segunda-feira, 7 de abril de 2025

Ucrânia culpada de violar direitos humanos no massacre de sindicato - diz tribunal europeu

FORÇAS NAZIS UCRANIANAS APOIADAS PELO OCIDENTE MASSACRARAM


Kit Klarenberg* | The Grayzone | # Traduzido em português do Brasil

O tribunal condenou as autoridades ucranianas por não terem impedido um massacre violento em 2014, no qual dezenas de ativistas antinazistas foram queimados vivos — mas o preconceito político dos juízes fez com que as vítimas fossem implicitamente culpadas por seu destino, e suas famílias receberam uma indenização irrisória de 15.000 euros.

Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou o governo ucraniano culpado de cometer violações de direitos humanos durante o massacre de Odessa em 2 de maio de 2014, no qual dezenas de manifestantes de língua russa foram forçados a entrar na Casa dos Sindicatos da cidade e queimados vivos por bandidos ultranacionalistas nazis.

Citando a “falha das autoridades relevantes em fazer tudo o que poderia ser razoavelmente esperado delas para evitar a violência em Odessa”, o tribunal decidiu por unanimidade que a Ucrânia violou o Artigo 2 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que garante o direito à vida. Os juízes também condenaram a falha do governo ucraniano “em parar a violência após seu início, em garantir medidas de resgate oportunas para as pessoas presas no incêndio e em instituir e conduzir uma investigação eficaz sobre os eventos”.

42 pessoas foram mortas como resultado do incêndio, um sangrento encerramento da chamada "revolução de Maidan" que viu o presidente democraticamente eleito da Ucrânia ser deposto em um golpe apoiado pelo Ocidente em 2014. Autoridades ucranianas e veículos de mídia tradicionais têm consistentemente enquadrado as mortes como um acidente trágico , com algumas figuras até mesmo culpando os próprios manifestantes anti-Maidan por iniciarem o incêndio. Essa noção é completamente desacreditada pelo veredito, que foi proferido por uma equipe de sete juízes, incluindo um juiz ucraniano.

Enquanto dezenas de ativistas anti-Maidan morriam queimados, o TEDH descobriu que o envio de carros de bombeiros para o local foi "deliberadamente atrasado por 40 minutos", embora o quartel de bombeiros local estivesse a apenas um quilômetro de distância.

No final, o órgão judicial determinou que não havia nada que indicasse que as autoridades ucranianas “fizeram tudo o que era razoavelmente esperado delas para evitar” a violência. Autoridades em Kiev, eles disseram, não fizeram “nenhum esforço” para evitar escaramuças entre ativistas pró e anti-Maidan que levaram ao inferno mortal, apesar de saberem de antemão que tais confrontos provavelmente iriam acontecer. Sua “negligência… foi além de um erro de julgamento ou descuido”.

O caso foi movido por 25 pessoas que perderam familiares no ataque incendiário neonazista e nos confrontos que o precederam, e três que sobreviveram ao incêndio com vários ferimentos. Embora o ECHR tenha considerado que a Ucrânia violou seus direitos humanos, o tribunal exigiu que a Ucrânia pagasse a cada um deles apenas 15.000 euros em danos.

A decisão também não chegou a reconhecer a realidade completa do massacre de Odessa, pois ignorou amplamente o papel desempenhado por elementos neonazistas apoiados pelo Ocidente e seus laços íntimos com o massacre de atiradores em fevereiro de 2014 na Praça Maidan, que foi conclusivamente determinado como uma bandeira falsa . Na decisão dos juízes, eles minimizaram ou justificaram a violência dos violentos fãs de futebol ucranianos e skinheads, descrevendo-os caridosamente como "ativistas pró-unidade".

* Kit Klarenberg é um jornalista investigativo que explora o papel dos serviços de inteligência na formação de políticas e percepções.

Em Bruxelas e nas capitais europeias, “ rearmamento rápido" tornou-se a palavra da moda

Gian Paolo Accardo*, fundador de VoxEurope - newsletter

Dado o crescente coro de retórica hostil da administração Trump, a Europa está enfrentando a perspectiva de ter que organizar sua própria defesa e a da Ucrânia também – e pagar por isso. Após 80 anos de Pax Americana, é uma situação desconcertante.

Em Bruxelas e na maioria das capitais europeias, “ rearmamento ” rapidamente se tornou a palavra da moda. Mas até agora houve pouca discussão sobre a natureza exata dos perigos que a Europa enfrenta, e ainda menos debate público sobre como lidar com eles.

Então, em meio a essa conversa vaga sobre investir centenas de bilhões de euros em armamento, o que sabemos sobre o estado das forças armadas existentes na Europa? Esse é o assunto de um artigo de Elena Sánchez Nicolás e Sergi Pijuan, de nossos parceiros no EUObserver . Eles vasculharam os bancos de dados disponíveis para nos dar uma visão geral da situação atual.

O principal objetivo do rearmamento é claramente dissuadir potenciais adversários – começando pela Rússia – de atacar um país da UE. Inevitavelmente, isso levanta a questão das armas nucleares , o impedimento final. O que antes era tabu tornou-se tópico novamente, particularmente na Europa Central e Oriental, como Pavel Bartůšek observa em sua resenha de imprensa .

O rearmamento da UE também levanta a questão do financiamento. Talvez os europeus possam ser convencidos de que o investimento é essencial, mas quão fácil eles acharão cortar seus lendários programas sociais para pagar por ele? Alguns dos estados de bem-estar social da Europa já foram cortados até o osso por sucessivas curas de austeridade. Eles podem não sobreviver a mais cortes, como está documentado no relatório de Fabien Perrier da Grécia .

Na vizinha Sérvia , o problema não é tanto a austeridade, mas a corrupção descarada . Há semanas, os sérvios estão nas ruas em uma demonstração de força contra o regime de Aleksandar Vučić. A jornalista tcheca Petra Dvořáková relata para o Deník Referendum sobre a situação em Belgrado.

O jornalismo que você pode ler aqui é o produto de várias colaborações e parcerias, notavelmente Pulse e Display Europe . Participar desses projetos nos permite explorar e traduzir nossos vários relatórios, investigações e outras histórias. Mas não é o suficiente para cobrir os custos de nossa equipe de editores e tradutores. Para apoiar nossa cooperativa de imprensa, considere assinar ou doar.

* Gian Paolo Accardo, cofundador e editor-chefe de VOX EUROPE

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MENTIRA COMPARADA -- Crianças Humilhadas e Expropriadas

J. Bazeza, Luanda >

Na República da Sanzala as crianças são humilhadas pelo soba grande. O chefão e seus auxiliares continuam a caminhar na sua faixa de rodagem atropelando o povito do futuro. Como já fizeram e continuam a fazer com os velhotes, as mamãs e manas zungueiras, os jovens desempregados. Estes governantes só são amigos dos piratas das indústrias que compram as empresas a funcionar e depois fecham-nas, para entrarem no esquema das importações sobrefacturadas.

