domingo, 17 de setembro de 2017

UMA LIÇÃO ECONÓMICA PARA A CHINA E A RÚSSIA



Paul Craig Roberts

Haverá alguém no governo Trump que não seja imbecil? 

Depois de anos de infindáveis ameaças militares contra a Rússia – recordem o vice-director da CIA Mike Morell a dizer na TV (Charlie Rose show) que os EUA deveriam começar a matar russos para enviar-lhes uma mensagem, e do chefe do Estado Maior do Exército Mark Milley a ameaçar "Nós bateremos vocês mais duramente do que alguma vez já foram batidos antes" – agora o secretário do Tesouro Steven Mnuchin ameaça a China. Se a China não obedecer as novas sanções de Washington à Coreia do Norte, Mnuchin diz que os EUA "aplicarão sanções adicionais sobre eles [China] e os impedirão de avaliar os EUA e o sistema internacional do dólar" .

Eis portanto o insolvente (broke) governo dos EUA com US$20 milhões de milhões (trillion) em dívida pública, tendo de imprimir moeda com a qual comprar seus próprios títulos, a ameaçar a segunda maior economia do mundo, uma economia em termos de paridade de poder compra que é maior do que a economia estado-unidense.

Tome uns instantes para pensar acerca da ameaça de Mnuchin à China. Quantas firmas dos EUA estão localizadas na China? Não é só a Apple e a Nike. Sanções à China significariam que firmas dos EUA não poderiam vender seus produtos fabricados na China nos EUA ou em qualquer parte fora da China? Pensa que corporações globais dos EUA defenderiam isto?

E se a China respondesse pela nacionalização de todas as fábricas dos EUA e de todos os bancos possuídos pelo ocidente na China e em Hong Kong?

Mnuchin é como a imbecil Nikki Haley. Ele não sabe quem está a ameaçar.

Considere a ameaça de Mnuchin de excluir a China do sistema internacional do dólar. Nada poderia fazer mais dano aos EUA e mais bem à China. Um enorme montante de transacções económicas simplesmente sairia do sistema dólar, reduzindo seu âmbito e importância. Ainda mais importante, isto finalmente começaria a fazer entender aos governos chinês e russo que ser parte do sistema dólar é um passivo maciço sem benefícios. A Rússia e a China deveriam há anos atrás ter criado o seu próprio sistema. Ser parte do sistema de Washington simplesmente permite a Washington fazer ameaças e impor sanções.

A razão porque a Rússia e a China são cegas quanto a isto é que elas loucamente enviam estudantes para os EUA a fim de estudarem ciências económicas. Estes estudantes retornam com o cérebro completamente lavado com teoria económica neoliberal, "junk economics" na expressão de Michael Hudson. Esta teoria económica americana torna economistas russos e chineses em bonecos (stooges) americanos de facto. Eles apoiam políticas que servem Washington ao invés dos seus próprios países.

Se a China e a Rússia quiserem ser países soberanos, eles devem rezar para que o imbecil Mnuchin os corte fora do sistema dólar que os explora. Nessa altura a Rússia e a China terão de por em prática o seu próprio sistema e aprender teoria económica real ao invés da propaganda que posa como ciência económica e serve os interesses de Washington. 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

Portugal | PRODUTIVIDADE E SALÁRIOS



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Não é difícil adivinhar que o debate em torno do Orçamento do Estado será bastante constrangido pelo peso da dívida e pelo espartilho das regras orçamentais da União Europeia (UE), que restringem a capacidade de recuperação do investimento e a implementação de serviços públicos de qualidade. Tal constatação desafia o Governo a procurar argumentos e propostas que se distanciem dos fundamentalismos da UE. Por outro lado, confirma a necessidade de tornar a questão da dívida num tema constante da agenda política. Em Portugal ele deve ser persistentemente estudado e polemizado de forma dinâmica e ativa.

Há, entretanto, neste tempo de debate orçamental, outras sombras preocupantes a necessitarem de mais exposição e debate.

