperação e as provas de Israel em relação às graves alegações contra a agência. A UNRWA afirmou seu compromisso com sua missão e sua prontidão para fornecer ajuda em Gaza em cooperação com outras agências da ONU.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Brasil | O Humor nos tempos do puritanismo: até o Diabo será censurado e encarcerado

Pedro Almeida Vieira | Página Um, editorial

Vivemos em tempos perigosos para o pensamento. Tempos de lápis azul digital, de fogueiras morais disfarçadas de virtude cívica, de censores de toga que não se chamam Torquemada mas se julgam apóstolos da redenção social. Tempos em que, dos jornais aos tribunais, passando por grupos de puritanos ideologicamente diversificados — com o zelo puritano dos convertidos —, se decide quem pode ou não fazer humor, quem pode ou não rir e, sobretudo, de quem se pode ou não fazer troça.

A condenação do humorista brasileiro Léo Lins a mais de oito anos de prisão, por fazer piadas, marca um momento histórico sinistro — não apenas no Brasil, mas no mundo civilizado que supostamente defende a liberdade. Léo Lins foi acusado de “racismo recreativo”, um neologismo ideológico que traduz uma ideia perigosa: a de que o riso é admissível apenas quando sancionado pelos dogmas do politicamente correcto. Um riso domesticado, asséptico, higienizado — como se a função do humor fosse reforçar consensos em vez de os questionar.

caso de Léo Lins não deve ser olhado de forma isolada. Representa o sintoma máximo de uma metástase que alastra: a ideia de que as palavras ferem como punhais, que piadas são crimes, que perpetuam preconceitos e estereótipos, que a ironia é perigosa se não vier acompanhada de uma cartilha de inclusão. O humor sempre foi uma forma de transgressão simbólica. A sua função, desde Aristófanes aos Monty Python, passando até pelo nosso Gil Vicente, não é confortar nem elogiar, mas desestabilizar. Rir do poder, das convenções, dos dogmas — e também das fragilidades humanas. O humor é o último reduto da liberdade de pensamento porque recusa ser domesticado. A democracia não pode querer domesticar o humor, qualquer que ele seja, mesmo que se trate de uma má piada.

Portugal | MARCELOCIDIO


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Angola | Memória de Lagos e do Tumpo – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O papel dos Países da Linha da Frente (mais um, a Nigéria) na libertação da África Austral foi importantíssimo a partir do dia em que o Presidente José Eduardo dos Santos contrariou os grandes dirigentes africanos, que queriam a saída das tropas cubanas de Angola sendo substituídas por forças regionais. Vale a pena conhecer o desfecho desta cimeira e por isso hoje envio uma reportagem publicada no Jornal de Angola, dia 6 de Dezembro 2014. O centenário periódico organizou agora uma conferência em Luanda sobre o tema. Devem ter divulgado a peça. Mas na dúvida segue à parte desta crónica.

Acabo de saber que a reportagem sobre a grande vitória diplomática de Angola na Cimeira de Lagos, que juntou os países da Linha da Frente (Angola, Botswana, Lesoto, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe) e a Nigéria, não foi distribuída aos participantes na importantíssima conferência. O Jornal de Angola ignorou o Jornal de Angola.

A conferência teve como oradores a Secretária-Geral da SWAPO, General Sophia Shaningwa, o antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, o General cubano Leopoldo Cintra Frias, o Embaixador Vladimir Tararov e o General António dos Santos França (Ndalu). O General Zé Maria não esteve presente e ele é o único angolano vivo que participou na Cimeira de Lagos.  

Organizar uma conferência internacional sobre o papel dos Países da Linha da Frente na Libertação da África Austral e não convidar o General Zé Maria é um crime de lesa História. Por isso vou aceitar que foi convidado. Então porque não apareceu par dar o seu testemunho, pelo menos sobre Cimeira de Lagos? Espero que não tenham sido razões de saúde. Mas não podemos afastar a hipótese de ter sido ignorado. A estupidez militante é contagiosa e tem razões que a própria estupidez desconhece.

A Maior Vitória Diplomática de Angola – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em Setembro de 1981 protagonizou a maior vitória diplomática de Angola, quando participou, em Lagos, na Cimeira dos Países da Linha da Frente “mais um”, a Nigéria.

Os Chefes de Estado mais respeitados de África, entre os quais Julius Nyerere e Keneth Kaunda, defendiam a saída imediata das tropas cubanas de Angola com o argumento de que a agressão sul-africana devia ter uma resposta exclusivamente regional. No final, todos aceitaram as propostas da delegação angolana, que era constituída por Afonso Van-Dúnem “Mbinda”, Paulo Teixeira Jorge e o então major António José Maria, hoje general das FAA.

O Presidente da Nigéria, Shehu Shagari, foi o anfitrião da importante cimeira. Na mesa estavam Samora Machel e Robert Mougabe, que tinha acabado de negociar o Acordo de Lencaster House. O Presidente de moçambique aconselhou os angolanos a seguirem o seu exemplo. Pouco tempo antes derrotou os sul-africanos num combate em que Pretória teve várias baixas. Os “karkakanos” foram passeados pelas ruas de Maputo.

Mougabe era um neófito e a sua opinião valia pouco. Nyerere, Kaunda, Machel, Masire (Botswana) e Shehu Shagari defendiam que as tropas cubanas deviam abandonar Angola de imediato e os invasores sul-africanos tinham de enfrentar uma força regional até saírem de solo angolano e deixarem a Namíbia. Sam Nujoma, também presente, pouco podia fazer ante a proposta colocada em cima da mesa. Foi então que o Presidente José Eduardo dos Santos revelou toda a sua capacidade diplomática. Os trabalhos foram interrompidos para almoço e no período da tarde, os defensores da força regional foram chamados à realidade esmagadora.

