domingo, 14 de agosto de 2016

Angola. Jovem de 14 anos morto a tiro. “VERGO-ME À SUA ALMA” - AFIRMA O GENERAL WALA



O general Carlitos Wala, é um general afável e jovem, que está, tal como o Estado Maior General das FAA, a Casa de Segurança da Presidência da República e o Comandante-em-Chefe das FAA, na boca do mundo, pela morte de um menino, desarmado na inocência de acreditar que a sua candura seriam – e assim deveria, de facto, ser – bastantes para conter os mais velhos militares a não brincarem com armas de fogo, disparando contra uma criança de 14 anos.

Walter Tondela – Folha 8

Confrontado com a ocorrência, o comandante da Guarnição de Luanda não se mostrou, inicialmente, disponível por não “acreditar nesta triste notícia”, balbuciada e multiplicada no calor dos sentimentos de revolta e pesar.

“Quem foi o responsável, quem foi o responsável por este disparo e como pode ter isso acontecido?” Esta pergunta atormentava a sã consciência dos angolanos de boa-fé.

A resposta trilhava as peugadas das botas dos vários militares que estavam no terreno, a supervisionar e guarnecer os trabalhadores da empresa que procedia ao derrube das mais de 600 casas, desalojando mais de 3 mil populares, votados ao relento e obrigados a vaguear nas margens da vida, sem nada terem feito para isso.

“Como devem entender, não tenho moral para conceder uma entrevista como a pretendida, quando temos o sangue inocente de uma criança a jorrar, que poderia ser meu filho ou seu. Vergo-me à sua alma e endereço sentidos sentimentos de pesar aos pais, a família e a todos cidadãos”, afirmou ao Folha 8 o general Wala, certamente num misto de angústia e impotência para poder alterar o curso deste drama.

Confrontado com a existência de um alegado plano delineado para a violência, o oficial general foi peremptório na negação:“Não é lema das FAA, do chefe do Estado Maior e do Comandante-em-chefe das FAA ordenar que os militares disparem contra civis inocentes, principalmente, sendo esses crianças. As FAA são forças de Paz, são forças de defesa da soberania”.

Por outro lado, em defesa do chefe diz, aqui já não como pai ou simples cidadão, mas tão só como general e militar em estrita obediência, “o Comandante-em-Chefe e Presidente da República tem uma grande preocupação com a actividade dos militares, quando têm de intervir junto das populações e, nós encarnamos isto, quando vamos ao terreno”.

Daí, acrescenta, “lamentar o sucedido, pois não havia orientação para ninguém disparar. Aquele acto, apanhou-nos a todos de surpresa. Eu ainda não quero acreditar, como foi que isso foi possível. O que levou o autor a disparar e a não se conter diante de uma criança. Eu e os demais militares fomos tomados pela dor, pela frustração de termos sido impotentes, para preservar a vida de uma criança inocente”.

E esboçando um ar de cansaço e tristeza, credível mas no qual ninguém acredita em função dos factos, lança: “Muitos podem criticar-me, criticar as FAA ou o Comandante-em-Chefe, mas todos nós somos humanos, somos pais e sentimos como todos a dor da perda de um ente querido. Sentimos a perda de um filho com um futuro pela frente. Devemos ser serenos e admitir que se fosse uma orientação, pela reacção de muitos infiltrados, que estavam em provocação teria havido outro desfecho. Devemos cultivar o espírito da paz, do perdão e de responsabilidade, num tempo em que a sensibilidade e ponderação se impõe”.

Espírito de paz, de perdão e de responsabilidade que se elogiam mas que, convenhamos, são difíceis se assimilar por quem vê um filho ser assassinado, por quem vê a sua casa ser destruída, por quem é atirado para as margens da vida, ou da subsistência, como se fosse um ser menor.

Quanto à corporação que defende, o general Wala diz serem as “FAA responsáveis na defesa das populações e da soberania, mas não se pode esquecer serem os militares humanos, com defeitos e virtudes. Reconhecemos ter havido uma falha humana, causadora de uma morte, mas este facto não pode colocar em cheque o bom nome das Forças Armadas. Ela tem de ser investigada, para se saber das circunstâncias”.

Questionado se haveria justiça, foi peremptório: “Justiça haverá sempre! Ninguém está acima da lei e devem os órgãos competentes averiguar o que e como tudo ocorreu. Considero precipitado que muitos se queiram substituir aos órgãos da justiça, que devem, sem pressão, fazer o seu trabalho. As FAA têm um papel importante e responsável, por isso quando os seus membros cometem erros, estes devem ser investigados no quadro legal, ao invés de serem na praça pública. Eu como comandante de uma unidade de Luanda das FAA, fico triste, muito triste pelo sucedido e, mais uma vez, vergo-me a família enlutada. Peço também aos populares, aos verdadeiros patriotas, jornalistas e políticos de todos quadrantes, que não coloquem mais fogo, lá onde devemos estar serenos e lamentar a perda de uma vida humana”.

O general Wala tem razão. Importa, contudo, recordar que não são os Jornalistas que lançam mais fogo. A verdade não é incendiária. A verdade dói, é certo. Mas só ela cura. E se uma criança é assassinada, cabe-nos dizer isso mesmo: uma criança foi assassinada.

“Devemos fazer tudo para evitar, que em tempo de paz, haja invasões de reservas do Estado. Todos devemos cumprir as leis e evitar, também, que na reposição da ordem haja mortes. Temos de saber lidar melhor com os agentes provocadores, aqueles que não respeitam as forças de defesa e segurança, quando estão no seu papel de garantir a ordem e tranquilidade social”, afirma o general.

Devemos, sim senhor. Mas devemos ir mais longe dentro desse espírito de lealdade e cumprimento da lei que o general Wala defende. Ou seja, todos devemos exigir que todos cumpram a lei. Não há (será que não há, sr. General Wala?) cidadãos de primeira e de segunda. Os angolanos fardados não podem valer mais, perante a lei, do que um angolano esfarrapado pelas agruras da vida.

