quinta-feira, 2 de maio de 2024

O pacto de segurança EUA-Ucrânia é o batom numa derrota sangrenta da OTAN

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

O pacto de segurança com a Ucrânia é um ganho cosmético para esconder o que é, na realidade, uma derrota vergonhosa para a Rússia.

Os Estados Unidos e a Ucrânia estão a avançar no sentido da assinatura de um pacto de segurança bilateral de 10 anos. Mas o ex-analista do Pentágono, David Pyne, vê isso como um sinal de que Washington percebe que a Rússia está perto da vitória absoluta no conflito.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, renovou esta semana as negociações sobre a assinatura de uma aliança de segurança de longo prazo com os Estados Unidos. A administração Biden parece receptiva à assinatura do pacto.

Tal medida pode parecer dar aos EUA uma posição de longo prazo na Ucrânia, mas, diz Pyne, está a ser proposta a partir de uma posição de fraqueza e não de força.

A Rússia praticamente venceu a guerra que se intensificou em Fevereiro de 2022. As previsões anteriores da NATO de que a Ucrânia derrotaria a Rússia revelaram-se uma fantasia cruel.

Apesar dos fornecimentos maciços de armas à Ucrânia por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados da NATO, a Rússia está a prevalecer militarmente. David Pyne considera que a ofensiva antecipada da Rússia durante o período seco do Verão resultará numa vitória decisiva antes do final do ano.

RÚSSIA VINGA-SE COM ATAQUES AO CENTRO DE TOMADA DE DECISÃO

South Front | # Traduzido em português do Brasil – ver vídeo

Maio começou com um ataque devastador de mísseis russos contra o centro de decisão ucraniano.

Na noite de 1º de maio, uma série de grandes explosões trovejou na cidade de Odessa. Os militares ucranianos relataram três ataques de mísseis russos Iskander-M. As autoridades locais tentam esconder os alvos, mas os relatórios locais lançam alguma luz sobre os danos.

Um dos ataques teria como alvo a infra-estrutura ferroviária local. A detonação secundária confirmou a destruição de um escalão militar ou de algum armazém próximo à estação ferroviária.

Alguns relatórios locais também alegaram a destruição de um lançador de mísseis antinavio Netuno na região.

O principal alvo do ataque em Odessa foi provavelmente o quartel-general do comando do grupo Sul das forças ucranianas. De acordo com relatos não confirmados, o ataque frustrou uma reunião de altos oficiais ucranianos e instrutores militares da OTAN realizada no porão. As perdas são confirmadas por muitas ambulâncias localizadas na área.

É provável que sejam revelados mais detalhes sobre os danos em Odessa, incluindo nos relatos dos meios de comunicação ocidentais sobre as mortes súbitas de oficiais de alta patente da NATO.

OTAN INVESTIGA DEFESA RUSSA NA CRIMEIA

South Front | # Traduzido em português do Brasil – ver vídeo em South Front

Enquanto o exército ucraniano é esmagado nas linhas da frente, os fomentadores da guerra da NATO preparam-se para uma nova provocação militar.

Na noite de 30 de Abril, os militares ucranianos e da NATO tentaram lançar um novo ataque à Crimeia. Os mísseis balísticos tácticos ATACMS fabricados nos EUA e armados com ogivas cluster, fornecidos à Ucrânia muito antes de Biden aprovar o novo pacote de ajuda a Kiev, foram utilizados na nova vaga de ataques na península.

O ataque foi repelido com sucesso e nenhum dano foi relatado.

Segundo relatos locais, cerca de uma dúzia de explosões ocorreram nas partes norte e central da península, perto de Simferopol e Dzhankoy. No total, ocorreram duas ondas de ataques que visaram o campo de aviação militar e as áreas de implantação das forças de defesa aérea russas. Os mísseis provavelmente foram lançados da área de Berislav, na região de Kherson.

O ataque anterior à Crimeia ocorreu apenas dois dias antes, na noite de 28 de abril. Em seguida, o alvo foram as forças de Defesa Aérea Russa no cabo ocidental da península. O Ministério da Defesa russo informou oficialmente a interceptação de cinco mísseis ATACMS. De acordo com várias estimativas, provavelmente foram lançados na mesma área de Berislav. Todos os danos teriam sido evitados.

Na noite de 17 de abril, outro ataque infligiu graves danos às defesas aéreas russas no campo de aviação militar de Dzankoy. Presumivelmente, os mísseis ATACMS foram usados ​​novamente. Naquela altura, os ataques foram bastante bem sucedidos, mas desde então, os militares russos habituaram-se às repetidas tentativas de sondar as suas defesas aéreas na península.

O Último Prisioneiro do Tarrafal -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

António Cardoso, luandense, filho de cantineiro do musseque. Baixa estatura e incomensurável amor à Pátria Angolana. Como nunca viveu de cócoras tinha dimensão de gigante. Foi o último preso político a ser libertado do Campo de Concentração do Tarrafal. Nessa qualidade fiz-lhe uma entrevista, ainda na Cidade da Praia onde ficou mais alguns dias antes de regressar a Angola. Apaixonou-se por uma senhora cabo-verdiana e dela fez a sua esposa. Partilharam tudo, até os filhos dela. Uma família exemplar.

Ao regressar a Luanda procurou-me na emissora Voz de Angola onde então realizava programas de rádio arautos dos novos tempos. Nesses dias estava a estudar um convite para chefiar a Redacção da Emissora Oficial de Angola (RNA). Uma responsabilidade gigantesca para a qual não me sentia capaz. Falei com Manuel Rodrigues Vaz e ele aceitou partilhar comigo essa missão. Frente ao último prisioneiro do Campo de Concentração do Tarrafal convidei-o para alinhar no projecto. Disse logo que não. Nunca tinha entrado num estúdio. Não sabia nada de Rádio. Isso resolve-se facilmente. Anda daí! E ele aceitou. 

