quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Moçambique. FUZILAM POVO E REFUGIAM-SE NO JOGO DO EMPURRA RESPONSABILIDADES




Polícia deprecia depoimentos dos sobreviventes do fuzilamento em Sofala e acusa Renamo de se fazer passar pelas forças governamentais

A Polícia da República de Moçambique (PRM) desvaloriza as declarações dos sobreviventes da execução militar de seis pessoas, na passada sexta-feira (12), no distrito de Cheringoma, na província de Sofala, e acusa os guerrilheiros da Renamo de recorrer a artifícios para se fazer passar pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) com o intuito de cometer desmandos e confundir a opinião pública e as vítimas da guerra que segue sem fim à vista.

Questionado pelo @Verdade que elementos a Polícia usa para imputar à Renamo o assassinato de seis pessoas a tiro e os seus corpos posteriormente carbonizados, naquele ponto do país, Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, afirmou que “não se trata de atribuição, é um facto que são os bandidos armados da Renamo que cometem as atrocidades” que o país regista.

Segundo ele, os tais malfeitores “procuram confundir a opinião pública, os moçambicanos e as suas vítimas fazendo-se passar por Forças de Defesa e Segurança durante os ataques. As populações devem manter-se vigilantes em relação ao recurso à alegada artimanha.

Entretanto, António Muchanga, porta-voz da formação política visada, considerou que não haver provas que garantam que o ataque em alusão tenha sido realizado pelos homens armando da “Perdiz”. E observou que no seio das FDS reina muita indisciplina.

Desacreditando os depoimentos dos sobreviventes que asseguram ao canal privado de televisão STV que o crime foi cometido por elementos das FDS, Inácio Dina insistiu que a equipa que esteve no local onde as seis pessoas foram mortas “teve informações claras” de que os responsáveis são os guerrilheiros do partido liderado por Afonso Dhlakama.

Outrossim, Inácio Dina disse ainda não haver dúvidas porque, há semanas, na mesma zona, três camiões transportando madeira foram assaltados e os seus ocupantes espancados, retirados os seus pertences e deixados à sua sorte. “Não se pode pensar em nenhuma constatação senão um acto cometido pelos bandidos armados da Renamo. Já tínhamos tidos outras ocorrências na mesma região”.

É normal, de acordo dom Dina, que alguém submetido ao pânico e sobreviva duma atrocidade similar a de Cheringoma tenha uma conclusão diferente das autoridades policiais. Porém, “interessam-nos aquelas pessoas para nos fornecer informações úteis que nos possam ajudar a chegar aos banidos que cometeram o acto e evitar acontecimentos similares”.

Emildo Sambo - @Verdade – Título PG

Moçambique: NYUSI NOMEARÁ GOVERNADORES INDICADOS PELA RENAMO



Os governadores da Renamo serão nomeados com base em arranjos legais pontuais a serem introduzidos na Constituição da República.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi poderá nomear, em breve, governadores indicados pela Renamo nas seis províncias onde o partido de Afonso Dhlakama reclama vitória nas eleições gerais de 2014.

Trata-se das províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala.

As nomeações ainda não têm data precisa.

Mas conforme um acordo assinado hoje, 17, pela Comissão Mista do diálogo político, a medida deverá acontecer, antes do final do ano em curso.

“Sobre a governação da Renamo nas seis províncias, devem ser encontrados mecanismos para a nomeação provisória dos governadores provinciais oriundos do Partido Renamo, o mais cedo possível”, lê-se no acordo.

A nomeação será com base em arranjos legais pontuais a serem introduzidos na Constituição da República e na legislação sobre os órgãos locais do Estado. Tais arranjos deverão ser aprovados pelo parlamento este ano.

William Mapote – Voz da América

Angola. Congresso MPLA. Lukoki diz que partido paga “impopularidade” de José Eduardo dos Santos



Enquanto o partido “não se dissociar” do presidente, “não poderá reconquistar e conservar as suas características de vanguarda”.

O dirigente histórico do MPLA Ambrósio Lukoki, que por iniciativa pessoal se demitiu do Comité Central do partido que governa o país há 40 anos, disse que Angola não precisa de dirigentes “postiços”, mas sim de ética. O político fez estas afirmações ontem durante a conferência de imprensa que serviu explicar a sua saída no Comité Central.

“Não temos necessidades de dirigentes postiços. O país tem necessidades de constância, de autoridade e de ética. É preciso que tenhamos discursos e palavras de gravidade através dos quais se dá sentido a acção do partido e das perspectivas de que tudo deve marchar muito depressa”, disse o político, citado pela LAC.

Para Ambrósio Lukoki, enquanto José Eduardo dos Santos continuar a liderar o MPLA, o partido continuará marcado pela impopularidade.

“O presidente do partido e chefe do Estado, registando uma impopularidade recorde pela sua desinteligência, conota o partido e arrasta para a sua queda certa inocentes do MPLA. A impopularidade que está a granjear ao partido é o preço a pagar pelo MPLA , quanto à sua serenidade de instrumento ou trampolim ao engenheiro José Eduardo dos Santos para o seu absolutismo em tudo”, afirmou.

“Enquanto o partido MPLA não se dissociar do engenheiro José Eduardo dos Santos, não poderá reconquistar e conservar as suas características de vanguarda”, sublinhou.

O MPLA está a realizar neste momento o seu VII Congresso Ordinário. Ambrósio Lukoki diz que os temas não são discutidos com profundidade e os militantes são obrigados a aprovar posições sem nenhuma discussão. Este é um dos motivos apontado pelo militante que já foi membro do Bureau Político durante o mandato de Agostinho Neto.

“Cheguei a conclusão que estar no comité central já não tem sentido porque o comité central já não faz a sua função. Aos militantes são impostas posições que têm de aprovar sem a sua discussão”, revelou.

Rede Angola

Angola. Congresso MPLA. JES discursa contra os empresários que enriquecem ilicitamente



Admitindo os erros do passado, o presidente do MPLA garante que o partido está preparado para ganhar as eleições de 2017.

O presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, afirmou hoje que o partido está preparado para “ganhar as próximas eleições” em Angola, assumindo que os “erros” de gestão devem ser “corrigidos” e criticando os empresários que enriquecem “ilicitamente”.

“Devemos olhar para trás e analisar o que fizemos com o necessário sentido de crítica e autocrítica, para constatarmos o que não foi bem feito. Os erros deverão ficar no passado e servir de critério para corrigirmos o presente e projectarmos o futuro. Só não erra quem não trabalha, mas o MPLA trabalha e faz, e o povo sabe. E está sempre empenhado em fazer mais e melhor”, afirmou José Eduardo dos Santos.

O líder do MPLA discursava na sessão de abertura do VII Congresso do partido, em Luanda, perante mais de 2.500 delegados. O congresso decorre até 20 de Agosto e prevê a reeleição de José Eduardo dos Santos, candidato único ao cargo de presidente do MPLA, e a confirmação da nova composição do Comité Central.

Numa intervenção de 35 minutos, em que assumiu o “momento crucial” que Angola vive, devido à crise financeira e económica provocada pela quebra nas receitas petrolíferas, o líder do MPLA – que ainda não esclareceu se é candidato às eleições gerais de 2017 depois de ter anunciado a saída da vida política activa em 2018 – garantiu que o partido está em condições para continuar no poder.