Não foi fácil a obtenção destas considerações do general Carlitos Wala, ainda no teatro das operações. Para além disso, o atraso na publicação deve-se, também, ao facto de, no final, haver uma pressão do general para a sua não publicação, alegando ser já bastante esclarecedor o posterior comunicado do Estado Maior General das FAA, mas pela pertinência achamos que uma e outra são importantes e se complementam.

Os militares, como muito bem sabe o general Wala, têm o seu próprio código de conduta. Nós, os jornalistas, também temos o nosso. Em síntese, o nosso código diz-nos que se o jornalista não procura saber a verdade é um imbecil. E se sabe a verdade e se cala é um criminoso. Por isso, certamente que o general Wala entenderá, nós não somos nem imbecis nem criminosos e, por isso, também, agradecemos a sua frontalidade, que desde já marca uma viragem positiva de um verdadeiro oficial.

Angola. Gritos de "justiça" no funeral do jovem de 14 anos morto a tiro nas demolições no Zango


Também um bebé de 1 ano e 4 meses, foi vítima mortal durante as demolições no Zango. Foi decapitado pela escavadora. Chamava-se Baptista.




Centenas de pessoas participaram no funeral de Rufino António morto a tiro durante demolições no Zango

Foi hoje a enterrar o jovem de 14 anos, morto a tiro durante confrontos com forças de segurança, que asseguravam demolições de residências na zona do Zango 2 e 3.

Canções, choros, lágrimas, orações e pedidos de justiça marcaram o enterro do menor Rufino Marciano António.

Centenas de pessoas juntaram-se ao funeral gritando por “justiça”.

O Estado maior general das Forças Armadas disse estar a investigar o caso.

Após o funeral, Marcelo António pai do malogrado, destacou a prática do desporto, estudar e ir á missa como as principais actividades do Rufino.

"Queria ser um quadro", disse visivelmente emocionado.

Recorda-se que comandante do Posto Comando Unificado Permanente, acusou a UNITA de estar por de trás dos confrontos que resultou na morte do jovem.

A UNITA nega as acusações e pede responsabilização dos culpados.

Um bebé de pouco mais de um ano tAmbem foi morto durante as operações. O bebé morreu dentro da casa onde se encontrava quando esta foi demolida por uma escavadora que o decapitou. 

Coque Mukuta – Voz da América

Angola. A CONFUSÃO DA OPOSIÇÃO



Jornal de Angola, editorial

Em política, os aproveitamentos e oportunismos são, via de regra, sempre perigosos, razão pela qual mais do que fazer vingar a regra do vale tudo é importante ponderar também as suas implicações.

Trata-se de actos que em vez de repararem um mal ou proporcionar alguma vantagem acabam por produzir efeitos nefastos para o jogo democrático, além de revelarem pobreza e fraqueza dos seus proponentes. 

Estar na oposição política, no activismo cívico e nas outras formas de influência junto das instituições deve obedecer a regras e as leis são muito claras sobre as referidas formas de ser e estar. Não há dúvidas de que, somando as regras e procedimentos referidos, os actores políticos precisam também de fazer prova de que estão à altura dos desafios que os espera na oposição ou no poder. 

Vale lembrar que um recurso recorrente aos aproveitamentos políticos revela também a natureza e dimensão errática da entidade colectiva ou singular que a eles recorre. Representa, em grande parte, o vazio no que diz respeito a propostas concretas e soluções para os principais problemas das populações por parte das forças políticas que se encontram na oposição. 

Os actores políticos nacionais não podem perder de vista que, além do exercício elementar da conquista e manutenção do poder político, pende sobre os mesmos numerosas responsabilidades. Tal como dispõe a Constituição da República, as formações políticas devem primar pela salvaguarda da integridade territorial, pela consolidação da nação angolana e da independência nacional, pela protecção das liberdades fundamentais e dos direitos da pessoa humana, entre outras atribuições. Têm responsabilidades pedagógicas não apenas sobre as suas bases de apoio, mas sobre as populações em geral porque a preparação e amadurecimento do povo é de suma importância para todos. 

Temos um território vasto em que, por razões ligadas à distribuição das populações pelos solos em todo o país, agravaram em muitos aspectos esforços e iniciativas no sentido do ordenamento territorial e sobre as formas regulares de acesso à terra. 

Há um compromisso da parte das instituições do Estado para reverter inúmeras situações relacionadas com o acesso e usufruto da terra, facto que deve ser devidamente acompanhado por todos na sociedade. Temos de assegurar, por via de comportamentos e atitudes consentâneos com as leis, valores e tradições, que o Estado seja capaz de implementar o Programa Nacional do Urbanismo e Habitação em todo o país. 

Para este e outros fins, o Estado possui Reservas Fundiárias em todo o país, espaços devidamente cadastrados e que, como a designação atesta, visam dar garantias de que não faltem ao Estado espaços territoriais para os fins que dizem respeito a todos nós. E fazer a pedagogia sobre essas e outras matérias, tendo como fim último a preparação e educação das populações para uma melhor interacção com as instituições do Estado deve ser também tarefa das forças políticas. Estarão, com este exercício, a ajudar-se a si mesmas também na medida em que, como é natural numa democracia, terão eventualmente facilitada a tarefa da governação, uma vez no poder. 

Acreditamos que o exercício de oposição política, independentemente do tempo, constitui um teste que prova em grande medida o grau de preparação, responsabilidade e sentido de Estado das entidades e individualidades nesta condição. Não há razão para que, por força de alguma frustração política, ausência de uma agenda que atraia o eleitorado ou por desgaste, algumas forças políticas da oposição “inovem” tendo como estratégia o vale tudo. Transformar as populações ou parte daquilo que é a actuação de algumas franjas da população como arma de arremesso contra as instituições constitui um precedente grave, salvo se as forças políticas e individualidades que assim procedem não lutam democraticamente pelo poder.

Quem, colectiva ou individualmente, insta as populações para desrespeitarem as leis, para se insurgirem contra as autoridades, ocuparem as reservas fundiárias do Estado, entre outras práticas que atentam contra o Estado Democrático de Direito, não é digno da conquista, exercício e manutenção do poder.  Angola não pode ter como paradigma do seu processo democrático manifestações de oportunismo e aproveitamentos vindas de forças políticas e individualidades que se encontram na oposição.