A Direcção de Informação e a Redacção da Emissora Oficial  de Angola ficaram sob a responsabilidade de António Cardoso, Manuel Rodrigues Vaz e este vosso criado. Eu realizava e editava o Jornal das 13 Horas. O Manuel Rodrigues Vaz o Jornal das 20 Horas. O António Cardoso fazia os intercalares da noite até ao da emissão. Uns dias depois de assumir essa responsabilidade propôs-me a criação de um programa cultural. Já tinha nome e tudo: Resistência! Foi para o ar e é ainda hoje um marco da Rádio Angolana. Com ele colaborou Gabriela Antunes, na época professora do ensino secundário. Dava aulas de Inglês e Alemão. No programa declamava poemas.

O sonoplasta desse programa memorável era Artur Neves. Em Angola, nessa época existiam três gigantescos arquitectos do som: José Maria (programa Luanda), João Canedo (Café da Noite) e Artur Neves o faz-tudo da Emissora Oficial de Angola. Quando precisava de imprimir à informação uma dimensão estética e plástica o Man’Neves mostrava r o seu talento para a construção de edifícios sonoros. Ele e o realizador Brandão Lucas (programa Equipa) ganharam um prémio de Rádio entre artistas de todo o império colonial português. Eram os maiores! A minha gratidão por tudo o que me deram e ensinaram. Trabalhei com os dois. 

O que posso querer mais da vida? Correcção: Também trabalhei com o Zé Maria e o João Canedo. O produtor, realizador e sonoplasta do programa “Luanda” foi um inovador. Conseguiu imprimir aos edifícios sonoros o estilo único angolano, enriquecido com o ritmo radiofónico brasileiro. Criou um indicativo para o programa “Luanda” que só por si colava os ouvintes aos receptores.  Uma vertigem de arte sonora!

A Festa dos Trabalhadores -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

No Primeiro de Maio há 50 anos (meio século!) foi convocada uma manifestação de apoio à Independência Nacional. Os manifestantes concentraram-se na Mutamba e iam em marcha até ao Palácio da Cidade Alta. Em frente ao Ministério das Finanças, duas jovens empunhavam uma grande tarja onde estava escrito: Abaixo o Colonialismo. Viva Angola Independente. 

A cabeça da manifestação foi subitamente atacada pela polícia. As duas mulheres foram presas e a tarja “apreendida”. Uma prisioneira era Rita Lara, prima de Alda Lara, Ernesto Lara Filho e Lúcio Lara, então chefe da secretaria do Liceu Paulo Dias de Novais. A outra era Orquídea Augusto, directora técnica de uma farmácia no Bairro Popular e professora. 

A prisão das duas mulheres não desmobilizou os manifestantes. Pelo contrário, partiram todos em fúria para o Palácio da Cidade Alta. Abaixo o colonialismo, Viva a Independência de Angola Libertem imediatamente as manifestantes. 

À porta do palácio estavam agentes da PSP e homens à civil exibindo pistolões à cinta. Eram agentes da PIDE/DGS. Também existiam manifestantes armados com granadas e pistolas. Esses colocaram-se na primeira linha e também exibiram o seu armamento., Estavam criadas as condições para um banho de sangue. Oficiais do Movimento das Forças Armadas em Angola (MFA) chegaram mesmo a tempo de garantir aos manifestantes que as duas mulheres já tinham sido libertadas. E pediram a desmobilização. O que aconteceu.

Em Angola, há 50 anos ainda existia a polícia política dos colonialistas. Ainda existiam presos políticos no campo de concentração do Bentiaba (São Nicolau). Os independentistas brancos conspiravam para declararem unilateralmente a independência com o apoio dos regimes racistas da Rodésia (Zimbabwe) e África do Sul. Graças ao MPLA o Povo Angolano triunfou. Por isso nas sucessivas eleições tem a confiança dos eleitores.

O retornado desalmado Carlos Rosado de Carvalho, homem de mão do chefe Miala e servente de poderes ilegítimos diz que os Generais Angolanos têm de entregar o poder aos civis. Que eu saiba não há Generais no activo exercendo o poder. Há um General no Ministério da Defesa. Normal. Um General é ministro do Interior. Normal. O Presidente da República é General mas há muito tempo que trocou a sociedade castrense pela política. Ele foi o dirigente do MPLA que garantiu a operação da campanha eleitoral em 1992. É líder do MPLA.

Angola: Salário Mínimo Nacional em breve

Angola prepara aprovação do salário mínimo nacional após consulta ao Conselho Nacional de Concertação Social.

O Governo angolano está a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o Salário Mínimo Nacional, "em conformidade com as deliberações que vierem a ser tomadas" no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta.

O anúncio consta do comunicado do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social alusivo ao Dia Internacional do Trabalhador, que se celebra quarta-feira, no qual se afirma que o Salário Mínimo Nacional é "um dos objetivos do executivo angolano" e que acontecerá a curto prazo.

O Governo angolano e três centrais sindicais travam um braço de ferro por ajustes salariais desde dezembro último, altura em que foi apresentado ao Presidente angolano, João Lourenço, um caderno reivindicativo a exigir o aumento do salário mínimo nacional.

No comunicado, o Ministério reafirma o seu empenho "em melhorar as condições laborais e sociais", destacando algumas medidas já implementadas para a melhoria das condições sociais dos funcionários públicos.

