segunda-feira, 31 de julho de 2017

NÃO HÁ QUEM POSSA COM O POVO DE HUGO CHÁVEZ




Carlos Aznárez

Escrevo esta nota com as entranhas e com toda a parcialidade que o momento vivido pelo continente exige. Comovido até o limite pela nova demonstração de sabedoria, valentia e entusiasmo com que o povo bolivariano brindou o continente. 

O que não fizeram nestes últimos meses os inimigos da paz para que este dia venturoso nunca chegasse? O que não gerou a maquinaria de morte e terror de uma oposição que hoje ficou esmagada por toneladas de votos para que as senhoras e o senhores ficassem paralisados nas suas vivendas e não saíssem a fim de cumprir com o mandato histórico de derrotá-los?

Recorreram a tudo: a querer matar de fome com o desabastecimento, a que crianças e idosos padecessem a falta de medicamentos elementares, só para por o chavismo de joelhos. Enquanto nos bairros e paróquias humildes de cada grande cidade surgiam filas (às vezes de desespero) para conseguir leite, farinha, pão ou papel higiénico, eles, os opulentos de sempre, jactavam-se de que nos seus bairros do Leste tudo lhes sobrava. Criminosos!

Quando essa maldita guerra económica já não lhes foi suficiente mobilizaram todo esse dinheiro que lhes chega aos milhões de Miami ou dos centros de poder ocidental adversos a essa Revolução que quiseram ver enterrada e geraram outro tipo de guarimbas [tumultos], mais letais, mais destrutivas, mais inimagináveis para qualquer pessoa com sentido comum.

Queimaram vivos seus próprios vizinhos, lincharam com forcas que recordavam o Klan estado-unidense, ou a golpes de tacos de beisebol. Assassinaram por toda a parte e "orgulharam-se" de fazê-lo porque para isso tinham e têm os meios hegemónicos do seu lado. Criminosos!

Hoje mesmo, desesperados porque o povo não lhes responde, destruíram máquinas de votação e atentaram com explosivos, ali em pleno centro dessa praça de Altamira que utilizam como santuário, a guardas nacionais bolivarianos. Sua proposta é sempre o terror e sentiam-se impunes até há pouco tempo, quando as Forças Armadas Bolivarianas (às quais tentaram em vão quebrar) ganharam as ruas para defender o povo.

A nível de pressão internacional, estes que hoje não sabem como explicar aos seus amos o que lhe aconteceu, também tiveram um acompanhamento descomunal. Não faltou ninguém no comboio da ingerência e da desestabilização. Desde Trump com suas sanções económicas e nova forma de bloqueio até as manobras de Almagro, da OEA, de Macri, Temer, Bachelet, Kuzinsky, Cartes, Rajoy, Felipe González e a mãe que os pariu. Todos e todas elas inscreveram-se na lista dos possíveis "reconstrutores" da Venezuela destruída pelos cães locais do ISIS. Imaginavam a Líbia e o Iraque, mas não perceberam que a Venezuela se parece com a vitoriosa Síria de Bachar e com o povo tornado exército.

Chegaram por fim a esta última semana, de bomba em bomba, de incêndio em incêndio, de ameaça internacional a discurso provocador. Puseram tudo o que tinham e mais ainda para que Caracas ardesse pelos quatro lados e para que alguns estados se fragmentassem em ilhotas "balcânicas" frente ao governo "tirânico" de Maduro. A CNN berrava mentiras, El País espanhol convocava, juntamente com Felipe González, um golpe militar. Patéticos!

Toda esta movimentação para que um povo não votasse. Parece piada, quando os que tanto apregoam a palavra "democracia" opõem-se agora a que o povo soberano emita um sufrágio. O que não fariam (já o sabemos, por experiência) se este povo farto de provocações decidisse tomar outros caminhos de auto-defesa!

Contudo, o famoso "Dia D" da MUD foi-se adiando hora a hora, a paralisação geral ficou chamuscada por falta de apoio, as barricadas do medo reduziram-se aos seus bairros e tanto destruíram que até os seus próprios estimuladores (os vizinhos que antes lhes abriam suas portas para que carregassem de gasolina suas molotov) começaram a afastá-los e a afastar-se. Um fiasco esta "resistência" que jamais deveria ter ousado apoderar-se dessa sacrossanta palavra dos nossos povos da Pátria Grande.

Até que chegámos a este domingo de júbilo para a democracia participativa. As pessoas saíram para votar desde as primeiras horas, ultrapassou [a capacidade de] alguns centros como o Poliedro de Caracas, cruzou rios e caminhou por montes (como em Táchira) para evitar os violentos, foram-se ajudando uns aos outros, mão com mão, fazendo da fraternidade um símbolo tal como os mercenários do MUD jamais haverão de conhecer. Essa sublime dignidade que não se forja no poder do dinheiro e sim no que o Comandante Eterno Hugo Chávez tanto repetia: "amor com amor se paga".