MENTIRA COMPARADA | Verdade e Perigo na Sanzala

J. Bazeza, Luanda >

Mafioso continua a acreditar no Presidente, Chefe de Estado, Titular do Poder Executivo (parece que só há um no mundo), Comandante Supremo das Forças Armadas, Presidente do Supremo Tribunal, do Tribunal Constitucional, dos Tribunais da Relação, do Tribunal das Contas, dos Tribunais de Primeira Instância, do Tribunal do Santo Ofício e Deus de todas as Igrejas, até das capelas de Cabinda onde o deputado da UNITA Raul Tati se abastecia de milhões e milhões.

Ao contrário do seu amigão, Boca Azul que sempre defendeu e continua a defender que cada país e um país. Com a sua forma e maneira de governar. Onde se aplicam e cumprem as leis.

Leis que ninguém está acima delas. Que todos as cumprem, principalmente os eleitos pelo povo. Países onde é proibido trair a Pátria e não se pode viver alegremente da traição. Países onde os eleitos dão a vida pelo soberano em vez de sugarem a vida do povito.

Na República do Muceque, disse o Mafioso, o Presidente só ouve, vê e lê os órgãos de Comunicação Social Públicos. Por isso não sabe que, tirando os seus auxiliares, os seus familiares e amigos, uns tantos empresários que sugam o dinheiro dos cofres públicos, todos vivem abaixo de cão. Boca Azul interrompeu para dr uma novidade. Ontem sonhou que o soba grande exonerou todos. Os bons e maus. Cortou o dinheiro fácil e grátis aos empresários torradores dos cofres públicos. E mandou o mano Tete comprar um título pomposo: O soberano da energia em África. Até o rei do Bailundo ficou ciumento.

O sonho do Boca Azul é quase um pesadelo. A meio do delírio apareceu-lhe o Presidente espumando raiva. Desferindo bornos e bassulas nos bajuladores. Depois acordou a tremer de medo. Porque estava a entrar no sonho o Nelito Ekuikui, armado até à dentadura. Quando deu conta que estava a sonhar, ficou mais calmo.

Portugal | ONTEM O NOVO-VELHO GOVERNO TOMOU OUTRA VEZ POSSE. MAIS DO MESMO*

Carneiro propõe pactos de regime a Montenegro, os 27 bairros de barracas em Lisboa e os Calema na montra da Revista

Paula Santos, diretora-adjunta | Expresso (curto)

Bom dia!

Nestes dias tão marcados pela política, trazemos para a primeira página da edição semanal do Expresso a proposta do candidato à liderança do PS.

José Luís Carneiro oferece cinco pactos de regime a Montenegro.

Definem prioridades em áreas de soberania: política externa e europeia, Defesa, Segurança, Justiça e organização do Estado.

Não ficam por aqui os planos do (provável) sucessor de Pedro Nuno Santos, que apresenta oficialmente a sua candidatura este fim de semana.

Antecipamos as ideias do ex-ministro no seu jornal, que pode encontrar já nas bancas.

E temos muito mais para conferir.

E é pela política, incontornável, que seguimos.

O Governo acaba de tomar posse. E se Montenegro fez um discurso a anunciar uma “guerra à burocracia”, já o Presidente da República avisou que o mandato dos eleitores não é um “cheque em branco” e que a meta é agora “bem mais ambiciosa”. Tome nota dos principais destaques.

O novo elenco obriga a novos desafios. A marca que o primeiro-ministro quer imprimir ao mandato mudou e perante as criticas sobre a falta de ímpeto reformista respondeu colocando a Reforma do Estado no centro das mudanças. Agora, é para fazer.

Esta sexta-feira, é a vez dos secretários de Estado serem formalizados. A lista foi conhecida na noite passada. E há mudanças que vale a pena sublinhar: Cristina Vaz Tomé e José Cesário ficam de fora, Salvador Malheiro passa a integrar a equipa.

PRENDAM A POLÍCIA QUE NÃO RESPEITA A JUSTIÇA, A INSTITUIÇÃO E A REPÚBLICA*

Portugal | Vídeos mostram PSP a meter objeto similar a faca perto do corpo de Odair

Imagens foram captadas por um morador da Cova da Moura, onde Odair Moniz foi baleado.

O Laboratório de Polícia Científica (LPC) da Polícia Judiciária (PJ) está a analisar seis vídeos, de um telemóvel de um morador da Cova da Moura, que mostra um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) a colocar um "objeto morfologicamente semelhante a uma faca" perto do corpo de Odair Moniz, homem que morreu baleado por um agente, em outubro do ano passado, avança o Expresso esta sexta-feira. 

De acordo com o semanário, que teve acesso aos vídeos, o objeto foi colocado perto do pneu traseiro de um carro que estava estacionado junto ao corpo de Odair por um polícia que tinha feito dupla com o PSP suspeito de balear o cabo-verdiano nessa noite. Foram gravados entre as 05h35 e as 06h03, minutos depois dos disparos. 

Além disso, as imagens mostram que esse mesmo agente retirou as duas bolsas que Odair tinha à cintura para ver o seu interior e, momentos depois, pousou-as no chão também junto ao pneu.

Um terceiro elemento da PSP foi filmado a testemunhar esses momentos. 

De notar que a acusação do Ministério Público refere que, "nas imediações do local onde o corpo de Odair caiu, próximo da viatura que ali estava estacionada, e cerca de dois minutos após o corpo ter sido retirado, encontrava-se e foi apreendido um punhal com 25 cm de comprimento, 15 cm de lâmina serrilhada e cabo de 10 cm em plástico de cor preta, com as inscrições na lâmina Macho". 

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

A acusação refere ainda que Odair tentou fugir da PSP e resistir à detenção, mas não se verificou qualquer ameaça com recurso a arma branca, contrariando o comunicado oficial divulgado pela Direção Nacional da PSP, segundo o qual o homem teria "resistido à detenção" e tentado agredir os agentes "com recurso a arma branca", uma versão contrariada por outras autoridades judiciais.

A próxima fase deste processo é o julgamento, uma vez que a defesa decidiu não pedir a abertura de instrução.