Precisamos de evoluir com forças políticas capazes de estarem à altura dos desafios que os tempos de paz, democracia e esforços no campo económico e social para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social, exigem de todos.

Urge relançar o repto aos partidos políticos, e insistimos com estes, para que sejam capazes de ir além do jogo fácil do aproveitamento de factos sociais para os quais podiam contribuir  com soluções concretas. Tudo quanto o país precisa é de soluções e, embora seja compreensível que os problemas das populações preencham as agendas dos partidos, não é aceitável agitar as populações, atropelar as leis, desrespeitar a autoridade do Estado e confundir isso com oposição.

Angola. SEITA RELIGIOSA MATA AGENTES DA POLÍCIA NO CUANZA SUL



Um comunicado do Governo da Província do Cuanza Sul revela que, na terça-feira, na localidade de Gonçalo, comuna do Dumbi (Cassongue), um grupo da seita “Igreja do 7º Dia Luz” praticou actos de violência sobre as forças policiais que se deslocaram à localidade para repor a ordem após queixas da população que se sentia molestada.

Na sequência da intervenção policial, elementos da seita armados levaram a polícia a retirar-se do local, fazendo reféns e, posteriormente, assassinando o 1º sub-chefe Alberto Cabral das Chagas e o 2º sub-chefe Armindo Chimbundo Miguel, apossando-se das suas armas.
Na sexta-feira e ontem, as autoridades provinciais fizeram deslocar a Gonçalo uma equipa integrada por membros do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e da Polícia para cumprimento do mandado de captura dos responsáveis da seita emitido pelo Ministério Público. 

Em consequência da reacção armada do grupo, a Polícia Nacional deteve o adjunto do líder da seita, Victorino. Três dos seus membros morreram durante a acção, dois cidadãos ficaram feridos e 27 outros, que se encontravam sequestrados com os seus haveres e gado,  foram libertados. A Polícia apreendeu nove metralhadoras AKM-47 e duas pistolas Makarof.

Jornal de Angola – Foto: JAimagens

Angola. DO GENERAL WALA AO 27 DE MAIO E AO SENTIMENTO DE CULPA DE ALGUMAS MULHERES



Fernando Vumby, opinião

"GENERAL WALA" UMA MENTE PERVERSA NO LIMITE ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO?

Quando alguém se torna famoso simplesmente pelo seu carácter assassino, temperamento explosivo e é vangloriado como tal, dá nisto mesmo apesar de ainda não serem conhecidas todas as façanhas criminosas em que o mesmo esteve envolvido.

Este tipo se não é maluco tem plena consciência dos seus montões de acções (criminosas), ainda que não partilhe dos sentimentos que as pessoas normalmente sentem ao matar alguém ou deixar ser morta uma criança como foi o caso mais recente.

O sadismo é hoje uma característica que se nota com frequência no comportamento dos governantes angolanos, que se esfoliam entre eles, matam-se, mandam matar e deixam morrer nem sempre por intolerância política como se tem pensado, mais sim por causa de cargos, poder, dinheiro, cobiça das mulheres alheias e fama num império de assassinos (Angola) sob gestão de JES.

Verdade é uma e o aviso que fique no ar, se não travarem agora este e outros homens conhecidos como assassinos (fardados) o espetáculo mortífero que se avizinha para antes e depois da batota eleitoral poderá ser incontrolável.

Agora que o matar crianças, jovens, velhos e mulheres se tornou para alguns como se fosse chupar um gelado, precisamos ter muito cuidado porque nada mais difícil, complicado e ate mesmo arrepiante para um povo do que habituar-se a lidar com assassinos delirantes, frios e tão calculistas, mentes perversas ao extremo no limite entre o real e o imaginário.

Com todo trungungo que se lhe conhece general Wala quer com certeza mostrar que é o mais valente entre todos e que ninguém o consegue travar no império dos assassinos como já é hoje considerado Angola sob gestão de JES.

Como se não bastassem serem quase todos eles cúmplices de assassinatos, de desvios de bens e dinheiros públicos com personalidade distorcida, com problemas e comportamentos graves anti-sociais aguentar mais assassinatos de braços cruzados não sei se é o melhor conselho nos tempos que correm.

ONDE  AS   DEMOLIÇÕES, A  MISÉRIA E AS  EXECUÇÕES  FUNCIONAM EM PERFEITA SINTONIA

Eles matam como  querem e já nem olham para a idade das suas vitimas, pois tal já se tornou numa espécie de (humor) diário  num país que caminha galopante para os esgotos da civilização.

Alguns assassinos patenteados de generais só o pronunciar seus nomes já provoca  em nós  sentimentos como medo, angústia, vómitos,   indiferença, culpa  e revolta , pois  a existência desta espécie rara assassina em Angola, não só perturba a nossa consciência como também nossos ideais  em querermos  construir um país justo.  

Precisamos admitir infelizmente e definitivamente  de que as demolições,   a miséria e as execuções  hoje já  fazem parte da estratégia de governação do país elaborado por  JES/MPLA, que só vai precisar sempre deste povo quando o momento o aconselhar a manipular o seu voto.

Não se conhece país nenhum  neste mundo onde as  demolições,   execuções e a miséria  caminharam em perfeita sintonia não só de braços dados  como  são parte importante de uma estratégia de governação e  uma verdadeira  fonte de lucros  como em Angola.

Muito embora seja  compreensível  que esta corja de generais assassinos  também qualquer dia  vão morrer tal como nós, mas nada é terrivelmente doloroso do que o somarmos quase todos os dias mortes de crianças, jovens e mulheres do jeito como têm sido  pelos  homens fardados que deveriam ter uma missão muito especial na nossa  sociedade que não fosse o de assaltar zungueiras, roubar seus dinheiros,   o matar, mandar matar e deixar morrer.

Mais onde está a compaixão destes homens para com aquelas  tantas famílias desalojadas, sem alimentos, sem saúde,  que sangram lágrimas diariamente  pela dor do miúdo que  foi  morto apenas e simplesmente  por querer saber onde vai  viver depois que sua casa foi demolida?

