terça-feira, 27 de outubro de 2015

PORTUGAL E ANGOLA. PODRES E VÃOS EM IDEOLOGIA, EXCETO NA DO CIFRÃO



O Expresso Curto aborda o fim da greve de fome de Luaty. É um dos temas do dia. Angola, Angola, Angola… Só falta em Portugal cantarem o “Angola é Nossa”, uma treta de cantilena salazarista. É nossa o caraças! Angola é dos angolanos. Rui Peralta, de Luanda, em título já a seguir, no PG, toca nos cordelinhos e nos tintins de muitos sacanas que no caso de Angola andam por aí todos pseudo-humanistas, democratas, defensores dos Direitos Humanos mas que quase sempre enfiam a viola no saco perante os atropelos e crimes contra a humanidade que os EUA e a UE cometem. Podem ler em É SÓ COISA PARA ANGOLA?

Registe-se que o que se passa em Angola não está certo. Antes pelo contrário. O regime está podre e vão em ideologia, exceto na do cifrão. Daí os roubos, a corrupção… e as carências das populações. Daí não quererem largar o poleiro.

A talhe de foice podemos ver o que acontece em Portugal. Será legítimo que o governo ainda nos poleiros e o trambolho do PR Cavaco, esse grande trampolineiro antidemocrático, sejam autores morais de tantos velhos (reformados) que se suicidaram devido às agruras causadas pelas políticas impostas por aqueles energúmenos? E pela mesma razão, devido a cortes, tantos que morreram nos corredores dos hospitais? E pela mesma razão portugueses passarem fome, perderem casas, verem as suas famílias separadas e destruídas? E os direitos humanos? Ora porra!

É assim porque as palavras saem quentes de indignação, de revolta. Fruto das várias carências e da fome que muitos experimentam (cá em casa também) só porque um sacana de um monstro que foi para primeiro-ministro venceu as eleições com maioria absoluta mentindo descaradamente aos eleitores e, instalado no poleiro, vá de salvar os bancos e os banqueiros, de mão dada com o seu chefe, Cavaco. Bando de salafrários que ao longo destes últimos quatro anos foram exímios na filha de putisse!

Cavaco e seu bando estão podres e também são vãos em ideologia, exceto na do cifrão. Daí não quererem largar os poleiros.

O melhor é acabar aqui. Bebam um cafezinho para acalmar.

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Bernardo Ferrão – Expresso

Ao 36º dia, Luaty terminou a greve de fome: “A vitória já aconteceu”

notícia é desta manhã. E foi confirmada pelo próprio advogado.Trinta e seis dias depois de ter iniciado uma greve de fome, Luaty pôs fim ao protesto. O ‘rapper’ luso-angolano contestava a prisão preventiva que considerava ilegal e exigia aguardar julgamento em liberdade.

O portal de notícias Rede Angola publicou uma carta do ativista dirigida aos companheiros detidos, onde anuncia o fim da greve de fome mas promete continuar a combater o regime. A carta tem a assinatura de Luaty Beirão e terá sido entregue ao Rede Angola pela família. Explica que abandona a greve de fome porque a vitória já foi alcançada: “Estou inocente do que nos acusam e assumo o fim da minha greve de fome. Sem resposta quanto ao meu pedido para aguardarmos o julgamento em liberdade, só posso esperar que os responsáveis do nosso País também parem a sua greve humanitária e de justiça. De todos os modos, a máscara já caiu. A vitória já aconteceu”.

Nas últimas horas, os serviços prisionais angolanos tinham decidido limitar as visitas à mãe, à mulher e a um amigo. Já nem os irmãos podiam entrar. Na frente política, e depois do editorial do Jornal de Angola, o General Bento dos Santos 'Kangamba', um dos mais influentes do regime, avisou Lisboa que Angola já não é "escravo" de Portugal. "Se eu fosse português pensava 20 ou 30 vezes antes de falar sobre um estrangeiro. Primeiro tenho que arrumar a minha casa e depois falar sobre os outros. Portugal é um grande país, tem grandes políticos, mas neste momento está em debandada, não tem consciência jurídica e política para se defender nem defender os angolanos. Há necessidade de haver calma que a Justiça será feita", apontou o dirigente do MPLA.

