domingo, 6 de agosto de 2017

TIMOR-LESTE | QUANDO O PEQUENO SE FEZ GRANDE



Mário Motta, Lisboa

Timor-Leste já é o orgulho da CPLP no que diz respeito à vigência da democracia, às práticas democráticas em processo absolutamente normal. Assim foi reconhecido e pronunciado pela comunidade internacional que deu azo à notícia em Fevereiro passado: Timor-Leste lidera Índice da Democracia no sudeste asiático. Timor-Leste cresceu, fez-se grande após ter partido do quase nada, da exploração colonialista, da ocupação e da destruição massiva do ocupante indonésio em 1999. Para além de ter perdido cerca de 250 mil dos seus filhos assassinados pelas forças ocupantes da Indonésia. Foi um genocídio que está por julgar e condenar com justiça.

Que a democracia é um processo complicado e com muitas imperfeições é facto, mesmo assim é apresentada como o melhor que pode acontecer se na realidade os eleitos forem competentes e honestos – o que nem sempre acontece. Aliás, acabamos por descobrir que raramente acontece.

Os timorenses continuam a deparar-se com muitas carências alimentares e outras que apesar de básicas não são satisfeitas pelos governos. Falha o setor da saúde e outros mais. A corrupção é enorme, apesar de a justiça timorense atuar e até já ter condenado ministras e ministros a prisão efetiva, para além de outros ex-membros governativos, funcionários do aparelho da administração, etc.

Em cerca de apenas 15 anos de independência Timor-Leste consegue já ser exemplo positivo para muitos países daquela área geográfica, assim como de outras no mundo. Mas ainda muito há a fazer, a aperfeiçoar, a democratizar, a levar ao povo timorense que no interior e na grande urbe da capital é assolado pela pobreza e pela injustiça social. Temos de dar tempo ao tempo e os eleitos têm de atuar com maior incisão sobre os males que vitimam e estigmatizam muitos milhares de timorenses.

Como tem sido noticiado este ano aconteceram as eleições. Primeiro as presidenciais, vencidas por Francisco Guterres Lu Olo, da FRETILIN. Em 22 de Julho ocorreram as eleições legislativas. Não faltaram elogios aos processos eleitorais, apesar de algumas pequenas falhas que não afetaram a credibilidade dos mesmos.

Das eleições legislativas saiu vencedora a FRETILIN, com mais 1.100 votos que o CNRT. Com mais um assento para deputado que o CNRT. Xanana Gusmão, presidente do CNRT,  disse que considerou em sua análise que o castigo dos eleitores ao não votarem como de costume no CNRT significou que o partido tem falhado. Demitiu-se do cargo. Outros dirigentes demitiram-se por arrasto. Em breve haverá o congresso que voltará a pôr o CNRT nos carris preferidos por Xanana Gusmão. Será ele certamente a continuidade na presidência CNRT.

A análise de Xanana e a sua demissão não é mais nem menos que a intenção de proceder a uma “limpeza” no partido. E assim afastar dos lugares de liderança e chefia alguns elementos que deixou de aprovar.

Xanana sabe que o CNRT não conseguiu mais votos porque a FRETILIN se remodelou e deu mostras disso aos eleitores timorenses. Também não obteve mais votos porque Taur Matan Ruak formou um novo partido, o PLP, que lidera a partir de ter deixado de ser presidente de Timor-Leste. O PLP conseguiu eleger 8 deputados. A FRETILIN 23 deputados. O CNRT 22 deputados. O PD, fundado pelo falecido Lasama Araújo, 7 deputados, e o novo partido no Parlamento, o KHUNTO, elegeu 5 deputados.

Mari Alkatiri será o novo primeiro-ministro de Timor-Leste, em aliança com outros partidos que não o CNRT. E é exatamente disso que Xanana foge. Não quer aliar-se num acordo com o partido maioritário, a FRETILIN, em notória desvantagem eleitoral. Quando sabe que outros partidos políticos estão dispostos a celebrar acordos com a FRETILIN. Naturalmente que quer ser oposição, fazer a “limpeza” que pretende no CNRT e ressurgir renovado. Pelo menos em teoria. 