A TRAJETÓRIA E CONFISSÃO INÉDITA DE UM ASSASSINO  APELIDADO TONY LATON - ( I )

Sempre que abro os meus arquivos raramente não encontro as mais bem detalhadas  e perturbadoras histórias  sobre o grande numero de assassinos que ate hoje ainda se sentem vaidosos e orgulhosos  por  estarem entre os mais cruéis e brutais  que se tornaram famosos  pela forma como executavam presos políticos nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.

Aqueles que pensam e creditam já terem sido  mencionados todos os grandes assassinos que se destacaram naquele triste acontecimento está engano, pois a lista é bem grande e maior do que aquilo que se acredita e pensa já ter sido escrito alguma vez.

Sobre Tony Laton por exemplo quase nunca se escreveu nada mesmo apesar da sua violência pura e cruel  e envolvimento na maioria dos assassinatos onde ele próprio escolhia as suas vitimas  e quanto mais famosos  fossem á sua apetência pelo sangue alheio aumentava.

Falar de Tony Laton é quase o mesmo como falar de Carlos Jorge curiosamente um outro mulato que esteve entre os  maiores  casos de  assassinatos   que nos deixam estarrecidos diante da brutalidade  que se conhecem utilizados por ambos nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.

Outros existem ou existiram pois não sei se todos ainda estão vivos ou não , mas esses dois quando comparados com outros que eliminaram ás suas vitimas á baioneta , machadadas e queimados vivos são o que se acredita terem maior numero de mortes à sua conta.

Tony Laton como é conhecido pois são poucos os que conhecem o seu verdadeiro nome chegou a ser  considerado como um dos mais impiedosos e cruel assassino que Luanda já conheceu  em especial o bairro do Tala Hady onde ele vivia  pois ele era daqueles que levava quase todos e tudo  que encontrava pela frente.

CONFISSÃO INÉDITA DE TONY LATON 

Feita com grande serenidade, orgulho e vaidade sem nenhum sinal de arrependimento ou remorso em pleno ambiente de festa onde  ele era uma espécie de convidado de honra se tornando na grande atração quando fez pronunciamentos  que quase provocava a morte de uma das irmãs do Kiferro que acabou por cair desmaiada.

A Mana Luzia era assim como a tratávamos no bairro Sambizanga irmã mais velha de Kiferro que trabalhou no (bom) tempo colonial na famosa fábrica de bolachas Vilares e aos fins-de-semana sempre que podia ia assistir o nosso (trumuno) partida de futebol por detrás da casa do kiferro levando consigo um garrafão de água para que tivéssemos  que beber de quando em vez  e no intervalo do jogo (que saudades deste bom tempo).

Tony Laton, mal viu na festa  a mana  Luzia que sabia ser a irmã mais velha do Kiferro ,  aproximou-se dela  e quando todos acreditavam que este talvez fosse se desculpar , exatamente no momento em que esta pegou num  prato para servir algo para comer, Tony Laton aproximou-se ainda mais dela  e lhe disse as seguintes palavras:

"Olha o teu irmão enterrei-o vivo e ao amigo dele, Jinguma, puxei-lhe a língua e cortei-a antes de enfiar-lhe  seis tiros na cabeça."

Aí a mana Luzia deixou cair o prato  no chão e caiu desmaiada criando um certo pânico dentro da festa e o Tony Laton, nem por isso disfarçado, começou ás gargalhadas, tão à vontade,   porreirinho da vida, nas suas belas calmas.   Foi daí que comecei mesmo a acreditar que somos  realmente  um povo especial que até isto aceitamos, desabafou uma amiga da família.

Habituado aqui na Alemanha  a ver assassinos do tempo do nazismo até hoje, velhotes a maioria, já na casa dos 90 anos de idade, a serem julgados e condenados, faz -me espécie  ver assassinos em Angola - uma grande parte com cargos no governo - recompensados pelos assassinatos praticados  em nome e por ordens  superiores.

Tão à vontade, porreiros da vida, sem remorsos, se orgulhando, patenteados, simulados como reservistas, mesmo quando meio mundo sabe que nunca deixaram de estar ativos até aos dias de hoje e raramente não serem escolhidos a dedo para outras matanças....

HÁ ESQUEMAS COMPLICADOS NA POLÍCIA QUE NÃO PASSA PELA CABEÇA DO CIDADÃO ANGOLANO MAIS PACATO E HONESTO

Eu não me admiro em ver o corpo policial angolano no ranking como o mais corrupto e brutal da atualidade, e nem de ver os crimes praticados por policias aceites sigilosamente pelas chefias com grande naturalidade num permanente jogo sujo de se vender a ilusão de que são todos inocentes e santos cumprindo ordens de Deus e que quanto ao resto não passam de calúnias.

Somos uma sociedade corrupta e os policias são um produto desta mesma sociedade, onde entre os vários critérios seguidos para o seu recrutamento o ser-se honesto, sensível ao sofrimento do povo e estando permanentemente ao seu lado, não poder fazer parte das regras, dado ser contraditório aos princípios estabelecidos e estratégia de governação do país por José Eduardo dos Santos, sua família e outros.

Temos um corpo policial que se adapta perfeitamente à estratégia brutal de governação do país manipuladoo por JES, e ao carácter corrupto dos mais de 82% dos governantes atuais e homens que o rodeiam em permanente rotação num ritmo e numa velocidade acelerada, tal como praticam os escândalos que até hoje ninguém sabe ao certo a sua conta - num país onde o policia que não trambica está sujeito a não conseguir equilibrar o seu orçamento familiar, para sustentar condignamente a sua família.

Hoje fala-se com frequência de que há policias que se comportam como patrões dos outros policias, que roubam de um lado para levar para outro, que recebem os dinheiros e mercadorias das zungueiras numa zona e na outra zona estes mesmos roubos são divididos entre uns e outros de forma quase tão aberta que não deixa a mínima duvida de que os nossos policias quando comparados com outros ladrões chegam a ser mais descarados e sem terem vergonha na cara.

Não é por acaso que as pessoas quando apertadas em qualquer situação pela policia, o primeiro gesto que fazem é puxarem pela carteira para que de um minuto para o outro de culpados passem a inocente e livres de perigo, até se depararem com outro polícia na próxima esquina de braço estendido, esperando também pela sua sagrada gasosa.