Entre estas, o Governo destaca a promoção e atualização das carreiras de cerca de 30.000 funcionários do regime geral, a institucionalização dos subsídios das zonas recônditas para cerca de 100.000 funcionários, a atualização dos estatutos remuneratórios dos professores dos ensinos primário e secundário, que abrangeu pelo menos 207.000 funcionários, a duplicação dos rendimentos dos docentes do ensino superior e dos investigadores científicos.

Portugal | CADA CAVADELA, CADA MINHOCA

Os ministros da Defesa e da Administração Interna abriram a porta ao envio de «pequenos delinquentes jovens» para o SMO. E o que pensarão fazer aos «grandes delinquentes», enviá-los para a Polícia?

AbrilAbril, editorial

Este disparate é bem elucidativo, sobretudo para os mais crentes ou distraídos, quanto ao que a AD tenciona fazer no que respeita aos meios humanos para as Forças Armadas: nada! Aliás, como nada fizeram os governos anteriores da AD, com Paulo Portas e Aguiar Branco como ministros da Defesa Nacional, limitando-se a assobiar para o lado, fazendo estudos e alterando leis, mas sem resolverem a questão de fundo. Sim, por que este problema da falta homens e mulheres para as Forças Armadas (FA) não é de agora, arrasta-se há décadas e vem-se agravando progressivamente. Por isso, se tencionassem resolvê-lo já teriam começado há alguns anos e não o teriam deixado arrastar.

Entretanto, os governos do PS limitaram-se também, quase exclusivamente, a fazer de conta que pretendiam resolver o problema. Anunciaram estudos para fazer um diagnóstico que está há muito feito, criaram quadros permanentes de praças no Exército e na Força Aérea, sem gente para os preencher, juntando-os ao da Marinha, que também está muito longe de estar preenchido. Por fim, apresentaram um chamado Plano de Acção para a Profissionalização do Serviço Militar, qual remédio milagroso, mas que pouco mais é do que uma amálgama de quadros vazios de soluções.

Pelos vistos, o PSD já esqueceu as suas preocupações de há poucos anos, a propósito das suspeitas de militares e ex-militares portugueses estarem envolvidos no tráfico de pedras preciosas, droga e branqueamento de capitais. Do repúdio das chefias militares em relação a estes «comportamentos contrários aos valores da Instituição Militar», e da preocupação de políticos e militares no que respeita à exigência necessária na selecção para o recrutamento militar.

Ora bem, eis a resposta do PSD e do CDS a esta problemática.

Com esta solução de integrar os «pequenos delinquentes», teme-se o pior: que, para combater o agravamento do problema do recrutamento e da retenção de militares nas FA, o Governo entenda que fica mais barato fomentar a delinquência juvenil.

Temos pena, mas sem investimento nos meios humanos e materiais, nomeadamente em relação aos vencimentos, aos apoios sociais e às condições de vida nas unidades militares não há resolução possível para este problema.

Portugal | OS CRIMINOSOS DO ALZHEIMER CONVENIENTE

Bom dia. Hoje descarrilamos para o jornal Observador. Só depois seguiremos para o Expresso Curto. Não queremos deixar no esquecimento as falcatruas e crimes de um tal senhor dito e de facto Dono Disto de Tudo que continua a sê-lo (Ricardo Salgado do BES/GES e etc.). 

Acreditamos/Desacreditamos até da Justiça nas Ruas da Amargura. Os portugueses já estão numa prejudicial predisposição para não acreditar em nada das inocências de faz de conta que são quase sempre só dos que têm cardápios de poderes avantajados e em acreditar, mas também não acreditar nadinha nessa tal de Justiça por responsabilidade da própria e dos seus agentes diretos e indiretos. Desde os que legislam laudas que comportam alçapões de fugas para uns quantos 'grandolas' do capital, de status e outras 'artes', até aos que bramem a espada da representação das suas funções que deveriam de ser supostamente justas, atempadas, transparentes e de acordo com essa mesma Justiça que se tem demonstrado tão rastejante, incompreensível, opaca, lenta e demonstrativa de peripécias surpreendentemente confusas para os cidadãos comuns que trabalham, trabalham, são explorados, pagam impostos, ficam sem casas onde morar e num ápice passam a engrossar o exército dos sem abrigos...

Assim e muito mais do piorio está este Portugal duns quantos. Poucos vão bem e muitos milhões estão mal.

Dissemos acima que descarrilámos para o Observador. Verdade. Em poucas palavras do Observador percebemos o resumo da notícia. Ei-lo, acompanhado de foto acima que inclui o tal DDT de que nem sabemos a missa a metade mas que para os plebeus não é mais que um vigarista e alegadamente doente de Alzheimer, parece que assim reconhecido por especialistas médicos... Pois.

"Ah não sei. Nem sei para que servem os cordéis que tenho enfiados nos buracos dos sapatos" - diz ele. "Ora, são os atacadores, riquinho". Esclarecem os justiceiros condoídos, boas pessoas de coração e bolsos fundos? ... Pois.

Tadinho. Alzheimer conveniente tem destas e daqueles efeitos desagradáveis. Raio de doença que parece que é contagiante. Vai daí, agora, anunciam que no final de 2024 os crimes anteriormente imputados ao doente prescreverão. Kaput! Provavelmente a Justiça foi contagiada por Alzheimer. Esqueceu? Oooh não!

No Observador não é isso que consta. Não sabemos. Porque é notícia paga e para o alzhameirado DDT já pagámos milhões, milhares de milhões de euros. O senso comum recomenda que não entremos em devaneios financeiros. Manda mesmo que "nem mais um cêntimo para o malvado alzheimer". Viva a lata de sardinhas!