“Mostrar que este MPLA é o grande partido da família angolana. Ele está assim preparado para o combate político, para ganhar as próximas eleições e para continuar a governar a República de Angola, correspondendo aos anseios das populações”, afirmou.

“Não devemos permitir que as nossas diferenças políticas sejam aproveitadas por forças externas para dividir e pôr em causa a paz duramente conquistada. Temos de ser capazes de prevenir eventuais acções subversivas, para manter a nossa soberania, a paz e a estabilidade, reforçar a nossa democracia e trabalhando no sentido de fazer prosperar a nação angolana”, disse, aludindo à actual conjuntura internacional.

Destacou ainda que o futuro do país passa pela diversificação da economia, assente nas receitas com a exportação de petróleo, mas também por deixar de depender “excessivamente” das importações, apelando à “criatividade” dos empresários nacionais.

“Há que apoiar mais os empresários com provas dadas em eficácia, responsabilidade e mais comprometidos com o futuro do país. Portanto, bons patriotas. Apoiar também os empresários que sabem realizar licitamente os seus negócios no mercado interno e externo, para conquistarem riqueza e contribuíram para aumentar o emprego e fazer crescer a economia”, afirmou.

Perante um forte aplauso da sala, José Eduardo dos Santos avisou: “Não devemos confundir estes empresários com os supostos empresários que constituem ilicitamente as suas riquezas, recebendo comissões a troco de serviços que prestam ilegalmente a empresários estrangeiros desonestos, ou que façam essas fortunas à custa de bens desviados do Estado ou mesmo roubados”.

“Angola não precisa destes falsos empresários, que só contribuem para a sua dependência económica e política de círculos externos”, acrescentou.

Durante a intervenção, José Eduardo dos Santos referiu-se ao “luto” nas famílias angolanas provocado pela febre-amarela, que já afectou quase 4.000 pessoas, para justificar a necessidade de vacinação da população, assumindo que é preciso reduzir a alta taxa de mortalidade infantil no país.

José Eduardo dos Santos apontou igualmente como objectivo o alargamento a todo o país do novo modelo de limpeza de Luanda, que entrou em vigor em Abril e que prevê a cobrança de taxas por residência.

Rede Angola, com Agência Lusa

Angola. ATIVISTAS PROMETEM “CONTRAPONTO POSITIVO AO CONGRESSO DO MPLA”



No dia em que arranca o congresso do MPLA em Luanda, os 17 activistas angolanos que tinham sido condenados a penas de prisão por rebelião vão dar uma conferência de imprensa apresentada como um “contraponto positivo ao congresso do MPLA”. Os jovens também querem mostrar como a prisão fortaleceu a "metodologia de luta em termos de activismo”.

A conferência de imprensa dos 17 activistas angolanos que tinham passado um ano na cadeia acusados de rebelião coincide com o primeiro dia do congresso do MPLA para a reeleição de José Eduardo dos Santos.

Nuno Álvaro Dala disse à RFI que a data é “mera coincidência” mas que acaba por ser um “contraponto positivo ao congresso do MPLA”.

“Escolhemos o dia 17 por mera coincidência. Soubemos que a data coincide com o congresso do MPLA há alguns dias, quando alguém nos alertou para esse facto. Mas, pronto, para nós acaba sendo uma coincidência que nos leva naquela lógica de termos a nossa conferência de imprensa como um contraponto positivo ao congresso do MPLA”, declarou.

O activista sublinhou que “o objectivo principal consiste em mostrar em que medida a experiência da prisão desempenhou um papel positivo na estrutura de valores e metodologia de luta em termos de activismo” e também vão ser denunciadas as más condições nas prisões angolanas e durante a prisão domiciliária.

Nuno Dala disse, também, que na conferência se pretende apresentar “uma mensagem para os angolanos sobre o momento que o país vive” e “caminhos para a saída da crise”.

O activista angolano reiterou que os activistas não se revêem na amnistia por estarem inocentes e lembrou que na próxima semana vai ser entregue no Supremo Tribunal uma petição para libertar “Dago Nível”, o qual está a cumprir uma pena de oito meses de cadeia por ter gritado na sala de audiências que o julgamento dos 17 activistas era uma “palhaçada”.


O CONGRESSO DO MPLA



Jornal de Angola, editorial

O sétimo Congresso do MPLA, o maior partido de Angola, vai iniciar-se hoje em Luanda, e é inegável o facto de este acontecimento estar a suscitar a atenção de todos os angolanos, até porque é o partido dos “camaradas” que está no poder e que tem assumido a grande responsabilidade de contribuir para a consolidação da democracia e da paz, para a promoção da reconciliação nacional e para o crescimento e desenvolvimento do país.

Os partidos políticos são formações de suma importância na nossa democracia. A nossa Lei Fundamental dispõe que “os partidos políticos (...) concorrem, em torno de um projecto  de sociedade e de programa político, para a organização e para a expressão da vontade dos cidadãos, participando na vida política e na expressão do sufrágio universal  por meios democráticos e pacíficos, com respeito pelos princípios da independência  nacional, da unidade nacional  e da democracia política.” Os congressos dos partidos são fóruns em que são debatidas grandes estratégias, para  o exercício do poder, sendo normal que os cidadãos estejam atentos ao que se discute nesses órgãos máximos das formações políticas, que concorrem  para  a conquista ou manutenção do poder.  

O MPLA é um partido que soube sempre adaptar-se aos diferentes momentos da nossa vida nacional.  Desde que foi instituído o multipartidarismo, nos anos 90 do século passado,  foi notório o facto de o MPLA protagonizar acções de grande vulto no sentido da consolidação do nosso regime democrático. O partido maioritário esteve sempre preocupado com a consolidação da democracia, mesmo  numa altura  em que estávamos  em guerra. O MPLA deu sempre prova de grande tolerância, ao mesmo tempo que garantia o funcionamento das instituições democráticas, mesmo no tempo em  que havia um partido que fazia oposição no Parlamento em simultâneo com acções armadas contra as populações, destruindo importantes infra-estruturas que muita falta faziam ao povo, obrigando a que hoje o partido no poder esteja a fazer um esforço titânico para que os angolanos possam  viver com dignidade.

O MPLA , enquanto partido no poder, tem elevadas responsabilidades no processo de construção  do progresso de Angola.  Muita coisa foi feita no sentido de atingirmos a prosperidade, mas tem de se trabalhar muito ainda para erradicarmos a pobreza, termos um ensino de elevada qualidade e  assegurarmos uma boa qualidade de vida para todos os angolanos. 
      
