segunda-feira, 18 de julho de 2016

TROVOADAS, ATÉ TÍTULO NO PAÍS DO NICOLAU



Nicolau Santos no Expresso Curto. Boa cafeína. Dá uma boa “moca”. Moca, era uma qualidade de café que existia há umas décadas atrás. Bebia-se do bom e do melhor numa pequena loja na Rua do Ouro, em Lisboa. Também tem a seguir uma boa moca nos dizeres de Nicolau Santos. Cafeína q.b.. Um regalo.

Vá nessa. Por aqui… vamos para a praia. O divertimento e disputa da família veraneante é ver quem consegue lá chegar sem pagar os bilhetes dos transportes. Será (serão) o vencedor ou vencedores. No final têm direito a tomar banho de chuveiro quando chegarmos a casa. Os outros, os derrotados, ficam com a pele a curtir o sal da água do mar. Até pode ser que a pele dê para depois fazer sapatos, e botas, e cintos…

Bom dia. Boa semana. A pressa é má conselheira. Fiquem bem, se conseguirem. Dêem atenção às “eleições” em São Tomé e Príncipe. O postador de serviço hoje no Página Global tem instruções para acompanhar essa atualidade com persistência. Curtam. Atentem que até no país do Nicolau – o Expresso – há trovoadas, caem raios e coriscos (PG)

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Nicolau Santos - Expresso

É preciso não ter imaginação nenhuma para não ter medo das trovoadas

Nas últimas horas não houve nenhuma tentativa de golpe de Estado nem nenhum atentado terrorista, mas nos Estados Unidos mais três polícias foram abatidos. Parafraseando Kurosawa no Madadayo (citado por Manuel António Pina num livro sobre o poeta que acaba de sair), “é preciso não ter imaginação nenhuma para não ter medo das trovoadas”.

E o que se está a passar nos Estados Unidos começa a ser preocupante. Uma das linhas de fratura da sociedade norte-americana, a racial, parece estar a emergir com uma violência sem precedentes. Depois de cinco polícias mortos no dia 7 de julho em Dallas, ontem, foi a vez de mais três polícias serem abatidos em Baton Rouge, Louisiana e outros três serem atingidos com gravidade. O suspeito, que estava vestido de negro e empunhava uma espingarda, foi morto, e terá atuado sozinho. Sabe-se agora que se tratava de um ex-marine afro-americano, Gavin Eugene Long, que fazia ontem 29 anos ontem, segundo a CBS.

O incidente acontece uma semana depois de a polícia ter morto um homem de raça negra, Alton Sterling, em Baton Rouge, o que levou a protestos da população local. Apenas dez dias antes, um jovem negro de 25 anos, Micah Johnson, matou cinco agentes em Dallas, que vigiavam uma manifestação contra a morte de negros às mãos da polícia.

O ataque foi de imediato condenado por políticos e dirigentes negros.O reverendo Jesse Jackson disse que “os que fazem uso da violência não são uma extensão da nossa luta. Atraiçoam-na e roubam-nos a autoridade moral”. O Presidente Obama sublinhou que tais atos não tem justificação “nenhuma”, mesmo que tenham razões raciais. “ Não evitam nenhum mal, não fazem avançar nenhuma causa”, sublinhou. Hillary Clinton, candidata democrata à Casa Branca, acrescentou que “o ataque aos agentes em Baton Rouge é um ataque contra todos nós”. Por sua vez, Donald Trump, que está a horas de ser entronizado como o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos na convenção do seu partido que hoje arranca, acusou Obama: “Quantos mais polícias e mais pessoas terão de morrer por falta de liderança no nosso país? Queremos lei e ordem”.

