terça-feira, 7 de março de 2017

ASSIMILAÇÃO NEOCOLONIAL SEM PRECEDENTES!...


Martinho Júnior, Luanda 

1- Angola, que de acordo com Margareth Anstee ficou "órfã da guerra fria”, teve de se adaptar como pôde ao capitalismo neoliberal, cujas portas internacionais foram escancaradas com a"glasnost" anunciada em Bicesse a partir de 1990!...

O quadro fotográfico dessa “glasnost” imposta a partir do exterior a Angola, tirando partido do colapso dos aliados do Movimento de Libertação em África à excepção de Cuba, (ela própria no entanto remetida ao período especial), está exposto na galeria dos intervenientes em Bicesse como mais tarde nos Açores!

Em Bicesse fez-se pelas artérias neoliberais o que o Alvor não havia conseguido antes em prol dos interesses capitalistas da hegemonia unipolar!

Nos Açores um pré-aviso de guerra pairou como uma espada de Dâmocles, sobre a cabeça dos incautos, com o anúncio do Iraque como a próxima vítima do choque neoliberal logo a seguir!

Angola foi o “prato servido a frio” em Bicesse e, tal como o anfitrião Portugal, colocado também em flácida quarentena por via dos Açores!...

Angola. IGUALDADE ENTRE OS IGUAIS


Kumuênho da Rosa – Jornal de Angola, opinião

Entramos nos derradeiros dias do processo de registo eleitoral e actualização dos dados dos cidadãos maiores.

É comum por esta altura prepararem-se relatórios de balanço do que foi feito durante os últimos meses de actividade. Olhar para trás e fazer contas, já a pensar na próxima etapa. Mas o seguro morreu de velho, lá diz o ditado, e importa sempre ter a certeza de que ao chegarmos ao dia 31 de Março, data em que termina esta fase do processo eleitoral, estejamos todos em condições de celebrar mais uma conquista.

E para que possamos celebrar essa conquista, mais esta, se me permitem, tendo em conta o processo-maior de construção da nossa democracia, é preciso que antes mesmo do apito final saibamos todos quem é quem neste jogo. Como numa partida de futebol.

Pode parecer forçada a analogia, mas desde o início que andamos a chamar a atenção para que os intervenientes no processo tomem consciência do seu papel. Dizia que no futebol temos as equipas em campo, jogando por um resultado favorável, os árbitros, os apanha-bolas, o público, enfim. Mas temos algo que é fundamental. As regras do jogo.

Portugal. A AMEAÇA PODE ATINGIR TODOS NÓS


Atingimos um ponto em que temos de nos entender quanto ao significado das palavras honra, dignidade e pátria.

Baptista Bastos – Jornal de Negócios, opinião

A sociedade portuguesa vive numa condição de atrito moral poucas vezes visto porque raramente assumido. Há um manifesto desprezo pela coisa pública, e o pensamento, esse, parece dominado pela absorção dos valores. Há necessidade de se definir o desenvolvimento e o progresso social, mas as coisas são apenas definidas pelo fim da ideologia. Portugal vive um dos momentos mais gravosos, desde a democracia. Os valores mais fortes têm sido dizimados por uma casta que, nos jornais sobretudo, tenta impor uma nova ordem de pensamento. Estamos a chegar a um período em que os Estados já não são os promotores do desenvolvimento e do equilíbrio social. E a violência tende a substituir a ciência e o desenvolvimento. As guerras de posse atingiram um nível desusado, e a miséria, a fome e a destruição parecem ser os protagonistas de uma nova, e estranha, concepção de violência. O desprezo dos valores assume uma nova esquadria de entendimento, certamente poderoso, mas também certamente oneroso para a humanidade,

O caso Paulo Núncio merece uma reflexão mais prolongada. Recordemos que José Azevedo Pereira, antigo director-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, solicitou, por duas vezes, a Paulo Núncio, autorização para a publicação de dados sobre transferências de dinheiro para "offshores." Não obteve essas autorizações, acaso envolvido em compromissos indesculpáveis. Mas a demissão de Paulo Núncio não desculpa o governo de Passos-Portas, além do que a hipocrisia da direita, neste caso, como em outros, atinge as zonas da obscenidade.

Paulo Núncio afirmou que a responsabilidade da não divulgação de dados foi da Autoridade Tributária, depois culpou os computadores, e só quando Azevedo Pereira o desmascarou assumiu a culpa. Por outro lado, as declarações de Assunção Cristas sobre Paulo Núncio provêm de alguém que entende a dissimulação e o encobrimento como actos necessários em política. Ouvimos, pelas televisões, as declarações de alguns "comentadores", hoje promovidos a dirigentes da opinião pública, e ficamos hirtos de indignação. No nosso país, a indignidade e a desfaçatez atingiram carta de alforria, e quando se chega à conclusão de que o anterior governo mentiu aos portugueses, o assunto tem de ser investigado até às últimas consequências. Corremos o risco de começarmos a ser interpretados como componentes de uma república das bananas; mas "há sempre alguém que resiste, alguém que sempre diz não". Disse-o, melhor do que qualquer outro, Manuel Alegre. 

As coisas não vão ficar, certamente, por aqui, e atingimos um ponto em que temos de nos entender quanto ao significado das palavras honra, dignidade e pátria. De contrário, corremos o risco de soçobrar ante esta maré sobressaltada de oportunismo e venalidade. Não nos esqueçamos: todos estamos em perigo. 

MUNDO SÓ DE ALGUNS E PESADELO DE QUASE TODOS


Expresso Curto à tarde que saiu da “máquina” logo pela manhã, tirado por Cristina Figueiredo, lá do burgo do tio Bildberg Balsemão, que é uma seita que se reúne para se governarem uns quantos que têm por missão desgovernar a maioria. Democráticos, dizem-se eles. Pois. Então está bem.

Que o mundo gira num giro incessante. Coisa beatliana e rebuscada pela jornalista que nos tirou este curto (que é comprido). Pois. O mundo gira mas não está nada giro. Está todo contaminado por uma espécie a que chamam Um Por Cento. Com um nome tão feioso não podemos dali esperar coisas boas. Aliás, até parece nome de caneiro. Os tipos reinem-se e passado uns tempos há merda por todo o lado – menos no lado dos tipos porque aí é só ouro e mel. Tudo do melhor à conta dos que são empurrados para o pior. A lenga-lenga já está assim para durar há séculos. Democratas. Dizem-se eles. Pois.

Sobre o que está para trás estamos conversados. Nada de novo. Só aqui consta porque há cabeças-duras que ainda não equacionaram que assim é, nem vêem carneiro quando se miram ao espelho. Assim, lendo, ou ficam escamados mas passam a equacionar a “coisa” secretamente, ou equacionam num vaipe e passam a mudar de atitudes malignas, estúpidas. Pois. A esperança é sempre a última a morrer.

A morrer está esta abertura para o Curto tardio de hoje (quase sempre). Pronto. Finou-se. É cadáver. Passem já à cafeína servida pela jornalista de serviço, de sua graça Cristina. Pois.

Lembramos que se não viram façam força para ver o tal “Assalto ao Castelo”, têm tudo servido já mais em baixo. Assim é mais fácil para depois fazerem o desenho na parede. Até pode ser que entendam quanto não valem neste mundo que gira mas que não é nada giro. Mundo de uns e pesadelo de quase todos. Vá ler. (MM / PG)

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