O sétimo Congresso do MPLA realiza-se numa  altura  em que enfrentamos uma crise económica e financeira, e compreende-se que  os cidadãos  esperem  que saiam daquele  magno acontecimento  estratégias  que  estejam centradas  na superação dos nossos actuais  problemas. O MPLA soube sempre enfrentar os problemas, mesmo os mais complexos. Há uma grande expectativa  em relação ao que se pretende fazer nos próximos anos. A definição de estratégias implica  a avaliação  profunda do que se fez no passado, não devendo haver hesitações em se proceder a mudanças profundas, ali onde forem necessárias. Deve-se mudar o que está errado, acabando-se com tudo o que possa prejudicar a nossa marcha rumo ao desenvolvimento. Um partido da dimensão do MPLA, do qual muito se espera, deve ter permanentemente capacidade de proceder a mudanças para a superação de crises. O MPLA teve sempre capacidade para ultrapassar crises. Foi o MPLA, partido histórico, que conduziu o povo angolano à independência em momentos dramáticos vividos antes e depois do  11 de Novembro de 1975. Foi ainda o MPLA, partido histórico, que conduziu o processo para que, por via legislativa,  se instituísse um regime multipartidário em Angola, numa conjuntura complexa.  Hoje  todos nós sentimos  os benefícios do regime democrático, em que  é possível haver diversidade de ideias e em que vários partidos políticos podem manifestar livremente as suas posições sobre  os mais diferentes  assuntos da vida da Nação.

É verdade que há ainda problemas  por resolver.  A consolidação da democracia é um processo em que todos os actores políticos, no poder ou fora dele, são chamados a contribuir para que  Angola seja um país  em que todos  possam  conviver de forma  pacífica, independentemente das opções ideológicas, políticas ou filosóficas  de cada um. O MPLA está atento a todos os problemas que ocorrem na sociedade e de qualquer natureza,  e está sempre determinado a resolvê-los, quer enquanto partido no poder, com responsabilidades governativas, quer num quadro multipartidário.

O MPLA congrega no seu seio cidadãos de todas as regiões do país e raças , tendo-se transformado num partido de dimensão nacional, com elevado prestígio  em Angola e fora do país.  O país tem neste momento pela frente uma  gigantesca tarefa que é a de ultrapassar a crise  económica e financeira. Já foram dados  passos no sentido de a superar, por via da diversificação  da economia, um assunto que certamente   deverá estar no centro dos debates  dos delegados ao sétimo  Congresso do partido dos “camaradas”. Há uma grande esperança de que o sétimo Congresso do MPLA, em virtude das circunstâncias em que ele se realiza, venha a estabelecer estratégias orientadas para resolução de muitos problemas que afligem os angolanos, em particular os mais carenciados.

Angola. APENAS 35% DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS TÊM ÁGUA PARA BEBER



Estudo sobre as condições foi realizado em 600 escolas primárias de seis províncias. Em 45% delas, os alunos defecam ao ar livre.

A UNICEF Angola realizou um estudo sobre as condições de água e saneamento em 600 escolas primárias de seis províncias, tendo chegado à conclusão que cada uma das escolas visitadas “carece de um ambiente higiénico sanitário favorável”.

O estudo “Água e saneamento nas escolas de Angola” destaca que “em média cerca de 310 alunos partilham um cubículo, o que se transforma num factor inibidor para o acesso aos quartos de banho ou latrinas”.

Outro factor especificado “é o acesso a água para beber, pois somente 35 por cento das escolas tem água para beber disponível e 62 por cento não possuem qualquer fonte adstrita”, diz o comunicado enviado ao Rede Angola.

“Comparativamente ao tratamento, 24 por cento das escolas inquiridas responderam que davam algum tratamento a água para consumo, 76 por cento não tratavam a água mas tinham imensos problemas de saúde com os alunos segundo os directores”, ressalta.

De acordo com o estudo, feito no âmbito do projecto Escolas Amigas da Criança nas províncias de Luanda, Cunene, Bié, Huíla, Namibe e Huambo, pela UNICEF (agência das Nações Unidas para a infância) e pela Direcção Nacional do Ensino Geral, “a média de acesso pelos alunos a casas de banho é de 58 por cento, sendo o uso de latrinas de 29 por cento, e a prática de defecação ao ar livre de cerca de 45 por cento. Nestas situações 44 por cento defecam ao lado da escola e 45 por cento no mato”, diz a nota.

“O diagnóstico teve como objectivo analisar os possíveis obstáculos ou áreas de estrangulamento ao programa de água, saneamento e higiene nas escolas em Angola. Esta avaliação serve para abrir caminho a um debate sobre o acesso à água, saneamento e higiene, bem como no planeamento e orçamento adequada para escolas primárias”, refere.

O relatório, a ser apresentado amanhã, no Hotel Trópico, em Luanda, ressalta também que “uma das razões apontadas para o agravamento situação é a falta de investimentos públicos quer a nível das escolas como das administrações municipais para que se possa manter as operações e a manutenção diariamente. Algumas escolas do ensino primário carecem de adjudicação directa de fundos e estão impossibilitadas de fazer gastos constantes”, avalia o documento.

“Estes números demonstram que as escolas podem ser um espaço pouco favorável para a promoção da saúde das crianças visto que as doenças diarreicas, causadas na maior parte das vezes pela falta de saneamento e fraco acesso a água potável, são responsáveis por 18 por cento das mortes de menores de cinco anos, sendo muito comuns em crianças em idade escolar”, reforça a nota.

Rede Angola

HIGINO CARNEIRO NÃO CONSEGUE CONVIVER COM AS DIFERENÇAS



Raul Diniz, opinião

Esperava-se de Higino Carneiro um melhor enquadramento no debate politico, que trouxesse momentos memoráveis de alta politica agradáveis, com a sua nomeação para governar a capital do país, debalde.

Ao contrario de Higino carneiro, toda Luanda conscientemente sabe que não foi empresário acusado de ambicioso Daniel Paulo quem assassinou o adolescente Rufino, por outro lado, igualmente todos sabem quem são os assassinos.

NÃO SE ESPERAVA QUE, DO GENERAL GERA-SE UM PÉSSIMO GOVERNADOR, APESAR DE ESPERAR-SE DO GENERAL POLITICO UMA MENTE NEOLÍTICA QUE RELUZISSE O CENÁRIO POLITICO NACIONAL OBSCURECIDO.

É dado certo que a grande maioria da sociedade civil é criativa, e por isso é confessamente democrática e pluralista na vertente analítica da sua narrativa geopolítica avaliativa do cenário politico angolano atual. As infelizes declarações do general HC no comício realizado em Viana onde acusou o cidadão angolano Daniel Pascoal responsabilizando-o pelo assassinato do adolescente Rufino cobardemente abatido a tiro pelas Forças Armadas Angolanas.

Sobretudo por ter proferido declarações aviltantes contra um cidadão angolano, declarações essas que do ponto de vista jurídico são atentatórias e deveras preocupantes. Esperava-se que HC implanta-se na capital um novo ciclo aberto notório de alta politica onde a liberdade produzisse ascendentes realizações de debates abertos democraticamente aceitáveis. Não foi bonito ouvir da boca de um alto responsável do partido no poder acusar um cidadão empresário angolano, só porque eventualmente pertença a um partido politico adversário do partido do secretário provincial de Luanda do MPLA.

As declarações de HC em apoio ao candidato único do partido no poder realizado em Viana, colocou a sociedade alerta total.

Foram na verdade declarações despropositadas e desnecessárias, que provocaram um estridente estardalhaço no seio de toda sociedade civil inteligente. Infelizmente foi de facto uma atitude de baixo calibre, um autentica golpe baixo desferido contra um cidadão que sequer se encontrava naquele lugar na hora do assassinato. Foi um ato insensato utilizar o palco de um comício politico e dali disferir ataques pessoais a um cidadão que tem direitos constitucionais idênticos aos do governador HC.