Pois só assim se percebe as razões porque a maioria das queixas apresentadas pelas zungueiras acabam sempre arquivadas, quando não totalmente ignoradas num sinal claro de que o crime quando cometido por policias não só compensa como até dá lucros. E torna os policias mais famosos ganhando melhor reputação junto das chefias.

O comportamento dos nossos polícias é reflexo de toda a podridão e lixo que vem das chefias e eles acabam por ser apenas uma espécie de esgotos onde desagua todo aquele lixo acumulado desde há quase 40 anos.

Não é por acaso que hoje a missão de eliminar adversários políticos - que era exclusiva dos grupos de extermínio dos serviços secretos - foi confiada também aos policias, geralmente com duplas funções. (Umas vezes atuam como policias fardados, outras vezes à civil como operativos dos serviços secretos.

O "27 DE MAIO DE 1977" & O TERRÍVEL SENTIMENTO DE CULPA COM QUE VIVEM ALGUMAS MULHERES

Para se ter uma ideia melhor do papel de algumas mulheres nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977 eu acho que devemos dividi-las em quarto partes pois elas se destacaram de forma diferente no mesmo acontecimento e em posições também opostas.

1) - As que com tanta valentia subiram por cima do blindado militar carregadas de munições e arma em punho rumaram para a cadeia de S. Paulo na tentativa de libertarem alguns jovens que já lá estavam feitos prisioneiros políticos dos serviços secretos de Agostinho Neto desde o dia 21 de Maio logo depois da celebre reunião ocorrida no campo da cidadela, que marcou o inicio de uma fase de grande turbulência política que culminou com os terríveis assassinatos.

Referencia aqui para a Nandi que mesmo grávida foi um espécie de comandante ao assalto á cadeia de S. Paulo e o kamba (mmmm), que como mecânico de unidade militar também furioso cobriu o seu corpo com um cinturão de munições para ajudar a soltar os amigos das masmorras da DISA.

2) - Aquelas que se destacaram como torturadoras depois que o regime retomou o controlo da situação mostrando todo o seu sadismo mesmo como mulheres e apetência pelo sangue alheio quando as ordens eram dadas para se torturar presos e presas.

Importa dizer aqui claramente, não para aconselhar vinganças, desforra ou outra atitude qualquer menos abonatória, que uma grande parte destas mulheres torturadoras de ontem ainda vivem - seus nomes são conhecidos -  sem remorsos e sem nunca terem dado sinais de arrependimento.

3) Aquelas que sofrem até hoje carregadas de um terrível sentimento de culpa por terem sido elas que sem querer acabaram por descobrir ou seja dar pistas aos carrascos sobre o esconderijo dos seus maridos que acabaram mortos pouco depois de detidos.

Aqui, julgo importante dizer o seguinte: depois que se deu conta de que o regime tinha retomado o controlo da situação e que tinha começado a caça aos fraccionistas, muitos começaram a procurar locais onde acreditavam que seria possível esconderem-se por algum tempo.

Locais estes que geralmente apenas as suas esposas ou namoradas sabiam, pois o perigo e o risco era real, ao ponto que estes esconderijos passaram a ser considerados como uma espécie de lugar sagrado.

4) - As que foram fuziladas, algumas das quais antes violadas brutalmente nos interrogatórios por militares que quase formavam bichas, cada um esperando pela sua vez com a gula e pressa para satisfação das suas paranóias sexuais.

Quanto às terceiras, essas merecem uma atenção muito especial e reporto aqui desde já alguns depoimentos delas entre muita coisa que ainda existe para se escrever sobre essas mulheres.

A) "Mal chegaram em casa pontapearam a porta e as janelas na procura do meu marido (mmmm) não o encontraram levaram alguns socos na cara mesmo depois de lhes terem dito que não sabiam onde os maridos estavam.

Na verdade eles estavam escondidos em valas cobertas com lixo. Eu ia lá levar-lhes comida e água - sempre só ás noites - onde se aguentou alguns dias sem nunca ninguém ter dado conta. Uma ocasião fui lá de dia e um militar que me viu desconfiou e avisou a Disa. Prenderam, mataram, e até hoje vivo me sentindo como culpada pela sua morte”. Confessou-me a viúva de um kamba do bairro.

B) “A primeira vez quando entraram em casa reviraram quase tudo e não deram conta que ele estava escondido entre o teto e uma espécie de teto falso que a nossa casa tinha. Pela segunda vez quando entraram em casa encontraram a escada de madeira que eu tinha acabado de colocar para subir e lhe dar comida.

E ai foi o meu azar, deram conta dele, começaram a lhe surrar em casa, levaram-no e até hoje nunca mais soube dele”, concluiu a viúva de um comissário político das FAPLA meu amigo, homem de grande referencia numa família onde quatro irmãos foram todos mortos no mesmo acontecimento.

Para essas mulheres eu quero dizer o seguinte: Manas, não vivam estes anos todos continuando a sentirem-se culpadas pois vocês não o são. Levantem a cabeça, caminhem para frente e tratem dos vivos.

A vosso favor ou contra é natural que pessoas que passaram o que vocês passaram tenham momentos da vossa vida em se sintam apoderadas por este sentimento de culpa mesmo vocês não sendo culpadas.

As minhas fraternas saudações a essas mulheres que aceitaram contarem os seus dramas como grandes e verdadeiras kambas do peito.
Fórum Livre Opinião & Justiça - Fernando Vumby

Portugal. MAIS EMPREGO, MENOS NOTÍCIAS



Pedro Silva Pereira* – Jornal de Notícias, opinião

Embora nenhum jornal português, nem mesmo económico, tenha arranjado sequer um cantinho na primeira página para dar esta notícia, o INE divulgou esta semana dados muito importantes sobre o emprego - o problema que mais preocupa os portugueses. Os dados anunciados revelam que a taxa de desemprego caiu no 2.º trimestre deste ano para 10,8%, o valor mais baixo registado em toda a atual série estatística, iniciada no 1.º trimestre de 2011. Dito de outra forma: para encontrar uma taxa de desemprego tão baixa é preciso recuar ao tempo em que Portugal era governado por outro Governo socialista. O facto é ainda mais de salientar porque esta redução traduz não apenas uma expressiva diminuição (de 1,6 p.p.) face ao trimestre anterior (que beneficia do efeito sazonal), mas também uma redução de 1,1 p.p. em comparação com o trimestre homólogo (onde já não releva a sazonalidade). E também no número de desempregados, que baixou para 559 mil, se registou uma importante redução de 61 mil face ao trimestre homólogo.

