segunda-feira, 16 de outubro de 2023

A Guerra de Gaza é a solução final do Israel sionista para eliminar os palestinos...

A Guerra de Gaza é a solução final do Israel sionista para eliminar os palestinos, e os Estados ocidentais são cúmplices

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation |# Traduzido em português do Brasil

Esse genocídio de 75 anos está agora a avançar para uma fase final, disse Ofer Cassif, legislador do parlamento israelita, numa entrevista a Finian Cunningham.

O governo de Benjamin Netanyahu está a explorar o terrível ataque do Hamas em 7 de Outubro para implementar agora uma “solução final” para exterminar os palestinianos. Essa é a opinião de Ofer Cassif, legislador do parlamento israelense.

O plano definitivo de subjugação faz parte da política do governo de Netanyahu há vários anos. A guerra em Gaza é a oportunidade para executar este plano.

Os Estados Unidos e a União Europeia são cúmplices na facilitação da operação genocida levada a cabo pelo regime israelita.

Desde a criação do Estado de Israel em 1948, os governos ocidentais têm sido cúmplices da opressão implacável dos palestinianos, dando o seu apoio inabalável aos crimes israelitas.

Esse genocídio de 75 anos avança agora para uma fase final. A comunidade internacional deve levantar-se contra a destruição sionista do povo palestiniano e o seu direito à condição de Estado.

*Ex-editor e redator de grandes organizações de mídia noticiosa. Escreveu extensivamente sobre assuntos internacionais, com artigos publicados em vários idiomas.

© Foto: SCF --- COM VÍDEO (em inglês)

Palavras não podem descrever isto: A escavar imensas valas comuns em Gaza -- fotos

Os habitantes de Gaza não têm outra opção senão cavar valas comuns, e alguns bulldozers são forçados a abandonar os locais de destruição e a cavar onde quer que seja encontrado um espaço na superlotada Faixa.

Gaza está sem escavadeiras.

Qualquer equipamento que a Faixa de Gaza sitiada tivesse está a ser totalmente utilizado na remoção de destroços de casas e torres residenciais destruídas, bem como das milhares de famílias em toda a Faixa.

Grande parte da escavação em busca de sobreviventes tem sido feita manualmente.

Mas agora que os habitantes de Gaza não têm outra opção senão cavar valas comuns, alguns bulldozers são forçados a abandonar os locais de destruição e a cavar onde quer que seja encontrado um espaço na superlotada Faixa.

Yousef Al-Khatib estava no local de uma vala comum que estava sendo cavada pela defesa civil em Gaza.

Ele também estava lá quando os corpos chegaram.

A tragédia não pode ser descrita por palavras, diz ele.

(Todas as fotos: Mahmoud Ajjour, The Palestine Chronicle)

O Inferno de Gaza: a Palestina nunca mais pode ser deixada sozinha

Ramzy Baroud* | Palestine Chronicle | * Traduzido em português do Brasil

Para que este ciclo vicioso seja quebrado, a Palestina deve, mais uma vez, tornar-se uma questão que diz respeito a todos os árabes, a toda a região. A narrativa israelita deve ser combatida, os preconceitos ocidentais confrontados e uma nova estratégia colectiva deve ser formada.

Houve uma época em que o “Conflito Árabe-Israelense” era árabe e israelense. Ao longo de muitos anos, no entanto, foi renomeado. Os meios de comunicação social dizem-nos agora que se trata de um “conflito Hamas-Israelense”.

Mas o que deu errado? Israel simplesmente tornou-se demasiado poderoso.

As vitórias supostamente surpreendentes de Israel ao longo dos anos contra os exércitos árabes encorajaram Israel a tal ponto que este passou a ver-se, não como uma superpotência regional, mas também como uma potência global. Israel, segundo a sua própria definição, tornou-se “invencível”.

Esta terminologia não era uma mera táctica de intimidação destinada a quebrar o espírito tanto dos palestinianos como dos árabes. Israel acreditou nisso.

A “ vitória milagrosa israelita ” contra os exércitos árabes em 1967 foi um divisor de águas. Depois, o embaixador israelita nas Nações Unidas, Abba Eban, declarou num discurso que “do pódio da ONU, proclamei o glorioso triunfo das FDI e a redenção de Jerusalém”.

Isto, no seu pensamento, só poderia significar uma coisa: “Nunca antes Israel foi tão honrado e reverenciado pelas nações do mundo”.

O sentimento nas palavras de Eban ecoou por todo Israel. Mesmo aqueles que duvidavam da capacidade do seu governo de prevalecer completamente sobre os árabes juntaram-se ao coro: Israel é invencível.

Portugal | PELA PAZ NA PALESTINA - CONCENTRAÇÃO EM LISBOA em 18 de Outubro

Portugal | De guerra em guerra

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Livro: UMA IMENSIDÃO DE VIDAS -- Lisboa - Portugal

O resultado da  fase IV do Barómetro do Observatório de Luta contra a pobreza na Cidade de Lisboa já pode ser consultado no Livro Uma Imensidão de Vidas, disponibilizado no nosso site em https://observatorio-lisboa.eapn.pt/publicacoes/

Portugal | Carlos Moedas, mais um político trafulha em bicos de pés... Sorte malvada!

