sábado, 7 de janeiro de 2017

“SOARES É FIXE!”




Morreu Mário Soares

O antigo Presidente da República Mário Soares morreu hoje aos 92 anos, disse à agência Lusa fonte do Hospital da Cruz Vermelha.

Uma figura central na construção da democracia

Mário Soares, que hoje morreu aos 92 anos, desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história contemporânea portuguesa, sendo fundador e primeiro líder do PS após combater o Estado Novo.

Filho de João Lopes Soares, um ministro na I República, e de Elisa Nobre Baptista, Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, tendo estado omnipresente na vida pública do país, tanto nas décadas anteriores à revolução de 25 de Abril de 1974, como nos primeiros 40 anos da democracia portuguesa.

Preso político e posteriormente exilado em São Tomé e Príncipe e França durante a ditadura, Soares regressou "em ombros" à sua pátria em 1974 para desempenhar as pastas dos Negócios Estrangeiros dos primeiros governos provisórios, liderar os I, II e IX Governos Constitucionais (1976-78 e 1983-85), até chegar à Presidência da República, no Palácio de Belém, onde ficaria por dois mandatos (1986-1996).

Da Revolução dos Cravos a Presidente de "todos os portugueses"

Mário Soares foi um dos fundadores da democracia portuguesa, adversário das correntes revolucionárias entre 1974 e 1975, e em 1986 chegou a Presidente "de todos os portugueses", sendo reeleito em 1991 com mais de 70% dos votos.

Na madrugada do 25 de Abril, quando o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou a ditadura, o primeiro secretário-geral do PS estava em França, no exílio.

Falecimento ocorreu "na presença constante" dos filhos - Hospital

O diretor clínico do Hospital da Cruz Vermelha, Manuel Pedro Magalhães, informou hoje que o antigo Presidente da República Mário Soares faleceu às 15:28, na "presença constante" dos seus filhos, Isabel e João Soares.

A informação foi dada pelo diretor clínico do Hospital numa curta declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas.

Mário Soares encontrava-se internado desde o dia 13 de dezembro, tendo sido transferido no dia 22 dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.

No entanto, no dia 24, um agravamento súbito da situação clínica obrigou ao regresso do antigo chefe de Estado à Unidade dos Cuidados Intensivos.

No dia 31 de dezembro, dia da última atualização feita pelo hospital sobre o seu estado de saúde, Mário Soares continuava em "coma profundo", mas "estável e com parâmetros vitais normais".

Mário Soares, que morreu hoje aos 92 anos, desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Morreu um guardião da democracia -- Carlos César

O presidente do Partido Socialista, Carlos César, afirmou que o ex-chefe de Estado Mário Soares, que hoje morreu, foi "um guardião da democracia", e considerou este um "dia triste" para o partido e para a memória coletiva do país.

"Não morreu um dirigente socialista, mas um grande português, um obreiro das liberdades, um guardião da democracia", afirmou à agência Lusa Carlos César, referindo que, "por isso, todos os portugueses, independentemente da sua condição partidária, estarão, certamente, associados neste momento numa manifestação coletiva de pesar e numa homenagem à memória de luta e à memória de concretização que representou a atuação política de Mário Soares e o seu comportamento físico ao longo destas últimas décadas".

Para Carlos César, o antigo Presidente da República é, "sem dúvida, a personalidade mais relevante da segunda metade do século XX e, em particular, depois de restaurada a democracia em Portugal".

O antigo Presidente da República morreu hoje aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

Mário Soares encontrava-se internado desde o dia 13 de dezembro, tendo sido transferido no dia 22 dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.

"É um dia triste para o Partido Socialista, para a nossa memória coletiva e para a democracia portuguesa, porque perdemos um dos seus principais lutadores e um dos seus principais obreiros", salientou Carlos César, também líder do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República.

Para o dirigente socialista, "Mário Soares foi decisivo no combate à ditadura e na adoção da democracia e do regime de liberdades públicas, na sua proteção em todos os momentos".

"Devemos-lhe não só a nossa condição de país democrático, como também a nossa condição de país europeu", declarou o presidente do PS, realçando que "foi pelas mãos de Mário Soares" que Portugal "se libertou de um isolamento que o condenou entre as nações" e "passou a ser um parceiro respeitado no exterior e ajudado por países amigos".

Carlos César acrescentou que todo o desempenho do ex-Presidente da República "foi não só decisivo para aquilo que hoje é o Partido Socialista como grande partido na sociedade portuguesa, mas sobretudo para aquilo que hoje é" Portugal, "um país incomparavelmente diferente e melhor do que era há 40, há 30 anos".