Nada disto teria grande significado se, como sucedeu nos últimos anos, a redução da taxa de desemprego tivesse ocorrido a par da destruição líquida de emprego, ou seja, se fosse suportada apenas pela redução da população ativa em consequência da emigração e do aumento dos chamados "desencorajados", abatidos às estatísticas por já nem procurarem emprego. Desta vez, felizmente, acontece o contrário: os dados oficiais do INE revelam que a economia está a criar emprego em termos líquidos. Na verdade, o número de pessoas com emprego ascende agora a 4,602 milhões, o que significa um aumento de quase 90 mil face ao trimestre anterior e de 21 mil face ao trimestre homólogo (interrompe-se, assim, a trajetória de decréscimo no volume total de emprego registada nos últimos três trimestres e iniciada ainda na vigência do Governo de Passos Coelho).

Se confrontarmos os dados agora divulgados com os deixados pelo Governo PSD/CDS no 4.º trimestre de 2015 (cuja responsabilidade é ainda predominantemente da Direita, já que a tomada de posse de António Costa apenas ocorreu em 26 de novembro), verifica-se que em apenas dois trimestres de Governo socialista a taxa de desemprego caiu de 12,4% para 10,8%, o número de desempregados diminuiu em 87 mil (de 633 mil para 559 mil) e, mais importante, o número de pessoas com emprego aumentou em 41 mil (de 4,561 milhões para 4,602 milhões).

É certo, a comparação de resultados entre trimestres diferentes (neste caso, o 4.º de 2015 face ao 2.º de 2016) pode ser enganadora. Para uma avaliação mais exata entre o antes e o depois será mais rigoroso utilizar não os dados trimestrais, sujeitos às oscilações sazonais, mas sim as estimativas mensais igualmente divulgadas pelo INE, que são já corrigidas da sazonalidade. Acontece que também com essa metodologia os resultados são inequivocamente favoráveis ao Governo de António Costa. De facto, se compararmos os dados mensais de novembro de 2015 com os últimos dados oficiais (provisórios) conhecidos, do passado mês de junho, verifica-se que, em apenas sete meses, a taxa de desemprego baixou de 12,2% para 11,2%, o número de desempregados baixou em 58 mil (de 626 para 568 mil) e, mais importante, o número de pessoas com emprego aumentou de 4,500 milhões para 4,532 milhões. Em suma, há agora mais 32 mil pessoas com emprego do que havia quando a Direita deixou de governar.

Os números falam por si. A única dúvida que fica é esta: nada disto é notícia?

* Eurodeputado

Portugal. A NARRATIVA DA DIREITA – IMI: DEMAGOGIA E DESINFORMAÇÃO



Há quem garanta que, a partir de agora, quem tenha uma “casa ao Sol”, com “boa vista” vai pagar mais IMI, numa forma ardilosa do Estado sacar mais uns cobres aos contribuintes.

Mas também há quem garanta que, com as alterações já publicadas, a taxa máxima de IMI baixa de 0,50% para 0,45% — o que, efectivamente, parece ser a realidade.

O Decreto-Lei n.º 41/2016 de 1 de Agosto introduz alterações várias, (no código do IRC, no código do IRS, no Código do Imposto do Selo, nas regras do IUC, além do Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias e no código do IVA). Altera, também alguns pressupostos, para cálculo do IMI, na alínea h) Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro.

O DL referido acima, 287/2003 de 12 de Novembro, publicado no tempo do Governo Durão Barroso/Paulo Portas foi acrescentado, através da Portaria 982/2004, de 4 de Agosto, com “Directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva, de localização excepcional e de estado deficiente de conservação” as quais constam do Anexo II  e que reproduzimos na imagem abaixo.


Como se poderá verificar, o código do IMI já contempla desde a Lei aprovada em 2003, “as vistas e a exposição” ao Sol como factores de ponderação no cálculo do IMI.

A Lei de 2003 determinava o peso de até 5% quer na majoração quer na minoração do coeficiente de Conforto (um dos muitos que compõem o cálculo do valor do IMI). A presente alteração determina, que a majoração poderá ser de até 20% e a minoração irá até aos 10%. Chama-se a isto justiça fiscal.

Algo que importa recordar aos dirigentes políticos, e não só,  que esta semana tão alto bradaram palavras como “subjectividade”, “arbitrariedade”, “duvidoso”, “imoral”…

O jovem deputado do PSD não terá idade para ter “memória” já Nuno Magalhães, do CDS-PP, que lançou a frase “taxar o Sol” terá responsabilidades acrescidas decorrentes da experiência mas que a comprovada falta de memória poderá descredibilizar e nos poderá preocupar.

Assunção Cristas, na sua página do Facebook pretendeu assustar os seus seguidores com o papão da “austeridade das esquerdas radicais”.

Quanto a José Gomes Ferreira, comentador, apoiado por Rodrigo Guedes de Carvalho, alimentou a polémica sem ter o cuidado a que a sua exposição obriga, o de estudar aquilo sobre que vai pronunciar-se e apelidou de “novos critérios” algo que consta da lei …há 13 anos…

Para além disto, a forma como a informação foi tratada por 3 OCS “de referência” produziu, na opinião pública “a sensação de que o Governo está a preparar uma nova subida de impostos, através de uma alteração no cálculo do IMI”. Foram estes alguns dos títulos: “Proprietários indignados com subida do IMI em casas com boa vista e exposição solar”, “IMI pode subir com vista da casa e exposição solar” e “Maior exposição solar e vista privilegiada paga mais IMI”.

Qual a linha comum nas três notícias? O pressuposto de que a alteração no cálculo do IMI produz automaticamente um agravamento do imposto.