Carlos, mais um político trafulha em bicos de pés. A desonestidade e o oportunismo exacerbado é a cadeira principal de escola e das práticas aplicadas da maior parte dos políticos. 

Moedas dá azo à notoriedade farroupilha acerca do 25 de novembro em Portugal, são os bebés degolados pelo Hamas (que se veio a provar não ser verdade) e a que colou o BE e o PCP em declarações - qual nefasto manipulador intrujão que afinal o que deixa perceber é a sua sede de poder e ascensão a maioral do PSD roendo a corda ao atual dirigente-mor daquele partido político, Luís Montenegro. Decerto na esperança de então aceder a primeiro-ministro depois de derrotar o PS em eleições em que ele se aliará a toda a direita e extrema-direita que anda a despedaçar a democracia em Portugal... Já não nos basta o PS?

Ponto. Mais palavras para quê?

Já agora, senhor Carlos Moedas. Onde anda a transparência prometida acerca das contas da Jornada Mundial da Juventude? Contas certas, não?

Quem é este senhor, atualmente presidente da Câmara Municipal de Lisboa:

Carlos Manuel Félix Moedas é um engenheiro civil, economista e político português, sendo actualmente o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Wikipédia

Nascimento: 10 de agosto de 1970 (idade 53 anos), Beja

Partido: Partido Social Democrata

Cargos anteriores: Comissário europeu da Pesquisa, Ciência e Inovação (2014–2019).

Formação: Harvard Business School (1998–2000), Instituto Superior Técnico (1988–1993)

Cargo: Presidente da Câmara Municipal de Lisboa desde 2021 (Wikipedia)

Redação PG

Portugal | Lições de um “Verão Quente”

A recente onda de histeria da direita mostra quão sensível ela é à quebra das alianças do Verão Quente de 75, continuadas na comunicação social que persiste em falsear a realidade, apresentando como uma ameaça à democracia os que por ela mais lutam e lutaram, antes e depois do 25 de Abril, em Portugal, na Ucrânia, na Síria ou na Venezuela.

Jorge Seabra* | AbrilAbril | opinião

É que estava a ver cada vez pior, os vermelhos mais desbotados, o rosa mais amarelo e o negro a avançar!…» – dizia-me há dias um velho amigo e grande cirurgião, falando da recuperação da visão após a catarata operada, com a sua ironia política e o eterno sorriso de menino maroto.

E talvez tenha sido este Verão de tragédias e as leituras que se procuram para férias que me levaram a comprar o belo e bem documentado livro Quando Portugal ardeu, do jornalista da Visão Miguel Carvalho, uma revisitação às memórias do «Verão Quente» de 1975 e à onda de crimes da rede bombista que atacou sindicatos e partidos de esquerda, alegando querer restaurar a democracia «ameaçada pelos comunistas».

Estão lá bem documentadas as cumplicidades de insuspeitos «democratas» com a CIA de Carlucci, (condecorado por Mário Soares) e as ligações com a direita salazarenta e revanchista, onde afloram conhecidos bombistas, como Ramiro Moreira (premiado com um emprego na Petrogal e amnistiado por Mário Soares), Manuel Marques da Costa, o «Águia», Teixeira Gomes e o Ângelo «de Trancoso», industriais nortenhos como Rui Castro Lopo, Abílio de Oliveira e Joaquim Ferreira Torres, este último, silenciado a tiro por cúmplices, numa emboscada.

Estavam também envolvidos altos comandos militares, como o comandante da Região Norte, Brigadeiro Pires Veloso, chefes da PSP (Major Mota Freitas) e da PJ (Inspector Júlio Regadas), e figuras gradas da Igreja, onde se destacam o arcebispo de Braga e o Cónego Melo, este último com direito a estátua na cidade, talvez por dizer «Deus abençoe as vossas mãos» aos bombistas do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal, de extrema-direita).

Entre muitos outros, a rede incluía membros do Conselho da Revolução, como Sanches Osório e Canto e Castro, e da Junta de Salvação Nacional, como o general Galvão de Melo e o ex-presidente da República, general Spínola, que comandou, a partir de Espanha e da Suíça, o terrorismo bombista do MDLP, e que afirmou querer «eliminar fisicamente» os comunistas a Günter Wallraff, jornalista alemão que se fez passar por traficante de armas, sendo depois premiado pelo 25 de Novembro, que o elevou a Marechal.

Agentes estrangeiros, essenciais «à festa», também não faltaram.

‘MAMÃ, QUEM SÃO OS MAUS DESTA GUERRA?’