O MP pediu também a extração de certidão para investigação autónoma da alegada falsificação do auto de notícia da PSP, considerando que o mesmo "padece de incongruências e de inexatidões" relativamente à sua autoria e às horas a que foi elaborado.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.

Notícias ao Minuto | Lusa

* Título PG

Leia em NM: 

Morte de Odair? MP pediu libertação de suspeitos de incendiar autocarro

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Portugal - Presidenciais | Gouveia e Melo: um populista de farda como epitáfio da democracia

Pedro Almeida Vieira, editorial | Página Um

Portugal vive hoje sob um regime político que se apresenta como democrático, mas que já não o é. Persistem as eleições, os parlamentos, os jornais, os partidos, os discursos inflamados na Avenida da Liberdade para comemorar o 25 de Abril. Não há perseguições nem presos políticos. Mas falta-lhes todo o resto. Falta já a substância.

A democracia portuguesa – e, por extensão, a de toda a União Europeia – tornou-se um teatro de sombras, onde os actores se movimentam obedientes a um guião traçado por interesses supranacionais, alheios à vontade popular. A liberdade política esvai-se sem tiros nem quarteladas, numa erosão subtil, mas implacável, em que o cidadão comum é reduzido a figurante.

Tal como em Matrix, os portugueses continuam a acreditar que vivem numa democracia porque ainda votam, ainda discutem política, ainda protestam de vez em quando. Mas já não mandam. Já não decidem. Já não influenciam. O poder efectivo – aquele que determina o rumo da Economia, os modelos de governação, os critérios de financiamento, as regras sociais, os limites da acção individual e colectiva – reside noutras mãos. Mãos frias, cinzentas, instaladas em Bruxelas, Estrasburgo e Frankfurt. Mãos de burocratas não eleitos, ou eleitos por cliques governamentais sem qualquer representação directa de vontades nacionais. A Comissão Europeia, hoje desprovida de qualquer sentido de solidariedade ou humanismo, tornou-se uma instância autocrática que olha para os cidadãos como carne para canhão, peças sacrificáveis num tabuleiro de xadrez onde só importa proteger o rei e os bispos.

Onde antes se vislumbrava um projecto de desenvolvimento económico e social, temos agora um modelo de gestão tecnocrática e autoritária, que invoca a “governança” para justificar a opressão fiscal, a vigilância digital, a neutralização da dissidência e o esvaziamento do Estado-Nação. Em nome da estabilidade, da transição ecológica, da saúde pública ou da “resiliência”, tudo é permitido – menos resistir.

A comunicação social mainstream, falida e dependente cada vez mais do ‘oxigénio’ das corporações e do Estado – porque os seus clientes tradicionais, os leitores, já não lhe concedem a credibilidade e o valor económico de outrora –, traiu os seus princípios. Neste novo cenário, deixou de ser watchdog para ser o petdog, abanando a cauda a cada migalha do poder.

Portugal, outrora nação soberana, é hoje um protectorado sem identidade política – mais submisso aos ditames dos comissários europeus do que o foi à Coroa espanhola entre 1580 e 1640. A diferença é que, ao menos, o domínio filipino não disfarçava a sua natureza. Hoje, os nossos dirigentes sorriem, assinam, bajulam e até agradecem por sermos tutelados. E não são apenas os burocratas estrangeiros os culpados: são, sobretudo, os nossos próprios políticos, que cedo perceberam que em Bruxelas há mais poder, mais visibilidade e melhores poisos do que em São Bento. De Durão Barroso a António Costa, temos assistido a uma sucessão de ambiciosos que trocaram a lealdade à pátria pela ascensão nas hierarquias internacionais. Portugal serve já apenas como trampolim.

E, no entanto, os tempos difíceis não surgem apenas do exterior. A deriva antidemocrática alastra também no plano interno, disfarçada sob novas roupagens. Se muitos se escandalizam com o Chega – e bem, diga-se, pois a retórica populista não oferece soluções, apenas ressentimentos –, poucos se apercebem de que o verdadeiro risco está na emergência de uma nova direita pretensamente respeitável, que nasce das borralhas de um antigo PSD e CDS e que se tenta reabilitar à boleia de uma figura tão popular quanto perigosa: o Almirante Gouveia e Melo.

Há quem trema com os apoiantes do Chega. Eu tremo tanto ou mais com os que se juntam, discretamente, em redor de Gouveia e Melo. Começa-se pelo novo BFF (best friend forever) do Almirante: Isaltino Morais, o velho cacique que gere Oeiras como um paxá num feudo medieval. Junte-se-lhe Rui Rio, o ex-presidente do PSD, agora mandatário da candidatura a Belém, com contas a ajustar com os seus ‘fantasmas’ que o impediram de ser primeiro-ministro. Adicione-se ‘senadores’ reformados do PSD ou derrotados do CDS, bem da vida por terem aproveitado da rede de contactos políticos uma existência inteira, mas saudosistas das luzes da ribalta, como Ângelo Correia, António Martins da Cruz e Francisco Rodrigues dos Santos. Esta frente discreta, mas não menos inquietante, de figuras em busca de redenção ou vingança compõe um coro de sombras que encontra em Gouveia e Melo uma âncora, um novo D. Sebastião vestido de almirante. É isso que tentam vender.

Aliás, de entre os sete fundadores e membros da direcção de apoio ao Almirante – Honrar Portugal, que curiosamente repete uma denominação com laivos de Estado Novo de um grupo de pensamento do Chega no Facebook –, não é de admirar que haja quatro especialistas em marketing, porque Gouveia e Melo é um produto apenas com embalagem: Carlos Sá, Catarina Santos Cunha, Manuel Vaz e Tiago Mogadouro. De facto, bem precisam de vender um senhor que de carisma tem zero, sem um pensamento teórico, político ou social minimamente estruturado sobre assunto algum, que lê o teleponto como um boneco de cera – talvez seguindo as recomendações de Tiago Mogadouro, que é director-geral do Museu Madame Tussaud, em Nova Iorque.