O documento agora aprovado evidencia que a alteração do cálculo do IMI é tão passível de baixar o IMI como de aumentá-lo. Para a maioria dos imóveis já construídos e que já pagam IMI, esse imposto poderá baixar.

São estes os pressupostos a ter em conta:

A alteração automática incide apenas sobre novas casas;

A alteração no IMI é aplicada ao coeficiente de localização e operacionalidade relativa. Este coeficiente é apenas 1 dos 13 elementos de Qualidade e Conforto (ver tabelas) e 1 dos 6 elementos incluídos na fórmula usada para determinar o valor de um imóvel – e o imposto que proporcionalmente o imóvel deve pagar;


A determinação do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos para habitação, comércio, indústria e serviços resulta da seguinte expressão:

Vt = Vc x A x Ca x Cl x Cq x Cv em que:
Vt = valor patrimonial tributário;
Vc = valor base dos prédios edificados;
A = área bruta de construção mais a área excedente à área de implantação;
Ca = coeficiente de afectação;
Cl = coeficiente de localização
Cq = coeficiente de qualidade e conforto;
Cv = coeficiente de vetustez.

Para imóveis já construídos, esta alteração no cálculo do IMI só terá efeito se os proprietários solicitarem a reavaliação. Isto significa que proprietários de imóveis com “uma bela vista e óptima exposição solar” só terão o seu IMI aumentado se eles próprios tomarem a iniciativa de pedir a reavaliação;

Em simultâneo, os proprietários que suspeitem que a exposição solar e as vistas não são uma mais-valia no seu imóvel poderão pedir a reavaliação, o que deverá provavelmente baixar o valor;

A nova Lei prevê que, para além dos proprietários, também as autarquias poderão solicitar a reavaliação do IMI. No entanto, essa reavaliação só pode acontecer se a mais recente tiver mais de três anos e se a própria autarquia tomar essa iniciativa.

Partindo do princípio que ninguém quererá, de forma “altruísta”, pagar mais impostos, só os proprietários que verifiquem poder beneficiar desta alteração no cálculo do IMI irão solicitar a reavaliação do seu imposto. Sendo por isso, evidente que a alteração é muito mais passível de baixar o valor do IMI do que de aumentá-lo.

Objectivamente, o que importa reter é o facto de que a maioria dos proprietários verá o valor do seu IMI descer.

O alvoroço e a indignação nas redes sociais sobrepõem-se à racionalidade. E há sempre um José Gomes Ferreira pronto para comentar o assunto no noticiário da SIC, alegando, sem qualquer contraditório, que “esta alteração ao cálculo do IMI é uma forma do Governo arrecadar mais impostos para equilibrar as contas públicas”, quando o imposto do IMI não reverte para os cofres do Estado, sendo sim um imposto cobrado pelas Autarquias.

Conscientes disto, a pergunta pertinente é: porque é que alguns jornais noticiaram esta alteração como uma subida de impostos, e não como uma mera alteração?

Sendo evidente que o número de contribuintes beneficiados com esta alteração será naturalmente superior ao número de contribuintes por ela prejudicados, porque é que alguns jornalistas insistem na tese de que o Governo está a aumentar impostos, quando isso é mentira?

Alguns jornais criaram o sensacionalista título de que o Governo vai taxar o Sol, José Gomes Ferreira ajuda à festa, sempre sem contraditório, quando distorce os factos de forma abusiva e demagógica e o país, confuso e naturalmente preocupado, embarca na conversa da “austeridade de Esquerda”.

É certo que a Lei prevê diversos parâmetros de avaliação segundo a “Localização e operacionalidades relativas”, mas isso não significa que quando o Sol bate forte na frontaria do prédio ou a varanda da sala de jantar tem uma bela vista sobre o jardim da cidade ou sobre o Oceano o proprietário pague mais. Importa ainda salientar que os proprietários continuam a poder pedir isenção de IMI desde que os seus rendimentos sejam inferiores a 15.295 euros/ano.

Mas como nestas coisas de leis o melhor é mesmo conhecer a Lei, aconselha-se vivamente a consulta da mesma…


Américo Sarmento Mascarenhas – Laura Amorim, em Jornal Tornado

DEMOCRACIAS VIGENTES, UM PROCESSO DE DOMINAR OS POVOS E DE OS ROUBAR



Bom dia. Bom domingo se conseguir fazer dele o que contribua para ser feliz.

Dois títulos e algumas considerações da nossa lavra é o que lhe oferecemos esta manhã. Os fogos continuam a lavrar e a cumprir o fado. “Pó, cinza e nada”, como diz o poeta”.


A mídia quer penas mais pesadas para os pirómanos – como se isso adiantasse alguma coisa para além de arrecadar entre grades por mais tempo os doentes mentais que têm aquela tara, assim como os que são usados para incendiar à ordens de... Esta mídia faz a cabeça às pessoas por tudo e por nada. Raramente abordam o pómio da questão: os fogos são um negócio. Investiguem a fundo e logo vão ver onde vão desembocar. Juntem um mais um e saberão que são dois. E que o pirómano ou pirómanos que incendiaram foram usados. Que os autores morais e que arrecadam lucros, compram políticos e outros para que as suas decisões favoráveis à manutenção das labaredas seja facto. Como em quase tudo, nesta democracia devassada e putrefacta, há muito criminoso em lugares de topo que lucram e saem impunes. Esse é o sentimento das populações mais avisadas que de ano para ano vêem as florestas a arder. A tal chamada justiça nunca chega “aos cães grandes” – diz o povo, e com razão. Não é só no setor dos fogos, é em quase tudo.

Confiar na justiça? Sim, haverá os sãos, mas até esse setor é um cesto com maçãs podres que vão contagiando outros. Essa é a crença popular, justa para uns quantos, injusta para outros. A máfia está organizada e quase toda enredada num rendilhado que consome tudo e todos e transforma um país num coio de mafiosos de colarinho branco que vive faustosamente acima das suas possibilidades orçamentais declaradas. De onde virá o que suporta financeiramente tais faustos? Os sinais exteriores de riqueza não declarada são imensos mas quase nunca (ou nunca) são investigados, nem cumprem os procedimentos de justiça consequentes. O que já não acontecerá a um pobretanas, a um plebeu.