As empresas fechadas é que dão lucros. Os piratas não pagam impostos, só recebem dinheiro dos cofres públicos. E se forem da quadrilha do marido da cabeleireira das Finanças, recebem fortunas. A pirataria das importações não tem responsabilidades com os trabalhadores. Nem sabem o que é isso de descontos para a Segurança Social. 

Quem mandou os pobres nascerem aqui na Sanzala? Os seus bisavós, avós, pais e tios lutaram pela Independência Nacional. Muitos já baicaram e eles continuam rijos aqui, vivendo pior do que o cambua. São bem teimosos, não querem emigrar. Paciência! São tema de conversa nos hotéis, nos bares e restaurantes das cidades altas e baixas. Entre alguns auxiliares do soba grande há os fabricantes de fortunas. Hoje valem milhões, amanhã biliões e no dia seguinte triliões. Sempre a subir até ao Dubai. O filho do Cacau já é mais rico do que os gringos do petróleo. 

O povito está a lamentar muito. Os mais velhos dizem que no alto da cidade há pessoas desumanas. O chefão não tem cabeça nem talento para governar como o Manguxi e o Ngazuza. Nas reuniões dos conselhos, sejam de ministros, da república ou do comité central, quem faz críticas é logo apontado como conspirador.

Angola | Banditismo Político de Estimação -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

Agostinho Neto e Mobutu assinaram um acordo de paz em 22 de Julho de 1977. No dias 19 e 20 de Agosto o Presidente da República Popular de Angola visitou Kinshasa. Estava garantida a normalidade no Norte de Angola. Ao mesmo tempo o líder angolano pôs em marcha uma política de clemência que lançou um véu de esquecimento sobre todos os crimes cometidos contra o Povo Angolano na Guerra de Transição. Foram especialmente beneficiados os dirigentes e militantes da FNLA, que fizeram a guerra contra Angola por procuração passada pelo ditador zairense e a Casa dos Brancos. 

O Presidente José Eduardo dos Santos prosseguiu a política de clemência para com os dirigentes e militantes da UNITA, que combatiam contra Angola ao serviço do regime racista de Pretória. Também foi abrangido Daniel Chipenda que acabou por abraçar a carreira diplomática. Pediu a Jonas Savimbi que aderisse ao regime democrático quando iniciou a rebelião armada contra a democracia representativa acabada de nascer. Ofereceu-lhe o lugar de Vice-Presidente da República em nome da paz e da reconciliação Nacional. Nunca se tinha visto nada igual no mundo moderno!

Em Junho de 1975 fiz a cobertura da Cimeira de Nakuru, última tentativa de levar FNLA e UNITA a abandonarem os interesses de seus amos e assumirem as responsabilidades no processo de descolonização, bem descritas no Acordo de Alvor. Norberto de Castro nessa altura já era o jornalista que tratava da comunicação social da UNITA, financiada pelos colonos ricaços, que defendiam a independência branca na órbita do regime de apartheid, da África do Sul. Antes de dar esse passo era o realizador, produtor e apresentador do programa-âncora da Emissora Oficial de Angola (hoje RNA).

Norberto de Castro dedicou uma página inteira, no jornal “Kwacha”, à delegação do Galo Negro, chefiada por Jonas Savimbi. Uma edição preciosa porque nos permite hoje avaliar a sanha assassina do líder da UNITA. Dessa delegação fazia parte Jorge Sangumba, secretário das relações exteriores do movimento. Foi assassinado cruelmente por Savimbi!

Portugal | MARCELO É INFELIZ E JÁ SABÍAMOS...

António Maia em Mais Ribatejo

Portugal | SONDAGENS (ou palermices) NO PAÍS DA MANIPULAÇÃO DE MASSAS

Pedro Almeida Vieira, opinião | Página Um

Quando se afirma que uma sondagem foi feita com “rigor científico”, geralmente associada a uma reduzida margem de erro, espera-se, no mínimo, que esse rigor não se dissolva ao primeiro olhar sobre a ficha técnica. Mas o que o Público, a RTP e a Antena 1 aceitaram publicar por estes dias — com chancela ‘científica’ da Universidade Católica, via CESOP — não é uma sondagem: é uma palermice mascarada de estatística.

E pior: é uma palermice perigosa, porque serve para manipular a opinião pública sob o verniz da respeitabilidade académica. Com a bênção silenciosa da ERC, essa entidade reguladora que há muito perdeu a utilidade e hoje apenas funciona como um armazém de pareceres burocráticos, incapaz de defender os cidadãos contra a intoxicação informativa.

Comecemos pelo número mais escandaloso: a taxa de resposta desta suposta sondagem (que, como todas as outras nunca são validadas externamente) foi de 29%. Isto significa, de forma crua, que sete em cada dez pessoas recusaram participar na sondagem. Foram contactadas 4.177 pessoas, mas só 1.206 aceitaram responder. E, ainda assim, esses 1.206 são tratados como se representassem fielmente os mais de nove milhões de eleitores portugueses. Há aqui dois problemas gravíssimos que deviam invalidar qualquer pretensão de fiabilidade desta sondagem:

1. Auto-selecção dos inquiridos: quem responde não é uma amostra aleatória pura, mas sim quem quis responder. Esse grupo tende a ser mais politizado, mais disponível e, muitas vezes, mais alinhado com os meios de comunicação que encomendam a sondagem. Há uma diferença enorme entre uma amostra aleatória de 1.206 pessoas com alta taxa de resposta e uma amostra de 1.206 extraída de um universo onde 71% recusaram participar. A Universidade Católica sabe isso; os directores dos órgãos de comunicação social talvez -mas todos participam na farsa que alimentará notícias, comentários e entrevistas até à próxima fraude.

2. Distância entre método e realidade eleitoral: por mais que os ‘produtores’ destas ‘sondagens’ se defendam com “ponderações estatísticas”, o facto é que não se pode corrigir um viés de auto-selecção se não se conhece sequer o perfil dos que não responderam. A ilusão de representatividade criada pelas chamadas ponderações é apenas isso: uma ilusão. Ou, se quisermos ser mais justos, um embuste.

Que uma universidade alimente este tipo de práticas já seria, por si só, um motivo de vergonha académica. Que meios de comunicação social com responsabilidades públicas, como a RTP, aceitem difundir os resultados como se fossem uma fotografia fiável do país — isso, sim, é escandaloso. E que a ERC assista e abençoe esta prática de manipulação de massas num regime democrático é uma prova da sua absoluta inutilidade e de uma indigência que mina a democracia. A ERC, que devia zelar pela integridade da informação difundida, transforma-se, com a sua cumplicidade, numa aliada objectiva da pura desinformação.