Por cá, estamos há 23 dias sem Governo e continua o jogo do empurrra. Ainda sem acordo com o Bloco de Esquerda e com o PCP, o PS começou a pressionar a direita e o Presidente da República. No Largo do Rato não se compreende a demora de Passos Coelho em anunciar quem vão ser os seus ministros e os secretários de Estado e apresentar o programa de Governo. As críticas surgiram ontem à tarde pela voz de Carlos César – tem “sede e fome de poder” contra-atacou Paulo Portas - e incluíam Cavaco Silva que esta tarde parte para Roma para uma cimeira da COTEC.

A verdade é que Passos Coelho foi indigitado na quinta-feira e passou sexta, sábado, domingo, segunda e até agora… nada!Diga-se que não deve ser nada fácil formar um Executivo que temmorte prometida para breve. Ainda assim, em 2011 Passos foi indigitado a 15 de junho e apresentou o elenco governativo dois dias depois, a 17. Ainda podia ser hoje? Poder podia, o Presidente só vai depois do almoço para Itália, mas não está previsto que tal aconteça. E assim sendo, deverá passar tudo para quinta-feira à tarde quando Cavaco regressa a Lisboa. Aliás, a título de curiosidade (bem irónica por sinal) durante esta ausência de dois dias do chefe de Estado quem o substitui é o Presidente da Assembleia da República… Ferro Rodrigues.

Feitas as contas, se Passos apresentar a composição do Governo ao Presidente na quinta-feira, nada impede que a tomada de posse (primeiro dos ministros primeiro e depois dos secretários de Estado) aconteça no dia seguinte, sexta-feira, ou no sábado. E a partir dai começa a contar o prazo para a apresentação no Parlamento do programa do Governo. O primeiro-ministro tem até dez dias para o fazer - se a tomada de posse for mesmo na sexta, o programa tem de ir à AR até dia 13 de novembro. Sendo praticamente certo que assim que o fizer chocará de frente com a rejeição da esquerda (PS+BE+PCP têm 122 deputados, para aprovar a moção são necessários 116, ou seja maioria absoluta). O PS tem dito que está a fechar as negociações e que quando rejeitar o Executivo do PàF terá uma alternativa para apresentar. Mas se há lição que aprendemos nos últimos tempos é que o melhor é não fechar cenários. Quer isto dizer que primeiro é preciso perceber se há mesmo acordo à esquerda e depois se esse entendimento dá garantias suficientes para que o Presidente, depois de tudo o que disse sobre essa solução, se convence a chamar António Costa a governar – parecendo-me muito difícil que o PR opte por um Governo de gestão. Para essa avaliação há mais dois dados relevantes que entretanto foram lançados:

1º Neste artigo do Expresso Diário, assinado pela Luisa Meireles, mostra como estão divididas as opiniões (até entre socialistas) sobre como deve ser o governo de esquerda: minoritário do PS ou uma coligação que inclua BE e PCP? O que vai exigir Cavaco?

2º O Observador revela que o “PS prepara uma regra de ouro no acordo com PCP e BE: se forem precisas medidas extra nos 4 anos, não serão cortados salários ou pensões e não subirão impostos. Se houver desvio nas contas revêm-se as metas de défice”.

Rever metas do défice? E o que dizem Bruxelas e os mercados desta derrapagem assumida?

Bom, como está fácil de perceber que a agitação política não vai terminar tão cedo. Mas se julga que, nós por cá, nunca vivemos tamanha instabilidade, recomendo-lhe esta visita à I República e aos51 governos de curta duração que tivemos entre 1910 e 1926.

