segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Portugal | RECADO AO PEDRO




Eu vou-te avivar a memória, já que não te lembras daquilo que fizeste quando eras Primeiro Ministro.

A primeira medida que tomaste foi o aumento do IVA, recordas?

Dessa medida resultou a falência de milhares de PMEs e o desemprego de milhares de trabalhadores.

Milhares de pequenos empresários ficaram sem meio de vida, cheios de dívidas viram-se obrigados a entregar casas aos bancos e a pedir esmola.

Conheci vários que se mataram dentro das empresas em desespero porque como eram empresários nem direito tinham a um subsídio de desemprego.

O desemprego disparou para níveis nunca vistos neste país.

As IPSSs, a Cáritas e outras organizações de Solidariedade Social não tinham mãos a medir para atender pedidos de ajuda de famílias inteiras que sem apoios da Segurança Social estavam a passar fome e desesperadas sem conseguirem fazer face ás despesas básicas.

Milhares de famílias foram atiradas para a rua, despejadas das suas casas pela Banca, por senhorios e pelas Finanças através de penhoras por dívidas ao Estado, quando muitas dessas dívidas eram de valor inferior ao valor real das habitações.

Depois vieram os cortes nas pensões de reforma, no complemento solidário para idosos, nas pensões de viuvez, nos abonos de família e nas pensões não contributivas como por exemplo no RSI que cortaste a torto e a direito sem olhar a quem e sem apelo nem agravo.

Aumentaste o IMI, começaste a cobrar IUC sobre veículos independentemente de estarem ou não em circulação, chegando ao ponto de cobrares esse imposto a quem nem carro tinha ou sobre veículos já abatidos há anos.

Aumentaste impostos na gasolina, no gasóleo, no tabaco, nas bebidas alcoólicas, aumentaste as portagens e todos esses aumentos foram reflectir-se no aumento do custo de vida que como é óbvio foi mais sentido pelas classes sociais mais frágeis e carenciadas.

Criaste as taxas moderadoras e com essa medida muitos idosos deixaram de ir ao médico ou aos hospitais.

Fechaste Centros de Saúde, Maternidades e Hospitais e muitos idosos morreram por falta de assistência médica, mas também jovens e parturientes morreram por falta de cuidados médicos.

Doentes oncológicos viram as suas cirurgias adiadas e sem cuidados continuados.

Doentes crónicos ficaram sem médicos de família e sem comparticipação em medicamentos imprescindíveis ao tratamento das suas doenças.

Lembras-te dos doentes com Hepatite C a quem negaste um medicamento que podia salvar vidas e mesmo curar?

Deu até azo a manifestações populares na AR que a tua amiga Assunção Esteves reprimiu e mandou deter alguns doentes que se manifestavam indignados e com razão!

Não eram suicidas mas tu querias bem lá no fundo que fossem para poupares algum. Fazia-te jeito para ficares bem visto perante a Troika e a tua amiga Merkel.

Fechaste escolas e fizeste dos professores e das suas vidas gato sapato, obrigando-os a andar em Bolandas sem saberem o que fazer e onde ir!

Mudaste Freguesias, alteraste comarcas, encerraste Tribunais e deste com os juízes e advogados em doidos com a porcaria do sistema Citius todo baralhado.

Esqueceste essa cena?

Eu lembro-te.

Dessa confusão resultaram prejuízos para empresas, para cidadãos e para todo o país que nunca mais se vai recuperar!

Pais que perderam a guarda dos filhos conheci 19, 5 mataram-se.

Fora os que não conheço e olha que não conheço muita gente.

Mães que se viram sem as pensões de alimentos por culpa da baralhada com o Citius foram milhares.

Uma era professora e o filho era deficiente.

Atirou-se da varanda de um hotel.

Mas também houve mães que envenenaram os filhos e a seguir mataram-se porque não tinham nem emprego nem apoios e nem ajuda de psicólogos.

Sabes Pedro, moro em Almada.

Fui obrigada a vir morar para aqui.

Não, não foi culpa tua.

