segunda-feira, 29 de novembro de 2021

CANDIDATO À ALTURA


 Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal | “OS JORNALISTAS NÃO FAZEM PARTE DO PODER”

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Rui Rio vai continuar a andar por aí e ele cultiva más relações com os jornalistas com o mesmo ritmo frenético com que o faz em relação a alguns companheiros do partido. Isso responsabiliza-o a ele, não serve para desculpar quem lhe responde na mesma moeda. No Expresso online, Daniel Oliveira escreveu a semana passada que "Rio teve de lidar com uma descarada oposição da comunicação social". Apontou a Rio "muitas culpas no cartório", mas concluiu lembrando que "o papel do jornalismo não é castigar quem o desrespeita". Tenho de concordar inteiramente com ele.

Não significa que os jornalistas tenham que aturar tudo aos políticos, seja quando estamos a falar da simples má educação, do inadmissível boicote ao acesso às fontes de informação ou, pior ainda, das graves pressões ilegítimas que possam pôr em causa o direito à informação. É possível fazer notícia sobre estes factos e procurar resolvê-los nas instâncias próprias. No ofício de informar, não deve haver lugar para ajustes de contas.

Sobre jornalismo político, permito-me recordar a maior lição que aprendi nesta profissão. Não na Escola de Jornalismo, nem no batente da profissão, nem no Código Deontológico, mas numa conversa com a minha mãe, mulher de uma grande sabedoria. Nos idos anos 90, depois de três anos a trabalhar no Porto, iniciei a minha carreira de jornalista de política em Lisboa como repórter parlamentar. António Guterres tinha ganho a liderança do PS e vivi essa legislatura falando com ele centenas de vezes. Sendo que era do seu próprio interesse fazer-se ouvir, encontrei do seu lado uma grande disponibilidade. Em 1995, Guterres chegou a primeiro-ministro e um dia, estando eu sozinho nos Passos Perdidos do Parlamento, passou o chefe do governo com o seu assessor e eu cumprimentei os dois com um sonoro "bom dia". David Damião respondeu, mas do primeiro-ministro não ouvi nem ai, nem ui.

Ventura adapta lema de Salazar: "Deus, pátria, família e trabalho" e saudação nazi

O líder do Chega apropriou-se do lema do ditador Oliveira Salazar durante o Estado Novo, "Deus, pátria e família", acrescentando-lhe a palavra "trabalho", para sintetizar os valores em que o partido acredita.

'Deus, pátria, família e trabalho', é nisto que este partido acredita e continuará a acreditar", resumiu André Ventura no discurso de encerramento do IV Congresso Nacional do Chega, que decorreu entre sexta-feira e hoje em Viseu.

Partindo do eco dado pela comunicação social a algumas opiniões de cariz salazarista expressas no segundo dia do congresso, o deputado único do Chega assumiu sem timidez o lema do ditador, optando apenas para lhe acrescentar a variante do "trabalho"

"Nós somos um país de trabalho e quando dizem que somos um partido extremista, é por isto, porque não estamos para continuar a dar a quem nunca fez nada tudo e a quem trabalha tirar tudo e não dar o mínimo de dignidade".

Antes, Ventura justificou porque partilha o lema da educação do Estado Novo, embora sem nunca assumir qualquer proximidade com as políticas de Oliveira Salazar.

Primeiro, disse que não tem "medo de falar de Deus" e que traz "sempre um terço" consigo, que exibiu na sala do congresso. Deus faz parte da sua vida "desde uma importante fase" que disse tê-lo transformado.

"Quando acreditamos, não o devemos esconder. Durante 46 anos, Deus ficou de fora do nosso discurso político, com medo de Salazar ou do Estado Novo, com medo dos fantasmas do passado ou da Segunda Guerra Mundial. Eu nunca deixarei de falar de Deus, doa a quem doer, queira ou não queira o sistema", garantiu.

O líder do Chega assegurou também que nunca deixará de "falar da Pátria, mesmo que isso hoje custe a tantos", porque todos são "o fruto da espada de D. Afonso Henriques" que libertou Portugal dos islâmicos que hoje tanta ameaça causam à Europa e à União Europeia".

"Não temos medo de falar da família, porque é ela a célula básica da nossa sociedade, que nos dá aquilo que somos e que revela aquilo que construímos ao longo do percurso de vida. Sempre que ouvi políticos a emocionarem-se na vida (...) foi quando falavam dos seus pais, dos seus avós, das suas esposas, dos seus filhos. Somos um partido que defende a família", sublinhou.

"E não temos de o dizer por muito que isso custe hoje àqueles que estão permanentemente a censurar e têm o 'lápis azul' ou querem fazer qualquer revisionismo histórico sobre os dias de hoje", concluiu.

Diário de Notícias | Lusa

Título DN/PG

Imagem: Saudação nazi de André Ventura durante o congresso em que foi reeleito líder do partido que fundou. //  ©Nuno André Ferreira / Lusa

IDENTIFICADOS 13 CASOS DA VARIANTE ÓMICRON EM PORTUGAL

Os casos estão associados a jogadores do Belenenses SAD

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge indica que os 13 casos estão associados a jogadores do Belenenses SAD, sendo que um deles terá tido uma viagem recente à África do Sul.

Foram identificados 13 casos da variante Ómicron em Portugal, anunciou, esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), adiantando que as 13 amostras positivas estão "associadas a casos de infeção de jogadores do Belenenses SAD, dado que um dos casos positivos terá tido uma viagem recente à África do Sul".

"Os ensaios preliminares efetuados no INSA sugerem, fortemente, que todos os 13 casos associados aos jogadores da Belenenses SAD estejam relacionados com a variante de preocupação Ómicron", lê-se no comunicado do INSA enviado às redações (entretanto, Graça Freitas, diretora-geral de saúde, esclareceu que os casos não são apenas entre jogadores, também há casos no staff).

Para garantir a quebra de cadeias de transmissão e seguindo o princípio da precaução em Saúde Pública, "enquanto se aguardam mais informações relativamente à transmissão, impacto e efetividade vacinal contra a variante Ómicron", o instituto refere que autoridades de saúde "determinaram o isolamento profilático dos contactos dos casos de infeção associados a este surto, independentemente do estado vacinal e do nível de exposição".

"Estes contactos permanecem isolados e serão submetidos a testagem regular, o mais precocemente possível, ao 5.º e ao 10.º dia", diz o instituto.

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