E por falar em Trump, o britânico Nigel Farage, um dos rostos do Brexit e antigo líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), será convidado de honra da Convenção Republicana, confirmou, ao Expresso, um elemento do movimento conservador do Ohio, estado onde se realiza a reunião magna. Diz-me com quem andas…

Na Turquia, após a tentativa falhada do golpe de Estado na sexta-feira, sucedem-se agora os apelos para que o presidente Erdogan não imponha o regresso da pena de morte (algo que o primeiro-ministro turco já admitiu), abolida na Turquia em 2004, no quadro da candidatura da adesão de Ancara à União Europeia. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse que o fracasso do "putsch" não dá o direito de fazer purgas. E a detenção de juízes e procuradores turcos após o golpe fracassado no país é condenada por magistrados nacionais e europeus. O secretário-geral do Sindicato dos Magistrados do Ministério Públicodenuncia, em declarações ao Expresso, aquele que considera ser “o verdadeiro e cirúrgico golpe” na Turquia: enfraquecer a democracia e separação de poderes.

O último balanço do governo turco aponta para 290 mortos entre revoltosos (100) e civis e forças leais a Erdogan (190), mais de 1.400 feridos e cerca de 6.000 pessoas detidas, entre eles cerca de 2.900 militares.

Harlaine, de 26 anos, vive em Ancara. Ao Expresso, a jovem relatou os momentos de tensão vividos na capital turca e as suspeitas sobre a sublevação. “O pior vem agora. Vai haver justificação para atrofiar ainda mais as liberdades individuais”.

E as relações entre a Turquia e Estados Unidos estão ao rubro. O presidente Recep Erdogan apelou aos Estados Unidos para que extraditem o imã Fehtullah Gulen, que acusa de ser o mentor do golpe de Estado falhado, para que enfrente a justiça turca. Perante milhares de apoiantes em Istambul, Erdogan afirmou que já disse, por diversas vezes, ao Presidente norte-americano, Barack Obama, que Gulen ameaça a segurança da Turquia e deveria ser extraditado. “Senhor Presidente, eu já lhe disse: ou deporta ou entrega-nos esta pessoa que vive num terreno de 400 acres na Pensilvânia”, disse o chefe de Estado turco, que nunca se referiu a Gulen pelo seu nome. Só que Washington não parece disposto, para já, a satisfazer a exigência de Erdogan. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, garantiu que os Estados Unidos vão apoiar a Turquia na investigação sobre o golpe falhado mas quanto a Gulen instaram a Turquia a partilhar qualquer prova que tenha contra ele. E deixam bem claro que insinuações que Washington possa estar envolvida no golpe são “absolutamente falsas”.

Em Nice, depois do enterro dos mortos e dos cuidados prestados aos feridos, chegou o tempo dos políticos. O ex-presidente Nicolas Sarkozy e líder da oposição desferiu um violento ataque contra o presidente François Hollande, acusando-o de falta de determinação e de ineficácia na luta contra o terrorismo. "Fui chefe de Estado, sei que não existe o risco zero (...) mas não se fez tudo o que se deveria ter feito nos últimos 18 meses", sublinhou Sarkozy, numa entrevista à televisão TF1, ao ser questionado sobre o atentado em Nice, na passada quinta-feira.

OUTRAS NOTICIAS

De acordo com a edição de ontem do “El País”, o Governo espanhol irá receber ordem de Bruxelas para tomar medidas de austeridade no valor de 10 mil milhões de euros, no Orçamento do Estado para 2017. Para assegurar o ajustamento orçamental (3,9% este ano e 2,5% no próximo, as exigências de Bruxelas), Madrid ficará sujeita a uma fiscalização trimestral da Comissão Europeia.

António Costa vai pedir hoje ideias para o Orçamento do Estado 2017, ou seja, um orçamento participativo à escala nacional, depois de ter feito essa experiência quando era presidente da Câmara de Lisboa. Os portugueses vão assim poder escolher já para o próximo Orçamento do Estado para 2017 projetos seus, em quatro áreas, que serão concretizados pelo Governo – embora a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca admita que se trata de um prazo curto para elaborar o Orçamento Participativo Nacional (OPN), uma experiência inédita à escala mundial.

O primeiro-ministro também já fez chegar a Bruxelas a carta onde diz que as medidas para conter o défice de 2016 já estavam no documento inicial: trata-se das cativações de verbas, idêntica ao desvio de 2015, e que serão acionadas em caso de necessidade. A dúvida é se a Comissão Europeia, que tem pedido medidas adicionais, aceita como boa esta resposta e não aplica meso sanções a Portugal.