As coisas neste país já não estão bem há muitos anos.

Realmente apanhaste o país num grande caos económico, mas mesmo assim se fosses honesto e um bom gestor terias evitado cortar onde mais doeu!

Os cortes atingiram os mais fracos e para recuperar um país começa-se por por ordem nas finanças públicas cobrando impostos aos que não pagam.

Mas para o fazeres, para cobrares aos que sempre fugiram aos impostos terias de começar por ti, não é assim?

E depois os teus amigos e financiadores não iriam gostar nada de terem de alargar os cordões à bolsa.

Mas como te dizia, vim viver para Almada há uns anos e sabes, aqui temos uma Ponte onde todos os dias durante o teu governo assistimos a muitos suicídios.

E também temos o Metro que não é subterrâneo, é como um eléctrico sabes?

Pois volta e meia para não dizer uma a duas vezes por semana, lá se tinha de chamar o INEM por causa de um velhote ou velhota que "escorregava" e caía à linha!

E quantos eu vi a chorar de vergonha por serem apanhados no supermercado a guardar uma lata de salsichas ou de atum na mala ou num bolso do casaco!

E outros a sairem da farmácia sem aviar a receita porque a reforma tinha encolhido e os filhos tinham-se mudado lá para casa e estavam desempregados e sem subsídios de desemprego!

Sabes Pedro, sabes qual é o teu mal?

Teres tido um pai fantástico e uma mãe que tudo te desculpou.

Os anos de cabulice, as más notas no liceu, as noitadas na vadiagem, a vida boémia, as drogas, a pouca ou nenhuma vontade de estudar ou trabalhar e a falta de respeito por toda a gente.

Tu não tens noção da quantidade de vidas que deste cabo ao longo da tua vida, não só nos quatro anos em que te tivemos de aturar como Primeiro Ministro, mas desde que te conheci quando vivias na Rua República da Bolívia.

Tenho pena de não ter adivinhado naqueles anos naquilo em que tu te irias transformar!

A sério Pedro.

Naquele dia em que chamei a PSP de Benfica e evitei que a malta do Bairro do Charquinho te desse um arraial de porrada, se eu tivesse adivinhado no que te irias transformar, eu tinha fechado os olhos e fingido que te tinhas atirado da varanda do quinto andar.

Teria evitado tanta coisa, até ouvir as alarvidades que continuas a atirar pela boca fora.

Tantos anos depois e continuas a ser o mesmo chulo que conheci na nossa adolescência e juventude.

Olha Pedro, queres um conselho?

Reforma-te da política e mete uma rolha na boca ou um dia destes apareces suicidado nalguma esquina da vida.

É que nem todos os que te conhecem bem são tão pacíficos e compreensivos como eu e como a malta que te aparou as pancas lá em Benfica, tu sabes bem na casa de quem.

Espero que a Laura recupere depressa da maldita doença.

Ela não merece tanto sofrimento!

E se um dia nos voltarmos a cruzar nalguma rua de Lisboa vira o rosto, para que eu não me sinta tentada a sujar as minhas mãos na tua cara.

É que eu tentei duas vezes o suicídio por tua causa quando me vi atirada para a rua sem qualquer apoio e a lutar contra o cancro e sem ajuda psiquiátrica.

Não acertei na dosagem.

Não tinha de ser.

Quem sabe o que a vida me reserva?

Talvez me reserve a felicidade de te ver a ti Pedro e aos teus amiguinhos (tu sabes a quem me refiro) atrás das grades e a pagares pelos milhares de vidas dos que se suicidaram ou tentaram em desespero por vossa causa!

Assino o nick com que me conhecias: Nini Nilo

*Em Facebook, Mário CamposMaria Henriques e outros

Os dois partidos apoiam o rearmamento dos EUA contra a Rússia



Manlio Dinucci*

Os Democratas, que diariamente atacam o republicano Trump por suas declarações belicosas, votaram no Senado juntamente com os Republicanos pelo aumento em 2018 do orçamento do Pentágono de 700 bilhões de dólares, 60 bilhões a mais do que o próprio Trump pediu.

