EUA solicitaram formalmente que
Alemanha, França e Reino Unido se juntem à missão no golfo Pérsico para
"combater a agressão iraniana", comunicou a embaixada dos EUA em
Berlim, mas o pedido foi recusado pelo governo alemão.
"Pedimos formalmente que a Alemanha nos ajude a proteger o estreito de Ormuz e a combater a agressão iraniana, juntamente com a França e o Reino
Unido", afirmou uma porta-voz da embaixada à agência alemã DPA,
na terça-feira (30).
Entretanto, a Alemanha já
rejeitou a proposta de "pressão máxima" dos EUA. Questionado sobre a
solicitação formal dos EUA, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha
revelou para a Sputnik que Berlim não está considerando seriamente a proposta
norte-americana.
"Os EUA apresentaram
recentemente o seu conceito de uma missão de observação naval no golfo Pérsico
a vários aliados, incluindo a Alemanha, e solicitando que participassem. O
governo tomou nota da proposta, mas não fez promessas", declarou o Ministério
das Relações Exteriores alemão.
Segundo declaração da chancelaria
alemã, o ministro das Relações Exteriores "tem enfatizado repetidamente
que, em nossa opinião, a prioridade deve ser dada à redução das tensões e aos
esforços diplomáticos", estando a participação alemã na estratégia
americana de "pressão máxima" descartada.
Estratégia de 'pressão máxima'
Anteriormente, autoridades alemãs
e britânicas disseram que não apoiavam a estratégia de "pressão máxima" dos EUA
contra Teerão, mas acolheram uma operação proposta por Londres para um esforço
de segurança liderado pela Europa para "proteger" os navios
comerciais que operam no golfo Pérsico e perto do estreito de Ormuz.
A ministra da Defesa alemã,
Annegret Kramp-Karrenbauer, insistiu que cada pedido deve ser cuidadosamente ponderado, dependendo da situação
específica. "Podemos falar sobre isso primeiro e decidir [apenas] se
soubermos o que exatamente está sendo planeado", afirmou a ministra.
'Coligação internacional'
No fim da semana passada, o
secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, declarou ter convidado alemães,
franceses e britânicos para uma "coligação internacional" proposta
pelos EUA, juntamente com Austrália, Japão, Noruega, Coreia do Sul e outros
países.
Os EUA indicaram previamente a
criação de um "quadro de segurança marítima internacional", conhecido
como Sentinela Operacional, com o objetivo de "reforçar a segurança"
dos navios comerciais que operam no golfo Pérsico, no estreito de Ormuz, no
estreito de Bab-el-Mandeb e no golfo de Omã, na sequência dos recentes ataques
a petroleiros na região.
Washington responsabilizou o Irão pelos ataques. Teerão negou as
alegações e acusou os EUA e seus aliados israelitas e sauditas de exacerbarem
deliberadamente a situação na região.
Sputnik | Foto: AP Photo / Thomas
Haentzschel
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