Aliás, esta não é uma falha isolada. Há muito que os chamados estudos de opinião servem mais para formar percepções do que para retratar realidades. O objectivo não é saber em quem os portugueses tencionam votar, mas sim condicionar o voto dos indecisos com o argumento da viabilidade e da “preferência nacional”, construídas em cima de amostras frágeis e enviesadas.

Não basta publicar a margem de erro (aqui 2,8%, como se isso tivesse algum valor real com 71% de não respondentes). A verdadeira margem de erro é outra: a do bom senso que se perdeu.

Estamos perante um caso claro de abuso da credibilidade académica e jornalística para alimentar um ritual estatístico vazio. E, assim, quando o ritual substitui o rigor, a ciência cede o lugar à propaganda.

Se ainda há quem leve estas ‘sondagens’ a sério, só pode ser porque prefere viver numa realidade fabricada a aceitar a verdade nua: a maioria dos portugueses recusa participar nestes exercícios porque já percebe, por instinto, que são uma fraude. E essa é, por ironia, a única sondagem verdadeiramente representativa: a cada vez menor taxa de respostas em sondagens.

Há-de surgir o dia em que ninguém atenderá um telefone de uma empresa de sondagens – mas, lamentavelmente, serão sempre apresentados ‘resultados’ com rigor. Nem que se invente. Há gente para tudo, sobretudo quando a numeracia em Portugal ainda é pior do que a literacia.

Ler/Ver em Página Um:

Contratos Públicos: quando o conluio começa a ser a regra e a decência é a excepção

ERC institucionaliza ‘taxa de promiscuidade’ nos media

Informática: Só nos útimos cinco anos houve 15 contratos públicos de mais de 5 milhões de euros

Portugal | A HABITAÇÃO NÃO PODE SER UMA MIRAGEM

Luís Filipe Pereira*, opinião | Esquerda.net

Qualquer humorista poderia ironizar dizendo que “não são os preços das casas que estão altos mas sim os salários é que estão baixos”. Ambas as afirmações são verdadeiras, só não fazem rir ninguém porque esta situação não é para graças.

São conhecidas de todos as carências habitacionais, sobretudo para aqueles cujos rendimentos não lhes permitem ter acesso a uma habitação a preços de mercado. O preço da compra ou arrendamento das casas, não está ao alcance de quem aufere o Salário Mínimo Nacional (SMN) ou perto desse valor.

Qualquer humorista poderia ironizar dizendo que “não são os preços das casas que estão altos mas sim os salários é que estão baixos”. Ambas as afirmações são verdadeiras, só não fazem rir ninguém porque esta situação não é para graças. É verdade que o SMN em Portugal é dos mais baixos da Europa, é vergonhosamente dos mais baixos da Europa, mas também é verdade que o preço das casas no nosso país é dos que mais tem subido.

Para agravar a situação da carência de habitação, o Estado Português nos seus sucessivos governos nunca se preocupou com a oferta pública de habitação, nunca definiu políticas sociais de habitação sérias. Fala-se muito na habitação social mas muito pouco de políticas sociais de habitação, e os bairros sociais que foram construídos resultaram numa forma de encaixotar as pessoas em guetos, que apenas afirmam e realçam as diferenças sociais e indiferenças governamentais e das entidades responsáveis, quer estas sejam o IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana), quer sejam as câmaras municipais. Estas últimas têm sido notícia nos últimos tempos devido aos despejos que têm levado a cabo com grande desumanidade. Derrubam pequenas habitações precárias auto-construídas, sem qualquer solução alternativa de habitação para as pessoas despejadas.

Terramoto das tarifas de Trump perdura. Mercados europeu e asiático em queda acentuada

As principais bolsas europeias abriram esta segunda-feira em queda livre, a seguir a tendência das praças asiáticas, devido à inflexibilidade de Donald Trump sobre as tarifas impostas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.

O EuroStoxx 600 estava a recuar mais de 5% e as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 4,58%, 5,78% e 6,58%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se desvalorizavam 5,51% e 6,90%. A bolsa de Frankfurt chegou a estar a recuar mais de 9%. No entanto, os mercados europeus estavam, em geral, a sair-se melhor do que os mercados asiáticos nas primeiras negociações.

A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 8h45 o índice PSI baixava 5,94% para 6.241,55 pontos, um mínimo desde 17 de abril de 2024, com a cotação dos 15 papéis a descer.

O índice de referência Nikkei 225 do Japão fechou 7,9% mais baixo, enquanto o Topix mais amplo terminou em queda de 7,7%. A gigante tecnológicA Sony caiu mais de 10%.

Na China continental, onde os mercados reabriram após um feriado nacional, o Índice Composto de Xangai fechou em baixa de mais de 7%. O índice CSI300 também perdeu cerca de 7%. Em Hong Kong, o índice de referência Hang Seng foi negociado pela última vez um pouco menos de 12%. Os gigantes chineses da tecnologia Alibaba e Tencent caíram mais de 14% e 10%, respetivamente.

As ações norte-americanas caíram acentuadamente na sexta-feira, depois de a China ter retaliado ferozmente, impondo uma tarifa de 34% sobre todos os produtos dos EUA, aumentando os receios de uma escalada e de uma guerra comercial prejudicial, alimentada pela tensão comercial contínua entre as duas maiores economias do mundo.

O índice de referência da Bolsa de Valores de Taipé, o Taiex, afundou 9,7%, a maior queda diária da sua história, refletindo o pânico dos investidores na sequência das taxas impostas por Washington sobre produtos taiwaneses.

Quase todas as ações taiwanesas, incluindo a TSMC e a Foxconn, duas das mais conhecidas potências exportadoras da ilha, dispararam os circuit breakers, segundo a Agência Central de Notícias de Taiwan. Tanto a TSMC como a Foxconn caíram cerca de 10%.

O Kospi da Coreia do Sul terminou em baixa de 5,6%. A Samsung, potência tecnológica e principal motor de crescimento do país, caiu mais de 5%.

Na Austrália, o índice de referência ASX 200 fechou em baixa de 4,2%, enquanto o NZX 50 da Nova Zelândia - o primeiro índice a fechar na região na segunda-feira - terminou o dia em baixa de 3,7%.

EU, TRUMP, CONTRA O MUNDO!

Ella Baron on Donald Trump's economic prowess – cartoon | Ella Baron | The Guardian

AGUENTEM! AGUENTEM! QUERIDOS CIDADÃOS DOS EUA, ISTO VAI MELHORAR!

O JOGO ESTÁ BARALHADO

Carvalho da Silva*, opinião | Jornal de Notícias                                 

Com o turbilhão de mudanças induzidas nas relações económicas e comerciais – de forma mais visível pela Administração dos Estados Unidos da América –, que sistema de comércio internacional teremos no futuro? O que tínhamos já havia dado sinais de esgotamento nas “crises” que marcaram as duas últimas décadas: agora parece estilhaçar-se. Deve estar enganado quem, nos EUA, na Europa ou noutras latitudes, se refugia na ideia de que basta fazer de morto e esperar que a tempestade passe. O baralho está a ser manipulado. É preciso atenção à distribuição das cartas e um enorme esforço para conquistar vantagens no jogo.