Mas mais preocupante ainda é ver neste grupo avançado de lugares-tenentes de Gouveia e Melo – que se tornou conhecido por ter sido o director logístico de um produto (vacinas contra a covid-19) durante três trimestres – uma constitucionalista, Teresa Violante, que já defendeu, sem pudor, que houve, sim, atropelos constitucionais durante a pandemia, mas que tal problema se resolve facilmente: basta mudar a Constituição. Talvez também queira mudar a Constituição para que os atropelos cometidos por Gouveia e Melo, na sua sanha justiceira a bordo do NRP Mondego, se tornem legais.

É este o perigo de se embarcar em populistas – que é exactamente aquilo que Gouveia e Melo é. Se a lei incomoda, muda-se a lei. Se os direitos atrapalham, cortam-se os direitos. Tudo pela eficácia – e ele já defendeu ser contra a burocracia, porque, hélas, promove a corrupção. A democracia, com os seus equilíbrios, os seus freios e contrapesos, os seus incómodos, é hoje vista como um obstáculo.

O problema da crise dos partidos tradicionais, que fizeram crescer os populismos e os extremismos, faz também ‘nascer’ este tipo de figuras que, tal como André Ventura, querem mudança – mas essa mudança vem acompanhada de veneno. Em vez de vir revestida de ideias, vem mascarada com palavras como “modernização”, “responsabilidade” ou “realismo”. Traz, na verdade, um conteúdo bem mais sinistro: menos democracia, mais controlo.

Gouveia e Melo é o rosto ideal para esta operação – e será talvez o mais desejado aliado, mesmo que involuntário, de André Ventura. Se Gouveia e Melo for eleito para Belém, aí teremos um populista sem ideias – ou com ideias feitas por outros –, mas com farda e voz grave. Um produto de marketing, com teleponto e conselheiros. Um símbolo de autoridade artificial, que seduz quem anseia por ordem, mas não percebe que está a abrir caminho ao autoritarismo. A ascensão de Gouveia e Melo não representa apenas um risco político: representa um sinal de desespero democrático. Quando o povo deposita as esperanças num almirante vazio de pensamento, é porque já perdeu a confiança nos partidos, nas instituições, na democracia em si mesma.

Portugal vive, pois, um tempo de simulacro: simulacro de soberania, simulacro de debate, simulacro de escolha. E como em todos os simulacros, o espectáculo continua – com Gouveia e Melo em Belém seguirá, pois, em agonia, já sem alma, sem sentido e sem verdade.

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Portugal | TOMADA DA BOSTA DO GOVERNO DE MONTENEGRO. VONTADE VOSSA NA FOSSA!

O novo-velho governo de Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, toma hoje posse num festim de pompa e circunstância. Festa é festa, parece dizer com entusiasmo o Montenegro do Passado, do Presente e do Futuro. 

Eles festejam atascados em arrogâncias e incompetências, em ilegalidades e em impunidades. Os portugueses assistem amorfos e de bico calado e consentâneo ao festival da continuidade da degradação-destruição do Serviço Nacional de Saúde, da continuidade da Não Habitação, da Não Justiça, dos Tratos de Polé da Imigração, dos Trabalhos Indignos, dos Salários Indignos, do Aumento da Pobreza e do Avanço Descarado da Extrema-Direita no governo, nas Planeadas Reformas Constitucionais e outras com a visão tramar os trabalhadores, os pobres mais pobres, os sem-abrigo e sem vida condigna… E muitos. Todos, todos, todos. Muitos mais da ralé que eles desprezam, que eles vão aniquilando a pouco e pouco por falta de cuidados de saúde adequados e garantes de Mais Vida Protegida e Condigna. É o que eles querem e o que mais quiserem. Festejam com júbilo a tomada do novo-velho governo Luís Montenegro. A miséria já instalada vai continuar… e piorar. E o povinho inerte, insano e cobarde, afinal festeja o quê?

Revoltem-se, diz na imagem acima. Ora, ora. O rebanho dos carneirinhos desesperados e embarcados nas loas sabe lá o que isso é, perdido que está no olhar constante no seu umbigo, na luta individual e obsessiva para sobreviver nesta miséria que já avança a passos largos e mais avançará, se consentirmos e não agirmos colectivamente. Revoltem-se, pacífica e democraticamente. As ferramentas estão ao dispor dos plebeus sofredores. Avancem! Sem medos!

O Expresso Curto já a seguir, de autoria de Lia Pereira.

Mário Motta | Redação PG


O elenco do novo Governo de Montenegro. O adeus de uma das lentes do 25 de Abril

Lia Pereira, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

Entra hoje em funções e tem ordens para fazê-lo “a todo o favor”: o XXV Governo Constitucional foi apresentado esta quarta-feira e, entre algumas surpresas, tem o elenco fechado. A partir de agora, vamos assistir à nova temporada do executivo liderado por Luís Montenegro, composto por 16 ministros, seis dos quais mulheres, um novo ministério e uma pasta ‘tripartida’.

A equipa de Política do Expresso explica-lhe ao pormenor tudo o que tem de saber acerca do novo Governo: na Economia, Pedro Reis abandonou o cargo de ministro, por “razões pessoais”, deixando-o nas mãos de Manuel Castro Almeida numa tutela à qual se junta a da Coesão.

Esperada era a saída de Margarida Blasco da Administração Interna, agora entregue a Maria Lúcia Amaral. Uma das caras novas deste Governo, a antiga juíza do Tribunal Constitucional era até hoje Provedora de Justiça, cargo que iria abandonar no final deste ano, no final do segundo mandato em dez anos. Cética da lei da eutanásia e crítica do estado das prisões, abraça agora uma pasta que já criticou.

A outra estreia é a de Gonçalo Saraiva Matias que, como o Expresso havia avançado, fica à frente de uma nova tutela: o Ministério da Reforma de Estado. Anteriormente, o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos fora secretário de Estado da Modernização Administrativa no Governo de Passos Coelho. Eis o seu retrato.