Acrescentando os 186 bilhões anuais para os militares reformados e outros itens, a despesa militar total dos Estados Unidos chega a cerca de um trilhão de dólares, um quarto do orçamento federal.

Foi decisivo o voto unânime do Comitê de questões militares, formado por 14 senadores republicanos e 13 democratas. O Comitê sublinha que “os Estados Unidos devem reforçar a contenção da agressão russa: a Rússia continua a ocupar a Crimeia, a desestabilizar a Ucrânia, a ameaçar os nossos aliados da Otan, a violar o Tratado sobre mísseis de curto e médio alcance, conhecido como Tratado INF (sigla em inglês), e a sustentar o regime de Assad na Síria”.

Também acusa a Rússia de conduzir “um ataque sem precedentes aos nossos interesses e valores fundamentais”, em particular através de “uma campanha voltada para minar a democracia americana”. Uma verdadeira declaração de guerra, com a qual o alinhamento bipartidário motiva o fortalecimento de toda a máquina bélica estadunidense.

Eis alguns itens da despesa militar para o ano fiscal de 2018 (iniciado em 1° de outubro de 2017): 10,6 bilhões para adquirir 94 caças F-35, 24 a mais do que a administração Trump pediu; 17 bilhões para o “escudo antimísseis” e a atividade militar espacial, 1,5 a mais do que a cifra pedida pela administração; 25 bilhões para construir mais 13 navios de guerra, 5 a mais do que a administração demandou.

CHINA | Xi Jinping elogiado por “travar golpe” de facção do PCC



O presidente da Comissão Reguladora de Valores da China, Liu Shiyu, afirmou sexta-feira que uma facção do Partido Comunista (PCC) conspirava para tomar o poder e enalteceu o Presidente chinês, Xi Jinping, por travar “o golpe”.

Liu, que falava durante um painel de discussão no XIX Congresso do PCC, afirmou que Xi salvou o partido, informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP).

Entre os líderes da suposta facção, Liu Shiyu destacou Sun Zhengcai, antigo chefe do PCC no município de Chongqing, que era visto como candidato a ser um dos líderes máximos da China ao longo da próxima década.

Sun foi expulso do Partido e está a ser investigado por corrupção.

O director do órgão regulador citou ainda o antigo ministro do Comércio Bo Xilai e o antigo chefe da Segurança Pública Zhou Yongkang, ambos condenados à prisão perpétua.

“Eram altamente corruptos e planeavam usurpar a liderança do Partido e o poder do Estado”, afirmou.

Liu referiu ainda, na intervenção, Ling Jihua, ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao.

“A liderança central, com o secretário-geral Xi como núcleo, salvou o Partido, o exército e o país durante os últimos anos. [Xi] salvou o socialismo”, afirmou Liu.

No final do ano passado, o responsável pelo órgão máximo de disciplina do partido, Wang Qishan, visto como o segundo líder mais poderoso da China, disse que alguns altos quadros do PCC tentaram apoderar-se da organização.

A campanha anticorrupção lançada por Xi, após ascender ao poder, em 2013, castigou mais de um milhão e meio de funcionários públicos e investigou 440 altos quadros do regime.

Observadores consideraram que as afirmações de Liu sugerem que a expulsão da organização e condenação à prisão perpétua dos nomes mencionados tiveram também motivos políticos, e expõem a existência de lutas internas no PCC.

Hoje Macau

Macau | O RETORNADO



João Luz | Hoje Macau | opinião

Matéria, energia, pessoas e corpos celestes seguem um percurso que os impele a volver. Seja de uma forma cíclica ou esporádica, o retorno é quase uma inevitabilidade de tudo o que é dinâmico, de tudo o que vive. Regressar a Portugal pela primeira vez foi uma das viagens mais densas em termos emocionais e psicológicos que fiz, como se tivesse condensado um ano em três semanas de nostalgia fresca.