Crê-se que participar de manifestações e/ou manifestações reivindicativas na rua ou nos bairros não é crime nenhum. Já as declarações avulsas proferidas pelo governador do MPLA HC configuram-se como criminosas a atentatórias.

O palco de um comício politico partidário não é o lugar mais provável para acusar insensatamente um pacato cidadão de cometer um crime de assassínio quando está provado que o assassinato foi praticado pelas forças armadas angolanas. Pior de tudo foi à atitude ridícula do general acusar de ambicioso o cidadão Daniel Paulo por eventualmente ser membro da UNITA e por rejeita ser pobre foi um ato de todo surrealista. Sobretudo por essa pessoa lutar legalmente para ter uma vida melhor num oceano onde abundam jacarés da índole do general politico HC.

O politico HC não deve esquecer que é uma figura publica e por isso é seguida e observada atentamente pela sociedade no seu todo.

Chamar a um cidadão empresário de ambicioso é um contrassenso e um a vã tentativa de HC negar-se a si mesmo, e também foi um momento de triste mediocridade tentar condenar o angolano Daniel Paulo num comício alegórico eivado de revanchismo em apoio ao idolatrado presidente vitalício do MPLA e da república. Higino carneiro tem de entender que em politica não existe milagres, ou você é bom, ou não é bom politico, e o camarada HC está a revelar-se um péssimo politico.

É preciso ter a perceptividade em tempo real, e, entender de uma vez por todas, que o povo facilmente enganado de outrora a muito morreu.

HC sabe muito bem que a acusação feita contra o cidadão Angolano configura crime de perseguição politica e criminal, além de se observar atiçamento ao ódio. Ninguém colocou a arma na mão militar que assassinou friamente o adolescente, também não é verdade que foi o empresário que levou o jovem a tentar defender a residência dos seus pais, o que custou a vida ao menino Firmino foi à intolerância e o autoritarismo belicista prevalecente no partido dos camaradas.

General HC os angolanos sabem que vocês da direção do MPLA, procuram a todo custo uma bela refrega militar para sair do cerco em que JES envolveu-vos, porem não existe mais UNITA/FALA nem bodes expiatórios para efetivar vossos desejos.

Mas acredite meu conhecido general, em Angola ninguém mais está a dormir Na forma ou no casulo, nem tão pouco exista alguém desposto a dar a vida para defender o MPLA e o seu presidente, nem os seus filhos, menos ainda a sua vida general. Nós estamos em luta contra JES não contra o MPLA. Os angolanos não têm culpa por JES vos ter relegado a insignificância de engolidores de sapos. General prepare-se meu amigo, para receber no comité central e talvez no bureau politico os vossos novos colegas da família de Dos Santos e engulam mais o sapo do novo vice-presidente que vos será imposto pelo pai presidente.

ZANGO ENVERGONHA ANGOLA MAS NÃO O REGIME DO MPLA



São injustas, ilegais e inaceitáveis as expropriações e demolições de casas na zona do Zango II e III no Município de Viana em Luanda. Mas, para o regime, o que conta é a razão da força.

Os despejos em larga escala perpetrados pelo Governo tiveram o seu ponto mais alto em 2002 e continuam sendo uma prática reiterada até a presente data. A SOS Habitat registou de 2000 até 2016 mais de 15,000 casas foram destruídas e muitos terrenos cultivados de pequena dimensão foram confiscados, afectando cerca de 56,202 famílias correspondendo a 66 comunidades num universo de mais de 337,212 pessoas, destes números 80% é da província de Luanda.

As desocupações forçadas representam um padrão de conduta abusiva por parte do Governo angolano que não se alterou significativamente nos últimos anos nem nunca foi plenamente solucionado.

Angola antes de ser um país independente as comunidades já habitavam nestas localidades, no entanto em 2007, foram definidas as reservas fundiárias e demarcadas em 2010. Durante todos estes anos o Governo angolano não criou mecanismos de gestão e resolução de conflitos de terras até a presente data.

Existindo várias áreas de cultivo e residencial que ficaram sob o cerco de terrenos demarcados sem contudo os seus ocupantes terem sido dado qualquer alternativa ou uma indemnização justa, de acordo com a Constituição e a Lei.

Tendo em conta as constantes violações dos direitos humanos resultantes de expropriações, demolições injusta e ilegais, a Assembleia Nacional aprovou em 2009, a Resolução nº 37/09, de 3 de Setembro – que define como os Governos provinciais e municipais devem agir, sempre que confrontados com os planos de requalificação das zonas sobre sua jurisdição, mediante a justa compensação e indemnização.

No entanto, não tem havido fiscalização por parte da AN na implementação desta resolução sobre desalojamento forçado. Os casos registados de violações de direitos humanos, os seus executantes tem sempre justificado estarem a cumprir Ordem Superiores.

Apesar dos apelos das organizações nacionais e internacionais e das vítimas, o Governo de Angola nunca tomou as medidas necessárias para acabar com as desocupações forçadas nem assegurou a responsabilização pelos abusos associados a estas desocupações e uma indemnização adequada à vasta maioria das pessoas despejadas, como é obrigado a fazer de acordo com a legislação angolana e o direito internacional.

As expulsões forçadas em massa na área de Luanda são tipicamente executadas sem aviso prévio e sem consulta das comunidades.

Factos mais recentes

No dia 30 de Julho de 2016, quando eram 3h00 de madrugada as comunidades do Zango III, município de Viana, foram surpreendidos com cerco de um aparato de forças militares do PCU – Posto de Comando Unificado, fortemente armadas que se fizeram transportar por 5 viaturas militares todas sem matrícula.

Levaram consigo também cinco (5) Maquinas Caterpillar (retroescavadora) e sem aviso prévio demoliram mais de 600 casas entre 3h00 da madrugada até as 18h00.

As demolições forçadas foram feitas a mando da empresa pública, a Sociedade de Desenvolvimento da Zona Económica Especial E.P (ZEE). Esta despejou coercivamente e de forma violenta milhares de pessoas que viviam em áreas habitacionais e informais em violação das próprias leis de Angola e das suas obrigações internacionais de direitos humanos. O Governo destruiu casas, bens pessoais dos moradores sem um processo justo e não concedeu indemnização.

Os despejos (desocupações forçadas) ocorreram na zona do Zango III, construída por uma empresa privada FOBIS, um projecto habitacional 624 casas.

Zango II

Dia 6 de Agosto de 2016 por volta das 17h:00 tropas do Posto Comando Unificado – PCU, numa composição de um número de homens não determinados entre os quais; efectivos da Polícia Nacional e Forças Armadas Angolanas, mandatados pela ZEE, cercaram o Bairro Walale sita no zango II, Município de Viana, sem qualquer aviso prévio, como é obvio, procederam as demolições das residências, seguido de vários disparos de armas de fogo de tipo AKM e Makarof que resultaram na morte de um adolescente de 14 anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Rufino Fernando António. Rufino é natural de Kuanza Norte, filho de Marciano Rufino António e de Maria Fernando ambos residentes no Bairro Walale.