Congratulamo-nos com os números do crescimento económico e do emprego, mas interrogamo-nos pouco acerca do tipo de crescimento e de emprego criado. Tudo indica que a recuperação da atividade económica e do emprego está a ser acompanhada por uma significativa alteração da estrutura da economia. O peso de setores de baixa produtividade e baixos salários (agricultura, serviços às empresas, alojamento, restauração, etc.) no emprego e no produto está a reforçar-se. Em consequência, não obstante o aumento da produtividade noutros setores, nomeadamente na indústria, a produtividade agregada, ou seja, a produtividade média observada no conjunto dos setores de atividade privada estagnou. Este facto ajuda a perceber a razão pela qual o ritmo de crescimento do emprego é superior ao ritmo de crescimento do produto e porque os salários, em média, se mantêm estagnados.

Este padrão de crescimento intensivo em trabalho mal remunerado é alimentado, fundamentalmente: i) pelo desemprego que se mantém elevado; ii) pela reconfiguração regressiva das instituições que enquadram as relações de trabalho, desde logo a imposição de um quadro legislativo que fragilizou os trabalhadores e diminuiu e empobreceu a negociação coletiva; iii) por impactos decorrentes de manipulações e práticas perversas presentes nos processos migratórios.

O DIABO DAS BOCAS PREVALECE



Passos anunciou-se: "Vem aí o diabo." Outra vez? Querias!

Mário Motta, Lisboa

Da Lusa em Sapo 24, as notícias para quem não as viu ou gosta muito de ler sobre coisas de interesse e/ou futilidades.

MARCA DE TRAMPA

Passos reclama para o seu primado governativo “uma marca de água”… Só se for água do esgoto, pestilenta, choca e cheia de resíduos malignos, de trampa.


O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, desafiou hoje o primeiro-ministro a dar explicações, em Viseu, sobre obras programadas e não concretizadas no distrito, e defendeu que existe "uma marca de água" da gestão social-democrata.

PCP INCITA A “PORTAREM-SE MAL”

O arco da governação - que tem sido o arco da desgraça - incitado pelo PCP a “portar-se mal” e a reporem os 25 dias de férias na função pública. Na pública e na privada, era só votarem em consonância na AR. Bonito incitamento, mas só isso, eles andam a pensar é em encurtar ainda mais os dias de férias, como perfeitos neoliberais que são… Talvez alguns, do PS, nem tanto.


O secretário-geral do PCP desafiou hoje PS, PSD e CDS-PP a reporem o direito dos trabalhadores da função pública a 25 dias de férias, prometendo que as autarquias CDU vão repor essa situação aos seus trabalhadores em 2018.

PASSOS A VER-SE AO ESPELHO

Passos, o labrego doentiamente neoliberal - a razar o fascismo - que desgraçou milhões de portugueses em prol dos ricos passarem a ser mais ricos, classifica Costa de sectarismo e mesquinhez. Credo, o labrego decerto que se estava a ver ao espelho!


O presidente do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de "sectarismo e mesquinhez" sem paralelo na história democrática portuguesa ao dizer "nada" sobre o papel do anterior Governo na subida do 'rating'.

ARMÉNIO INEVITÁVEL

Arménio, da CGTP, referiu-se ao facto da subida do tal rato dos truques capitalistas, perdão, “rating”, dizendo que era inevitável o nojento subir. Pois claro, a resposta era inevitável, como foi inevitável que os servidores do atual capitalismo selvagem tivessem de ceder e fazer só agora o que já deviam há tempos ter feito: subir o rato que roí a soberania dos povos e dos países com criações de caca que por eles são manipuladas para cumprirem a máxima  de “os ricos cada vez mais ricos...”. Os tais que criam crises para enriquecerem muito mais. Inevitável, senhores vampiros.


O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou hoje que face à evolução positiva da economia portuguesa, era "inevitável" a melhoria do 'rating' atribuído à República Portuguesa pelas agências de notação financeira.

UNITA À LA PALICE

Não há volta a dar, a UNITA, em Angola, anuncia que vai ocupar o parlamento com os seus deputados eleitos. Pois claro, nem outra coisa havia a fazer, até os que neles votaram vomitavam, para além de os eleitos passarem a ver menos kuanzas nas suas contas bancárias. Seria motivo de divórcio para os deputados casados. Ai, ai. Afinal a UNITA deu uma de La Palice, disse o que é evidente. Mas que raio de notícia.