Certo é que a nova geração de políticos timorenses continuam a marcar passo e à espera de poderem liderar os destinos do país sem as sombras dos já velhos líderes que tanto lutaram pela libertação e independência do país nas várias frentes de combate. O seu tempo chegará. Provavelmente dentro de dez anos. Se não pouco antes.

Por seu lado Xanana Gusmão quer ressurgir com um novo fulgor e assim deixar à nova geração um CNRT forte. Vamos ver se consegue. É que os velhos líderes já estão na casa dos mais de 70 anos e outros exatamente a pisarem essa “meta” de idade. Verdade também é que os timorenses crêem muito mais neles que nos da nova geração. Mentalidade e prática que vai ter de mudar.

Taur Matan Ruak é um dos mais novos velhos líderes, atualmente com 61 anos. Fundou um partido que colhe absoluta aceitação. Tanto assim que passados poucos meses da sua formação efetiva, com Taur já livre da presidência da República, elege 8 deputados e passou a ser a terceira força político-partidária no Parlamento. Para Taur foi pouco, quase uma desilusão – embora não o confesse – mas o feito foi relevante, quer ele queira quer não. E agora, ao que parece, já aceita ser deputado do PLP em representação dos que o elegeram para isso. Antes anunciou que não seria deputado e ficaria a orientar a vida do PLP. Facto é que os que depositaram nele confiança não foi para isso mas sim para que ponha a sua voz e a sua sabedoria na defesa dos que o elegeram para o Parlamento. Assim será, se corresponder à verdade que recuou na sua decisão de ficar fora do Parlamento.

Sobre Timor-Leste podem ler a seguir três peças de notícias da Lusa, as mais recentes que nos chegaram. No entanto, se estiverem interessados, sugerimos o Timor Agora na secção em português. Está lá quase tudo sobre o que acontece no país, em tétum e em português. Compilações de notícias que muito agradecemos às respetivas fontes. Opiniões de timorenses que fazem parte do coletivo que colabora com Timor Agora. Opinião em tétum mas também em português.

Aproveite este link e boa leitura no Timor Agora. Estão convidados, depois de continuarem aqui a ler. (MM = AV)

Moçambique | É PREOCUPANTE NOSSA PROPENSÃO À CORRUPÇÃO



@Verdade | Editorial

Não é necessário um aturado estudo para perceber o quanto a corrupção tem vindo a ganhar proporções alarmantes neste país, basta olhar para os lados. Aliás, quase todos os dias, são reportados casos de corrupção envolvendo particularmente os dirigentes moçambicanos, e a ideia que sobressai é de que somos um país de corruptos incorrigíveis.

A imagem que transmitimos é de que somos um país onde os roubos e os saques aos cofres do Estado tornaram-se numa prática reitirada. E, diante de todos esses casos, desde a burla qualificada da EMATUM, Proindicus e MAM até às comissões no negócio da compra de aeronaves da Embraer pela LAM, tudo indica que alguns moçambicanos têm vocação para o roubo ou saque do erário.

Os 42 anos de governação da Frelimo têm sido marcados por actos de corrupção, desde o nível de base até ao pessoal do topo. Este é único resultado visível do Governo da Frelimo nos últimos tempos e, como consequência disso, milhares de moçambicanos estão condenados a uma vida miserável. Quando a situação parece controlada, através do Gabinete de Combate à Corrupção, eis que somos surpreendidos com casos bastantes revoltantes. O pior de tudo é que o Gabinete de Combate à Corrupção tem estado a ocupar-se dos pilha- -galinhas ou a fazer ouvidos moucos para situações realmente preocupantes.

O caso envolvendo os membros da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Ponta de Ouro é apenas mais uma situação de milhares que têm acontecido a nível de todo o país. Há muito que se sabia que a Polícia na Ponta de Ouro, no distrito de Matutuíne, vinha extorquido e maltrado os turistas. Foi necessários residentes daquela zona, cuja dinâmica da vida e a sobrevivência dependem, em certa medida, da afluência de turistas, revoltarem- se para que o Comando Geral da PRM tomasse a medida de temporariamente suspender as actividades dos efectivos naquele ponto do país.