São recorrentes em Angola, os actos de torturas, espancamentos e assassinatos nos processos de expropriações feitas a margem da lei e por instituições que não disponham de competências constitucionais.

Estes actos têm causado danos materiais e humanos aos cidadãos angolanos que depois de denunciados pelas organizações membro do GTMDH- Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos e pela média, as autoridades angolanas por e simplesmente tem mantido o silêncio como resposta às denúncias e tem se verificado cada vês mais as perseguições contra os denunciantes.

Conclusões e recomendações

Pelo acima exposto e pelas práticas recorrentes por parte do Governo e seus agentes aquando as expropriações de terras, demolições de casas e violência abusiva, as organizações membro do GTMDH e a SOS Habitat instam o Governo a:

. Cessar imediatamente as desocupações forçadas efectuadas em violação da legislação nacional e das normas e princípios internacionais de direitos humanos.

. Tomar imediatamente medidas para prestar assistência, incluindo alojamento alternativo e outros recursos, às pessoas afectadas pelas desocupações forçadas, em particular grupos vulneráveis como as mulheres, as crianças e os idosos.

. Investigar alegações de utilização excessiva da força e outros abusos de direitos humanos cometidos pela polícia e militares e pelos funcionários públicos envolvidos na morte da criança de 14 anos, Rufino Fernando António e levar todos os responsáveis a responder perante a justiça.

. Informar o público acerca dos resultados de tais investigações e dar prontamente resposta as queixas individuais relativas aos despejos apresentadas pelas vítimas à polícia ou às autoridades administrativas.

NOTA: Texto do Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos em Angola

Folha 8

Angola. Após confrontos com "kalupetekas" situação regressa ao normal no Kwanza Sul



Polícia desmente qualquer ligação da seita com partidos da oposição

A situação está a regressar à normalidade na região de Gonçalo no Dumbi, no Kwanza Sul, onde na semana passada se registaram confrontos entre a policia e seguidores da seita “Luz do Mundo”, de Julino Kalupeteka.

Dois agentes da polícia e três civis, entre os quais uma criança, morreram.

O inspector-chefe da polícia do Kwanza-Sul, Guilherme Balato, diz que a situação está controlada, mas o líder local da seita ainda se encontra em fuga.

“A situação está controlada (...) nesta área, onde se encontrava a seita religiosa, toda a população que estava sob cativeiro foi retirada”, disse aquele oficial.

“Todas as barreiras que impediam a movimentação da população foram retiradas”, acrescentou.

Balato desmentiu alegações de que partidos da oposição tinham incentivado os confrontos afirmando que “não existe correlação entre a actividade dessa seita e de seus líderes e os ditos partidos políticos de oposição”.

Ele explicou que embora possa haver da parte de partidos a “tendência” de tirar proveito político deste tipo de ocorrência, “nós não encontramos do ponto de vista prático, até agora, qualquer conexão entre os actos praticados por essa seita e os partidos políticos de oposição”.

A seita, cujo líder é José Julino Kalupeteka, tem fiéis em Cassongue, Cela, Kibala e Mussende, no Kwanza-Sul.

Fernando Caetano – Voz da América

Portugal. PASSOS EM NEGAÇÃO



Miguel Guedes – Jornal de Notícias, opinião

Pontal, Quarteira, Algarve e Portugal na ponta da língua, enrolado por Passos Coelho. O que há de novo? O líder do PSD voltava à festa mas como líder da oposição e não parecia disposto a aceitar que perdera. O discurso encerra a mesma derrota, a mesma visão, a mesma retórica feita dos outros, o passado, o passado, o passado prometedor e o futuro que não será brilhante. Passos Coelho incarna a personagem do derrotado que mais tem reflectido sobre a derrota, a sombra incapaz de subir um degrau acima do vão da escada e traçar horizontes que não o público desejo da derrota de quem procura ultrapassar a austeridade que empobreceu o país à procura de vírgulas nos índices da retoma. Passos afirma não querer ser conivente com os erros dos outros mas é quase definitivo que continua a confundir oposição com desejo de sobrevivência.

É também esta transparência de Passos Coelho que lhe pode traçar o destino. Percebe-se à distância que o ex-primeiro-ministro não se conforma com o destino recente e com a inusitada solidez dos compromissos de governação à Esquerda. Parece ainda não ter ultrapassado a onda de choque, o efeito surpresa. É claro como água que prefere tudo menos isto que existe, esta "geringonça" que persiste. Oposição é para ele obstáculo, incompatibilidade, rivalidade. Talvez tamanho sentimento explique tamanha resistência em apresentar propostas alternativas em sede de Orçamento. Agora que já não reflecte sobre a vinda do Diabo em Setembro, sobra a curiosidade com que aguarda "o que aí vem nos próximos meses". Mas quando o diz, parece que puxa o lustro e afia o tridente.

Nenhum líder pode medir a sua relevância pelo primeiro comício da época e é também por isso que a rentrée política no Pontal é tão irrelevante como qualquer jogo de apresentação antes da época oficial. Se quiser medir o pulso ao país, Passos poderia estar mais atento às sondagens e aos sinais do próprio partido. Marques Mendes, minutos antes do discurso de Passos, carregava no acelerador das críticas como se lhe tivesse lido o discurso por antecipação: o PSD continua com um "discurso derrotista" centrado nas "questões financeiras" e ignorando as "questões sociais", podendo enfrentar uma "crise interna ou de liderança" caso não vença as próximas eleições autárquicas. É quase impensável que a espiral de negação de Passos possa conduzir à vitória no país real. Ao persistir nesta cruzada de desejo negativo, Passos continua a correr para o seu risco particular. Não será fácil. A irrelevância do Pontal pode começar a confundir-se com a sua irrelevância política mas Passos afirma que não é pessimista.

O autor escreve segundo a antiga ortografia

*Músico e advogado

Portugal. "Devíamos ser indemnizados pelas políticas que a troika nos impôs" – Arménio Carlos




Muito se falou nos últimos tempos da aplicação de sanções europeias a Portugal por incumprimento do défice de 2015. Ora, os receios não se confirmaram. Mas nem por isso Arménio Carlos 'baixa a guarda' quando questionado sobre o assunto. Até porque, faz sobressair, a situação de mais "desigualdade e empobrecimento" com que o país se debate é a fatura que a troika deixou por pagar.

"Mal de nós se perdêssemos a CGD". As palavras pertencem ao secretário-geral da CGTP que, à conversa com o Notícias ao Minuto, 'toca nalgumas feridas' com as quais o país se debate, como aquelas que o banco público tenta curar, por um lado, enaltecendo (re)conquistas recentes, por outro. Exemplo paradigmático dessas vitórias, enfatiza, é a reposição das 35 horas de trabalho na Função Pública. Aqui está a segunda parte da entrevista a Arménio Carlos.

As 35 horas de trabalho semanal entraram há pouco tempo em vigor e já se fala em desigualdade entre funcionários públicos com diferentes tipos de contrato. Não será mais discriminatório em relação aos trabalhadores do privado?