Sempre se soube que o Sistema Internacional do Comércio era excessivamente catalogado de “Livre”. Recordo-me de, no final dos anos noventa, atravessar os jardins do espaço da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na companhia de um diplomata, e me ter deparado com um número significativo de “homens não europeus”, bem vestidos e de pastas na mão, sentados nos bancos do jardim. Intrigado, perguntei ao meu companheiro de caminhada quem seriam aqueles indivíduos. Respondeu-me: “são ministros ou secretários de Estado de países pobres que aguardam o fim de alguma reunião de burocratas da OMC, que tomará decisões sobre interesses dos seus países e no final lhes comunicarão”.

O “livre comércio” sempre funcionou bem a favor dos poderosos, nem sempre a favor dos outros. Sustentou uma certa “ordem” num longo espaço temporal. Em regra, favoreceu a imposição do abaixamento dos custos do trabalho, dos salários e da proteção social, mas foi apresentado sempre como determinante para o desenvolvimento e a democracia. Os resultados da globalização, algumas grandes alterações geopolíticas e geoestratégicas, e o avanço tecnológico e científico alcançado por países insuspeitos de o atingirem, baralharam as leituras. Inebriados pelo “eurocidentalismo”, esquecemo-nos de que nem poderes divinos garantem aos seres humanos alianças eternas.

Habituamo-nos a ver os países ricos numa defesa acérrima do “livre comércio” e os pobres a tentarem condições pontuais de “protecionismo” para minorar os sacrifícios dos seus cidadãos. Agora, este filme surge de pernas para o ar. O operário que apareceu esta semana ao lado de Trump há de ser sacrificado, pois a industrialização não é conciliável com a financeirização, nem com protecionismo estruturado como frente de guerra. Mas, no presente, a mensagem de Trump identifica-se com o que ele sente: falta de emprego digno e baixo nível de vida.

Vai a União Europeia (os países que a compõem) responder à nova situação mantendo as leituras antigas, designadamente sobre os tratados que a regem, as políticas dualistas e a estrutura burocrática? E, estabelecendo relações na base de dois pesos, duas medidas? Estes temas devem ser tratados, de forma clara, na atual campanha eleitoral.

* Investigador e professor universitário

Imagem: Carlos Barria/SIC

domingo, 6 de abril de 2025

ENVOLVENDO A ONU NA UCRÂNIA

Joe Lauria* | Especial para o Consortium News | # Traduzido em português do Brasil 

Uma força de manutenção da paz legalmente aceitável só pode ser criada sob os auspícios do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que significaria que ambos os lados da guerra concordariam, escreve Joe Lauria.

A Grã -Bretanha e a França dizem que querem enviar tropas europeias para a Ucrânia como “pacificadores” se um cessar-fogo for alcançado.   

Até agora, porém, apenas a Grã-Bretanha e a França parecem interessadas em contribuir com “botas no chão” e “aviões no céu” para a chamada “coligação dos dispostos”. 

Mas mesmo que houvesse um cessar-fogo de longo prazo, há quase zero chance de que forças britânicas ou francesas sejam enviadas para a Ucrânia. Isso porque, para estabelecer uma verdadeira força de manutenção da paz, ambos os lados de um conflito devem concordar. 

A Rússia deixou bem claro já há algum tempo que sob nenhuma circunstância aceitaria tropas da OTAN perto da zona de guerra se passando por supostos soldados da paz.

De fato, Moscou alertou que forças britânicas, francesas ou quaisquer forças da OTAN sem um mandato da ONU seriam vistas como cobeligerantes com a Ucrânia — o único lado que as receberia bem. 

Uma força de manutenção da paz legalmente aceitável só pode ser estabelecida sob os auspícios das Nações Unidas. E isso porque é necessário um acordo entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o órgão que estabelece missões de manutenção da paz da ONU.

Isso significa que ambos os lados neste conflito — os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França de um lado, e a Rússia do outro — devem concordar em montá-lo. Sob a prática de manutenção da paz da ONU, nenhuma nação que tenha tido participação no conflito pode contribuir com tropas para a força da ONU. 

É por isso que você verá soldados de Bangladesh, Nepal, Índia, Irlanda e Brasil mantendo a paz na Ucrânia, uma vez que a matança termine. (A Suécia tem sido uma grande contribuidora em missões anteriores, mas agora se juntou à OTAN.)

Esta semana, o presidente russo Vladimir Putin levantou a possibilidade da participação da ONU em um acordo de paz pela primeira vez. Ele flutuou a ideia da ONU fornecer uma administração temporária da Ucrânia para realizar eleições para um governo com o qual a Rússia poderia concluir um acordo de paz.

É difícil imaginar que os britânicos, os franceses ou os EUA não vetem isso. Tudo isso, claro, está muito distante.

Ucrânia denuncia ataques "massivos". Acusa Putin de apenas conhecer a linguagem da força

O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, disse este domingo que "a linguagem da força é a única que Putin compreende" e que os parceiros da Ucrânia devem mudar para esta linguagem.

Sofia Fonseca | Dário de Notícias | Imagem: SERGEY DOLZHENKO/EPA

A Ucrânia denunciou este domingo um "ataque massivo" russo no seu território, que fez pelo menos um morto e três feridos na capital, Kiev, além de uma outra vítima no sul do país.

A Rússia "nas primeiras horas desta manhã lançou um ataque massivo em todo o país contra a Ucrânia usando mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e drones", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko.

De acordo com a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 23 mísseis de cruzeiro e balísticos e 109 drones, causando danos em seis regiões. A força aérea disse que abateu 13 mísseis e 40 drones, enquanto outros 54 não causaram danos.

Em Kiev, ouviram-se explosões durante a noite. Registaram-se incêndios em edifícios não residenciais de Kiev, nomeadamente num centro comercial, numa fábrica de mobiliário e em armazéns, disseram os serviços de emergência. "Uma pessoa morreu e três ficaram feridas, duas delas foram hospitalizadas", escreveu nas redes sociais o chefe da administração militar da cidade, Tymur Tkachenko, segundo a AFP.

Esta mesma agência noticiosa avança que um edifício que alberga várias estações de televisão que transmitem em línguas estrangeiras foi parcialmente destruído.

"Um ataque com um míssil balístico russo em Kiev causou uma destruição significativa nos edifícios que albergam a redação da Corporação Estatal de Radiodifusão Estrangeira da Ucrânia", disse a Freedom TV em comunicado, acrescentando que a sua redação foi destruída.