Para finalizar trazemos o constante no Observador. Dois parágrafos:

"Crimes de falsificação da contabilidade do GES e atos que provocaram prejuízos de 933 milhões de euros ao BES vão prescrever no final de 2024

Crime de falsificação da contabilidade da holding do GES, a origem da derrocada do BES, vai prescrever até ao final do ano. Atos que provocaram elevados prejuízos ao BES também não serão sancionados."

Esclarecidos? Nós não. A maioria deste reino da pseudojustiça e da pseudodemocracia não está esclarecida... Pois. Mas isso, também, não interessa nada. Valemo-nos da 'vox populi'... e da lata de sardinhas de conserva - provavelmente rançosa (porque é mais barata).

Adiante. Vamos ao Curto do Expresso da feitoria da jornalista do burgo Balsemão Bilderberg, com crianças, canções e flores à mistura (saudável). Condiz: tudo isto não passa de uma enorme brincadeira. Leiam, que o Curto é sério, nem se ri.

Boa quinta-feira após o ulular dos famintos e injustiçados milhões de portugueses que desfilaram vitimizados pelo alzheimer coletivo dos que Podem, Querem e Mandam (PQM)... e que até nos roubam as almas. Pois é, mas isso não esquecemos e somos mais de uma dezena de milhões. Acresce que pelo resto do mundo nem sabemos contá-los. Pois.

O Curto, a seguir. Boa memória. Abaixo o Alzheimer e quem o usar e apoiar!

MM | Redação PG

O GOVERNO ISRAELITA EXTREMISTA


Manifestações pró-Gaza nas universidades dos EUA atingem novo pico de violência

Na segunda quinzena de abril foram feitas detenções em 19 universidades de, pelo menos, 15 estados. Na madrugada de ontem, em Nova Iorque, a polícia deteve 300 pessoas.

Apoiantes de Israel atacaram na madrugada desta quarta-feira um acampamento de protesto pró-palestiniano na UCLA, em Los Angeles. Horas antes, do outro lado dos Estados Unidos, em Nova Iorque, a polícia invadiu um edifício da Universidade de Columbia ocupado por manifestantes contra a guerra em Gaza, acabando por deter 300 pessoas. Estes dois incidentes são exemplo de um novo pico de violência nestas manifestações universitárias.  

Nas últimas semanas, acampamentos de protestantes a exigir que as universidades norte-americanas deixem de se relacionar com Israel ou com empresas envolvidas na guerra em Gaza têm vindo a aumentar um pouco por todo o país, criando um movimento estudantil ímpar no século XXI e que, devido às crescentes intervenções policiais para reprimir protestos, já está a ser visto como semelhante ou maior do que aquele que os Estados Unidos viveram durante a guerra do Vietname. Só entre 17 e 29 de abril, segundo contas feitas pela AFP, já se registaram detenções de manifestantes pró-palestinianos em 19 universidades de, pelo menos, 15 estados norte-americanos. 

Paralelamente, estes protestos estão também a ganhar conotações políticas, que chegam até aos candidatos presidenciais. Joe Biden criticou duramente a tomada de Hamilton Hall, na Universidade de Columbia, pelos manifestantes, com um porta-voz da Casa Branca a dizer que era “absolutamente a abordagem errada”. Já Donald Trump, numa entrevista à na Fox News, lamentou o “anti-semitismo que está a impregnar o nosso país” e criticou Biden por inação.

Quanto aos últimos incidentes, na madrugada de ontem, funcionários da UCLA anunciaram que o acampamento montado nesta universidade de Los Angeles era ilegal e com seu presidente, Gene Brock, a garantir que o protesto incluía pessoas “não afiliadas ao nosso campus”. Uma afirmação que, segundo os media americanos, não foi acompanhada de qualquer prova.

Porque é que Israel e os seus aliados temeriam o TPI?

O Tribunal Penal Internacional poderia pôr fim a décadas de impunidade ao indiciar os principais responsáveis ​​da segurança israelitas pela guerra em Gaza.

Mat Nashed | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Há muito que Israel é acusado de agir com impunidade no território palestiniano que ocupa, contando com o apoio dos Estados Unidos e do Ocidente em geral para o proteger das repercussões.

No entanto, uma recente enxurrada de notícias provenientes de Israel indica que as autoridades israelitas podem estar preocupadas com a mudança dos ventos, com o Tribunal Penal Internacional (TPI) a planear acusar importantes figuras militares e políticas israelitas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Relatos da mídia israelense indicam que mandados de prisão poderão ser emitidos ainda esta semana e que Israel pediu aos EUA que pressionassem o tribunal para não emiti-los. A Al Jazeera não conseguiu confirmar de forma independente os potenciais mandados.

O TPI conversou com a equipe médica em Gaza sobre possíveis crimes de guerra , de acordo com a agência de notícias Reuters na terça-feira, reavivando a discussão sobre possíveis mandados.

Em Março de 2021, foi lançada uma investigação do TPI sobre a conduta israelita em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupadas desde 2014, sob a liderança da antiga procuradora do TPI, Fatou Bensouda.

Em Novembro do ano passado, o Bangladesh, a Bolívia, as Comores, o Djibuti e a África do Sul submeteram novamente a conduta de Israel ao tribunal, resultando no actual Procurador Karim Khan anunciar que a investigação em curso tinha sido alargada para incluir a violência desde que a última guerra de Israel em Gaza começou em Outubro.

Um mês depois, numa visita à Cisjordânia e a Israel, ele disse que o tribunal investigaria crimes cometidos por Israel e pelo Hamas desde 7 de outubro.