Não, isso é uma falsa questão. Os primeiros trabalhadores que tiveram horários inferiores a 40 horas eram de alguns subsetores e empresas do setor privado, através da contratação coletiva (indústria de vidro, cimenteiras e setor financeiro, por exemplo). Isto antes de ser implementado o regime de 35 horas na administração pública. Não estão a dar nada aos trabalhadores, estão a dar algo que eles já tinham. Relativamente ao setor privado, esta reposição vem-nos dar mais força para que na contratação coletiva possamos reduzir os horários de trabalho sem reduzir salários. Se entretanto for possível na Assembleia a redução para todos os trabalhadores para as 35 horas, melhor ainda.

Acredita que isso é possível sem se reduzir a produtividade?

Acredito, por uma razão muito simples: todos os estudos que conhecemos indicam que não é por se trabalhar mais horas que se produz mais, pelo contrário. A partir de um determinado número de horas, começa a baixar o nível de produção. Além disso, menos horas de trabalho são determinantes para motivar e ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores, que ficam com mais tempo para gerir a sua vida.

Encostar os feriados aos fins de semana poderia ser uma forma de colocar os portugueses a produzir mais e de aumentar a competitividade das empresas?

Se dúvidas subsistissem, nos últimos quatro anos provou-se que, ao contrário do que alguns teimosamente afirmavam, não se melhorou a competitividade das empresas, a qualidade do emprego ou a economia. Uma questão que releva o papel da importância da Assembleia da República é que se hoje estivéssemos a discutir a reposição dos feriados na concertação social, ainda não tínhamos resolvido problema nenhum. Além disso, a produtividade das empresas não se assegura por mais horas de trabalho, mas pela modernização tecnológica das empresas.

Nós não somos favoráveis a que se associem feriados aos fins de semana, porque cada feriado tem um sentido político, cultural ou religioso. É preciso respeitar as pessoas que têm esses sentimentos e se reconhecem naquele feriado. Por outro lado, daria azo a que, daqui a alguns anos, muitos empresários achassem que tínhamos muitos fins de semana prolongados.

É viável voltar a injetar dinheiro na Caixa Geral de Depósitos tendo em conta o défice do país?

Eu creio que é fundamental o país ter um banco público com a pujança necessária não só para ter outro tipo de gestão como para responder às necessidades das populações. Mal de nós se perdêssemos a CGD. Então é que ficávamos completamente dependentes de uma série de gurus da alta finança que veem em tudo uma oportunidade de negócio. Está em causa muito dinheiro, mas é um investimento que se faz num bem público que importa depois rentabilizar ao serviço da população. Mas não se pode questionar este investimento sem abordar o dinheiro do erário público que foi desviado para recapitalizar bancos privados que entraram na falência (BPN, Novo Banco e Banif). E há ainda os processos decorrentes de concessão de créditos que ainda hoje estão por explicar.

Como é que se justifica aos portugueses que, com um buraco deste tamanho, o Governo tenha descongelado o salário dos gestores da CGD?

O argumento que foi invocado pelo ministro das Finanças é que era uma exigência do Banco Central Europeu (BCE). E sobre esta exigência só temos a relembrar que o mesmo BCE que nos últimos anos andou a exigir que se cortasse nos salários e não se aumentasse o salário mínimo nacional é o mesmo banco que tem uma atitude diferente para os gestores da CGD. Não estamos de acordo nem com o alargamento da administração e muito menos com este alargamento dos vencimentos dos gestores. Há dois pesos e duas medidas. Se há dinheiro para os gestores, tem de haver para os restantes trabalhadores. Isso nós vamos exigir.

Depois de todos os esforços de consolidação feitos pelos portugueses, como acompanhou o processo das sanções europeias?

Não devíamos ser sancionados, devíamos ser indemnizados pelas políticas que a troika nos impôs e que deixaram o país nesta situação de mais desigualdade e empobrecimento.

Pode ler a primeira parte desta entrevista aqui.

Goreti Pera – Notícias ao Minuto – Foto Global Imagens

DE TODA A ÁREA ARDIDA NA EUROPA MAIS DE METADE É PORTUGUESA



Portugal é responsável por mais de metade da área ardida, este ano, na Europa, com quase 117 mil hectares, valor quatro vezes maior que a média do que ardeu de 2008 a 2015, segundo os técnicos de proteção civil.

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (ASPROCIVIL) analisou os dados disponibilizados pelo Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS na sigla em inglês) e concluiu que, "em Portugal, já arderam cerca de 53,4% da área total ardida na União Europeia" (UE).

"Não é possível a nenhum dispositivo operacional, por mais capaz, eficaz, organizado e competente que seja, [uma resposta] optimizada a um pico da dimensão evidenciado" nos números do EFFIS, salientou.

A informação disponibilizada pelo EFFIS refere que, até terça-feira, a área ardida na Europa foi 218.651 hectares e em Portugal já atingia 116.833 hectares, com o pico a acontecer na semana entre 05 e 12 de agosto, quando o número de incêndios disparou e foi ultrapassada a média registada nos últimos oito anos.

Na semana passada, registaram-se incêndios de grandes dimensões, principalmente no norte e centro do país, como nos distritos de Aveiro e Viseu, e na Madeira, e além da área florestal ardida, o fogo destruiu casas e provocou a morte de três pessoas.

A área ardida está "muito acima da média dos últimos oito anos, por esta data, o número é quatro vezes maior do que a média da área ardida entre 2008 e 2015, que rondava os 25 mil hectares", refere a associação.

Os dados do EFFIS, alerta, são por defeito, com base em estimativas que posteriormente são confirmadas pelas autoridades nacionais.

Os técnicos de proteção civil defendem que "este problema, estes números e estas consequências, não são da responsabilidade deste Governo, nem deste dispositivo operacional, antes, de anos e anos de medidas estratégicas mal tomadas, e decisões políticas de ordenamento florestal erradas, omissas e insuficientes", além de só se falar de incêndios nos meses críticos e "exclusivamente sobre a resposta operacional".

Defendem um aumento da capacidade de reflorestação, criação de equipas de prevenção de incêndios florestais, em janeiro de cada ano, aposta numa fiscalização do cumprimento da lei, que deve ser aplicada, se necessário, de uma forma coerciva, e uma rede nacional de pontos de água, que devem ser fiscalizados e ter manutenção.

A criação de um grupo de trabalho nacional, intersetorial e pluridisciplinar, para apresentar até 31 de dezembro, um plano operacional de prevenção de incêndios e a definição de uma estratégia para um ordenamento florestal, com mecanismos de prevenção e contenção de incêndios, como aceiros, espécies mais resistentes ou redução do combustível, também fazem parte das propostas da associação.

Os técnicos de proteção civil defendem a informação à população e a criação de incentivos à fixação das pessoas no interior.

Segundo o EFFIS, Portugal continua a apresentar as percentagens mais elevadas de áreas ardidas nos países mediterrânicos, e, por exemplo, Espanha está mesmo abaixo da média dos anos anteriores, com uma área ardida de 24 mil hectares, cerca de 14% do total da UE.

Lusa, em Notícias ao Minuto

BOMBEIROS MADEIRENSES INCENDIÁRIOS ADORAM FOGUETÓRIO



Cristina Peres, jornalista do Expresso, tira e serve o Curto da cafeína. Hum, está muito bom. Até apetece beber outro, cremoso como o primeiro.

