As Nações Unidas apelam às forças
políticas são-tomenses para que as eleições marcadas para 7 de outubro decorram
com "transparência e credibilidade".
Lançamos um apelo a todas as
forças políticas deste país para que as eleições que terão lugar no dia 07 de
outubro se desenrolem nas condições da paz, estabilidade, transparência e de
credibilidade", disse o representante especial do secretário-geral da ONU
para a África Central, François Fall, num comunicado emitido na sexta-feira
(17.08).
O diplomata das Nações Unidas foi
recebido pelo Presidente são-tomense Evaristo Carvalho, no âmbito de uma missão
de auscultação junto das autoridades locais, dos partidos políticos e a
sociedade civil organizada.
"Tomamos, com grande
satisfação, boa nota da vontade das autoridades de convidarem observadores
internacionais para assistir a estas eleições, o que denota a vontade do
governo de organizar as eleições de forma transparente", disse François
Fall à imprensa à saída do encontro com o chefe de Estado.
O enviado especial de António
Guterres garantiu que as Nações Unidas "estão determinadas a dar todo o
apoio necessário" ao processo eleitoral, razão pela qual fornece
assistência para o reforço das capacidades das instituições encarregues de organizar
o escrutínio.
"Vamos encontrar com os
partidos políticos. Pensamos que a nossa missão será frutífera para vermos com
as coisas se desenrolam no terreno. Estamos encorajados com os preparativos em
curso", acrescentou.
"Como sabem, estamos nas
vésperas das eleições legislativas e das eleições locais e recebemos do senhor
Presidente da República a garantia quanto à boa preparação dessas
eleições", explicou.
Insegurança em São Tomé
A deslocação a São Tomé do
enviado especial do secretário-geral da ONU acontece cerca de 15 dias depois do
governo são-tomense afirmar que impediu uma "ação
terrorista" que visava o sequestro do Presidente da República, do
presidente da Assembleia Nacional e a eliminação física do primeiro-ministro e
chefe do Governo.
"Nesta operação foram
detidos por enquanto três indivíduos de nacionalidade espanhola e dois cidadãos
nacionais", indica o Governo, num comunicado do Conselho de Ministros.
Em junho, o Governo também tinha
anunciado a detenção do deputado do maior partido da oposição, o Movimento de
Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, Gaudêncio Costa,
ex-ministro da Agricultura, e de Ajax Managem, um sargento da Forças Armadas,
por "tentativa de subversão da ordem constitucional".
"Aproveitamos essa
oportunidade para transmitir a preocupação das Nações Unidas na sequência das
informações de desestabilização contra o governo", referiu François Fall, reafirmando
que a ONU "se opõe a toda a forma de violência, a toda a forma de se
chegar ao poder pela força".
Agência Lusa | Deutsche Welle
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