O voto foi em massa e a massa arrasou com toda a putrefacção que o império e os seus discípulos locais tentaram insuflar. Este domingo é de glória. Basta apenas ver a impotência nos rostos dos "comunicadores" do sistema. Fica reafirmada a Revolução, a liderança dos de baixo, os poderes comunais, a força indestrutível da unidade do povo e do exército, o mandato de Nicolás Maduro e sobretudo o legado de Hugo Chávez Frias. Todos elementos combinaram-se para que as mulheres e homens da Venezuela se sentissem mais bolivarianos do que nunca e se lançassem de mochila às costas para sair e votar. Vencedores, alegres e rebeldes, autênticos resistentes para impor a paz, gostem a quem gostar.

A partir de amanhã começa uma nova etapa, o inimigo planeará novas maldades mas está ferido na asa. E os que hoje jogaram o corpo para dizer presente à Revolução exigirão aprofundá-la, corrigir os erros, eliminar as barreiras burocráticas, eliminar os corruptos. Desejarão mais socialismo. Com tudo o que foi feito hoje, quem se animará a dizer-lhes que esperem, que ainda não é tempo? 

30/Julho/2017

O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org/... 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

FAZER CABEÇAS | Parágrafos com interesse e outros que nem por isso



Bom dia. Este já não é o Expresso Curto que trazíamos habitualmente aqui ao Página Global. Este é um artigo de opinião compilado do Expresso. É o que se segue. A tolerância e a perda de confiança no Expresso esgotou-se quando por aqui concluímos a mixórdia que naquela casa fizeram com a tragédia de Pedrógão Grande, em uníssono com o maioral compulsivamente mentiroso de nome Passos Coelho, do PSD. Assunção, do CDS, também andou a roçar-lhe nas ilhargas mas mesmo assim foi um pouco mais comedida. Facto que serve em abono da verdade mas não em abono dela e do partido que dirige.

Neste artigo de opinião que se segue, assinado por Cristina Figueiredo, pode e deve esperar de tudo. Dela como da grande média. Este sentimento resulta da falta de confiança que alastra relativamente à grande média e aos profissionais que a servem. Não são todos os profissionais, sabemos, mas são demasiados os que perderam, ou nunca tiveram coluna vertebral, muito menos miolos para assumirem a tão importante profissão de jornalistas com toda a integridade que se exige e não serem a voz do dono. Um jornalista deve ser aquele que procura intrinsecamente divulgar sem sofismas e com toda a independência factos ocorridos, sem dramatizações, sem vícios servis. Estatuto diferente já é este e todos os artigos de opinião. Cada um tem a sua. Que devemos respeitar. Independentemente de estarmos vigilantes sobre o opinado e o “fazer cabeças”.

Adiante. Aprendamos a saber ler nas entre-linhas e nas prosas daqueles que servem interesses que não são os coletivos, não são os das populações, não são os dos trabalhadores que são explorados e tantas vezes oprimidos, ameaçados e até despedidos por via de manhas que este sistema, dito democrático, permite aos que mais protege e a quem chamam (bem) “os do grande-capital”.

Recorrendo a António Aleixo:

P'ra a mentira ser segura 
e atingir profundidade, 
tem de trazer à mistura 
qualquer coisa de verdade.


Seguem-se parágrafos com interesse e outros que nem por isso. Saiba mais… se continuar a ler.

MM | PG

RESISTIR É VENCER | Venezuela: “O povo deu uma lição de coragem, de valentia”, diz Maduro



“Temos Assembleia Constituinte”, declarou o Presidente Nicolás Maduro perante centenas de apoiantes que se concentraram na noite deste domingo (madrugada em Lisboa) na Praça Bolívar, em Caracas, à espera dos resultados das eleições e comemorar a vitória, numa jornada marcada por muitos protestos da oposição em todo o país – o Ministério Público venezuelano refere que pelo menos dez pessoas morreram

Presidente da Venezuela elogia os venezuelanos pela "lição de coragem" e "maior participação histórica" nas eleições deste domingo para a Assembleia Constituinte.

"Temos Assembleia Constituinte (...), oito milhões (de votos) por entre ameaças (...), foi a votação mais grande que teve a revolução bolivariana em 18 anos. O povo deu uma lição de coragem, de valentia. O que vimos foi admirável", declarou Nicolás Maduro, perante centenas de apoiantes que se concentraram na noite de domingo (madrugada em Lisboa) na Praça Bolívar, em Caracas, à espera dos resultados das eleições e comemorar a vitória.

O Ministério Público venezuelano indica que pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, boicotada pela oposição, maioritária no parlamento.

As urnas deviam ter encerrado às 18h em Caracas (23h em Lisboa), mas poucos minutos antes deste limite o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que ia prolongar por mais uma hora as urnas de voto para as eleições da Assembleia Constituinte, "e sempre que haja eleitores à espera de exercer o direito de voto".

No domingo, foram chamados a votar mais de 19,8 milhões de venezuelanos para escolher os 545 membros da Assembleia Nacional Constituinte que vão redigir uma nova Constituição.

A escassas horas do fecho previsto das urnas, a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) – que recusou participar nas eleições – afirmou que apenas 12% dos eleitores tinham participado no ato eleitoral.