LUSA


ANTÓNIO COSTA. PM DE PORTUGAL EM VISITA À ÍNDIA




Costa recebido como “filho” numa visita com inédito caráter de Estado

O primeiro-ministro inicia no sábado uma visita de seis dias à Índia, que terá um inédito estatuto de Estado e durante a qual António Costa será distinguido formalmente como destacado membro da diáspora indiana.

A visita de António Costa está basicamente dividida em três fases distintas: Primeiro, em Deli, onde terá um carácter sobretudo institucional, com reuniões formais com as mais altas autoridades da Índia; depois em Bangalore e Ahmedabad com objetivos económicos e de cooperação tecnológica; e, por fim, Goa (Estado de origem do pai do primeiro-ministro), em que prevalecerão as componentes da História e da cultura.

Nesta deslocação, que será a primeira no plano oficial ou de Estado feita por um chefe do Governo português à Índia, António Costa estará acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros (Augusto Santos Silva), da Defesa Nacional (Azeredo Lopes), da Cultura (Luís Castro Mendes), da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Manuel Heitor), da Economia (Manuel Caldeira Cabral) e pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos.

Segundo fonte do executivo nacional, logo após a cerimónia de posse do atual Governo minoritário socialista, ainda em dezembro de 2015, o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, enviou um convite formal a António Costa para que visitasse o país.

Mais do que pela rapidez, esse convite surpreendeu principalmente pelo modo como foi transmitido o apelo, já que fugiu ao tradicional padrão diplomático ao incluir por escrito referências calorosas em relação ao novo líder do executivo português.

"António Costa é o primeiro chefe de um Governo europeu que tem origem indiana. O primeiro-ministro está a ser tratado pelas autoridades políticas de Deli como um filho da Índia", justificou a mesma fonte do executivo de Lisboa.

No sábado, na capital Deli, o programa do primeiro-ministro começa com uma deslocação ao Palácio Presidencial, onde haverá honras militares e serão entoados os hinos nacionais dos dois países, seguindo para o Memorial Mahatma Gandhi, ocasião em que António Costa depõe uma coroa de flores.

Neste primeiro dia, o primeiro-ministro participa numa conferência sobre parcerias para o século XXI, faz uma breve visita ao Museu Nacional de Nova Deli e regressa ao Palácio Presidencial para encontros com o vice-presidente da Índia, Mohammad Ansari, e com o chefe de Estado, Pranab Mukherjee.

Já ao fim da tarde, António Costa e o seu homólogo, Narenda Modi, têm o primeiro encontro formal, com assinatura de memorandos, obliteração de selos e declarações à imprensa, numa cerimónia em que está ainda previsto o lançamento da obra em língua inglesa, pelo Estado indiano, "O Signo da ira", da autoria de Orlando Costa, pai do primeiro-ministro português.

No domingo e na segunda-feira, o primeiro-ministro estará na capital tecnológica da Índia, Bangalore, onde se deslocará a um dos mais importantes centros mundiais de investigação e de fabricação de satélites, e participará numa conferência anual que inclui as figuras mais relevantes diáspora indiana.

Durante esta convenção, o Presidente da República da Índia distingue formalmente o primeiro-ministro, atribuindo-lhe o Prémio Pravasi Bharatiya Samman - um galardão destinado a homenagear as mais altas personalidades da comunidade indiana a nível mundial.

Na terça-feira, António Costa terá uma passagem de seis horas por Ahmedabad, capital do Gujarat (Estado natal de Gandhi e a zona de origem da maioria dos membros da comunidade indiana residente em Portugal), onde terá um programa eminentemente económico, seguindo ao fim da tarde para Goa.

Na antiga colónia portuguesa, António Costa terá contactos institucionais com as autoridades políticas deste Estado que passou a integrar a União Indiana em 1961, desloca-se ao Instituto Oceanográfico Nacional (que tem cooperação com os Açores), visita a zona monumental da Velha Goa e será alvo de uma homenagem no Palácio do Antigo Governador de Portugal - ocasião em que também vai ser homenageado uma vez mais o seu pai, Orlando Costa, com a edição em inglês de outro dos seus livros, este intitulado "Sem flores nem coroas".

António Costa visita ainda o Bairro das Fontainhas em Pangim, de arquitetura histórica portuguesa, assim como a Fundação do Oriente, onde atribui a medalha de mérito cultural (a título póstumo) a Paulo Varela Gomes.

Longe da comitiva de jornalistas, antes de iniciar o regresso a Portugal, o primeiro-ministro terá uma deslocação de caráter privado a Margão, onde se encontrará com familiares.

Jornal de Notícias


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