Esta medida que parece bem-vinda deveria, na verdade, culminar com a expulsão dessa corja de indivíduos que tirava o sossego da população e dos turistas naquela parcela do país. Não se pode continuar a manter na corporação pessoas com propensão ao roubo e a extorsão de cidadãos que dia e noite luta para ganhar o seu sustento de forma honesta.

É importante que se diga que também existem um bando de corruptos em quase todas as instituições públicas e de Estado. Deveria-se também começar por suspender definitivamente o Governo da Frelimo, pois ele é o culpado por enraizamento e o promotor da corrupção neste país.

TUDO PARA QUEM PODE, QUER E MANDA | VILANAGEM EM MOÇAMBIQUE NÃO SE FARTA



Administração da Electricidade de Moçambique teve aumento salarial de 60% auferindo cerca de 1 milhão de meticais mensais

O Conselho de Administração(CA) da empresa pública Electricidade de Moçambique(EDM) aumentou as suas remunerações, durante o ano passado, em mais de 60 por cento auferindo, cada um dos sete administradores, cerca de um milhão de meticais mensais, num ano em que o aumento aumento salarial decretado pelo Governo para sector foi de 13,3 por cento.

“No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro, as remunerações auferidas pelo Conselho de Administração ascenderam a 152.307.801 meticais” pode-se ler no Relatório e Contas de 2016 da EDM.

Este valor é repartido em 51.116.737 meticais pagos para a pensão dos membros do CA e 101.191.064 meticais relativos aos 12 meses de salários.

Comparativamente a 2015, em que os salários do Conselho de Administração totalizaram 62.729.133 meticais mais 31.512.014 meticais, o @Verdade apurou um aumento de 61% num ano em que o aumento decretado pelo Governo para sector de produção, distribuição de electricidade foi de 13,3 por cento.

No mesmo período a remuneração dos 3.892 trabalhadores da Electricidade de Moçambique cresceu somente 28 por cento.

O Conselho de Administração da EDM é presidido Mateus Magala que é co-adjuvado pelos Administradores Executivos Carlos Alberto Yum, Noel Joaquim Govene, Aly Sicola Impija e Maria de Fátima Serra Ribeiro Arthur. Fazem ainda para do órgão Edgar Cossa, como Administrador Representante do Governo, e Henrique Anuário, na qualidade de Administrador Representante dos Trabalhadores no Conselho de Administração.

Adérito Caldeira | @Verdade

`Título PG

Brasil | DIÁRIO DE PORTO ALEGRE: 190 ANOS


"Onde a imprensa é livre e todo homem é capaz de ler, tudo está a salvo." - Thomas Jefferson (1743-1826)
  
Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite* | Porto Alegre | Brasil
    
Neste ano de 2017, a imprensa gaúcha completou 190 anos de existência. No dia 1º de junho de 1827, começou a circular o “Diário de Porto Alegre”, o primeiro jornal da Província de São Pedro (RS). Criado sob a proteção do presidente, o brigadeiro Salvador José Maciel (1781-1853), era impresso em duas páginas e media 13 x 29 cm. De circulação diária, com exceção dos domingos e feriados, o título do periódico foi uma homenagem a capital gaúcha. O jornal começou a ser vendido a 40 réis na loja de José Justiniano de Azevedo, estabelecido à Rua da Praia nº 85, atual Rua dos Andradas.
                                                                                            
A circulação do “Diário de Porto Alegre” se tornou possível devido à participação dos franceses Dubreuil e Estivalet, respectivamente impressor e tipógrafo, em seu país de origem, que desertaram, durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828), das tropas do Gen. argentino Carlos Maria de Alvear (1789-1852). Segundo o primeiro cronista de Porto Alegre, Antônio Álvares Pereira Coruja (1806-1889), os soldados franceses apareceram na Província “ainda de fardeta argentina“.