A razão pela qual uma investigação que está em curso há três anos causou tão súbita preocupação em Israel levantou algumas questões.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

‘Israel’ sufoca famílias palestinas e desemprego dispara

Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

A Federação Palestina de Sindicatos afirma que 235 mil trabalhadores palestinos nos 48 territórios ocupados estão impossibilitados de trabalhar há mais de seis meses devido às medidas punitivas israelenses que proíbem a sua entrada.

No Dia Internacional dos Trabalhadores, a polícia de ocupação israelita deteve dezenas de trabalhadores da Cisjordânia ocupada e conduziu-os para a cidade de al-Lydd.

A Federação Geral dos Sindicatos Palestinianos afirmou que foram registadas 5.100 detenções em 2023 entre trabalhadores (incluindo trabalhadores libertados e detidos) de Gaza e da Cisjordânia ocupada.

Foram detidos nos seus locais de trabalho nos territórios palestinianos ocupados em 1948, em abrigos na Cisjordânia ou enquanto tentavam regressar à Gaza sitiada.

Um trabalhador foi morto pela IOF depois de ter sido atirado do telhado de um edifício no início desta semana, depois de ter sido detido e brutalmente agredido enquanto se dirigia para o trabalho. Além disso, um trabalhador de Qalqilya foi morto enquanto estava detido na prisão de Hadarim, e outro de Gaza foi morto num centro de abrigo na província de Areeha.

A Federação destacou ainda que mais de 235.000 trabalhadores palestinianos nos 48 territórios ocupados não puderam trabalhar durante mais de seis meses consecutivos devido às medidas punitivas da ocupação israelita que proíbem a sua entrada e acesso aos locais de trabalho.

Salientou que mais de 100.000 trabalhadores palestinianos perderam os seus empregos no mercado de trabalho palestiniano devido ao declínio das condições económicas e de vida, com perdas mensais para os trabalhadores totalizando mais de 361.000 dólares (1.350 milhões de shekels).

Único interesse russo nos protestos universitários pela Palestina é expor hipocrisia dos EUA

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A Rússia já sofreu os efeitos do ativismo pró-palestiniano equivocado orquestrado no exterior no final de outubro e do discurso de ódio incentivado por estrangeiros em sua sociedade após o ataque ao Crocus, por isso não vai usá-los contra outros, para que o Kremlin corra o risco de se desacreditar em casa frente.

A NBC News citou duas fontes não identificadas familiarizadas com a inteligência dos EUA para reportar exclusivamente que a Rússia está alegadamente a aproveitar-se dos protestos no campus pela Palestina “com o objectivo de agravar as tensões políticas nos EUA e manchar a imagem global de Washington”. Apenas a segunda parte é meia verdade, e isso acontece apenas porque as plataformas de comunicação social internacionais russas financiadas publicamente estão a aumentar a sensibilização em todo o mundo para os duplos padrões da América em relação ao direito internacional, ao discurso de ódio e aos motins.

Antes de prosseguir, é importante que o leitor esteja informado sobre a política russa em relação a estes três assuntos interligados: a última guerra entre Israel e o Hamas , o discurso de ódio e os motins. Pela ordem em que foram mencionados, a Rússia está a equilibrar-se entre as partes em conflito com vista a eventualmente mediar uma resolução, proíbe estritamente qualquer incitamento ao ódio étnico-nacional ou religioso e tem tolerância zero para protestos não autorizados, especialmente em grande escala e violentos. uns. Aqui estão alguns resumos básicos:

* “ Presidente Putin sobre Israel: citações do site do Kremlin (2000-2018) 

* “ Motins em suposto apoio à Palestina desacreditam a causa da independência do seu povo 

* “ Esclarecendo a comparação de Lavrov entre a última guerra entre Israel e o Hamas e a operação especial da Rússia 

* “ Putin e o Patriarca lembraram aos russos que o discurso de ódio étnico-religioso é inaceitável 

* “ O pedido da Rússia de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra Israel é uma medida de poder brando baseada em princípios 

Em suma, o Presidente Putin é um orgulhoso filo-semita que apoia zelosamente Israel, mas compreende que os interesses nacionais objectivos do seu país residem no equilíbrio entre este e a Palestina. Para esse efeito, o Kremlin condenou tanto o infame ataque terrorista do Hamas em 7 de Outubro como a punição colectiva dos palestinianos por parte de Israel. Também é oficialmente sugerido explorar sanções contra Israel por violar a Resolução 2728 do CSNU, recusando-se a implementar um cessar-fogo.

'Acusação contundente' sobre mentiras do petróleo é revelada antes da audiência no Senado

O relatório detalha uma “campanha de engano, desinformação e linguagem ambígua travada usando dinheiro obscuro, grupos de fachada falsos, economia falsa e exercício implacável de influência política”.

Jessica Corbett* | Commons Dreams | # Traduzido em português do Brasil

Dois comités do Congresso dos EUA divulgaram na terça-feira um relatório que "fornece um raro vislumbre dos extensos esforços empreendidos pelas empresas de combustíveis fósseis para enganar o público e os investidores sobre o seu conhecimento dos efeitos dos seus produtos nas alterações climáticas e para minar os esforços para reduzir os gases com efeito de estufa". emissões."

O relatório – intitulado Negação, desinformação e linguagem dupla: os esforços emevolução das grandes petrolíferas para evitar a responsabilização pelasalterações climáticas – foi divulgado após quase três anos de investigação pelas equipas democratas da Comissão de Supervisão e Responsabilidade da Câmara e da Comissão de Orçamento do Senado.

“Durante décadas, a indústria dos combustíveis fósseis sabia dos danos económicos e climáticos dos seus produtos, mas enganou o público americano para continuar a arrecadar mais de 600 mil milhões de dólares por ano em subsídios, ao mesmo tempo que obtém lucros recordes”, disse o presidente da Comissão Orçamental do Senado. Sheldon Whitehouse (DR.I.).