O maior partido da oposição em Angola, a UNITA, anunciou hoje que os seus deputados eleitos nas legislativas de agosto assumirão os lugares no Parlamento, uma decisão tomada dias depois de o Tribunal Constitucional ter validado as eleições.

BARCELONA INDEPENDENTE… E O NEOLIBERAL NORTE EM PORTUGAL, NÃO?

Os de Barcelona continuam na deles, querem a independência. E são muitos a quererem isso mesmo, Os castelhanos andam numa fona a trabalhar para evitar a separação da importante "praça financeira" da chamada Espanha, dali saem impostos e mais impostos para os castelhanos… Ora assim não pode ser, “mas qual independência da galinha dos ovos de ouro?” teimam os de Castela. Pois.

Num aparte é de acrescentar que o norte de Portugal também um dia vai tentar o mesmo contra os “mouros” do sul. Já ameaçaram por várias ocasiões. E andam sempre a chorar porque sustentam os calaceiros do sul. Pois, como se fosse verdade... Tá bem, dêxa.


Mais de 700 autarcas da Catalunha reuniram-se hoje em Barcelona para demonstrar união pela realização do referendo independentista, convocado para 01 de outubro, mas suspenso pelo Tribunal Constitucional de Espanha.

Por hoje basta, isto, estas “bocas” são só um “ensaio”. Tudo e mais alguma coisa no SAPO 24 com a LUSA – ou vice-versa. Vão lá, porque há muito mais.

UE nauseabunda e asquerosa | Governos europeus investem no tráfico de refugiados



José Goulão [*]

Aqueles que se proclamam faróis dos direitos humanos financiam terrorismos com o dinheiro dos contribuintes e varrem o problema dos refugiados para debaixo do tapete, tratando-os como lixo.

Não é oficial, porém é uma verdade comprovada: governos europeus financiam redes de traficantes no Norte de África para tentarem impedir que os refugiados cheguem às costas europeias.

A muitos poderá parecer indigno que damas e cavalheiros tão apessoados, fluentes como ninguém na homilia dos direitos humanos, assertivos sem rival no discurso da guerra contra o terrorismo, sejam capazes de untar as mãos de senhores da guerra, da tortura e do terror com o dinheiro dos contribuintes. Eles lá sabem por que o fazem, dirão alguns; pois bem, também nos convém apurar o que eles fazem, para melhor os conhecermos para lá da farpela e do verbo.

Há poucas semanas, o governo italiano, tão democrático que até veste as cores do Partido Democrático, um braço político da NATO situado "à esquerda" no "arco da governação", enviou dois credenciados espiões para negociar com os cappos da família mafiosa Dabashi, que têm quartel-general em Sebrata, no território que outrora se designou Líbia e hoje é considerado um "Estado-falhado", melhor dizendo, um não-Estado. Situação que resulta da operação devastadora conduzida por uma aliança militar não disfarçada entre a NATO e grupos terroristas ditos "islâmicos" das linhagens Daesh e Al-Qaida.

A família Dabashi é um exemplo de empreendedorismo orientado pelo mais elevado sentido da modernidade, extraindo proveitos múltiplos e gordos do caos implantado no território da antiga nação, que chegou a ser uma das mais prósperas de África.

Dois irmãos repartem a chefia do clã: um comanda a milícia Al-Ammu, ou Brigada do Mártir Annas al-Dabashi, constituída por cinco centenas de mercenários e parcialmente financiada pelo Ministério da Defesa de um governo sediado em Tripoli, o de Fayez al-Sarraj, reconhecido pela ONU e dito de "união nacional".

Existem pelo menos outros dois governos na antiga Líbia, enovelados entre centenas de milícias, grupos terroristas, gangues mafiosos, bandos de mercenários, traficantes multifacetados e empresas privadas de segurança. O outro irmão Dabashi chefia a Brigada 48, esta financiada pelo Ministério do Interior do mesmo governo.