A permanência da contestada Ana Paula Martins à frente da Saúde acabou, numa primeira análise, por levar a mais críticas: para Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, a “mensagem” que o Governo transmite com esta decisão é que “o SNS é para continuar a destruir”. Justificando a escolha, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, defende que este o voto de confiança na ministra da Saúde é “um sinal de esperança para todos os portugueses”.

Também o PS, pela voz de João Torres, criticou a “continuidade” do novo Governo de Montenegro e, em particular, a permanência de Ana Paula Martins na Saúde e a escolha de Maria Lúcia Amaral para a Administração Interna. “[É uma] solução desgastada que gera perplexidade”, concretizou.

Mas uma das grandes surpresas prende-se com o Ministério da Cultura - não pela saída de Dalila Rodrigues, que era esperada, mas pela fusão desta tutela com as do Desporto e da Juventude. A jurista Margarida Balseiro Lopes, que no Governo anterior detinha a última destas pastas, bem como a da Modernização, é agora a responsável por um Ministério que não tardou a gerar desconfiança.

Christiana Martins ouviu, a quente, as primeiras reações à novidade e registou a “estupefação e ironia” de alguns dos auscultados. Para João Soares, ex-ministro da Cultura de António Costa, “a entrada do Ministério da Cultura no Ministério do Desporto é, no do basquete, um grande cesto – antes de o jogo começar. O património cultural vai viver um derby de ténis de mesa. A Biblioteca Nacional e o Teatro D. Maria serão transferidos para o Jamor”, disse jocosamente, admitindo a possibilidade de este ‘plantel’ poder vir a protagonizar “surpresas” positivas.

O certo é que Dalila Rodrigues não abandona o cargo sem mais uma polémica, sendo obrigada a desmentir “categoricamente” qualquer intervenção no despedimento da programadora do CCB, Aida Tavares – algo que fora afirmado ao Expresso pela própria diretora artística do CCB.

A turbulência em torno da Cultura, que agora se dilui numa pasta tripartida, acontece num dia em que Portugal disse adeus a um dos vultos da fotografia do último século. Eduardo Gageiro, que revelou o Portugal de Salazar e esteve na linha da frente do 25 de Abril, morreu esta quarta-feira, aos 90 anos.

Sobre o homem que gostaria de ser recordado “como um rapaz de Sacavém que procurou denunciar as injustiças sociais”, sugerimos que leia o obituário escrito por Luciana Leiderfarb, que destaca também as suas proezas internacionais, como o World Press Photo conquistado em 1975, e as belas entrevistas que deu a Cristina Margato, em 2023, ou a Bernardo Mendonça, em 2017. Acima de tudo, a 4 de junho Portugal disse adeus ao cidadão que nunca deixou de fotografar Portugal, “nas suas ínfimas e enormes mudanças”. E que ainda participou no desfile do 25 de Abril, este ano, de cadeira de rodas mas alma cheia.

OUTRAS NOTÍCIAS

Ser liberal Na sequência da demissão de Rui Rocha, Mariana Leitão confirmou que é candidata à liderança da Iniciativa Liberal. A também candidata a Belém quer contar com “o contributo de todos” e inspirar uma mudança no país, “sem medo de ser liberal”.

Gaza Os Estados Unidos voltaram a vetar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia o cessar-fogo imediato e permanente em Gaza e o fim das restrições à entrada de ajuda humanitária.

Ucrânia Trump teve uma “boa conversa” com Putin, mas sem avanços para um cessar-fogo na Ucrânia. Segundo o Chefe de Estado norte-americano, o Presidente da Rússia informou-o que “vai ter de responder” ao ataque de drones ucranianos a bases aéreas russas, que terá destruído mais de 40 bombardeiros.

Musk vs Trump Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades? Ao cabo de menos de cinco meses em funções, Elon Musk abandona a Administração Trump, tecendo duras críticas ao outrora aliado. Catarina Maldonado Vasconcelos explica-lhe o que está em causa.

Migrações Trump proibiu a entrada nos EUA de cidadãos de 12 países, entre os quais a Guiné Equatorial, para "proteger" o país de “terroristas estrangeiros”. Por seu turno, a Comissão Europeia diz que as medidas do Governo português para expulsar imigrantes ilegais estão "em conformidade" com as recomendações da instituição.

Antibióticos & antidiabéticos O preço destes medicamentos pode vir a aumentar 370% e 875%, respetivamente. A subida resulta de uma taxa ambiental aplicada aos laboratórios e os produtores alertam para o risco de escassez de fármacos mais custo-efetivos, “que são a base da sustentabilidade do sistema de saúde e das famílias portuguesas”.

Seleção nacional 25 anos depois, e após uma reviravolta no marcador, Portugal voltou a bater a Alemanha. 2-1 foi o resultado do jogo que coloca Portugal na final da Liga das Nações. França ou Espanha serão o adversário. A crónica do jogo, que teve golos de Francisco Conceição e Cristiano Ronaldo, está aqui.

Guns N’ Roses A banda de Axl Rose e Slash chega esta sexta-feira a Portugal, para um concerto em Coimbra. Na BLITZ, pode ler sobre os recentes espetáculos dos norte-americanos na Turquia e na Geórgia, esta semana, e começar a imaginar o alinhamento do regresso dos Guns N’ Roses ao nosso país.

