PORTUGAL
Alfredo Barroso reage às declarações do presidente do PSD sobre o acordo com o Chega nos Açores. Socialista aconselha Rui Rio de olhar para a História e "pensar, pelo menos, duas vezes antes de abrir os braços a André Ventura".
Um dos fundadores do PS, Alfredo Barroso, deixou, esta terça-feira, severas críticas ao presidente do PSD, Rui Rio, devido à coligação do PSD Açores com o Chega para formar o governo da região autónoma.
Em reação ao mais recente comentário do líder dos sociais-democratas sobre o tema - na qual acusou o PS, o primeiro-ministro e o BE de mentirem aos portugueses acusando-o e ultrapassar a "linha vermelha" com o acordo em causa - o antigo deputado e ecretário de Estado começa por sublinhar que Rui Rio tentou invocar "itens do acordo com o Chega nos Açores como prova de que esse acordo não é fascista", proclamando que o partido liderado por André Ventura "está a tornar-se bastante moderado e cheio de falinhas mansas".
"Eis a tragédia dum homem ridículo a tentar justificar ridiculamente um acordo deveras ridículo que abre as portas do poder, por mais insignificante que este seja, a um partido neofascista, racista, xenófobo e anti democrático, cuja legalização, à luz da Constituição da República, nem devia sequer ter sido permitida", declarou, num texto divulgado na sua conta oficial nas redes sociais.
Classificando as declarações do presidente do PSD em direto para as televisões nacionais de um "lamentável episódio mediático", o socialista vai mais longe afirmando que o momento o fez recordar "uma pequeníssima passagem" do livro 'Hitler - Ensaio sobre o carisma político', publicado em 1991, do historiador britânico Ian Kershaw: "'A ascensão ao poder de Hitler deve-se sobretudo a um concurso de circunstâncias fortuitas e aos erros de cálculo dos conservadores muito mais do que à acção pessoal do próprio Hitler'".
Citadas as palavras do historiador, Alfredo Barroso deixa, por fim, um conselho ao líder do 'partido laranja': "Rui Rio que se cultive estudando História e parando para pensar, pelo menos, duas vezes antes de abrir os braços a André Ventura e ao seu partido neofascista, racista, xenófobo e antidemocrático".
O representante da República no arquipélago, Pedro Catarino, indigitou no sábado o líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional, na sequência das eleições de 25 de outubro, justificando a medida com o facto de a coligação PSD/CDS-PP/PPM (26 deputados) ter o apoio parlamentar do Chega (dois deputados) e do Iniciativa Liberal (um deputado), garantindo assim maioria absoluta no hemiciclo regional, com 29 dos 57 lugares.
A instalação da Assembleia Legislativa está marcada para 16 de novembro. Habitualmente, o Governo Regional toma posse, perante o parlamento, no dia seguinte.
Depois da tomada de posse, o programa do executivo terá de ser entregue na Assembleia Legislativa em 10 dias.
Notícias ao Minuto | Imagem: 1 - Alfredo Barroso / © Facebook / Alfredo Barroso; 2 - Rui Rio (esq.) e Ventura, do Chega fascista, a tecerem o "abrir portas" do PSD ao Chega?
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