Macau adicionou um factor de distorção temporal e significado à minha vida, ao ponto de achar ser possível ter saudades do que nunca vi e de sentir familiaridade esvair-se de uma ferida conhecida.

Rumei para a Ásia há pouco tempo, mas parece que sempre estive cá. Por outro lado, o retorno a Lisboa trouxe reflexões novas. Talvez seja pensamento em excesso, algo curável com um trabalho braçal que não implique reflexão. O facto é que cidade onde morei nas últimas duas décadas continuava lá, alva e suja em simultâneo, paradoxal como sempre. O Largo da Severa, o Vale do Silêncio, a Almirante Reis, o Tejo a anunciar a margem sul. Mesmo o uterino Alentejo adquiriu um travo de irrealismo banhado a luz intensa.

Pode uma pessoa perder-se em lugares que conhece? Onde está o meu torrão, a minha quota-parte de terra? Nenhum pedaço de planeta é meu, porém, até a Marte me arrogo. Sou um “cosmofundiário”, tudo me pertence em parceria com todos, ao mesmo tempo que não sou dono de absolutamente nada. Vistas bem as coisas, vivemos todos este socialismo de alma territorial alargado às estrelas, tornando as fronteiras em conceitos aberrantes e contranatura, imbecilidades que ignoram a força do grande íman que nos puxa e repele.

Redes sociais acolhem debates e comentários sobre situação política em Timor-Leste



Díli, 23 out (Lusa) - A incerteza sobre o futuro político de Timor-Leste e os cenários em jogo no caso da queda do Governo, depois do chumbo parlamentar do programa, estão a marcar os debates políticos do país.

Uma situação que se torna particularmente evidente nas redes sociais, especialmente no Facebook, que nos últimos meses têm sido um dos principais palcos de debate político, com muitos dirigentes partidários e políticos, instituições públicas e privadas e cidadãos a usarem perfis para defender as suas posições.

Essa tendência aumentou significativamente durante as campanhas para as eleições presidencial e parlamentar deste ano e tornou-se novamente "acesa" no fim de semana, depois de a oposição ter aprovado um primeiro chumbo do programa do Governo.

A dominar o debate nos últimos dias está a questão dos cenários que se colocam ao país no caso de a oposição voltar a chumbar o programa do Governo que, o executivo disse estar a rever para voltar a apresentar aos deputados.

No caso do segundo chumbo, o Governo cai e cabe ao Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, decidir se convida outro partido a formar Governo, se avança para um Executivo de iniciativa presidencial ou se opta por eleições antecipadas.

A oposição tem vindo a insistir no primeiro cenário argumentando que as três forças que chumbaram o programa do Governo - Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) - se uniram numa Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) capaz de garantir estabilidade governativa, que acusam o atual Governo minoritário de não ter.

Parlamento timorense aprova voto de pesar pelas vítimas em Portugal



Díli, 23 out (Lusa) - O Parlamento Nacional timorense aprovou hoje um voto de pesar e solidariedade para com as vítimas dos incêndios em Portugal, enaltecendo os "homens e mulheres heroicos" que se juntaram aos bombeiros no combate às chamas.

"Fustigados pela tragédia, os portugueses uniram-se na luta contra a calamidade e, lado a lado, combateram os fogos com coragem e entrega total", refere o texto aprovado por unanimidade.

"Neste momento de dor e consternação, o Parlamento Nacional exprime pesar e endereça sentidas condolências às vítimas e famílias e quer homenagear os homens e mulheres heroicos que combateram o fogo, expressando solidariedade para com o povo português", acrescenta.

O texto recorda que esta foi a segunda vez este ano que Portugal "foi assolado por fogos florestais fatídicos", com mais de 443 fogos a deflagrarem no norte e sul do país no dia 15 de outubro, "tornando este dia num dos mais negros e trágicos da história recente de Portugal.

No voto de pesar o Parlamento timorense recorda os mais de 40 mortos, as várias dezenas de feridos e a "perda inestimável de um vasto patrimonial florestal" causados pelos fogos que destruíram ainda inúmeras casas e edifícios fabris e agrícolas.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

ASP // FV.


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