Jornal de Angola | editorial
O país prepara-se para o regresso à normalidade, em muitas esferas da vida, uma realidade que tende a dividir as famílias sobretudo quando encaram as estatísticas diárias da actualização sobre a evolução da Covid-19.
Estas informações quando comparadas com a perspectiva de retorno das aulas, dos cultos e de uma maneira geral o esperado regresso à normalidade, ainda que dentro dos limites estabelecidos pelos normativos legais, acarreta reacções variadas.
Relativamente às aulas, não podemos perder de vista que Angola é praticamente o único país, da sub-região em que se insere, que não viu até agora a reabertura das portas das instituições de ensino, pelo menos no sector público. E não há informações, nos países vizinhos que reiniciaram as aulas ou deram início a um novo ano lectivo, de um eventual descalabro no que ao controlo da pandemia diz respeito. Embora cada realidade tenha as suas próprias condições e estratégias de combate contra a Covid-19, o levantamento gradual das restrições e o regresso à normalidade, nos países da região, mesmo com os números que registam, reforça igualmente a ideia de que Angola pode colher tais experiências.
Por um lado, há a percepção generalizada de que o país não precisa de parar por completo, independentemente das implicações sanitárias proporcionadas pela Covid-19, partindo do princípio que “parar é morrer”.
Por outro, não deixa de ser sensato e prudente a observância da “lâmpada laranja” que muitos sectores parecem interessados em “acender” nesta fase, defendendo, com toda a razão, a necessidade do reforço das medidas de biossegurança.
Na verdade, nada justifica que determinados locais de ajuntamentos estejam completamente encerrados, quando outros viram os seus espaços abertos ou reabertos em determinados percentuais, paulatinamente cada vez mais crescente, para bem da economia. O mais importante a ter em linha de conta, para o processo de retomada das actividades, em muitas esferas, é, seguramente, a consciência e responsabilidade para o contínua observância das regras e procedimentos contra a Covid-19.
A preparação do regresso à normalidade, nas condições em que se pretende fazer, deve ser acompanhada da criação de condições para o cumprimento das medidas impostas pelas autoridades para combater a disseminação da pandemia.
É assim que as igrejas, seis meses depois de encerrarem as portas, por causa da
pandemia da Covid-19, verão os seus templos a reabrirem ao público, a partir de
hoje, uma situação que, seguramente, vai ser do agrado dos fiéis de cerca de
nove centenas de confissões religiosas reconhecidas pelas autoridades
angolanas.
Insistimos que o mais importante, nesta altura, em que nos preparamos para o
regresso à normalidade, cumpramos com as medidas de prevenção e, sob nenhum
pretexto, confundamos o novo normal com o fim da pandemia.
Esperemos que saibamos todos acatar as recomendações impostas pelas Novas
Medidas Excepcionais e Temporárias a Vigorar Durante a Situação de Calamidade
Pública que, entre outros, impõem que “as actividades, reuniões e manifestações
realizadas em espaço aberto devem observar o distanciamento físico mínimo de
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