Na espuma do detergente para lavar a chávena aproveitemos para lavar mais umas quantas coisas e coisos. O Ban Ki Moon, esse aluado de olhos rasgados e a fazer-se à mulheres para secretárias-gerais da ONU, para substitui-lo na função. Sim, porque não uma mulher em secretária-geral da ONU? Decerto que será muito melhor, mais competente, menos rastejante que o Ban ki anda na lua. Para ele prevaleceu a sujeição aos países anglófonos. O seu desempenho foi um desfile desastroso, para esquecer. É capaz de ser complexo que data dos anos 40 e tal, temente que os anglófonos larguem mais umas quantas bombinhas nucleares e lhe estraguem a casa, o país, e contribuam para a desertificação do Japão por morrerem largos milhares na hora e milhões durante anos e anos. É desagradável falar nisto mas queremos arranjar uma desculpa para o Ban ter sido tão serviçal, tão mordomo, dos anglófonos, principalmente dos EUA, e dos do Reino Unido – Austrália e etc. O melhor é confirmar se não há nas mulheres candidatas a secretária-geral da ONU tipas anglófonas. Se houver é de apostar que o Ban está a abrir-lhes caminho por ordem dos deuses anglófonos que ele adula e serve. Já sabem que na ONU irá mandar(?) uma anglófona. Ele há coisas…

Com esta saída do Ban Ki Moon quem ficou a arder foi António Guterres. Evidentemente que é o mais competente, mais indicado, mais tudo. Tem provado. O problema é que Guterres usa coluna vertebral que se dobra como todas as colunas vertebrais mas não se curva ao ponto de rastejar, como o Ban. E qual será das senhoras que vencerá o pleito pronta a rastejar aos “bosses”, ali, de traseiro para o ar, a dizer yes, yes, yes, yes… oooh, yeeeesssss?!

Mudando de posição, aliás, de assunto. Bombeiros com comportamentos incendiários, na Madeira. O melhor é ler no link que a jornalista que tira o Expresso Curto faz constar. Adiantemos que o bombeiro casou-se. Era um casamento e o foguetório voou apesar de estar recomendado publicamente que era proibido lançar foguetes para evitar mais dos fogos monstruosos que levou vidas madeirenses, casas e floresta. Lá vai foguetes! Disse o noivo bombeiro, o chefe dos bombeiros, também presente no casório, aplaudiu. Decerto que havia por ali mais colegas bombeiros a acompanhar os noivos. Também eles ergueram os copos e bradaram: viva o foguetório!

Bombeiros incendiários, na Madeira. Aconteceu após a quase catástrofe dos fogos na ilha que era um paraíso e virou inferno num ápice. Há muitos madeirenses a dizerem. “Pró caraças, seus bombeiros de merda!”

E vá lá. Agarre-se virtualmente ao Expresso Curto da Cristina Peres. Uma senhora jornalista.

Boa praia. Mesmo para aqueles que não têm outro sítio onde dormir e são sem abrigo veraneantes. Julgam que não há desses? Reparem bem nos que os rodeiam e nas trouxas que uns quantos têm junto a si, nas praias… e por aí.

À laia dos madeirenses também podemos dizer: “Mas que sociedade e país de merda!

Tome nota: O PG não pega nem numa simples frase que envolva os olímpicos do Brasil de Temer e da máfia golpista que usurpou os poderes da República. O COI e o dito mundo ocidental, livre(?), devia ter vergonha. Por nós é boicote assumido, em protesto pelo Golpe político-justicialista no Brasil.

Fernando Silva / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Cristina Peres – Expresso

Não há vencedores!

Desde ontem que a Rússia começou a usar a base iraniana de Hamadan como ponto de partida para os ataques aéreos ao Daesh, o que é visto como um avanço considerável na colaboração entre os dois aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad. O ministro da Defesa russo, citado por meios de comunicação estatais, declarou que um número não especificado de aviões russos, incluindo bombardeiros táticos Sukhoi-34 e de longo alcance Tupolev-22M3, descolaram de Hamadan, cidade situada na parte ocidental do Irão,para atacar posições do Daesh perto de Alepo.

Foram os primeiros “ataques aéreos concentrados” contra alvos na Síria para os quais Moscovo forneceu poder aéreo enquanto o Irão e os xiitas libaneses do Hezbollah enviaram conselheiros e efetivos em apoio das forças do Governo. “Vamos pôr as nossas instalações ao serviço da Rússia na sua guerra contra o terrorismo”, terá declarado o responsável pelo Concelho Supremo de Segurança Nacional, cita o Wall Street Journal. A mudança de estratégia para uma aliança aberta pressupõe as ambições da Rússia para a região. Para já, o Iraque autorizou a utilização do seu espaço aéreo para ser sobrevoado pelos russos de caminho entre o Irão e a Síria. Veja aqui as imagens da Al Jazeera.

Segundo a RT, os ataques eliminaram cinco depósitos de armas dos terroristas e instalações de treino na área-alvo, bem como três postos de comando e “um número significativo” de terroristas. Desde a Revolução Islâmica de 1979 que o Irão não era usado como base de lançamento de forças de uma grande potência.

Apesar de o alvo dos ataques serem terroristas, a CNN cita Washington dizendo que a maior parte dos disparos têm atingido os combatentes apoiados pelos Estados Unidos. Quem tomar Alepo tem grandes hipóteses de vencer esta guerra e todas as partes envolvidas o sabem.

Desta vez, pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Veja aqui as declarações da correspondente de guerra Clarissa Ward ao Conselho de Segurança das Nações Unidas: “Não há vencedores em Alepo”.

OUTRAS NOTÍCIAS

Os Jogos Olímpicos vão seguindo com 60 recordes batidos e as expectativas de medalhas do público português manifestamente frustradas. O Ricardo Costa analisa aqui o fenómeno, defendendo que há lugares para festejar fora do pódio. O Rui Bragança bem que pode ainda hoje inverter a tendência no taekwondo e juntar mais um troféu aos mais de 60 que ganhou em dez anos, como aqui descrevea Alexandra Simões Abreu. Évora foi o melhor europeu no triplo salto e passou os 17 metros pela primeira vez, ficando em 6º lugar. Pimenta ficou em 5º lugar.

Aung San Suu Kyi chega hoje a Pequim, a primeira diplomata de Myanmar a visitar a China desde as eleições de novembro passado. Espera-a uma passadeira vermelha por ter passado a China à frente dos Estados Unidos e da Índia. Da lista de assuntos fazem parte os territórios em disputa e os seus conterrâneos refugiados na China. O país anfitrião ficará contente por voltar a ganhar a influência que já teve no Myanmar.

A NASA mediu e nós todos sentimos: julho de 2016 foi o mês mais quente desde que há registos. Dados semelhantes foram recolhidos pela Noaa, a Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica dos Estados Unidos, provando que cada um dos últimos 14 meses bateu o recorde das temperaturas mais altas de sempre.

Os primeiros números pós-Brexit mostram que a inflação no Reino Unido aumentou 0,6% no mês de julho, o valor mais alto dos últimos 20 meses. O menor poder de compra da libra esterlina pós-desvalorização começa a fazer-se em bens de consumo que incluem combustíveis, bebidas alcoólicas, hotéis e restaurantes. A libra desvalorizou 10% relativamente ao dólar e tem a cotação mais baixa de três anos em relação ao euro. Espera-se uma contração de -0.1% e potencial volatilidade da inflação.