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, disse que em 8 de junhoo Banco Central Europeu escreveu à administração da Caixa Geral de Depósitos, levantando dúvidas sobre o número excessivo de administradores previstos (19, querendo o regulador europeu no máximo 15). Além disso, o BCE defende que o "chairman" e o presidente executivo deveriam ser cargos titulados por pessoas diferentes (António Domingues irá acumular funções), e exige experiência bancária a todos os administradores (mesmo os não-executivos). O BCE também terá defendido nessa carta "uma proposta alternativa à capitalização pública".

Por seu turno, o Jornal de Negócios revelou que o presidente do grupo PSA Peugeot Citroën, o português Carlos Tavares, vai integrar a nova equipa de administração da CGD.

Entretanto, sabe-se agora que dos mais de dois mil milhões de euros de crédito ao consumo concedidos este ano pela banca, um terço (cinco milhões de euros por dia) foi para a compra de automóvel. Financiar a aquisição de carros não é seguramente a melhor maneira de estimular o crescimento da economia portuguesa.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu que o PCP não pretende "fazer a cama" ao Governo do PS, mas só votará favoravelmente o Orçamento do Estado para 2017 se não reverter direitos dos trabalhadores

E quem foi que disse estar mais preocupado com o défice português do que com o Brexit? Pois bem, apesar da recuperação registada pelasbolsas europeias nos últimos dias, os investidores continuam a evitar a região, face à instabilidade que permanece após o referendo britânico. Nunca os resgates nos fundos de acções europeias foram tão elevados, com os investidores a trocarem o Velho Continente pelos EUA e emergentes.

As eleições autárquicas de 2017 já mexem. E a grande novidade pode ser o regresso em força dos dinossauros autárquicos, que foram afastados pela lei de limitação de mandatos de 2013. Agora, a possibilidade de se apresentarem aos eleitorados como candidatos independentes começa a ganhar força.

A alteração à Lei das Comunicações Eletrónicas entra hoje em vigor eas operadoras de telecomunicações ficam obrigadas a partir de agora a oferecer contratos aos consumidores sem qualquer tipo de fidelização ou com seis e 12 meses de fidelização, em opção ao período máximo de 24 meses.

Três semanas depois do Brexit, o grupo japonês SoftBank anunciou que chegou a acordo para comprar a britânica empresa de chips ARM Holdings por 24,3 mil milhões de libras (29 mil milhões de euros), a maior compra tecnológica de sempre no Reino Unido.

Evaristo Carvalho, 75 anos e 25 filhos, é o novo presidente de S. Tomé e Príncipe. O candidato apoiado pelo Governo foi eleito à primeira volta, tendo obtido 50,1% dos votos, contra 24,8% de Manuel Pinto da Costa, atual Presidente, que concorria a um segundo mandato, e 24,1% de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).

A sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, é hoje palco das cerimónias oficiais do 20.º aniversário da organização lusófona, iniciativa que contará com a presença do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

E agora uma notícia para quem gosta muito, mas mesmo muito de jornais e que trabalha neles há 36 anos: anunciar em jornais triplica a eficácia da mensagem publicitária! Um estudo da consultora Benchmarketing mostra que os jornais aumentam a eficácia global de uma campanha, assim como impulsionam outros meios de comunicação – os jornais tornam a televisão duas vezes mais eficaz e a exibição digital quatro vezes mais eficaz.

E pronto, lá voltámos a ser campeões europeus. A portuguesa Teresa Bonvalot assegurou este domingo a conquista do título europeu de surf em juniores, uma proeza inédita, ao derrotar a espanhola Ariane Ochoa nos quartos de final do Pena Txuri Pro, na praia espanhola de Sopelana.

Mais: a seleção portuguesa de futebol de sub-19 empatou no domingo 1-1 frente à Itália, na terceira e última jornada do Grupo A do Europeu da categoria, e assegurou a qualificação para as meias-finais e para o Mundial de sub-20. Por mais estes dois títulos se prova a teoria do ketchup desenvolvida por Cristiano Ronaldo: depois do primeiro título vem tudo atrás.