"Como este relatório conjunto deixa claro, a negação total das alterações climáticas por parte da indústria evoluiu para uma cobertura aparentemente verde para a sua operação secreta em curso - uma campanha de engano, desinformação e linguagem ambígua travada usando dinheiro obscuro, grupos de fachada falsos, falsa economia, e exercício incansável de influência política – para bloquear o progresso climático", acrescentou o senador.

Angola | Amar Angola e Seus Generais – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Maurílio Luiele é médico mais ou menos. Vende aulas mas também recebe da Assembleia Nacional dinheiro limpo e mordomias milionárias. Já foi deputado do Galo Negro. Agora é “assessor” do Grupo Parlamentar da UNITA. Nessa qualidade foi ao Cuando Cubango apoiar os deputados João Kaweza, David Kisadila e Jeremias Abílio. Nas últimas eleições o MPLA elegeu quatro deputados pelo Círculo Provincial e a UNITA um. 

Para justificar a “caravana” de oito viaturas, três deputados, um assessor e elementos da Segurança/BRINDE, a UNITA disse que ia fazer “jornadas municipais”. Com quem? Isso ficou por dizer. E é importantíssimo saber. Na comuna do Longa os sicários do Galo Negro encontraram uma manifestação de repúdio contra os representantes de um partido que, pela voz dos seus mais altos dirigentes, nega a existência da Batalha do Cuito Cuanavale negando assim os milhares de mortos causados pelos racistas de Pretória e sua criadagem savimbista.

O assessor Maurílio Luiele diz que a manifestação de repúdio foi uma “escaramuça”. E ataca a Polícia Nacional por não ter reprimido os manifestantes. Organizem-se! Quando as manifestações são contra o MPLA e o Executivo, as forças da ordem não podem sequer mostrar-se. Se são do Povo contra o Galo Negro, querem repressão policial! 

O líder da bancada parlamentar da UNITA, Liberty Chiaca, disse que a “caravana” dos três deputados foi alvo de um “ataque armado que causou um morto e seis feridos”. O comunicado diz que a “caravana foi alvo de um ataque perpetrado por supostas milícias do regime”. Um deputado afirma que o regime democrático tem milícias! Penso que ainda está às ordens dos racistas de Pretória! Curiosidade: Nenhum deputado sofreu um só arranhão.

Angola | Movimento Popular e Presidencialismo -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial foi uma sobrecarga à Guerra da Transição entre o 25 de Abril de 1974 e 11 de Novembro de 1975, que por sua vez sobrecarregou os Heróis da Luta Armada de Libertação Nacional entre 4 de Fevereiro de 1961 e a assinatura de cessar-fogo no Leste de Angola, em 1974. Estes são os marcos de um caminho de vitórias do MPLA, desde a sua fundação em 10 de Dezembro de 1956. 

A primeira e retumbante vitória do MPLA foi unir no seu seio todas as forças independentistas que iam do nacionalismo tradicional aos comunistas. Liberdade, Dignidade, Independência mas sem concessões ao racismo e ao tribalismo. 

A segunda vitória foi o 4 de Fevereiro. O movimento conseguiu transformar uma revolta popular na matriz revolucionária que enformou a Luta Armada de Libertação Nacional.

 A terceira vitória foi a eleição de Agostinho Neto para a liderança, quando o MPLA estava a desmoronar-se. A luta armada foi colocada no topo da agenda e acabaram os jogos de poder. A querela sino-soviética saiu da ordem do dia. Viriato da Cruz e a ala maoista foram bater à porta da UPA/FNLA. A luta armada chegou ao Leste de Angola onde foi criada uma plataforma a partir da qual o movimento ia levar a guerrilha ao Planalto Central e depois abria uma frente para o mar. No sentido norte, os guerrilheiros avançavam para o Planalto de Malanje e a partir daí atingiam a capital. A UNITA alinhou com os colonialistas para impedir estes avanços. A seguir surgiu a Revolta do Leste liderada por Daniel Chipenda sob a bandeira do tribalismo.

Quarta vitória foi a fundação das FAPLA no dia 1 de Agosto de 1974. Reforço dessa vitória decisiva: Agostinho Neto, na sua condição de Comandante em Chefe das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, nomeou para o Estado-Maior General os Comandantes Xiyetu, Jika, Monstro Imortal, Nzaji e Bula Matadi. Logo a seguir, a 22 de Outubro, foi assinado o cessar-fogo entre delegações militares portuguesa e do MPLA, na chana do Luinhameje, Leste de Angola. Terminou a guerra colonial. O MPLA, vanguarda revolucionária do Povo Angolano, foi o grande vencedor!

A quinta vitória foi na II Luta Armada de Libertação Nacional ou Guerra da Transição. Ao proclamar a Resistência Popular Generalizada, Agostinho Neto mobilizou o Povo Angolano para enfrentar a mais agressiva de e reaccionária aliança política e militar que alguma vez se formou no mundo. O apoio nos campos de batalha dos internacionalistas cubanos foi decisivo.

Angola | Cortar o Mal pela Raiz – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Abílio Camalata Numa, muito depois da assinatura do Acordo de Bicesse, continuava a destruir bens públicos e privados. A matar por conta do criminoso de guerra Jonas Savimbi. Hoje assistimos, todos os dias, a destruições de bens públicos e importantes equipamentos sociais. O Executivo propôs aos deputados a aprovação da "Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos" que prevê um agravamento das penas. Em princípio, sou contra. A criminalidade combate-se com escolas e não com prisões. Integrar é solução. Marginalizar agrava os problemas. Salários dignos são o melhor remédio para combater o crime e a violência. Políticas sociais sim. Repressão nunca.

