O
secretário-geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
classificou hoje como uma "chacina" os recentes confrontos entre
membros de uma seita religiosa e efetivos da polícia, no Huambo, com várias
mortes de ambas as partes
A
posição foi assumida por Vitorino Nhany, em conferência de imprensa realizada
em Luanda, convocada para abordar os acontecimentos à volta de seita religiosa
"A Luz do Mundo", também conhecida por Kalupeteca, nome do seu líder.
Uma
delegação de deputados da UNITA, o maior partido da oposição em Angola, está
desde hoje naquela província, para confrontar as famílias enlutadas com as
informações oficiais.
Em
causa está a morte de nove polícias e de 13 elementos da seita religiosa, a 16
de abril, no município da Caála. Os agentes, na versão policial, entraram em
confronto na tentativa de capturar Julino Kalupeteca, líder da seita, ilegal e
que advoga o fim do mundo em 2015.
"O
que se passa na província do Huambo é um autêntico terror, uma chacina, um
genocídio, o que é condenável a todos os títulos", referiu Vitorino Nhany,
comentando informações da população local que apontam para a alegada morte de
mais de 700 pessoas, versão negada pela polícia.
"Só
uma investigação séria e isenta poderá determinar os factos que realmente terão
ocorrido na Serra do Sumi na passada semana", disse ainda o político.
Em
comunicado, o Governo Provincial do Huambo acusou terça-feira a UNITA de ter
orquestrado um plano político para ser executado pela seita "A Luz do
Mundo".
No
documento, as autoridades provinciais referem que o plano "com muitos
traços que identificam a atuação política da UNITA" tinha como objetivo
levar as populações a abandonarem as suas residências, para se fixarem nas
matas, sobretudo nas ex-bases militares daquela força política.
O
governo do Huambo afirma ainda que no âmbito do mandado de captura, emitido
pela Procuradoria-Geral da República, as autoridades encontraram no morro do
Sumé - local do acampamento da seita - "muito material de propaganda da
UNITA, incluindo cartões de membros dessa organização, recentemente emitidos e
assinados pelo seu secretário provincial, Liberty Chiyaka".
Declarações
anteriores de alguns dirigentes do Movimento Popular de Libertação de Angola
(MPLA), partido no poder, e a divulgação de imagens de material de propaganda
daquele partido no acampamento da seita, levaram a UNITA a negar, em
comunicado, qualquer envolvimento nos confrontos.
A
direção do partido liderado por Isaías Samakuva manifestou mesmo "revolta
pelas tentativas de envolvimento do nome da UNITA numa situação que nada tem a
ver com ela", considerando-as "irresponsáveis, descontextualizadas e
imbuídas de má-fé".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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