FRASES

“Notoriedade de Isabel dos Santos é uma mais-valia”. Ângelo Ramalho, presidente executivo da Efacec, que diz que a sua escolha resultou de um processo “absolutamente competitivo”.

“O Goldman quer lucros e Barroso vai ajudá-los a ter lucro”. Marc Roche, autor de um livro sobre a Goldman Sachs, jornal i

“A estação parva, silly season, costuma dar forte em agosto mas neste ano adiantou-se”. José Ferreira Fernandes, colunista, Diário de Notícias

“Nenhum de nós estava à espera de condecorações”. Luis Séneca, selecionador nacional de hóquei em patins, após a vitória no Europeu, 18 anos depois, Jornal de Notícias

O QUE ANDO A LER E A OUVIR

O tempo não dá para tudo e cada vez se trabalha mais nas redações e fora delas. Por isso, para além de “A rapariga apanhada na teia de aranha” (D. Quixote), a continuação da saga Millennium de Stieg Larsson, pela pena de David Lagercrantz, que estou quase a acabar (e que posso confirmar ser uma digna sucessora da trilogia inicial), recebi e já deitei o olho a “Dito em voz alta – entrevistas sobre literatura, isto é, sobre tudo”, de Manuel António Pina(Documenta). Ou melhor, sobre sucessivas entrevistas do Pina. É dele o título desta crónica, numa entrevista de Carlos Vaz Marques, à revista Ler nº 68, de que saliento uma frase, que bem caracteriza o excelente poeta e magnífica pessoa que foi o Manuel António Pina: “A noção e a consciência plena da irrelevância individual, da minha própria irrelevância, do facto de tudo aquilo que eu escrevo acabar por ser esquecido, mais tarde ou mais cedo (e de eu próprio ser esquecido, dado tudo tender para o esquecimento mesmo as memórias, aquilo de que hoje me lembro e de que todos nos lembramos), o facto de a própria eternidade caminhar a passos largos no sentido do esquecimento, tudo isso me dá uma enorme tranquilidade e uma enorme serenidade”.

Quanto à música, já aqui vos falei dele, mas permitam-me que volte a referi-lo porque quanto mais ouço os dois CD’s mais gosto deles e constato como são bem tocados. Refiro-me a “Solo” e “Ensemble” de Rui Massena, um maestro fora da caixa que é também um pianista excecional. Vale a pena comprar os dois CD’s para os ouvir sempre que quiser tranquilidade para descansar ou para se concentrar.

E pronto, já saiu mais um Expresso Curto para a mesa do canto. Amanha cá estará o Filipe Santos Costa, que sabe tudo sobre política mas também gosta de música e de ballet (e que terá seguramente outros interesses que desconheço). Até lá, vá consultando o Expresso online e, às seis da tarde, abra mais uma edição do Expresso Diário, uma companhia imperdível para os fins do dia e começos das manhãs. Tenha um excelente dia.

O “BANHO” VENCEU ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, UM PAÍS CHAMADO TROVOADA



Escrito anteriormente e previsão evidente de alguns são-tomenses: “Quem der mais banho vence as eleições.” “Banho” é a compra de votos pelos candidatos ou seus apoiantes com dinheiro para isso, “coisa que não falta à família Trovoada, que é afinal a dona do país”. Disseram-nos.

Evaristo (Trovoada) Carvalho é o novo presidente de São Tomé e Príncipe. Não que em seu nome tenha registado oficialmente o nome de Trovoada mas é sabido que é um incondicional elemento da família que há anos e anos é das de maiores influências no país. Evaristo venceu as eleições, é presidente da República a par do primeiro-ministro Patrice Trovoada, filho do “velho Trovoada”. O quadro que alguns são-tomenses expõem é de um país presidido e governado pela mesma família, com “uma oposição enfraquecida, praticamente anémica”. Tiveram “mais dinheiro, distribuíram mais banho, compraram mais votos, e agora São Tomé e Príncipe é um país a que podem também chamar Trovoada”.

