Pequim está "extremamente
descontente" com o plano dos Estados Unidos de desenvolver cooperação
militar com Taiwan e alerta Washington que ação pode desestabilizar a região,
disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, nesta quarta-feira (25).
Em maio, o Comitê de Serviços
Armados do Senado dos EUA publicou um relatório sobre o orçamento de defesa do
próximo ano, que incluía uma seção sobre o fortalecimento da cooperação militar
com Taiwan, inclusive exercícios militares conjuntos e venda de armas,
aumentando a presença militar dos EUA no Mar da China Oriental. O Senado
aprovou o projeto em junho, mas o documento ainda deve passar pelo crivo da
Câmara dos Deputados.
"A China está extremamente
descontente e aponta um forte protesto contra as disposições acima
mencionadas relativas ao PRC [República Popular da China, nome formal do país]
no plano dos EUA para os gastos de defesa para o ano fiscal de 2019",
disse Geng em uma entrevista coletiva.
Segundo o porta-voz, se o projeto
for aprovado, isso prejudicará a confiança e a cooperação entre a China e
Estados Unidos, ao mesmo tempo em que ameaça a estabilidade no Estreito de
Taiwan.
"A China exorta os Estados
Unidos a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e o princípio de um 'jogo de
soma zero' ao remover o conteúdo negativo em questão do documento para apoiar o
desenvolvimento de relações bilaterais interestatais e não interferir
nele", acrescentou Geng.
aiwan, situada em um grupo de
ilhas a sudoeste da China continental, deixou de fazer parte do estado chinês
em 1949. Embora os contatos comerciais e não-oficiais entre os dois lados
tenham sido retomados no final dos anos 80, a China recusa relações diplomáticas
com qualquer país que reconheça Taiwan como um Estado.
Os Estados Unidos estão entre os
países que não reconhecem Taiwan como um estado independente. O governo dos EUA
declarou que encerraria todos os laços políticos com Taiwan após o comunicado
conjunto de 1979, mas continuaria a manter relações econômicas e culturais
através do Instituto Americano em Taiwan.
Em 2015, o então presidente
Barack Obama aprovou um pacote de venda de armas para Taiwan no valor de US$
1,83 bilhão, enquanto seu sucessor, Donald Trump, assinou o Taiwan Travel Act,
permitindo que autoridades dos EUA viajassem para a ilha e visitassem
as autoridades de Taiwan.
Sputnik | Foto AFP/Sam Yeh
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