O primeiro redator e administrador do jornal foi João Inácio da Cunha, seguido por Vicente Ferreira Gomes (1805-1837), cuja alcunha era “Carona”. Este último - jornalista de ideias liberais - foi biografado, de forma brilhante, pela jornalista Célia Ribeiro no Livro “O Jornalista Farroupilha / Vicente Ferreira Gomes“ (2012). O periódico trazia, em suas páginas, atos oficiais do governo da Província, notícias acerca do comércio e navegação e anúncios variados, incluindo os de venda e aluguel de escravizados.

Na realidade, o primeiro prelo a funcionar, na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, foi a Imperial Tipografia do Exército, trazida do Rio de Janeiro pelo Marquês de Barbacena (1772- 1842), que acompanhava as forças sob o seu comando na Guerra da Cisplatina (1825-1828). Esta imprimiu apenas dois boletins de guerra e uma proclamação, pois durante a Batalha do Passo do Rosário, em 20 /02/1827, foi apreendida pelas forças inimigas.

A Tipografia Rio-Grandense, responsável pela impressão do Diário de Porto Alegre, localizava-se na Rua da Igreja nº 113, atual Duque de Caxias. Comprada, em 1821, por meio de subscrição pública, no Rio de Janeiro, sob o patrocínio do governador Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun, esta chegou a Porto Alegre, no dia 04 de agosto de 1822, a bordo do bergantim Reino Unido. De acordo com Sérgio da Costa Franco, em seu livro lançado, em 2012, “Porto Alegre Ano a Ano / Uma cronologia histórica 1732/1950”, passaram-se cinco anos, para que, finalmente, o prelo imprimisse nosso primeiro jornal, que circulou até 30 de junho de 1828, totalizando 292 edições.

Esta demora é atribuída, por alguns pesquisadores, ao fato de que não havia ninguém, na Província, capacitado para colocar em funcionamento o mecanismo tipográfico. Outra explicação quanto ao atraso, em publicar o nosso primeiro jornal, justifica-se pela prisão, por motivos políticos, do governador e seu envio para o Rio de Janeiro.

A história do surgimento da imprensa no Rio Grande do Sul esteve, por longo tempo, envolta de equívocos históricos, que somente, em março de 1941, a partir da publicação do trabalho, “A origem da Imprensa no Rio Grande do Sul”, do pesquisador e jornalista Nestor Ericksen, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande Sul, ano XXI, puderam ser elucidados por meio de fontes fidedignas.

Infelizmente, de acordo com a pesquisa de Ericksen, uma coleção completa do Diário de Porto Alegre, doada pelo Dr. Alfredo Varela (1864-1943) para o Arquivo Histórico do Estado, encontra-se desaparecida desde os anos 70, embora os procedimentos jurídicos de averiguação, que, na época, foram devidamente efetivados.
                                                          
* Pesquisador e coordenador do setor de imprensa do Musecom

Bibliografia:
ERICKSEN, Nestor. O Sesquicentenário da Imprensa Rio-Grandense. Porto Alegre:  Sulina, 1977.
FRANCO, Sérgio da Costa, ROZANO Mário (org.) Porto Alegre Ano a Ano/ Uma cronologia histórica 1732/ 1950. Porto Alegre: Letra & Vida, 2012.
MIRANDA, Marcia Eckert; LEITE, Carlos Roberto Saraiva da Costa. Jornais raros do Musecom: 1808-1924. Porto Alegre: Comunicação Impressa, 2008.
VIANNA, Lourival.  Imprensa Gaúcha (1827-1852). Porto Alegre: Museu de Comunicação Social   HJC, 1977.

Brasil | MADE IN MEIRELLES | Por que mídia esconde o escândalo do BankBoston?