O economista Joseph Steglitz, escreve a Quartz , defende que não nos devemos surpreender com isso. No seu novo livro “The Euro: How a Common Currency Threatens the Future of Europe”, Stiglitz, prémio Nobel da economia 2001 e ex-líder do concelho económico da Casa Branca da administração Clinton, analisa a política económica transnacional que impôs a austeridade e que, pelos vistos, correu muito mal.

Caso ache que o Brexit não levanta questões ou que já é favas contadas, recordo esta peça do New York Times sobre o futuro da fronteira do Reino Unido com… a Europa. Fronteira com quem? Com a Irlanda!

Bruce Dickinson é desde ontem famoso não só por ser vocalista dos Iron Maiden, mas por ter pilotado o primeiro voo de ensaio de passageiros da Air Djibouti dos últimos… 14 anos! O vocalista é dono da companhia que gere a Air Djibouti, que deixou de ter voos regulares há 12 anos, como conta aqui a traveleisure.com. O Espresso, diário digital da revista The Economist, lembra que oGana, a Nigéria, a Zâmbia e o Uganda estão também a tentar ressuscitar as suas companhias aéreas, o que seria bom para todos - negócio e passageiros -, dados os preços altos ainda praticados no continente e a quantidade de rotas que ainda são obrigadas a passar pela Europa. A liberalização dos céus em apenas 12 países (entre 54) acrescentaria 81% de mais passageiros, 155 mil novos empregos e um aumento do PIB da ordem dos €1,2 mil milhões.

#ThisFlag é o nome do movimento para a mudança no Zimbabwe que começou com este vídeo publicado no Facebook e cuja dimensão aumenta de dia para dia. Figuras de relevo têm vindo a prestar declarações (alguns exilados, a partir da África do Sul) e a apoiar as reivindicações dos cidadãos do Zimbabwe. Os millennialssão os grandes propulsores do movimento, mas há marchas onde a população em geral se manifesta, que têm sido reprimidas pela polícia. A palavra de ordem é clara - “Chega!” - e o movimento é percebido e promovido pelos zimbabweanos com “o princípio de qualquer coisa que não vai parar”. Leia aqui o que reporta o jornal sul-africano Mail&Guardian.

Irresistível este editorial do New York Times sobre o discurso de Donald Trump sobre política externa, incluindo a guerra ao terrorismo, com o qual tentou esta semana relançar a sua campanha… e não conseguiu. Além deste, a primeira página deste grande diário tinha outras quatro histórias sobre Trump, não ficando atrás da Vox, cujos principais destaques estavam reservados ao empresário-candidato e seus desaires. As presidenciais nos EUAvão ganhando espaço nos media norte-americanos à medida das cartadas estratégicas dos candidatos. Leia aqui a explicação do plano de Trump para sujeitar os imigrantes a “testes ideológicos”.

Compreender as motivações por trás da fuga de cidadãos iraquianos, o facto de se dirigirem à Europa e porque é que muitos regressaram depois ao Iraque é o objetivo de dois relatórios que acabam de ser lançados pela Organização Internacional das Migrações. Os resultados desta consulta levada a cabo entre abril e maio deste ano pelos peritos da OIM junto de requerentes de asilo iraquianos podem ajudar a perceber como intervir no seu país, tentando evitar que tenham de fugir. Pelo menos é o que esperam. Até agora, fogem da violência, escolhem a Europa por uma expectativa de segurança e os que regressam, vão desiludidos com o tempo que leva e a dificuldade burocrática dos processos de candidatura a asilo. Pormenores através do link.

Por cá, ficámos a saber que o poder de compra aumentou para alguns, como explica o Miguel Prado. O rendimento médio de quem trabalha por conta de outrem subiu nos últimos dois anos acima da inflação e o fosso salarial entre homens e mulheres esbateu-se. O pós-Troika em Portugal.

E ficámos irritados com o apoio explícito de Ban Ki-moon a uma mulher para lhe suceder como secretário-geral das Nações Unidas. Como tem o DN em manchete, não é para menos, dado o belíssimo desempenho de António Guterres no processo de escolha a decorrer ainda. O ministro português dos Negócios Estrangeiros lembrou ao DN que não é da competência do sul-coreano escolher o seu sucessor.

Hoje é dia de festa para todos os acólitos porque começa o Festival de Paredes de Coura. Consulte aqui o que o espera e leia aqui o que a Lia Pereira lhe conta sobre o que esperar.

Os incêndios em Portugal ainda ocupam dezenas de minutos dos noticiários. Ainda não há números de áreas ardidas definitivos. A Madeira vai recuperando, difícil será o apoio às pessoas que perderam as suas casas sem ajuda do Governo de Lisboa, dizem. De boca aberta deixou-nos o casamento em Câmara de Lobos que quebrou a proibição de lançar fogo de artifício. Não é por nada: o noivo era bombeiro e o chefe foi à festa!

FRASES

”Não quero falar do pior cenário - as conversações com a Europa vão continuar, mas é claro que ou adotamos todos os tratados ao mesmo tempo ou nós pomo-los de lado”, Mevlut Cavusoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros turco ao tabloide alemão Bild a propósito dos vistos de entrada na Europa que os turcos exigem a partir de outubro em troca da contenção da entrada de migrantes na UE

“Se os media nojentos e corruptos me cobrissem honestamente e não atribuíssem falsos significados às minhas palavras eu estaria a bater a Hillary por 20%”, Donald Trump, tweet do candidato republicano à Casa Branca

“Na água, esquece-se qual é o país de onde vimos. Somos nadadores”, Yusra Mardini, nadadora da equipa olímpica de refugiados.

“Virar a página da austeridade não significa governar sem rigor e se exigência, fora de um quadro de restrições”, Mário Centeno, ministro das Finanças ao Económico

O QUE ANDO A LER

A contrariar a leveza que a época inspira, recomendo vivamente mais um long read daqueles que só deixarão indiferente quem não o ler. Fractured Lands: How the Arabe World Came Apart é um trabalho definitivo do New York Times escrito por Scott Anderson e com fotografias de Paolo Pellegrin sobre a derrocada daquela região, o mundo árabe, desde a invasão do Iraque, há 13 anos. O texto está dividido em seis partes: o início, a guerra no Iraque, primavera árabe, a subida do Daesh e o êxodo. Dezoito meses de investigação e um formato de feature tão anormal até para o NYT que o chief editor, Jake Silverstein, se justifica deste modo: “Não tem precedentes concentrarmos tanta energia e atenção numa só história e pedir aos nossos leitores que façam o mesmo. Não o faríamos se não estivéssemos convencidos de que o que se segue é uma das explicações mais claras, poderosas e humanas daquilo que correu mal na região que alguma vez poderá ler.” Quem somos nós para duvidar? Eu não deixaria de ler por nada desta vida!

E por hoje é tudo, a leitura é de fôlego. Deixo-o com as notícias que o site do Expresso atualiza em permanência até ao lançamento do Diário, uns minutos antes das 18h. Passe uma grande terceira quarta-feira de agosto. Amanhã terá aqui o Pedro Santos Guerreiro acabado de chegar de férias.

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