Esta dita democracia permitiu que as elites se arregimentassem e se organizassem como uma medusa gigantesca, a globalização contribuiu completamente para os tentáculos de cariz internacional, ou global. São imensos os elementos que fazem parte dessa medusa e que em quase tudo que traga desgraça, exploração e miséria aos países e aos povos arquitetam possibilidades fiáveis de lucros elevados. A quem servem os lucros dos incêndios? Porque não vai a comunicação social mais fundo?


Agora por máfia e mafiosos: Vejamos como “casos” que envolveram e envolvem gradas figuras do PSD foram montanhas que pariram um rato minúsculo, e na maior parte dos “casos” nem isso. E como o PSD, com Cavaco e capangas, se relacionavam com banqueiros… A promiscuidade tem sido evidente. A impunidade também.

O título anuncia a tal “Festa do Pontal”, com a vedeta Passos Coelho. Só um partido político sem vergonha mantém como líder quem condenou à morte largas dezenas de portugueses idosos e não idosos por carências hospitalares. Só um partido sem vergonha mantém como líder um “self made men” do jaez e unha com carne do vigarista Miguel Relvas. Só um partido político sem vergonha mantém como líder quem condenou à fome, aos despejos de suas casas e a milhentas desgraças famílias inteiras que ainda não se recuperaram. Eis a impunidade e a entrega do ouro aos bandidos que abunda em Portugal. Se não são mafiosos o que são?

No Pontal Passos e capangas vão dizer mundos e fundos. Estão na oposição à recuperação possível de Portugal e dos portugueses. Estão a sair ligeiramente goradas as intenções de Passos de vender ainda mais o país. De explorar ainda mais os trabalhadores portugueses, de causar mais mortes de idosos, de fomentar ainda mais a fome e a miséria das famílias. Parvos serão os portugueses se permitirem que tais criminosos (impune) regressem a governar e a fazer de Portugal terra queimada e colonizada. Dizem-no neoliberal. Diga-se com maior precisão: neoliberal-fascista. Um saudoso salazarista cujos alicerces ficaram em Angola colonial, como Relvas. Façam a festa, estamos preparados para escutar o rol de mentiras de Passos e seus apaniguados do partido político sem vergonha que é o PPD/PSD.

É nesta democracia vigente que tem sido estudada e conseguida para melhor dominar e explorar os povos que os portugueses e a maior parte do mundo está a sobreviver. As elites formadas pós 25 de Abril de 1974, após a Revolução dos Cravos, têm conduzido as políticas do país com objetivos antidemocráticos que fomentam as desigualdades, que tornaram as elites senhores e o povo escravos. De permeio criaram “almofadas” a troco de algumas benesses – caso dos jornalistas que empestam a mídia. Criaram redes de nepotismo, de conluio, de corrupção. São a máfia impune da atualidade. É certo que existem os que dentro deste próprio regime o combatem, ou tentam fazê-lo. Mas os espaços e momentos de sucesso são diminutos. Mais cedo que tarde os mafiosos voltam aos poderes, tudo volta ao mesmo e ao progresso da mafiosidade, dos crimes impunes dos de colarinho branco. Populações intoxicadas pela mídia dos poderosos e pelas mentiras de fulanos do tipo de Passos Coelho chegam às secções de voto e fazem renascer as forças a esses mesmo criminosos que se completam e associaram numa rede europeia a que dão o nome ilusório de União da dita. Sim, na realidade é a união dos devassos, dos criminosos, dos exploradores, dos neocolonialistas, dos neoliberais-fascistas que pululam e decidem em Bruxelas a exploração e o roubo aos povos para entregar o espólio às bancas. Roubar aos pobres para dar aos ricos é o lema e objetivo do diretório europeísta comandado pela Alemanha de Hitler e, na atualidade, de Merkel, associada aos grandes impérios económico-financeiros que são donos do mundo. Nessa hierarquia Passos e quejandos são só uns meros executantes, traidores do país que os viu nascer: Portugal.

Mário Motta / PG

INCÊNDIOS EM PORTUGAL. O PONTO DA SITUAÇÃO, PELO MENOS 56 FOGOS ATIVOS


Fogo de S. Pedro do Sul já é combatido por cinco meios aéreos



O incêndio que afeta S. Pedro do Sul, no distrito de Viseu, e que começou na segunda-feira, em Arouca, já está a ser combatido por cinco meios aéreos pesados, segundo informação na página da proteção civil.

A Autoridade Nacional da proteção Civil (ANPC) refere às 11:00 que no local do incêndio florestal estão 873 operacionais, dos quais 688 bombeiros, apoiados por 259 meios terrestres.

Este incêndio, o único de maiores proporções indicado pela proteção civil, começou ao início da tarde de segunda-feira, na localidade de Janarde, concelho de Arouca, distrito de Aveiro, mas alastrou ao distrito vizinho de Viseu.

O adjunto de operações da ANPC Carlos Guerra tinha dito à Lusa, no início da manhã, que assim que fosse possível, seriam utilizados os meios aéreos disponíveis para combater este incêndio que já levou à retirada de pessoas de várias povoações durante a noite.

"Neste momento [cerca das 09:00], estamos em condições [de atuar], se a situação permitir no local, com os oito meios aéreos pesados disponíveis e, se conseguirmos, pensamos que a situação poderá ficar resolvida dentro de algumas horas", referiu.

O fumo produzido pelo fogo não permitia a utilização dos aviões já que impossibilitava a visibilidade dos pilotos.

Cerca das 11:00, a página na ANPC dá conta de 56 incêndios rurais, que mobilizam 2.404 operacionais, 798 meios terrestres e 11 meios aéreos, com o distrito do Porto a registar 13 situações e Aveiro 11.

A proteção civil destaca na página como "ocorrências importantes" os fogos com duração superior a três horas e com mais de 15 meios de proteção e socorro envolvidos, mas apenas contempla os incidentes do continente, já que as regiões autónomas têm serviços próprios nesta área.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Mais lidas da semana