Instituição, presidida por Henrique Meirelles, é acusada de corromper agentes da Receita para sonegar R$ 509 milhões em impostos. Nenhum destaque nos jornais — talvez para proteger o comandante da agenda de retrocessos

Altamiro Borges, em seu blog | Outras Palavras, em Outras Mídias*

No último 21/7, o juiz Vallisney Oliveira acolheu a denúncia movida pelo Ministério Público Federal no âmbito da ofuscada Operação Zelotes contra o BankBoston, que já foi presidido por Henrique Meirelles, atual czar da economia do covil golpista de Michel Temer. Segundo a denúncia, o poderosa instituição internacional pagou cerca de R$ 25 milhões a uma organização criminosa para obter vantagens em processos que tramitavam no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo o despacho do juiz, “foram verificados diversos atos de corrupção, gestão fraudulenta, desvio de dinheiro da instituição financeira e lavagem de dinheiro relacionados a casos de compensação, encerramento ou revisão de autos de infração/créditos tributários em favor do BankBoston/Itaú, mediante a intervenção da organização criminosa”.

O escândalo não ganhou as manchetes dos jornalões e nem foi motivo de comentários ácidos na tevê – talvez porque a mídia privada esteja hoje totalmente associada ao setor financeiro, dependendo dos seus empréstimos e anúncios publicitários. As poucas notinhas que saíram sobre o caso também evitaram citar o nome de Henrique Meirelles. A revista Época, por exemplo, até mencionou alguns dos envolvidos nesta operação em matéria sem maior destaque postada nesta segunda-feira (24). Ela destaca que os pagamentos das propinas “ocorreram entre 2006 e 2015, beneficiando o grupo criminoso que atuava no Carf, composto à época de conselheiros do próprio órgão, como José Ricardo da Silva e outros funcionários”.

COM OS CUMPRIMENTOS DE TRUMP | Dumbo, uma das (muitas) ferramentas da CIA



WikiLeaks

Hoje, 03/Agosto/2017, a WikiLeaks publica documentos do projecto Dumbo, da CIA. O Dumbo é uma ferramenta com capacidade para suspender processos que utilizam webcams e corromper quaisquer registos de vídeo que pudessem comprometer uma instalação PAG (Physical Acesse Group). O PAG é um ramo especial dentro do Center for Cyber Intelligence (CCI); sua tarefa é obter e explorar acesso físico a computadores alvo no campo de operações da CIA.

O Dumbo pode identificar, controlar e manipular sistemas de monitoração e detecção num computador alvo com sistema operativo Microsoft Windows. Ele identifica dispositivos instalados como webcams e microfones, tanto localmente ou por dispositivos sem fios conectados (Bluetooth, WiFi) ou redes cabladas. Todos os processos relativos aos dispositivos detectados (habitualmente registo, monitoração ou detecção de fluxos de vídeo/áudio/redes) são também identificados e podem ser travados pelo operador. Ao deletar ou manipular registos o operador é ajudado ao criar evidências falsas ou destruir evidências reais da operação de intrusão.

Portugal | TRÊS BADALADAS E UM BALDE DE CAL. E OS BURROS SOMOS NÓS?



Bom dia. Bom domingo, se possível. Ora aqui está uma boa notícia, seguida de uma que se perfila ser má, e de outra que é pura campanha eleitoral de uma tal Albuquerque de má memória que se olha ao espelho e se vê como a maioria não a vê: uma insofismável servidora da alta finança em detrimento dos que são explorados e excluídos, o povoléu. Sim, é essa tal Maria Luísa, ex-ministra da Troika e do alemão Schaubler merkeliano, neonazi…

A boa notícia vem por conta do ministro Vieira da Silva. Crescem as contribuições para a Segurança Social. Talvez que se crescerem mais ainda aquele ministro possa olhar para as reformas de miséria de muitos idosos que começaram a trabalhar e a serem explorados ainda crianças mas que agora merecem coices e pouco mais dos governantes que não param de aumentar o fosso entre pobres e ricos, ou entre pobres e muitos que usufruem de reformas imorais, escandalosas. Evidentemente que podemos esperar sentados, a indiferença dos eleitos manifesta-se permanentemente e muitas das vezes quando aumentam as reformas vergonhosamente baixas. Tais “aumentos” nem são o correspondente a tomar um café por dia (60 cêntimos), o que significaria 18 euros a mais nas reformas… Tenham vergonha, senhores ministros e outros das ilhargas. Para os que trabalharam e foram explorados uma vida inteira nunca há verbas suficientes… Para “salvar” bancos e banqueiros já há milhares de milhões, pagos por todos nós.