O vandalismo de bens e serviços públicos é uma arma política da UNITA desde que Savimbi colocou a organização ao serviço do regime racista de Pretória. A fúria destrutiva aumentou quando o partido perdeu as primeiras eleições multipartidárias em 1992. Os sicários do Galo Negro destruíram tudo e mais alguma coisa. Portos, aeroportos, barragens, pontes, vias férreas, instalações do Estado, fábricas, sistemas de captação e tratamento de água, centrais de energia, escolas, unidades de saúde. Nada escapou. Cortar o mal pela raiz é melhor do que agravar penas de prisão. Vamos a isso.

Herman Cohen, alto funcionário dos EUA (secretário de Estado Adjunto para os Assuntos Africanos) fez esta revelação: “Até ao Acordo de Bicesse, os Estados Unidos da América gastavam entre 50 a 60 milhões de dólares por ano em assistência secreta à UNITA, que era apoiada por 250 congressistas entre os 435 da Câmara dos Representantes”. E falou assim do criminoso de guerra Jonas Savimbi: "Ele era uma pessoa muito difícil e estava zangado connosco por não aceitarmos a sua reivindicação de que as eleições de 1992 foram fraudulentas. Quando a ONU investigou as suas alegações de fraude e verificou que elas não tinham razão de ser, todos nos EUA lhe disseram para aceitar os resultados”.

Ainda declarações de Herman Cohen: “Savimbi não queria eleições livres. O que ele queria era o poder. E depois de 1992 a sua visão era que só a guerra podia resolver tudo. Nas eleições de 1992 ele reforçou a sua posição militar. Durante a campanha eleitoral foi autorizado a fazer-se acompanhar das suas tropas para fins de segurança. Deixou-as espalhadas, com armas, por todo o país. Antes estava apenas na Jamba. Tinha acesso a diamantes, tinha acesso a pistas da aterragem onde podia receber armas. Ele só acreditava na guerra para conquistar o poder”.

Mas como, se a UNITA aceitou desarmar e desmobilizar as suas tropas quando Savimbi assinou o Acordo de Bicesse? Herman Cohen sabe a resposta. Como não a deu, aí vai.

Cabo Verde: PR pede "debate sereno por reparações coloniais"

Presidente de Cabo Verde pede serenidade no debate sobre eventuais reparações às antigas colónias, após declarações de Marcelo.

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, pediu hoje serenidade no debate sobre eventuais reparações às antigas colónias, na sequência das declarações do seu homólogo português. 

 "Eu acho que é um debate que deve fazer-se com serenidade, respeitando as opiniões de uns e de outros, as universidades, as fundações, os partidos políticos, a sociedade civil", afirmou o chefe de Estado cabo-verdiano, na cidade da Praia.

O Presidente respondia aos jornalistas, à margem da condecoração com a Ordem Amílcar Cabral, Segundo Grau, a Felisberto Vieira Lopes (a título póstumo), um advogado que defendeu os antigos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal de Santiago.

Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa vai participar nas comemorações dos 50 anos da libertação dos presos do Campo de Concentração do Tarrafal, símbolo da violência da ditadura colonial portuguesa.

Na semana passada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial, sugerindo o pagamento de reparações pelos erros do passado.

"Temos de pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto", afirmou Marcelo num jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal, citado pela agência Reuters.

PR são-tomense pede revisão dos atos coloniais em Portugal

Carlos Vila Nova destaca importância de discutir violências coloniais e aproximar relações com Portugal durante celebração dos 50 anos do 25 de Abril.

O Presidente são-tomense afirmou que os atos de maus tratos e violência da colonização não estão resolvidos e considerou relevante que Portugal tenha abordado o assunto, a propósito dos 50 anos do 25 de Abril. 

"Se Portugal traz ao quotidiano este assunto, acho que é de todo relevante para que se discuta e que se revejam também esses aspetos e nós continuarmos a nos aproximarmos cada vez mais [...] isso vai ser de forma transparente e clara, nós olharmos para aquilo tudo que foi benéfico ou que prejudicou os outros países, analisarmos, tiramos ilações e resolvermos a situação", disse Carlos Vila Nova.

O chefe de Estado são-tomense, que falava no aeroporto de São Tomé, após ter participado, em Portugal, nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, sublinhou que "Portugal colonizou cinco países em África" e essa colonização é parte da história destes países.

"A descolonização pode estar resolvida, mas os atos de maus tratos, de violência e outros que aconteceram não estão resolvidos, portanto eu vejo isso [as declarações do Presidente de Portugal] com normalidade até porque ao nível de outras potências colonizadoras esse processo já está um bocado avançado, já está em discussão", referiu Carlos Vila Nova.

Reparações coloniais: “assunto resolvido” ou um legado “atirado para debaixo do tapete”?

Discutir o colonialismo português e a sua marca na história da humanidade continua a gerar fortes reações. De um lado, critica-se a falta de uma política de memória e os elogios a um passado atroz; do outro, fala-se de um assunto arrumado com a abolição da escravatura. Afinal, como devem as reparações coloniais ser discutidas?

Hélio Carvalho | Expresso

Para discutir o papel de Portugal no comércio de escravos, é preciso perceber a sua dimensão. Ao longo de 400 anos, estima-se que o império português tenha transportado pelo Oceano Atlântico quase seis milhões de escravos africanos - segundo os dados recolhidos pelo Slave Voyages, um projecto online que recolhe dados sobre as viagens de escravos ao longo da era colonial dos vários países. O valor representa quase metade dos mais de 12 milhões de africanos transportados para o “Novo Mundo” pelos impérios europeus durante o anterior milénio.

