quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Bolsonaro tira a máscara e diz que não gosta da democracia

#Publicado em português do Brasil

Ou as instituições democráticas colocam um freio no cavalo desembestado de sua loucura ou amanhã aparecerão como cúmplices

Juan Árias* | Carta Maior

Não era segredo para ninguém que o presidente Jair Bolsonaro não gosta da democracia. Mas agora tirou a máscara e confessou à luz do sol: “Se tudo dependesse de mim, não viveríamos neste regime”. E não foi um acaso que sua confissão tenha sido feita durante um ato militar, ao mesmo tempo em que o presidente do Clube Militar, o general da reserva Eduardo José Barbosa, afirmou, como que lhe fazendo eco, que “o Brasil tem saudades do regime militar da ditadura”, o que não é verdade porque segundo uma sondagem realizada pelo Datafolha, 75 % dos brasileiros aposta na democracia.

Bolsonaro agora confessa abertamente que prefere outro tipo de regime político para o Brasil. Como não há alternativa ao regime democrático fora de algum tipo de ditadura, não é necessário recorrer a um silogismo de Aristóteles para interpretar as palavras do capitão.

Na véspera de sua confissão de que não gosta de democracia, surpreendeu ao demitir o presidente da Petrobras, considerado um dos melhores dos últimos tempos, para colocar em seu lugar um general de quatro estrelas.

Que Bolsonaro adora um regime ditatorial, sem ter que contar com o estorvo das outras instituições para governar, é algo que já havia revelado quando era um simples deputado. Afirmou então que a ditadura brasileira foi demasiado branda. Segundo ele, deveria ter matado 30.000 pessoas, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e não ter perdido tempo torturando porque deveriam ter matado diretamente aqueles que se opunham a ela.

Venezuela expulsa embaixadora da UE

Venezuela notifica embaixadora da UE de que tem 72 horas para abandonar o país

A embaixadora da União Europeia Isabel Brilhante Pedrosa foi declarada persona non grata pelo governo venezuelano e deverá abandonar o país. A UE diz que expulsão aumentará o isolamento da Venezuela.

O Governo venezuelano notificou esta quarta-feira a embaixadora da União Europeia, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, de que foi declarada persona non grata e deverá abandonar o país nas próximas 72 horas, anunciou o executivo.

A notificação foi feita pelo ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, durante um encontro em Caracas.

As circunstâncias não deixam opção (…). A República da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente”, disse Jorge Arreaza à televisão estatal venezuelana.

Jorge Arreaza disse que “hoje, por decisão do Presidente da República”, Nicolás Maduro, o Governo entregou “à senhora Isabel Brilhante, que nos últimos anos foi chefe da delegação da União Europeia na Venezuela, a declaração como persona non grata”.

Damos-lhe um prazo de 72 horas para que abandone o território venezuelano”, disse.

Vacina contra a Covid-19 com dificuldade em prevenir a "doença racial" nos EUA

#Publicado em português do Brasil

Qin Chuan | Diário do Povo Online | opinião

A Associated Press divulgou recentemente um relatório mostrando que a proporção de minorias como os afro-americanos e hispânicos nos Estados Unidos vacinados contra o novo coronavírus é menor do que sua proporção na população total dos Estados Unidos. Vejamos o caso de Maryland, onde os afrodescendentes representam 30% da população do estado e 40% das equipes médicas. Contudo, na população local vacinada, representam apenas 16%. Em Filadélfia, Chicago e outras cidades, existem também desigualdades na vacinação entre diferentes grupos étnicos.

O especialista americano em doenças infeciosas, Anthony Fauci, afirmou certa vez sem rodeios: "um aspeto incomum desta pandemia é a desigualdade entre as raças". A pandemia coloca uma vez mais em destaque a realidade cruel da sociedade americana, profundamente enraizada nos seus genes. O racismo estrutural nos Estados Unidos tem recorrentemente efeitos adversos na qualidade de vida material e nas oportunidades de emprego das minorias americanas. O New York Times referiu-se a essa desigualdade como"insuportável".