Na região sul de Kherson, um drone matou um homem de 59 anos, enquanto na região nordeste de Kharkiv, perto da fronteira com a Rússia, duas pessoas ficaram feridas num ataque com bombas aéreas guiadas, disseram as autoridades regionais.

Na região de Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia, as autoridades disseram que as defesas aéreas destruíram um míssil, mas fragmentos que caíram danificaram uma casa e feriram uma mulher.

Por sua vez, o Ministério da Defesa russo anunciou que intercetou e destruiu 11 drones ucranianos.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, disse este domingo que "a linguagem da força é a única que Putin compreende". "Todos os nossos parceiros devem mudar para esta linguagem", defendeu. Já no sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou a resposta "fraca" dos Estados Unidos ao ataque particularmente mortífero do dia anterior com um míssil russo contra a sua cidade natal, Kryvyi Rig, que matou 18 pessoas, nove delas crianças e fez 72 feridos.

Ler/Ver em DN:

Zelensky critica “fraca” reação dos EUA a ataque russo à sua cidade natal que fez 18 mortos

De Washington a Lisboa, protestos anti-Trump saem à rua nos EUA e na Europa

Verificação de factos: a mulher de Zelenskyy gastou 4 milhões de euros num Bugatti?

Primeiro nós no PG. Foi divulgado que Kelenska usou milhões de euros/dólares para comprar um Bugatti. Só podiam ser milhões desviados das doações de outros países e/ou dos contribuintes ucranianos - dedução lógica. Mas que afinal a afirmação não é verdadeira, diz o The Cube que não é verdade, como irão ler em Euronews. Assim, será uma Fake News e que afinal a senhora não comprou Bugati nenhum. 

Perante tantas notícias falsas e desinformação os cidadãos do mundo já não sabem em que acreditar. Perante tanto jornalismo de profissionais de mentira e de interesses financeiros pessoais e de grupo que se vendem à política e ao 'sistema' putrefacto. Perante utilizadores de redes sociais mentecaptos e mentirosos ou 'brincalhões' já nem dá para acreditar em notícias que dizem que sim nem nas que depois surgem a dizer que não. Verdade que antes e durante a guerra Ucrânia-Rússia Zelenski e Zelenska têm surgidos como grandes gastadores em proveito próprio. Isso temos de tomar em consideração. Acusações que corresponderam a verdades. Porém, a todos nós resta-nos ficar agarrados a um grande 'NIM'. É a má vida e as desconfianças-incertezas que nos reservam políticos, empresários e outros (demasiados) incluídos na espécie humana. Portanto o 'nim' de nem sim nem não mantem-se. É a má vida que garça por todo o mundo com tantas mentiras a povoarem-nos as mentes. Dizem na peça da Euro News que devemos sempre estar atentos à desinformação russa. Então e à desinformação e Fake News do pseudo santo e pseudoverdadeiro Ocidente não? Por favor, tenham dó de tanta mentira e manipulação que nos impingem, a nós cidadãos ocidentais e cidadãos do mundo.

-- Redação PG

BUGATTI? QUATRO MILHÕES?

Os utilizadores das redes sociais acusam Olena Zelenska, mulher do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, de ter utilizado milhões de euros do dinheiro dos contribuintes para comprar um hipercarro ainda não lançado no mercado. O The Cube verifica.

À medida que a invasão russa da Ucrânia avança, também avança a guerra de desinformação de Moscovo contra os seus adversários.

Não é novidade que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy seja alvo de falsas alegações, mas desta vez foi a sua mulher, Olena Zelenska, que foi apanhada na mira de um aparente esforço para desacreditar o apoio internacional ao seu país.

Esta imagem que se tornou viral nas redes sociais mostra supostamente uma fatura de um Bugatti de 4,4 milhões comprado pela primeira-dama ucraniana.

A moeda não é especificada, mas alguns posts dizem que é em dólares, enquanto outros dizem que é em euros.

A fatura mostra o nome de Zelenska e que o carro será entregue em Paris, juntamente com uma data de produção marcada para janeiro de 2026.

Por vezes, a imagem é partilhada com alegações de que o Bugatti foi comprado com "dólares dos contribuintes americanos", enquanto outros posts online sugerem que foram os "contribuintes britânicos" que o pagaram.

De qualquer forma, a implicação é que Zelenskyy e a sua mulher estão a desviar dinheiro da ajuda do Ocidente, uma vez que continuam a apoiar a Ucrânia contra a invasão da Rússia.

Mas, como relata a BBC, as mensagens são falsas e fazem parte de uma campanha de desinformação russa que visa os EUA antes das eleições presidenciais de novembro.

Angola | CORRIGIR O QUE ESTÁ MAL -- cartoon


 

Angola | A PAZ NAS MÃOS DA JUVENTUDE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O 4 de Abril é muito mais do que uma data no calendário e os tempos que vivemos estão muito longe da rotina ou da espuma dos dias. Nos símbolos da pátria, o 4 de Abril ocupa um lugar de excepcional importância, porque é a data que marca a paz dos bravos, o fim de uma guerra de agressão estrangeira sem quartel e impiedosa, que dilacerou corpos e almas, porque decidimos seguir pelos caminhos da democracia e porque acreditamos na soberania do voto popular.

A paz está em primeiro lugar no elenco de valores que enformam a sociedade e que a todos nos mobilizam e obrigam. Sem paz, nada mais faz sentido, mais nenhum valor tem espaço vital para fazer o seu caminho ou ser cultivado pelas comunidades. Hoje os angolanos compreendem que o valor da paz está na base de todos os outros e só em paz podemos construir uma sociedade justa, equilibrada e próspera. O Presidente José Eduardo dos Santos foi o arquitecto da nossa Paz. Que ninguém e esqueça e muito menos os beneficiários do poder.

Hoje vamos a uma aldeia e encontramos escolas abertas, centros de saúde a funcionar, água potável a correr nas torneiras, energia eléctrica, estradas, mercados repletos de produtos do campo. Apesar da crise económica que se atravessa no caminho de todos os angolanos. E tendo consciência de que há um mundo por fazer.

Centenas de crianças, com as suas batas brancas, percorrem as ruas das nossas cidades vilas e aldeias. Nenhuma crise faz esquecer que antes do 4 de Abril, forças de agressão nacionais e estrangeiras destruíram escolas, hospitais, casas comerciais, barragens, estações de captação e tratamento de água.

Angola | Reconhecimento da Nação aos heróis da liberdade e do progresso

As 247 personalidades distinguidas, ontem, em Luanda, pelo Presidente da República, João Lourenço, com diploma e medalha comemorativa dos 50 anos da Independência, entre angolanos e estrangeiros, figuras da política, economia, cultura e do desporto, não conseguiram esconder a enorme satisfação pelo reconhecimento do contributo à causa da Independência Nacional, a sua preservação, desenvolvimento e progresso do país.