FRASES

“A candidatura de Gouveia e Melo está a fraturar o eleitorado do Chega e a fraturar o partido Chega, porque está à rasca, ainda não percebeu se apoia Gouveia e Melo ou não. E Gouveia e Melo também está à rasca, porque ainda não sabemos se quer o apoio do Chega ou não”, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, à Antena 1

“Não me agarre pelo pescoço”, cidadã que aproveitou a presença do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa na Feira do Livro de Lisboa para criticar o posicionamento de Portugal quanto a Gaza, quando o Presidente da República lhe tentou responder, aproximando-se de si

“A catadupa de ‘provas’ com que se expõem as perversões do gangster Herberto visa o guião para uma pulp fiction? Será o verdadeiro pano de fundo demonstrar que tudo moralmente se equivale, num bom serviço às ‘indústrias da cultura’ que não distinguem o Toy do Zeca Afonso?”, António Cabrita sobre “Se Eu Quisesse, Enlouquecia”, biografia de Herberto Hélder escrita por João Pedro Jorge, na revista do Expresso

PODCASTS

“Também me faz confusão que por carência afetiva se trate um cão como se fosse um bebé”, Ana Galvão sobre a polémica dos bebés reborn, em “Temos de Falar”

Ela quer dividir o dinheiro e ele quer investir em ETF. Quem tem razão? Pedro Andersson ajuda a resolver esta disputa, em Contas Poupança

O QUE ANDO A LER

“A Chave de Casa”, Tatiana Salem Levy, Elsinore

Quantas vidas cabem na passagem de um humano pelo planeta? Em “A Chave de Casa”, originalmente editado em 2007, a escritora brasileira Tatiana Salem Levy parece responder a esta questão, aventurando-se num romance – o seu primeiro – desenhado em vários planos. O choque da morte da mãe, que deixa a protagonista num torpor apático, é descrito de forma crua, enquanto nos restantes capítulos a narradora navega pelas memórias de uma paixão avassaladora (e, mais tarde, tóxica) e pela viagem que empreende à terra do seu avô, a Turquia, em busca das histórias dos antepassados que, duas gerações antes, haviam rumado ao Brasil na esperança de uma vida melhor.

18 anos depois de chegar ao mundo e de ganhar importantes prémios, “A Chave de Casa” é agora reeditado em Portugal, onde estava esgotado, numa versão revista pela autora, que no processo tentou manter “o frescor e a emoção de um primeiro romance”. Eu nunca tinha lido “A Chave de Casa” e estou encantada com a facilidade com que Tatiana Salem Levy, de quem já lera “Vista Chinesa” (2021), alterna entre espaços, tempos e estados de espírito diferentes sem perder voz e identidade. É um de milhares de livros que esperam por si na Feira do Livro de Lisboa, que ontem abriu portas e que pode visitar até 22 de junho, no Parque Eduardo VII.

Este Expresso Curto fica por aqui. Acompanhe toda a atualidade no site do Expresso, na Blitz, na Tribuna e ainda no Expressinho e no SIC Explica-me, os dois projetos do Grupo Impresa pensados exclusivamente para crianças e jovens e que ajudam os mais novos a compreender as notícias, com artigos adaptados, que “despertam curiosidade e formam cidadãos informados”.

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quarta-feira, 4 de junho de 2025

PÁGINA UM - newsletter

O mês de junho ainda leva apenas três dias e já sentimos aquele apelo irresistível de não deixar escapar o que importa. Com os parcos meios que temos na PÁGINA UM, continuamos acreditando que nossa missão é fazer mais e melhor — mesmo que isso signifique um esforço extra. Nesta semana, desde domingo, entre editoriais, podcast, análises e reportagens, já publicamos 11 conteúdos que convidamos com entusiasmo você a ler.

Mas hoje queremos destacar quatro em particular, publicadas nas últimas horas, pela sua relevância:

Impresa e Novo Banco: não há aqui corrupção?

Na sua análise detalhada, Elisabete Tavares desconstrói o arquivo do inquérito sobre as ligações entre o grupo de Pinto Balsemão e o Novo Banco. Apesar das suspeitas de operações um pouco claras, o Ministério Público arquivou. Mas será mesmo caso encerrado?

Pela boca morre o peixe: Gouveia e Melo sabia de 'cunha' na vacinação… e nada fez

Revelamos um e-mail de Miguel Guimarães, então bastonário da Ordem dos Médicos, dirigido ao coordenador da 'task force' da covid-19, informando de um pedido político de favorecimento na vacinação. A resposta de Gouveia e Melo foi... o silêncio. O caso agora está sob investigação do Ministério Público.

Correio da Manhã, Público, JN, DN e Expresso em colapso: vendas em mínimos históricos

Números negros da imprensa tradicional: em três décadas, jornais de referência perderam quase toda a circulação em papel. O Expresso , outrara o bastião das bancas, arrasta-se pelos 33 mil exemplares — e os restantes estão ainda piores.

Carlos Moedas volta a ser 'cabeça de cartaz' em evento pago pela Câmara de Lisboa à Medialivre

O presidente da Câmara repete protagonismo em mais uma conferência promovida pela Medialivre, novamente sem assento para a oposição e com palco e logística pagos com dinheiro público. Desta vez o tema foi imigração, com o ministro Leitão Amaro também discursando. Tudo isso sob um contrato de 147.600 euros — e não em uma “parceria”, como se quis fazer crer.

Por fim, queremos agradecer sinceramente a todos os leitores que, entretanto, responderam favoravelmente ao nosso recente apelo de apoio à PÁGINA UM . Nosso incentivo — tão generoso quanto vital — é nossa esperança de crescer e continuar oferecendo mais . Nos sensibiliza e nos estimula.

Com gratidão e compromisso,

Pedro Almeida Vieira

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Portugal | O HOMEM DAS PONTES

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | MORREU EDUARDO GAGEIRO, GRANDE FOTOJORNALISTA

Morreu o fotojornalista Eduardo Gageiro aos 90 anos. Foi um dos primeiros fotojornalistas a chegar aos cenários do 25 de Abril

O fotojornalista Eduardo Gageiro, conhecido por imagens históricas captadas na Revolução do 25 de Abril, morreu durante a madrugada de hoje, em Lisboa, aos 90 anos, disse à agência Lusa fonte da família.

Eduardo Gageiro morreu esta madrugada, nos Hospital dos Capuchos, em Lisboa, “em paz, rodeado pela família, com todo o carinho e conforto”, disse à Lusa Afonso Gageiro, neto do fotojornalista.

Nascido em Sacavém, em 1935, Gageiro, que completou 90 anos em fevereiro, deixa um vasto arquivo de uma obra de décadas que ilustra realidades políticas, sociais e culturais do país, modos de vida e personalidades diversas, num registo histórico desde a década de 1950 até à atualidade.

