José Goulão* | opinião
As pessoas não devem ser encorajadas a comportar-se em função do medo, mas sim do esclarecimento. Este deveria ser um princípio inquestionável em qualquer sociedade democrática e humanista.
E lá fui de novo, cidadão obediente
e bem comportado, receber mais uma dose, a terceira em seis meses, da vacina
contra a Covid-19. Com a particularidade de me proporcionarem a possibilidade
de ser mais um a testar a mistura da ora proscrita versão da AstraZeneca com a
injecção-vedeta da rutilante Pfizer. Como o método de fabrico do produto desta
marca nunca foi experimentado anteriormente em vacinas para os seres humanos,
como a sua fase experimental continua em curso, como a ciência ainda não possui
todos os dados sobre os resultados das novíssimas misturas de metodologias de
produção diferenciadas, resta-nos a fé
As autoridades políticas e sanitárias, da Comissão Europeia aos governos, dos peritos seleccionados até aos meios de manipulação social, todos nos prometem, a toda a hora, que vai correr tudo bem. Isto é, garantem o que não podem assegurar porque a ciência, a única área que pode fazê-lo, ainda não está habilitada para isso, uma vez que não completou todos os passos de segurança. Por exemplo, corre por estes dias a notícia de que existem resultados promissores para uma vacina contra o HIV, na sequência de testes realizados em animais.
Nas vacinas contra a Covid esse procedimento não foi cumprido e deu-se a passagem directa das experiências para os seres humanos, transformados assim em cobaias. É verdade que as bases de dados norte-americana e europeia que registam casos de anomalias de saúde verificadas depois das inoculações contra a Covid-19 estão carregadas com centenas de milhares de ocorrências, muitas dos quais mortais. Se é impossível atribuir directamente estas situações às vacinas, como argumentam as autoridades, também será pouco realista garantir que não resultam das inoculações. Há muita investigação clínica e científica a fazer.