Do Notícias ao Minuto, a boa notícia… Siga os links e aceda aos originais, se quiser.


As contribuições para a Segurança Social cresceram mais de sete por cento nos últimos dois meses e em julho esse crescimento foi de 7,85 por cento, segundo o ministro da tutela em entrevista ao Diário de Noticias.

Segundo o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, este é um sinal de crescimento do emprego que já não acontecia há muitos anos.

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A má notícia. Muito calor é igual a mais fogos. Portugal a arder todos os dias. É uma calamidade. Cabe aqui homenagear os bombeiros que lutam contra um inimigo que nos consome. Homens e mulheres de coragem que merecem toda a nossa estima, todo o nosso reconhecimento. Obrigado, soldados da paz.


Quatro distritos de Portugal continental e a costa sul da ilha da Madeira estão hoje sob 'aviso amarelo' devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o Instituto, os distritos de Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob 'aviso amarelo', até às 21:00 de hoje, devido ao tempo quente.

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Agora é hora da Maria. Último apontamento que vos permitirá ligarem-se ao Notícias ao Minuto e ler mais sobre o que diz a senhora ex-ministra. Tanto quanto se sabe ela foi professora de Passos… Não admira que o aluno se tenha revelado com a estirpe que todos tivemos oportunidade de sentir na pele, no estômago vazio, na carteira, enfim, na miséria para que contribuiu grandemente para nos atirar de uma penada depois de ter sido eleito à custa de tanta mentira proferida. Bem, mas isso era caso para uma análise psicológica profunda a Passos. Que já revelou ser um mentiroso compulsivo é verdade. E o que mais revelaria o relatório dessa análise psíquica? Nem dá para imaginar. Que é certo que existem sociopatas na política, como em outros setores, isso é real. E Passos?

Continuando, para bingo, para acabar em Beleza (olha quem!), digo, em Maria Luís Albuquerque, aqui fica a tal parceira do arauto do Diabo (que os carregue). Ela suspira pelas reformas troikistas a quem sempre serviu e continua a servir.

Leia junto a um copo com água. É que a senhora diz umas quantas certas para depois extrapolar e entrar na profunda ficção com que eleitoralmente apanha incautos, otários, imbecis e pobres esquecidos.


A vice-presidente do PSD, Maria Luís Albuquerque, defendeu hoje que esta é a altura ideal para o governo realizar as reformas que o país necessita, porque "há espaço orçamental" e "maior compreensão de Bruxelas".

”Este é o momento em que de facto as reformas deviam estar a ser feitas, porque agora há espaço orçamental, porque agora há maior compreensão de Bruxelas, porque agora não temos aqui a troika a respirar-nos no pescoço a cada três meses e a dizer o que podemos fazer e o que não podemos fazer", sustentou.

Durante a apresentação da candidatura de Joaquina Domingues à Câmara de Fornos de Algodres, Maria Luís Albuquerque sublinhou que o país tem todas as condições para as reformas poderem ser levadas a cabo, fruto do esforço dos portugueses nos últimos anos e do trabalho realizado pelo anterior governo de coligação PSD/CDS-PP.

Fim. Bom dia. Bom domingo. Boa semana, se conseguirem que assim aconteça. Completa esta parte com três badaladas e um balde de cal. E os burros somos nós…


MM | PG

RACISMO | "O relançamento do CDS no debate do RSI só tem um nome: atacar ciganos



Francisco Louçã acredita que há uma agenda no anúncio do relançamento do debate sobre Rendimento Social de Inserção (RSI) por parte do CDS-PP. No seu espaço de comentário da SIC Notícias, o antigo líder do Bloco de Esquerda indica que CDS pretende voltar a “atacar os ciganos”.

O CDS-PP anunciou na segunda-feira que iria pedir uma discussão no plenário do Parlamento sobre o decreto do Governo que determina novas regras para o Rendimento Social de Inserção (RSI), que deverá acontecer em setembro, na última semana de campanha eleitoral para as autárquicas.