Eduardo Gageiro foi um dos primeiros fotojornalistas a chegar aos cenários do 25 de Abril, fixando as imagens do encontro dos militares no Terreiro do Paço, o assalto à sede da PIDE, a polícia política da ditadura, e o momento em que o capitão Salgueiro Maia percebeu que a queda da ditadura era inevitável e a revolução triunfara.

Jornal Económico

Angola | ASSINO POR BAIXO – Artur Queiroz

Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

João Baptista Kussumua publicou hoje no Jornal de Angola um texto de homenagem aos jornalistas angolanos que exerceram a profissão entre 11 de Novembro de 1975 e 22 de Fevereiro de 2002. Mas também os de antes e depois. Os que hão-de vir, os que sonham um dia exercer esta profissão demencial. É preciso ter coragem para homenagear quem exerce a sua profissão na lógica do contrapoder. Quem tem um compromisso inquebrável e inegociável com a verdade dos factos. Com o rigor. Com a actualidade. Com respeito por todas as partes atendíveis. 

A opinião foi expressa por um antigo ministro. Um antigo governador provincial. Afinal, do alto não chegam apenas ordens superiores que matam o Jornalismo Angolano. Desprezo e humilhações que desmoralizam e desmotivam os profissionais. Também chegou uma homenagem que eu assino por baixo e gostava de ter escrito, mas não escrevo para não ser juiz em causa própria. Nem em causa alheia! 

Pela parte que me toca agradeço a João Baptista Kussumua. No longínquo ano de 1975 vi centenas de civis mortos e as suas imbambas espalhadas pelo chão, ao longo da estrada entre Lucala e Samba Caju. Algumas Mamãs tinham os filhos às costas. A mesma bala matou mãe e filhos bebés. Dispararam os assassinos do Exército de Libertação de Portugal (ELP), os mercenários e as tropas zairenses levadas para Angola pela mão da FNLA. Até os macacos choravam, enquanto remexiam nas imbambas à procura de comida. 

Dava as mãos com que escrevo para não ter vivido e reportado aquela tragédia. E outros massacres nas ruas e bairros de Luanda, em Cabinda, no Leste, no Huambo, nos Morros do Lobito e tantos outos lugares de Angola.

Angola | Verdades de Bicesse a Pretória -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

Eugénio Manuvakola em 1974 já era um homenzinho. Segundo o próprio, fez o serviço militar obrigatário e em 1973 foi para Luanda estudar Medicina. Portanto não é um savimbista matumbo, bicho do buraco ou formiga cadáver pestilenta, ainda que também ataque à traição. Este e outros sicários da UNITA enchem a boca com o Acordo de Alvor, assinado entre a potência colonial, Portugal, e os três movimentos de libertação, reconhecidos como representantes legítimos do Povo Angolano: FNLA, MPLA e UNITA.

No dia da assinatura do Acordo de Alvor, em 15 de Janeiro 1975, Agostinho Neto fez o discurso de encerramento em nome dos três movimentos de libertação. Uma peça fundamentalíssima que devia ser distribuída no início de todos os anos lectivos, aos estudantes do ensino secundário e superior. Está ali o caderno de encargos para fazermos de Angola um grande país, bom para se viver. Maninho Manuvakola, foi Agostinho Neto que discursou, não foi o Chipenda! Na mesa de negociações estava o MPLA e não os traidores do Chipenda.

No dia 31 de Janeiro de 1975 tomou posse em Luanda o Governo de Transição e o Colégio Presidencial. Mas antes, Daniel Chipenda fez um “acordo de cooperação” com a FNLA, em Kinshasa. O ditador Mobutu e Spínola, então Presidente da República Portuguesa, tinham decidido, numa cimeira que decorreu na Ilha do Sal, que Cabinda ficava para a República do Zaire (RDC) e o MPLA era afastado do processo de descolonização. Angola ficava dividida em duas partes. A Norte do Cuanza mandava a FNLA, Holden Roberto, Mobutu e a Casa dos Brancos. A Sul do Cuanza, UNITA e Savimbi comanditados pelos racistas de Pretória. 

No dia seguinte à tomada de posse do Governo de Transição, Daniel Chipenda abriu um quartel em Luanda, ao lado da sede central da FNLA. Declarou-se presidente do MPLA e afirmou que o Governo, sem ele, não valia nada. O Acordo de Alvor era nulo. O acordo foi assinado por Savimbi, Manuvakola! Que disse aos jornalistas estar muito orgulhoso por Agostinho Neto falar em nome dos movimentos de libertação!

Portugal | QUANDO DANÇAS COM O DIABO -- Fernanda Câncio

Então, dizem-nos, é para "normalizar" o racismo explícito, os apelos à violência e à morte, o insulto e a calúnia como modo de fazer política. Mais as constantes referências ao “antes do 25 de abril” como algo de mais desejável que o pós, ou seja, à ditadura e à miséria do Estado Novo como superiores à democracia e ao Estado Social. É só entregar a alma, não custa nada.

Fernanda Câncio, opinião | Diário de Notícias

No seu discurso após serem conhecidos os resultados do círculo da emigração, André Ventura disse várias coisas, mas uma delas ficou a retinir-me nos ouvidos: “Quero mudar a alma do país”.

É uma frase de “efeito”, na qual não é certo que tenha refletido — o discurso esteve, como é costume na pessoa, cheio de gongorismos, estultícias e absolutas contradições — mas que merece atenção. É que não é todos os dias que um líder político se refere à “alma” de um país, ou seja à sua essência, natureza, espírito, caráter, como necessitando de mudança. Geralmente os líderes políticos, e mais ainda os populistas como Ventura, fazem o contrário:  exaltam essa mesma alma (seja lá o que for) e assumem-se como os seus únicos intérpretes verdadeiros e fiéis, os seus arautos, oráculos, profetas. É aliás essa a definição do populismo; é a isso mesmo que este específico líder se refere quando proclama saber e dizer o que “as pessoas sentem”.