Paulo Caculo, jornalista | Jornal de Angola | Imagem: @ Contreiras Pipa | Edições Novembro

Uns expressando palavras, outros manifestando alegria e emoção, todos esbanjaram satisfação por fazerem parte do vasto grupo merecedor do título de “bravos heróis da liberdade e do progresso”.

DECLARAÇÕES DE ALGUNS DOS CONDECORADOS

As medalhas e diplomas distinguiram personalidades distribuídas por duas categorias, sendo 99 para a classe “Independência” e 148 correspondente à categoria “Paz e Desenvolvimento”. -- José Tuta “Ouro de Angola”

“Essa medalha significa que aquela decisão e compromisso que os jovens tomaram, naquela altura, para arrancar a Independência de Angola, foi certa. Hoje, a juventude pode ver em nós os verdadeiros defensores deste país. Conseguimos trazer a Independência Nacional. Ainda há muitos passos que têm que ser dados. E se eu, antes, fui jovem, decidi lutar pela Independência, acho que os jovens de hoje devem criar as condições que a Independência trouxe para criar bem-estar ao seu povo”. -- Dinho Chingunji

“É um acto de muita importância para mim, em particular, porque entrei muito cedo na luta pela Independência. Tinha apenas quatro anos quando, na altura, os meus pais me levaram para as matas, enquanto os guerrilheiros estavam a fazer acções contra o colono. Depois da Independência, fiquei um pouco fora, no exílio, e quando veio a questão do trabalho para o alcance da paz, fui mais uma pessoa que desde o início esteve muito engajado e trabalhei com o meu falecido tio Tito Chingunji”. -- Jorge Valentim

Cólera matou mais de 400 pessoas desde janeiro em Angola

Luanda, 06 abr 2025 (Lusa) -- A cólera já matou mais de 400 pessoas em Angola desde que foi declarado o surto em janeiro, acumulando mais 206 casos nas últimas 24 horas, representando 36% do total de casos notificados este ano.

Angola soma 10.771 casos e 404 mortes devido à doença, que está a crescer a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que associa o aumento global da cólera aos conflitos, catástrofes naturais e alterações climáticas.

Segundo o representante da Organização Mundial de Saúde, Philippe Barboza, a capital angolana, Luanda, foi gravemente afetada e, no último mês, o país registou quase 3.500 casos, o que representa 56% do total em África.

Angola, com 36% dos casos notificados em todo o mundo é também um dos países com maior taxa de letalidade, próxima dos 4%, acima da taxa de 1% definida como admissível pela OMS.

A cólera está também a afetar países anteriormente livres da doença, como a Namíbia, que, pela primeira vez em 10 anos, registou infeções este ano, enquanto o Quénia, o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabué estão também a registar um ressurgimento.

Os recentes cortes no financiamento da ajuda internacional também estão a dificultar o combate à doença, segundo o especialista da OMS, destacando que os surtos estão a ficar piores.

Segundo o Ministério da Saúde de Angola, nas últimas 24 horas foram notificados ao Centro de Processamento de Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Direção Nacional de Saúde Pública, 206 casos de cólera.

A província de Benguela, com 83 casos, é agora o epicentro da doença, que está espalhada por 17 das 21 províncias angolanas.

Sapo | Lusa

sábado, 5 de abril de 2025

Angola | PAZ É HOJE AMANHÃ TALVEZ – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O Dia da Paz e Reconciliação Nacional marca a mudança mais radical alguma vez acontecida em Angola. O 4 de Abril levou a esperança onde até 2002 só existia fome, desolação e morte. Os líderes dos partidos da Oposição e seus trombones de propaganda nunca perceberam isso. Rejeitam acefalamente a realidade. 

Líderes militares da dimensão dos Generais Armando da Cruz Neto, Luís Faceira ou Zumbi decidiram que a rebelião armada tinha de acabar. O seu líder, Jonas Savimbi, ou aceitava a democracia ou em Angola não existiria um buraco onde se esconder. Estou a falar da Operação Kissonde cujo desfecho foi a Paz dos Bravos, revelada ao mundo no abraço entre os Generais Armando Cruz Neto e Abreu Muhengo Ukwachitembo (Kamorteiro).

Dia 4 de Abril significa o culminar de sacrifícios sem nome durante e a Luta Armada, a Guerra da Transição, a Guerra pela Soberania Nacional e Integridade Territorial. É resultado de lideranças políticas inteligentes e heroicas. Permitiu construir a nova Angola sobre os escombros da guerra de agressão estrangeira que durante décadas enfrentámos. 

Alguns políticos da Oposição pensam que reconstruir um país, dotá-lo das infraestruturas que durante décadas foram sabotadas, matar a fome aos que tudo perderam na guerra, curar as feridas, levar o progresso onde só existem escombros, é tão fácil como fazer promessas insensatas, bolsar mentiras e calúnias sobre os que ganham as eleições. Reconstruir uma pequena parcela de Angola demora muitos anos e exige avultados recursos financeiros. Destruir é muito mais fácil. Bastou carregar no gatilho ou provocar as explosões. Esse é o legado da UNITA. No passado e no presente.

Aqueles que em 2002 estavam prestes a perecer, famintos e piolhosos, sem forças para respirar, foram alimentados, limpos, desparasitados, tratados nos nossos hospitais. Em poucos dias estavam como novos. 

Mas pensam que recuperar dos anos perdidos, levar o progresso a todo o país, refazer os circuitos de produção e distribuição, construir escolas, centros de saúde e hospitais, pôr os comboios nos carris, recuperar os aeroportos que eles destruíram, refazer as barragens ou as linhas de alta tensão, se faz com a mesma velocidade com que foram resgatados da morte por inacção. Os piolhos que os infestavam foram eliminados num ápice. As feridas nos angolanos e no solo sagrado da Pátria levam muito mais tempo a curar.

EUA visam reforçar sua presença no Ártico para controlar vastos recursos polares

Trump quer combater a influência russa

Uriel Araujo* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

A transformação do Ártico em um tabuleiro de xadrez geopolítico reflete os reflexos da Guerra Fria entre EUA e OTAN, inadequados para um mundo multipolar emergente.

Enquanto o mundo se fixa nos campos de batalha da Ucrânia e do volátil Oriente Médio, uma luta mais silenciosa, mas não menos consequente, está se desenrolando no Ártico. A mais recente manobra de Washington — planejando adquirir quebra-gelos da Finlândia  em meio ao que alguns chamam de "crise do Ártico" — sinaliza uma escalada ousada na região polar no contexto da competição com Pequim e Moscou.