O transporte de escravos africanos ao longo da expansão marítima europeia é considerada uma das maiores migrações forçadas na história da humanidade pela Organizaçãodas Nações Unidas, a par da partição da Índia e da Segunda Guerra Mundial.

Esta semana, depois das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre reparações históricas (e da reafirmação na terça-feira, em Cabo Verde), o preço a pagar pela escravatura, pelos massacres e pela exploração das ex-colónias voltou a ser tema de debate. Uns pedem que haja debate, apontando para um benefício português com o colonialismo e as dificuldades sentidas ainda hoje por cidadãos de origem africana; outros defendem que o assunto está resolvido, que já foram feitos esforços de reconciliação no passado e o Governo criticou o Presidente da República por ser “inoportuno”.

Para o historiador Francisco Bethencourt, professor no Departamento de História do King’s College de Londres e antigo diretor da Biblioteca Nacional, o processo de reparações históricas está “bastante atrasado”, e Portugal tem agido como se não tivesse “nada a ver com isso e não pode continuar a ignorar o problema”.

“Isto tem que ser levado com seriedade. A reparação não é possível ser total, porque Portugal simplesmente não teria dinheiro durante 100 anos para pagar as indemnizações devidas. O que deve haver é seriedade em considerar o problema e deve haver políticas de compensação para pelo menos, e estou a falar do mínimo dos mínimos, criar condições para que a minoria africana em Portugal seja mais bem integrada e educada”, defendeu Bethencourt, especialista em investigação sobre racismo e colonialismo, em entrevista ao Expresso.

Portugal | PELO SIM, PELO NÃO


Henrique Monteiro | HenriCartoon
 

Do Dia do Trabalhador ao "trabalhador do dia" e vice-versa

Morreram a lutar pela vida, por uma míngua de descanso pessoal e de disponibilidade para a família, por porem cobro a jornadas de trabalho que podiam ir até às 12, 14 e mesmo 16 horas por dia.

João Fraga de Oliveira | AbrilAbril | opinião

1º de Maio de 1886. Nesse sábado e nos dias seguintes, em Chicago, nos Estados Unidos da América, dezenas de pessoas foram feridas e mortas pela polícia. Massacradas por se unirem numa greve a reclamarem por algo que hoje, no trabalho, não só é elementar como direito ao descanso mas, mesmo, um abuso (por regra, em pelo menos 4 horas semanais) desse direito: a limitação do horário de trabalho a oito horas diárias e 48 horas semanais.

Então, há 138 anos, o Trabalhador (ainda) não tinha Dia. Era um trabalhador «sem dia». E até sem horas. Para a família, para dormir, até para comer. Enfim, porque o tempo é (a) vida, para viver. Mas lutar pela vida pode ter por risco a morte. 

Morreram a lutar pela vida, por uma míngua de descanso pessoal e de disponibilidade para a família, por porem cobro a jornadas de trabalho que podiam ir até às 12, 14 e mesmo 16 horas por dia.

A História regista esse período em que, contexto da chamada Revolução Industrial, preponderava o ultraliberalismo económico («neutralidade do Estado») e, daí, falta de regulamentação (consagração legal de direitos e obrigações), logo, de regulação das chocantes desigualdades sociais de que é instrumento a exploração laboral desenfreada: salários miseráveis, trabalhos penosos e insalubres, condições de segurança e saúde no trabalho e horários de trabalho desumanos, trabalho infantil. 

Enfim, exploração, desumanização e submissão extrema dos trabalhadores, assentes (ainda) na concepção (da qual, ainda que em novas formas, há evidentes sinais de recrudescimento) do trabalho como uma mercadoria1 como qualquer outra e não como consubstanciando-se nas pessoas que o realizam.

Portugal | COMEMORAR/SAUDAR O 1º DE MAIO, DIA DOS TRABALHADORES - ONDE?

Concentrações

1º DE MAIO DE 2024

Angra do Heroísmo

10h00

Praça Velha

Ponta Delgada

11h00

Parque Florestal do Pinhal da Paz

Aveiro

15h00

Largo da Estação

Beja

10h00

Casa da Cultura

Pias

13h00

Barragem Enxoé

Ervidel

13h00

Barragem do Roxo

Braga

14h30

Largo do Toural

Bragança

14h00

Praça Cavaleiro de Ferreira

Covilhã

15h00

Jardim Público

Castelo Branco

14h30

Ex-Quartel da Devesa

Coimbra

15h00

Praça da República

Figueira da Foz

15h00

Jardim Municipal

Évora

15h00

Teatro Garcia Resende » Praça 1º de Maio

Faro

10h00

Mercado Municipal » Teatro Municipal

Guarda

15h00

Largo Dr. João de Almeida » Alameda S. André

Leiria

15h00

Av. 22 de Maio (junto ao Jardim Almuinha Grande)

Lisboa

15h00

Martim Moniz » Alameda D. Afonso Henriques

Funchal

10h30

Assembleia Legislativa da R.A. Madeira

Portalegre

10h30

Av. MFA » Monumento aos mortos da grande guerra

Porto

15h00

Avenida dos Aliados

Setúbal

15h00

Praça do Brasil » Av. Luisa Todi (Coreto)

Sines

10h30

Jardim das Descobertas

Santarém

15h00

Jardim da República

Viana do Castelo

14h00

Largo da Estação » Praça da república

Vila Real

15h00

Alameda de Grasse

Viseu

14h30

Largo de Sta. Cristina » Rossio

Lamego

14h30

Av. Alfredo de Sousa

Mangualde

14h30

Largo Dr. Couto


CGTP in

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