No seu espaço de comentário da SIC Notícias, Francisco Louçã refere que esta decisão é “obviamente uma forma de atacar várias comunidades de pobres, entre elas a comunidade de ciganos”.

“Já no governo PSD/CDS imensas pessoas, 160 mil, foram retiradas do RSI com pretextos deste tipo, que ‘não merecem’”, afirmou, sublinhando que em causa não está o número de pessoas que recebe este subsídio. “São pouco mais de 200 mil pessoas”, acrescentou, “são pessoas que recebem cerca de cento e poucos euros”, uma ajuda mínima concedida mediante algumas regras para casos de pobreza extrema.

Portugal | O VALOR DO TRABALHO DETURPADO



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

A insistência na ideia, continuamente propagada na opinião pública, de que a sociedade portuguesa se pode desenvolver desvalorizando o trabalho significa a persistência numa mentira e é uma idiotice.

A propósito de um pré-acordo entre a Administração da Autoeuropa e a respetiva Comissão de Trabalhadores (CT) - rejeitado pela esmagadora maioria dos trabalhadores - surgiu, num dos principais canais de televisão, uma notícia exemplar quanto à forma míope como são abordadas as questões do trabalho. Em rodapé, aparecia uma percentagem de votantes na rejeição superior àquela que a pivot do noticiário ia transmitindo oralmente. Esta foi desenvolvendo o tema e a determinada altura acrescentou que a proposta da Administração significava que o "valor proposto pela Administração", no que diz respeito ao trabalho suplementar aos sábados, corresponde ao pagamento daquele trabalho "150 euros acima do valor estabelecido na lei". Não se percebeu qual o período temporal tido em conta para determinar esse valor.

Na notícia não foi dito quanto é reduzido, pela proposta da Administração, o valor até agora praticado, foi ignorado que a contratação/negociação coletiva realizada entre as partes tem força de lei e sustenta as condições de trabalho e salários ali praticados, não se identificou o conjunto de matérias do pré-acordo, mas foi sendo insinuado que os trabalhadores podem estar a pôr em risco aquele importante exportador da economia portuguesa. Nenhum comentário foi feito sobre a grande capacidade negocial que as partes envolvidas têm tido ao longo do tempo (esta não foi a primeira vez que os trabalhadores rejeitaram um pré-acordo), sobre as condições laborais dentro da empresa e o valor aí criado, sobre como a Autoeuropa se tem posicionado dentro do grupo e da competição internacional e quais os seus planos estratégicos. Naquela notícia o sucesso da empresa foi resumido à compressão salarial. Tudo o que está acima de mínimos estabelecidos na lei foi considerado, de forma absurda e/ou ignorante, como privilégio dos trabalhadores.

Congresso adverte Trump que sancionar Venezuela pode afetar economia dos EUA



O Congresso dos Estados Unidos enviou uma carta ao Presidente do país, Donald Trump, advertindo-o sobre os efeitos imediatos que pode ter para a economia norte-americana a eventual imposição de sanções à Venezuela afetando o setor petrolífero.

"A Venezuela é o terceiro maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, depois do Canadá e da Arábia Saudita. Cerca de 90% do petróleo venezuelano importado para os Estados Unidos é processado na Costa do Golfo. O transporte dessa quantidade de petróleo aumentaria os custos para refinar, reduziria a eficiência e aumentaria os preços dos combustíveis para os consumidores", explica o documento, publicado na Internet.

"Partilhamos a sua preocupação sobre a intenção do Governo da Venezuela com a formação de uma Assembleia Constituinte para reescrever ostensivamente a Constituição, o que consolidaria ainda mais poder do Presidente Maduro e faria corroer os vestígios das instituições democráticas", sublinham.

Contudo, segundo os congressistas, as sanções poderiam "desestabilizar os mercados de petróleo a nível mundial, aumentar os preços mundiais do petróleo, e fortalecer as economias do Irão e da Rússia".

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