OUTRAS NOTÍCIAS

Se acha que a política lhe faz mal à saúde (ou à do país), saiba que há coisas muito piores. Nas últimas horas ficou a saber-se que a carne processada pode provocar cancro. A Organização Mundial da Saúde prepara-se para incluir salsichas, presunto, chouriço ou bacon na lista de substâncias cancerígenas, mas o risco já estava identificado e declarado pelo Fundo Internacional para a Investigação Mundial do Cancro desde 2007. Se está com dúvidas sobre o que pode comer, a Renascença dá-lhe respostas. Entretanto, nas sempre muito imaginativas redes sociais, surgiu ahashtag #FreeBacon em reação à decisão da OMS: uns comemoram o triunfo dos porcos, outros saíram em defesa do seu “bacon”.

Na Argentina já se escreve sobre o fim do kirchnerismo. Pela primeira vez na história do país, vai haver segunda volta numa eleição presidencial. Daniel Scioli, o herdeiro político da presidente Cristina Kirchner, conseguiu cerca de 36,8% dos votos. E o principal opositor, o conservador Mauricio Macri, tem 34,4% dos votos sendo já o favorito à vitória.

Sempre ao serviço de sua majestade, James Bond chegou ontem ao Royal Albert Hall em Londres. E a família real não faltou à estreia de “Spectre”, o 24º filme de 007. Sem dúvida uma das personagens cinematográficas mais viajadas. Neste mapa interativoda BBC pode ver os países por onde onde andou James Bond e que cenas filmou em cada um deles. Portugal também está lá!

José Mourinho anda mesmo na mó de baixo. Depois da expulsão no fim-de-semana no estádio do West Ham, ontem a Federação Inglesa veio acusá-lo de “conduta imprópria” por causa dalinguagem e do comportamento com os árbitros no túnel de acesso aos balneários no intervalo do jogo do Chelsea.

FRASES

“O Presidente não pode deixar um governo sem plenitude de funções, o país não aguenta”, Miguel Sousa Tavares no Jornal da Noite na SIC.

“Entendo que o Presidente da República, nessas circunstâncias, deve dar posse a um Governo [liderado por António Costa]. Um Governo de gestão só prejudica o país”, Nuno Morais Sarmento naRenascença.

O QUE ESTOU A LER

No início do ano, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que iria ler dois livros por mês em 2015 e criou a página“Um ano de Livros” (A Year of Books) para partilhar e discutir o que ia lendo com os seus mais de 30 milhões de seguidores. Explicou que as suas escolhas versariam sobre “diferentes culturas, religiões, histórias e tecnologias”. A primeira obra que sugeriu foi tão procurada que a Amazon esgotou os exemplares disponíveis. Na altura recomendou The End of Power (O Fim do Poder, na edição portuguesa da Gradiva), de Moisés Naím, escritor e colunista venezuelano e, desde 1996, o editor-chefe da revista Foreign Policy.

Com quase 11 meses de clube de leituras, a Business Insiderapresenta agora não só as 20 escolhas, como as razões do próprio Zuckerberg para ler as obras. Na lista podemos encontrar títulos como“Porque falham as Nações” de Daron Acemoglu e James A. Robinson;“O Otimista Racional” de Matt Ridley ou “A Vida num Gang” de Sudir Venkatesh.

Por falar em autores, deixem-me ainda sugerir-vos o artigo do New York Times - “The Gonzo Vision of Quentin Trantino” – assinado pelo escritor norte-americano Bret Easton Ellis (autor de “Psicopata Americano” e “Menos que Zero”, entre outros). É um texto delicioso sobre o realizador de Pulp Fiction, Reservoir Dogs, Jackie Brown, Django e que estreia no Natal/Janeiro o “The Hateful Height”, o seu oitavo filme (que terá duas versões). Neste artigo/entrevista de Ellis, Tarantino fala do novo filme, mas também da última década do cinema americano, das diferenças entre a televisão (na era Amazon e Netflix) e o cinema – “TV is a writers’ medium and movies are a directors’ medium”.

Boas leituras e tenha um excelente dia. Amanhã o Expresso Curto é da Luísa Meireles.

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