A
porta-voz do BE classificou hoje o programa de Governo PSD/CDS-PP como uma
"mixórdia de temáticas" com muito "humor negro", prognosticando-lhe
o 'chumbo', sem "jogadas políticas", considerando que "foi a
democracia a rejeitar" o documento.
Em
resposta a Catarina Martins, no debate parlamentar, o primeiro-ministro, Passos
Coelho, recusou a ideia sugerida de que o executivo conjunto com Paulo Portas é
"uma central de negócios" e provocou a deputada bloquista com uma
questão - "quem catequizou quem", no "acordo político que terão
acordado com o PS".
"Temos
hoje, de facto, um debate estranho, sobre um programa de Governo que antes de o
ser já não era. A rejeição está anunciada", sentenciou Catarina Martins,
defendendo que "se PSD e CDS não têm deputadas e deputados suficientes
para fazer passar o programa é porque os eleitores" lhes "retiraram
essa confiança" e "não são jogadas politicas, é a democracia a
funcionar, foi a democracia que rejeitou o programa".
A
parlamentar bloquista insistiu que o documento da coligação PSD/CDS-PP "é
um programa de vendas" e o elenco governativo "uma central de
negócios", além de conter "humor negro" como prioridades,
acrescentando que o Governo foi um "bom aluno de Berlim", sem
qualquer Orçamento do Estado que respeitasse a Constituição, além de ter
triplicado a dívida e acabar 2014 com mesmo défice de 2011.
Para
Catarina Martins a tal "mixórdia de temáticas" são os diversos itens
do documento, como o "desafio demográfico", após o executivo
"ter mandado emigrar tudo e todos", conceder "benefícios fiscais
para as famílias com mais rendimentos", bem como o "ridículo programa
VEM" [destinado a apoiar o regresso de emigrantes].
Outra
prioridade - "valorizar as pessoas" surge depois de o
primeiro-ministro ter chamado "piegas" à população, segundo a
porta-voz do BE. Outra intenção governamental - "defender e revigorar o
Estado social" não passa, para Catarina Martins, da "criação de um
Estado paralelo com contratualização com privados para tudo".
"À
medida que ouvia, ia crescendo em mim a curiosidade para conhecer os termos do
acordo político que terão acordado com o PS. Os portugueses ainda não
perceberam quem catequizou quem", ironizou Passos Coelho, assumindo depois
o derrube de muros entre as esquerdas, defendido pelos socialistas para
questionar: "Afinal, quem saltou o muro? Deixou de existir? Passou a
imaginário? Quais as posições relativas que cada um ocupa?".
O
líder do executivo lembrou que herdou um país "à beira da bancarrota"
e protagonizou o início de "reformas estruturais e que estão em
marcha" para "deixar para trás o fatalismo da pobreza e da reincidência
na irresponsabilidade".
HPG
// SMA - Lusa
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