Nenhuma indústria tem seus problemas tão expostos como a indústria médica. O racismo estrutural de longo prazo impede que as minorias americanas tenham acesso a serviços médicos de qualidade. A pandemia apenas serviu para exacerbar esse problema. Um estudo recente do Proceedings of the National Academy of Sciences apurou que, durante a pandemia, estima-se que a diminuição da população de afro-americanos e hispânicos nos Estados Unidos seja três a quatro vezes maior que a da população branca. A expectativa de vida ao nascimento dos afro-americanos e hispânicos nos Estados Unidos caiu cerca de 2 e 3 anos, respetivamente - um valor muito superior à redução de 0,68 anos para os brancos. Isto significa que a diferença de expetativa de vida entre americanos negros e brancos aumentará de 3,6 anos para mais de 5 anos - um aumento de quase 40%.

Um elevado número de fatos demonstra que o racismo estrutural de longa data nos Estados Unidos originou desigualdades em várias frentes, incluindo: economia, assistência médica, justiça, emprego, habitação, participação política e educação. De acordo com estatísticas do Pew Research Center, em 2020, 75% das famílias brancas nos Estados Unidos possuem imóveis, face a 61% das famílias asiáticas e apenas 46% das famílias afro-americanas. Em termos de educação, entre a população de 25 ou mais anos com diploma de ensino médio ou superior nos Estados Unidos, 95% são brancos, 92% são asiáticos e 90% são africanos. Para americanos de diferentes identidades e origens, em uma sociedade cada vez mais dependente da educação, a distribuição desigual de oportunidades é uma das fontes de ansiedade e preocupação.

A questão do racismo americano está enraizada na história do país até o presente. Segundo estimativas do Center for American Progress, em dólares correntes, o valor da mão-de-obra obtida dos escravos por parte dos proprietários americanos ultrapassa os US $ 14 trilhões. Apenas nas décadas de 1960 e 1970 os Estados Unidos começaram a promover um movimento formal pelos direitos civis. Nos últimos 40 anos, porém, a taxa de desemprego dos trabalhadores afro-americanos foi cerca de duas vezes superior à dos brancos, e a renda média das famílias afro-americanas é 25% a 45% menor do que a das famílias brancas. Na busca pelo "sonho americano", minorias e brancos nunca estiveram na mesma linha de partida.

O presidente dos EUA, Joe Biden, fez da "melhoria da igualdade racial" uma das quatro prioridades de seu mandato. No dia em que assumiu o cargo, ele falou sobre "um grito de justiça racial que vem fermentando há quase 400 anos". Recentemente, Biden assinou também um memorando condenando o fenômeno da discriminação racial por parte dos asiático-americanos na pandemia, o que, sem dúvida, evidencia a gravidade dos problemas raciais no contexto da epidemia. O "credo americano" de que "todos os homens são criados iguais" é manchado pela dura realidade do racismo e conflito. Há ainda um longo caminho a percorrer para garantir a unidade nos Estados Unidos. 

MRE da China rejeita acusações sobre direitos humanos em Xinjiang

#Publicado em português do Brasil

A China rejeitou as acusações de "genocídio", "trabalho forçado" e "repressão religiosa" na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, dizendo que a porta para Xinjiang está sempre aberta e que a região acolheria uma visita do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, fez a observação na segunda-feira ao discursar na reunião de alto nível da 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU por meio de videoconferência.

As acusações são fabricadas a partir da ignorância e do preconceito. “São simplesmente um exagero malicioso e com fins políticos e não poderiam estar mais longe da verdade”, disse Wang.

Ele acrescentou que pessoas de muitos países que visitaram Xinjiang se familiarizaram com os fatos e a verdade no local.

Wang reiterou que a essência das questões relacionadas com Xinjiang é o combate ao terrorismo violento e ao separatismo.

Graças aos esforços da população local de todos os grupos étnicos, não houve nenhum caso de terrorismo violento por mais de quatro anos em Xinjiang, disse, acrescentando que a região goza de estabilidade social e atravessa um bom momento de desenvolvimento. O povo de Xinjiang está vivendo uma vida segura e feliz, reforçou.

"Com base na lei, Xinjiang garante a liberdade de crença religiosa das pessoas", disse Wang na reunião de três dias, que termina na quarta-feira em Genebra.

A população e os trabalhadores de todos os grupos étnicos em Xinjiang podem escolher a sua profissão, sendo esta respaldada pelos benefícios dos direitos trabalhistas, disse ele.

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