Por outro lado, o chefe de Estado venezuelano referiu-se às "pretensões insolentes" do Presidente norte-americano, Donald Trump, de "ditar normas, ordens" a Caracas, com advertências de que não reconhecerá os resultados.

"Que nos importa o que diga Trump. Importa é o que diz o povo soberano da Venezuela (...) aqui na Venezuela ordenam e mandam os venezuelanos, o povo valente", frisou.

Nicolás Maduro criticou ainda os países solidários com os venezuelanos, como o México, Panamá, Colômbia, Peru, Chile, Brasil e Argentina, mas que obedecem "às ordens do império" norte-americano.

A convocatória para a eleição foi feita a 1 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.

A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.

Lusa | em Expresso | Foto: Nathalie Sayago / EPA

Angola | Mbanza Kongo para Dia Nacional da Cultura




O 8 de Julho de 2017 vai ficar na História Cultural de Angola como o dia em que, pela primeira vez, uma área nacional é elevada a Património Mundial, Cultural e Material da Humanidade, pela UNESCO. O Centro Histórico de Mbanza Congo foi quem obteve, e por direito, este “nosso pioneiro” importante galardão.

Um marcante dia da Cultura Nacional que deve ser recordado e preservado.

Foram vários anos de luta burocrática e de inconsequentes e inacabados projectos para que Mbanza Congo chegasse a tão bom porto. É certo que coisas feitas à pressa acabam por resvalar no nada e no vazio. Talvez tenham sido bons estes desenvolvimentos desencontrados ao longo dos anos.

Mas, agora não nos basta ficar com o nome nos Patrimónios Mundiais da Humanidade se não protegermos, devidamente, a área protegida.

E isso tem custos e não são poucos.

Primeiro, há que educar e sensibilizar as populações locais e administrativas que não são possíveis alterações paisagísticas e estruturais à estrutura (área envolvente e física) que levou ao galardão; segundo há que preservar essa área; terceiro, há que dar e assegurar condições técnicas, como acessibilidades, estruturas hoteleiras, saneamento básico, e humanas, como formação de pessoal ligado à hotelaria, ao turismo, a administração pública de monumentos, etc.

É certo que tudo isto tem custos, e não são poucos. Mas havendo tudo isto, haverá um fluxo de turismo que irá suportar não só todos estes custos como, ainda, dará para desenvolver a cidade e toda uma região envolvente.

Mas este galardão acaba por não contemplar só o Centro Histórico de Mbanza Congo. Ao fazê-lo a UNESCO está, também, a alertar para a preservação e solidificação de todo um complexo antropológico e etnolinguístico, geográfico e histórico do antigo e ancestral Reino do Kongo que ocupava territórios de Angola, República Democrática do Congo, República do Congo e há claros vestígios da zona sul do Gabão, ainda que alguns recentes historiadores – principalmente entre os afro-brasileiros, e talvez não estejam tão errados (não esquecer que parte da História do reino é-nos transmitida por historiadores europeus baseados, muitas vezes, em deturpadas fontes orais) – admitam que os reinos que estavam estabelecidos onde hoje é o Gabão, seriam reinos suserados do Reino do Kongo.

Ainda que nos cinjamos à área galardoada como Património Mundial, não esqueçamos que esta é sede da região etnolinguística Bakongo (Ba – Os – Kongo – Caçadores), cuja língua é o kikongo que predomina entre a grande maioria dos habitantes da província do Zaire e de algumas áreas que se estendem até à província de Luanda.

Por tudo isto, é que todos nós teremos de preservar o que tanto nos custou conseguir: ser incluídos na vasta lista de áreas Património da Humanidade.

ANGOLA | Sondagem prevê que CASA-CE ultrapasse UNITA



A primeira grande sondagem às eleições de 23 de agosto aponta para a uma maioria absoluta do MPLA. A CASA-CE poderá tornar-se na primeira força da oposição. A UNITA não dá credibilidade ao inquérito.

João Lourenço poderá tornar-se no próximo Presidente de Angola se se confirmar a maioria absoluta, que deverá superar os 60%, segundo o inquérito político-social do Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela, em parceria com o Instituto Superior Politécnico Sol Nascente do Huambo e o apoio da Universidade Católica Portuguesa.

Apesar de prever mais uma vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Carlos Pacatolo, coordenador da sondagem, aponta para uma possível mudança no cenário político no país.

"A grande surpresa prende-se com o fato de a CASA-CE ter uma grande probabilidade de se posicionar como segunda força mais votada, com cerca de 19% das intenções de voto, embora a diferença em relação à UNITA, que fica com 15%, não seja estatisticamente significativa, o que pode estar associada à margem de erro. Mas, ainda assim, existe a possibilidade de a CASA-CE se tornar na segunda força com mais assentos no Parlamento", estima Carlos Pacatolo.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) já criticou o inquérito. O líder, Isaías Samakuva, considera que a amostra "não permite um apuramento sério da intenção de voto dos angolanos".

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