Analistas angolanos não colocam
de lado mais “ataques” entre as alas afectas a José Eduardo dos Santos e João
Lourenço no seio do MPLA, partido no poder em Angola, mas admitem, também, que
não devem colocar em causa nem o partido nem o Presidente da Repúbica.
Na sexta-feira, 7, a deputada do MPLA
Welwitschia dos Santos “Tchizé” acusou o Comité Central do partido no poder de
golpe baixo e de estar a fazer tudo para afastá-la do congresso porque os
dirigentes “têm medo” dela.
“Eu sou, talvez, a única
militante com coragem para ir ao congresso e pôr em causa e impugnar isso que
está a ser proposto e que estão a fazer um golpe baixo para eu não ir ao
congresso”, afirmou a filha de José Eduardo dos Santos, ao reagir à decisão
tomada no mesmo dia pelo Comité Central, de a suspender do órgão e de lhe abrir
um processo disciplinar.
O consultor jurídico e
coordenador da Plataforma para a Cidadania, Walter Ferreira, considera que a
briga entre João Lourenço e a Tchizé dos Santos “não vai pôr em causa o futuro
do MPLA, nem mesmo a governação de João Lourenço”.
Por seu lado, o politólogo Rui
Kandove diz que a suspensão vem mostrar um claro braço-de-ferro entre João
Lourenço e a família Dos Santos.
“Depois do congresso, quando tudo
ficar claro, certamente os ataques à governação podem intensificar-se”,
adverte.
Kandove admite que, num
eleitorado cuja maioria possui entre 18 e 40 anos, com estes “ataques” Tchize
dos Santos pode conseguir apoios à sua luta.
Coque
Mukuta | VOA – Voz da América
Sem comentários:
Enviar um comentário