Ora se diz o que as pessoas sentem, o que significa que está “ligado”, conectado, à respetiva alma, por que haveria de querer mudá-la? Que defeitos lhe encontra? Que melhorias prognostica?  A afirmação é ainda mais inusitada quando quem a profere passa a vida a invocar a sua religiosidade — o que terá de implicar que a palavra tem para si um cunho sagrado, transcendente. Como haveria então um homem, por mais escolhido, ungido, venturoso que se considere, de mudar algo que é simultaneamente da ordem da imanência e da transcendência? Não é isto praticamente uma blasfémia, tanto religiosa como política?

Bom, dir-me-ão, nada disto é para levar a sério — no mesmo discurso, Ventura disse que as vitórias não servem para esfregar na cara dos derrotados, quando na noite das legislativas, dias antes, tinha iniciado o discurso nem mais nem menos assim: “Varremos do mapa a esquerda, ajustámos as contas com a história. Superámos o partido de Mário Soares, matámos o PCP de Álvaro Cunhal, varremos o BE do mapa”.  

Sucede que sim, o que Ventura diz é para levar a sério porque é para levar a sério, muito a sério, aquilo que está a acontecer. É para levar muito a sério aquilo que o Chega, ou seja André Ventura, quer fazer, e o que quer fazer é algo que está muito menos nos seus sucessivos programas — os quais, recorde-se, passaram do liberalismo motosserrista à la Milei (o ministério da Educação era para extinguir e as escolas para “dar” a quem as quisesse, na saúde instaurava-se o princípio do utilizador-pagador, o Código do Trabalho era para rasgar e o arrendamento para liberalizar ainda mais, etc) aos hinos ao Estado Social, mantendo sempre a ideia de cortar o mais possível os impostos e nunca explicando onde se vai buscar o dinheiro para o que se promete; ou seja, são não-importa-o-quê, apenas meios para um fim — e muito mais na sua praxis quotidiana. 

E essa praxis é a da degradação, da brutificação, do enaltecimento da violência, da humilhação e da ameaça. É a praxis em que o líder apelida de “bandidos” uma família negra num bairro pobre por ser negra e pobreexige uma medalha para um agente da PSP que matou um homem negro desarmado (Odair Moniz) à queima-roupa, calunia os imigrantes associando, sem qualquer fundamento factual (como o diretor da Polícia Judiciária fez questão de esclarecer), a imigração a insegurança e criminalidade, afixa cartazes em que faz equivaler os 50 anos da democracia — os únicos anos de democracia e liberdade política que este país conheceu — a “corrupção”. 

A praxis pela qual o líder parlamentar do partido afirmou na TV, após a morte de Odair Moniz, que “se a polícia atirasse mais a matar, o país estava em ordem”. 

A praxis em que o partido e o seu líder, que passam a vida a reclamar o direito à total liberdade de expressão, disparam processos contra comentadores, jornalistas e adversários políticos; Ventura pode chamar tudo a toda a gente, dizer que este e aquele deviam estar presos, mas ai de quem se lembre de o apelidar, a ele ou ao partido, de racista, xenófobo ou outra coisa qualquer das muitas que podem, com toda a propriedade, ser-lhes imputadas.

Deixa tudo isto de ser verdade, deixa tudo isto de ser um perigo, deixa tudo isto de ser infrequentável, inaceitável, deixa tudo isto de dever ser, sem quartel, combatido por todos os que defendem o Estado de direito, o primado da lei, os direitos humanos, porque esta pessoa e este partido conseguiram muitos votos? 

Trump ganhou as presidenciais americanas e teve até, ao contrário do que se passou em 2016, mais votos que a adversária. Isso significa que passa a ser uma pessoa respeitável? Que não constitui um perigo para os EUA e para o mundo? Que não é um autocrata que está metodicamente, mais a sua entusiástica trupe, a destruir a democracia americana? 

E, sim, podemos mesmo falar de Hitler e de como o seu partido de 1928 a 1932 passou, em eleições livres, de 2,63% dos votos para 33%, de como em 1933 entrou para um governo de coligação e no fim do ano já ilegalizara todos os outros partidos —  o resto sabemos todos (ou não, e se calhar é mesmo esse o problema). 

Quando oiço ou leio gente a perorar sobre a “necessidade de normalizar o Chega” por causa do milhão e trezentos e tal mil eleitores que nele votaram, gostaria de que me explicassem o que querem “normalizar”: o racismo explícito? Os apelos à violência e à morte? O insulto e a calúnia como modo de fazer política? As constantes referências ao “antes do 25 de abril” como algo de mais desejável que o pós, ou seja, à ditadura e à miséria do Estado Novo como superiores à democracia e ao Estado Social?

A ideia é o quê, que se continuarem a fazer de conta que isso não é o que distingue o Chega dos outros partidos, o Chega muda? 

Se dançares com o diabo, não mudas o diabo, ele muda-te a ti. E não é que não tenhamos sido avisados.

Ler FC em DN opinião:

Incansáveis no propósito de degradar Portugal

Seguro anuncia candidatura às presidenciais. Alega que é preciso "mudança e esperança"

Portugal - Eleições Presidenciais

Lisboa, 03 jun 2025 (Lusa) -- O ex-secretário-geral do PS António José Seguro anunciou hoje que será candidato a Presidente da República, considerando que o país precisa "de mudança e esperança numa vida melhor", numa altura em que falta estabilidade e confiança.

"Decidi e anuncio hoje, no dia em que começa uma nova legislatura que vai exigir muito de todos nós: sou candidato a Presidente da República", refere num curto vídeo publicado pela TVI/CNN.

Seguro explicou que será candidato a Belém porque acredita que Portugal "precisa de mudança e esperança numa vida melhor".

"O que nos falta hoje não é apenas estabilidade, é confiança. Confiança nas instituições, confiança de que quem está no poder serve e não se serve, confiança de que deixaremos aos nossos filhos mais do que aquilo que recebemos dos nossos pais", disse.

 Sapo | Lusa

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