Este movimento, juntamente com a recente viagem da primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen à Groenlândia e as sanções energéticas propostas pelo presidente Donald Trump visando a expansão do gás natural liquefeito (GNL) russo (se ele não mudar de ideia), revela um padrão preocupante: mais uma vez, isso tem tudo a ver com o esforço implacável da OTAN liderada pelos EUA para cercar a Rússia, mesmo correndo o risco de desencadear um novo ponto crítico geopolítico (mesmo que Trump pareça estar "virando as costas" para a Aliança).

O Ártico, longe de ser um remanso congelado, está prestes a se tornar a próxima grande arena de disputa EUA-Rússia — um desenvolvimento que expõe as ambições imperiais americanas de Trump e enfraquece as alegações de “ isolacionismo ” ou de promover paz e estabilidade para esse assunto. Ironicamente, agora temos um presidente americano ameaçando abertamente  (com anexação) a soberania da “aliada” europeia da OTAN, Dinamarca, sobre a questão da Groenlândia .

O acordo do quebra-gelo com a Finlândia não é uma mera atualização logística. Trump o enquadrou como um passo crítico “ em meio a preocupações com a segurança do Ártico ”, com Washington visando reforçar sua presença polar contra a formidável frota russa de mais de 36 quebra-gelos. Deve-se prestar atenção também ao Pacto ICE trilateral com o Canadá e a Finlândia; o especialista Daniel McVicar (diretor de pesquisa do White House Writers Group) prevê que Trump o expandirá para combater a “influência russa”.

Enquanto isso, a visita do Primeiro-Ministro dinamarquês à Groenlândia ressalta a estratégia mais ampla de Washington para garantir posições estratégicas na região. A Groenlândia, um território dinamarquês, tem sido alvo da fixação de Trump há muito tempo — ele reiterou recentemente seu desejo de "conquistar a Groenlândia" — uma noção que o presidente russo Vladimir Putin chamou de intenção "séria" dos EUA. Esses movimentos não são sobre defesa; eles são sobre domínio.

As sanções energéticas propostas por Trump, excedendo o escopo das medidas de 2019, visam sufocar as ambições de GNL da Rússia, que estão profundamente ligadas ao Ártico. A Rota do Mar do Norte da Rússia, uma rota de navegação em degelo ao longo de sua costa ártica, promete redirecionar as exportações de energia para a Ásia, contornando os estrangulamentos ocidentais como o Canal de Suez. Ao mirar nessa tábua de salvação, os EUA buscam prejudicar a resiliência econômica de Moscou — uma tática menos sobre segurança e mais sobre manter a hegemonia americana. Os vastos recursos inexplorados da região, de petróleo e gás a minerais de terras raras, apenas aumentam as apostas. Pode-se lembrar que os EUA (então ainda sob o presidente Joe Biden, veja bem) já reivindicaram uma “ grande parte do fundo do oceano ” do Golfo do México ao Ártico, uma apropriação unilateral que desrespeita as normas internacionais e destaca o ethos expansionista americano.

A verdade é antissemitismo. Protesto é terrorismo. Dissidência é propaganda russa

Ouça uma leitura deste artigo (leitura de Tim Foley)

Caitlin Johnstone* | Caitlin Johnstone.com.au |  # Traduzido em português do Brasil | Com áudio por Tim Foley, em inglês

A verdade é antissemitismo.

Protesto é terrorismo.

A dissidência é propaganda russa.

Pensamento crítico é desinformação.

Guerra é paz.

Liberdade é escravidão.

Ignorância é força.

O holocausto de Gaza está acontecendo bem na nossa frente. É como se todos na Alemanha nazista tivessem telas em suas casas transmitindo exatamente o que estava acontecendo dentro dos campos de extermínio o tempo todo. Ninguém pode dizer que não sabia. Essa alegação não existe para nós.

O Irã não representa nenhuma ameaça para você ou seu país.

Os Houthis não representam nenhuma ameaça para você ou seu país.

O Hamas não representa nenhuma ameaça para você ou seu país.

O Hezbollah não representa nenhuma ameaça para você ou seu país.

Eles apenas representam uma ameaça a um estado de apartheid genocida que não merece existir.

O Daily Mail relata que Trump está se preparando para bombardear o Irã com Israel. Não sei quão preciso esse relatório é, mas sei que ultimamente tais previsões sobre o belicismo insano dos EUA no Oriente Médio têm tido o hábito irritante de se provarem verdadeiras.

Para aqueles que não sabem, uma guerra direta em larga escala entre os EUA e o Irã faria todas as atrocidades que temos visto no Oriente Médio nos últimos dois anos parecerem um episódio de Peppa Pig. O mundo inteiro sentiria seus efeitos. A mente não consegue imaginar o horror.

O Hamas está supostamente oferecendo libertar todos os reféns israelenses em troca de um cessar-fogo permanente, e Israel está rejeitando. Israel vem rejeitando essa oferta desde que o Hamas a fez pela primeira vez em outubro de 2023.

Critique o genocídio de Israel em Gaza e você terá objeções dizendo "Tudo o que o Hamas precisa fazer é libertar os reféns e isso acabou!" Enquanto isso, na vida real, Israel tem rejeitado explicitamente essa mesma transação o tempo todo.

SECRETISMO? ARMAS NUCLEARES NA EUROPA OCIDENTAL EM NÚMERO INIMAGINÁVEL*

O nomeado de Trump para o Presidente do Estado-Maior Conjunto, Tenente-General Caine, quer aumentar o número de países que “hospedam armas nucleares dos EUA”

Drago Bosnic* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

Por mais de 60 anos, os Estados Unidos vêm implementando a chamada política de compartilhamento nuclear com vários estados-membros da OTAN. Um dos primeiros e talvez mais (in)famosos exemplos disso foi a implantação de MRBMs (mísseis balísticos de médio alcance) com ogiva nuclear PGM-19 “Jupiter” na Turquia, que causou a chamada “Crise dos Mísseis Cubanos” (depois que a URSS respondeu com seus próprios mísseis em Cuba).

Washington DC pediu a Moscou que não revelasse publicamente a presença de mísseis americanos na Turquia, o que a máquina de propaganda convencional (ab)usou ao máximo, apresentando a crise como uma suposta tentativa russa de superar os EUA. Na realidade, o acordo estipulava que ambos os países retirassem seus mísseis da Turquia e de Cuba, respectivamente. Foi assim que a chamada “Crise dos Mísseis Cubanos” foi resolvida.

No entanto, embora Washington DC tenha retirado os mísseis, suas armas nucleares nunca foram removidas da Turquia e de cerca de meia dúzia de outros estados-membros da OTAN. Até hoje, Holanda, Bélgica, Alemanha, Itália e Turquia ainda mantêm essas armas, oficialmente como parte da chamada política de compartilhamento nuclear. No momento, há pelo menos 100 bombas termonucleares de gravidade de rendimento variável B61 armazenadas em bases de Kleine Brogel, na Bélgica, até a Base Aérea de Incirlik, na Turquia.