Da TSF retiramos texto alusivo às eleições no país que o futuro mais ou menos próximo confirmará se vai passar a chamar-se Trovoada. Por via do “banho” é inevitável que a democracia saiu a perder e que ali poderá não ser mais que uma palavra sem sentido, a não ser um único: “palhaçada”. Esse é o sentimento dos que defendem a democracia de facto, incluindo alguns opositores. O futuro comprovará os receios dos são-tomenses e dos que se interessam pela democracia e pelo país, contra a "ditadura Trovoada" que já pronunciam e temem. (PG)

75 anos e pai de 25 filhos: São Tomé tem novo Presidente

Evaristo Carvalho foi eleito à primeira volta Presidente de São Tomé e Príncipe e já promete "coligação" com o partido no poder - que é o seu partido.

Apoiante desde sempre da família Trovoada, Evaristo Carvalho chegou no domingo à Presidência de São Tomé e Príncipe, com uma vitória na primeira volta nas eleições.

Aos 75 anos e pai de 25 filhos, Evaristo Carvalho é um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial, com o apoio de Miguel Trovoada (o primeiro Presidente democraticamente eleito) e depois através do seu filho, Patrice Trovoada, quando este decidiu concorrer às Presidenciais de há dez anos.

Técnico de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na década de 1990.

Ao lado de Miguel Trovoada, de quem foi chefe de gabinete quando este foi Presidente da República, Evaristo Carvalho tem sido um dos apoiantes de sempre da Ação Democrática Independente (ADI), partido do atual primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

"A coabitação [entre a Presidência e o Governo] tem sido difícil. Nos 25 anos da nossa democracia, houve 18 primeiros-ministros", afirmou, em entrevista recente à Lusa, o novo Presidente, que se afirma como um defensor da estabilidade: "Eu quero contribuir para que [Patrice Trovoada] acabe o seu mandato".

O novo Presidente insistiu, durante a campanha, que o seu principal objetivo é "ajudar o Governo a governar bem", procurando dar ao país "coerência política".

Vem aí uma coligação

O vencedor das eleições presidenciais de domingo de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, mostrou-se satisfeito com a vitória e considerou que ter sido apoiado pelo partido governamental permitirá uma "coligação em prol do país".

"Estou satisfeito e desde o início que considerava que eu iria ser vitorioso. É uma vitória para São Tomé e Príncipe, uma vitória para o povo de São Tomé e Príncipe", afirmou Evaristo Carvalho, que agradeceu o apoio da Ação Democrática Independente (ADI), no poder.

"É uma vitória para o meu partido, para os meus companheiros de partido, a quem agradeço muito o apoio e a confiança. Podem confiar em mim porque eu vou exercer a função de Presidente da República com toda a seriedade, toda a lealdade e sempre contribuindo para o avanço de São Tomé e Príncipe", disse aos jornalistas, pouco depois de terem sido anunciados os resultados, ainda provisórios das eleições de domingo, em que foi eleito Presidente à primeira volta.

Evaristo Carvalho promete ser um "Presidente colaborador, conselheiro", mas também um "Presidente fiscal, sempre atento para que tudo corra dentro da normalidade".

O facto de ser da mesma cor partidária que o Governo irá ajudar à gestão do país: "É uma coligação de dirigentes que têm o mesmo pensamento, têm o mesmo programa e facilmente podem fazer entendimento e diálogo para que se trabalhe de facto em prol do país, em prol da juventude, em prol das crianças são-tomenses e em prol de toda a população".

Quanto às críticas de um risco de um poder absoluto nas mãos da ADI, Evaristo Carvalho salientou que "não é uma coisa nova" e "acontece em toda a parte do mundo" a "concentração de poderes".

"Não há ditadura", acrescentou.

Evaristo Carvalho obteve 50,1 por cento dos votos, contra 24,8 por cento de Manuel Pinto da Costa, atual Presidente, que concorria a um segundo mandato, e 24,1 por cento de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).

TSF

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