As duas organizações mafiosas Dabashi obtêm as suas receitas mais compensadoras através do tráfico de refugiados. Administram campos de concentração para encafuar milhares de seres humanos que fogem das guerras fomentadas pela NATO e seus principais Estados membros no Médio Oriente, Eurásia e África, ora alegando combater ora apoiando grupos terroristas; nesses campos ditos "de acolhimento", a tortura, os abusos sexuais e as privações de necessidades mínimas como alimentação, saúde e higiene fazem parte do quotidiano e são métodos corriqueiros para extorquir os bens aos fugitivos como pagamento de viagens em embarcações que mal navegam com destino mais do que duvidoso às costas mediterrânicas europeias.

"Foi com estes empresários, expoentes de um neo-humanismo cada vez mais na moda, que os dois agentes secretos enviados de Roma se sentaram para negociar, e ao que parece com êxito."

QUEM DOMINA A AMÉRICA?



A elite do poder na era Trump

James Petras

Nos últimos meses, vários sectores políticos, económicos e militares competidores – ligados a diferentes grupos ideológicos e étnicos – emergiram claramente como os centros de poder.

Podemos identificar alguns dos competidores chave e centros entrelaçados da elite do poder: 

1. Propagandistas do mercado livre, com a presença generalizada do grupo "Israel First".
2. Capitalistas nacionais, ligados a ideólogos de direita.
3. Generais, ligados à segurança nacional e ao aparelho do Pentágono, bem como à indústria da defesa.
4. Elites dos negócios, ligadas ao capital global.

Este ensaio tenta definir os detentores do poder e avaliar a amplitude e impacto do seu poder.

A elite do poder económico: Israel-Firsters e presidentes da Wall Street

Os Israel Firsters dominam as posições económicas e políticas de topo dentro do regime Trump e, de modo interessante, estão entre os opositores mais vociferantes da administração. Estes incluem: a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, bem como seu vice-presidente, Stanley Fischer, um cidadão israelense e antigo (sic) governador do Banco de Israel.

Jared Kushner, genro de Trump e judeu ortodoxo, actua como seu conselheiro principal em Assuntos do Médio Oriente. Kushner, um magnata imobiliário de Nova Jersey, posicionou-se como o arqui-inimigo dos nacionalistas económicos do círculo próximo de Trump. Ele defende todo o poder israelense e a captura de terra no Médio Oriente e trabalha estreitamente com David Friedman, embaixador dos EUA em Israel (e apoiante fanático dos colonatos ilegais judeus) e Jason Greenblatt, representante especial para negociações internacionais. Com três Israel-Firsters a determinar a política do Médio Oriente, não há sequer uma folha de figueira para equilibrar.

O secretário do Tesouro é Steven Mnuchin, antigo executivo da Goldman Sachs, que lidera a ala neoliberal de livre mercado do sector da Wall Street dentro do regime Trump. Gary Cohn, durante muito tempo influente na Wall Street, encabeça o National Economic Council. Eles constituem o núcleo dos conselheiros de negócios e lideram a coligação neoliberal anti-nacionalista de Trump comprometida a minar políticas económicas nacionalistas.

Uma voz influente no gabinete da Procuradoria-Geral é Rod Rosenstein, o qual nomeou Robert Mueller como investigador chefe, o que conduz à remoção de nacionalistas da administração Trump.

O padrinho visionário da equipe anti-nacionalista de Mnuchin-Cohn é Lloyd Blankfein, presidente da Goldman Sachs. Os "Três banksters Israel First" estão a encabeçar o combate para desregulamentar o sector bancário, o qual tem devastado a economia, levou ao colapso de 2008 e ao arresto de milhões de lares e negócios americanos.

A elite "Israel First" do livre mercado estende-se por todo o espectro político dominante, incluindo democratas no Congresso, liderados pelo líder da minoria no Senado, Charles Schumer e o responsável democrata do Comité de Inteligência da Câmara, Adam Schiff. Os Israel Firsters do Partido Democrata aliaram-se aos seus irmãos do livre mercado para pressionar por investigações e campanhas de mass media contra apoiantes do nacionalismo económico de Trump e o seu expurgo final da administração. 

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