A capacidade dessas armas de serem usadas para guerra nuclear é bastante limitada, pois elas só podem ser entregues por aeronaves, o que é muito menos conveniente do que vários tipos de mísseis. No entanto, isso não significa que os EUA e seus vassalos e estados satélites na OTAN não expandirão o escopo de seus sistemas de entrega em um futuro previsível, incluindo nas proximidades das fronteiras russas.

Mais de 1.000 protestos do tipo "Mãos Fora!" nos EUA para este sábado...

Mobilização em massa contra Trump

"Imigração. Medicaid. Direitos dos trabalhadores. Sindicatos. Educação. O que você quiser, estamos traçando a linha", escreveu um sindicato.

Eloise Goldsmith* | Common Dreams | # Traduzido em português do Brasil

No que um meio de comunicação informou que será a maior ação de um único dia para resistir ao governo Trump desde o retorno do presidente dos EUA, Donald Trump, ao poder, centenas de milhares de pessoas em todo o país estão planejando se mobilizar no sábado para dizer: "Tirem as mãos!"

Uma lista de locais para os eventos, que não estão programados para começar no mesmo horário no sábado, pode ser encontrada aqui .

Trump e Musk "acham que este país pertence a eles", de acordo com um site para os eventos Hands Off!. "Esta é uma mobilização nacional para impedir a mais descarada tomada de poder da história moderna."

"Eles querem despojar a América em partes — fechando escritórios da Previdência Social, demitindo trabalhadores essenciais, eliminando proteções ao consumidor e destruindo o Medicaid — tudo para financiar seu golpe fiscal bilionário. Eles estão entregando nossos impostos, nossos serviços públicos e nossa democracia aos ultra-ricos", de acordo com a página sobre o site, que também observa que a ação não violenta é um "princípio fundamental" por trás dos eventos.

Um porta-voz dos eventos disse ao Common Dreams na tarde de sexta-feira que os eventos geraram mais de 500.000 inscrições em todo o país, um número que está "crescendo rapidamente", e há mais de 1.000 eventos ocorrendo no sábado, um número que "também está crescendo de forma constante".

As ações são o mais recente  sinal de alerta para o Partido Republicano sob o comando de Trump, que permitiu que Elon Musk desempenhasse um papel fundamental em sua administração, particularmente nos esforços do governo para realizar cortes em pessoal e gastos federais.

Musk investiu milhões de dólares em uma eleição de alto nível para a Suprema Corte de Wisconsin, realizada em 1º de abril — ajudando a torná-la a eleição judicial mais cara da história dos EUA, por uma contagem — apenas para ver seu candidato preferido, o juiz Brad Schimel, perder.

"Este é um grande sinal de um estado-campo de batalha de que os americanos estão genuinamente chateados, genuinamente irritados, eu acho, com Trump e com Musk", disse John Nichols, correspondente da That Nation, ao recapitular o resultado da corrida no Democracy Now!

Dezenas de sindicatos, órgãos de fiscalização e grupos de defesa — como o Service Employees International Union (SEIU), Americans for Tax Fairness e Accountable.US — estão apoiando a ação como parceiros.

"Pessoas em todo o país estão se levantando em centenas de eventos para dizer uma coisa em alto e bom som: Tirem as Mãos!", escreveu o SEIU na plataforma X, que é de propriedade de Musk, na sexta-feira. "Imigração. Medicaid. Direitos dos trabalhadores. Sindicatos. Educação. O que você quiser, estamos traçando a linha."

O ambientalista iIll McKibben escreveu no Bluesky na quarta-feira: "Esperem ver muitos cabelos grisalhos nos comícios do Hands Off de 5 de abril — estamos nos organizando loucamente no Third Act", um grupo que mobiliza americanos com mais de 60 anos.

No início de fevereiro, os protestos anti-Trump "Movimento 50501" ocorreram em todo o país e os manifestantes unidos sob o slogan #TakedownTesla também atacaram a Tesla, a empresa de veículos elétricos de Musk, nas últimas semanas.

* Eloise Goldsmith é redatora da Common Dreams.

CÉREBRO PAC

Glen Le Lievre, Austrália | Cartoon Movement

Restam quatro células cerebrais.

Portugal | VOTAR EM FRUTA PODRE?

Vivemos dias em que muitos se divertem a insistir que o único assunto que importa nas nossas vidas é sofrer a alegada angústia do senhor Luís Montenegro. Abram os olhos. Está na altura de não nos deixarmos influenciar por gente que tem o fascínio da manipulação.

Rui Pedro Moreira, opinião | Esquerda.net

Há uns personagens que nos tomam a todos por parvos, com Mr Charles Coins à cabeça, que tanto põe a brigada da CML a apagar os vestígios dos sem-abrigo durante a madrugada, despejando-os em lugares sem condições, como trata todos por tu esses lisboetas que têm a sorte de ter um Presidente Unicórnio, tão próximo - mas tão próximo - que até Chefes de Gabinete desempenham outras funções para vistoriar obras comuns sem necessidade aparente. Sim, que luxo. A proximidade, esse mantra divino que todos nós procuramos. É o simplex levado ao extremo. Todo e qualquer lisboeta será ingrato se não reconhecer a sorte de ter BetterCoins nos comandos. Valha-nos Nossa Senhora das Grandezas, que temos a sorte de viver estes tempos.

O prémio de “tirem-me deste filme” vai para a mui digna académica Maria do Rosário Palma Ramalho, cujos quatro nomes não só lhe garantem soberba sobre qualquer um possuído por irrefletidos espasmos de solidariedade, como superioridade intelectual sobre o comum dos mortais. A futura ex-ministra que governa a pasta, que inclui Solidariedade no nome, disse, e cito, que o problema da habitação “não é da competência do Governo” e é provável que esteja certa. Faltou-lhe acrescentar, “deste Governo”, que se está nas tintas, nem se solidariza assim tanto com gente pobre, que anda às portas dos supermercados a pedir comida para alimentar os filhos e que querem casa para morar. A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esqueceu o título da pasta que assumiu e chutou para canto as suas responsabilidades, empurrando para terceiros as competências que o seu Ministério tem, por decreto. Mas a Ministra terá razão, tem mais que fazer que tratar de minudências: para quê uma casa se depois demoram duas horas a chegar ao trabalho para ganhar o salário mínimo? Não é melhor ficarem a dormir no escritório do patrão que lhes oferece uma caminha quente, uma “hot bed”, lá no refeitório? Porque é que em vez de pedir comida não vão entregar “a” comida? Vão ali para aquelas empresas giríssimas, com nomes ingleses super giros, que oferecem horários de trabalho super flexíveis e condições de trabalho super agradáveis, que depois até se podem auto-intitular de empresários ou, melhor ainda, empreendedores, e começar a falar em Muskelês, ter cartões de visita a dizer CEO e tudo. Quem é amiga, quem é?

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