Cartoon: O direito de Israel à autodefesa! -- crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por Israel em Gaza em nome do direito à legítima defesa! -- Emad Hajjaj, Jordânia | Cartoon Movement

Raquel Moleiro, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

Começo por lhe fazer um convite: quarta-feira, às 14h, “Junte-se à Conversa” com Pedro Cordeiro, David Dinis e um convidado especial para falar sobre "A guerra entre Israel e Hamas". Inscreva-se aqui. Esta quinta-feira, às 12h, voltam as “Visitas à redação”. Inscreva-se através do mail producaoclubeexpresso@expresso.impresa.pt.
Agora a atualidade.

O corredor de saída da população de Gaza, rumo ao sul, fechou há 20 horas. A grande ofensiva das forças israelitas em território palestiniano, por terra, ar e mar, pode ter início a qualquer momento. Junto à fronteira está a maior concentração de tropas desde a guerra de 1973. A Força Aérea anunciou “uma abordagem agressiva” no apoio ao Exército. O objetivo é “erradicar” o Hamas, o movimento islamita que no passado dia 7 de outubro lançou um ataque terrorista contra Israel que matou 1400 pessoas e feriu 3500. Cerca de 155 terão sido raptadas, 6 das quais com nacionalidade luso-israelita.

“Os soldados estão prontos para derrotar o monstro sanguinário que se levantou contra nós para nos destruir”, afirmou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. “Vamos atacá-los em todos sítios, vamos atacar todos os comandantes, todos os dirigentes e destruir infraestruturas. Vamos fazer algo grande e importante que vai mudar a situação durante muito tempo e de forma clara”, acrescentou o chefe das Forças Armadas, Herzi Halevi.

Mas Gaza já não é bem Gaza. Em uma semana, os bombardeamentos ininterruptos de retaliação contra a cidade destruíram bairros inteiros, centenas de prédios desmoronaram-se como casinhas de areia. O último balanço oficial aponta para 2670 vítimas mortais, 9600 feridos e mil desaparecidos debaixo dos escombros, a maioria civis, puxando os limites do legítimo direito à auto-defesa de Israel para a punição de todo um povo. “Até a guerra tem regras”, clama António Guterres, secretário Geral da ONU.

Cerca de um milhão de palestinianos abandonou entretanto a cidade, por uma única via de fuga, 25 quilómetros em linha reta, em fila contínua, de carros, carroças, camiões, animais ou a pé, até Khan Yunis, a segunda maior cidade. Ou 35 km para quem seguiu até Rafah. A vida quase toda deixada para trás, só um bocadinho ínfimo enfiado à pressa em trolleys, malas e sacos de plástico. Mas até aí há bombardeamentos, um camião lotado foi abatido por um rocket, 70 mortos num só alvo, como se o terror caminhasse com eles lado a lado. Não há abrigo certo para a morte, numa prisão a céu aberto do tamanho de Vila Real ou pouco maior que Vila Franca de Xira (369m2).

Muitos destes refugiados acumulam-se agora no extremo da Faixa junto ao Egito, que lhes trava a passagem pela única saída não controlada por Israel. Faltam alojamentos, comida, medicamentos. Há chão e relento, fome e choro. Do outro lado da fronteira, outra fila se forma, mas para entrar, de centenas de camiões de ONG que carregam os bens por que imploram os palestinianos. A ajuda também não tem autorização para seguir caminho, mas durante a madrugada, em Portugal, os Estados Unidos, Israel e o Egito terão concordado com um cessar-fogo nesta zona sul da Faixa de Gaza para permitir a abertura da passagem de Rafah, durante algumas horas, para a entrada do apoio humanitário e a saída de cidadãos estrangeiros, nomeadamente 600 norte-americanos. Estaria marcada para as 9h locais (7h em Portugal) mas até ao momento ainda não terá acontecido.

No centro da cidade de Gaza, nem todos os civis abandonaram a zona de evacuação obrigatória, assim ordenada por Israel “para sua segurança e proteção”, em milhares de panfletos lançados dos céus e mensagens de WhatsApp. Não é possível fechar os hospitais, completamente sobrelotados, alerta a Organização Mundial de Saúde. Entre os internados, 40% são crianças. “As ordens de evacuação são uma sentença de morte para os doentes e os feridos. Os profissionais de saúde vão permanecer ao seu lado”, garantiu o diretor-geral Tedros Adhanom. E nem só o ataque iminente os preocupa. Com o fornecimento energético cortado por Israel, as unidades estão a funcionar com geradores que ficam sem combustível dentro de um dia, alerta a ONU. E sem luz não há oxigénio, cirurgias, monitores. O abastecimento de água, também interrompido, deverá ser restabelecido mas apenas no sul do território.

As equipas das Nações Unidas presentes no terreno classificam a situação de catastrófica. “O espectro da morte paira sobre Gaza. Sem água, comida, energia e sem medicamentos, milhares vão morrer. Pura e simplesmente”, alerta Martin Griffiths, responsável máximo das Nações Unidas para os assuntos humanitários. Os palestinianos correm o sério risco de acabar como vítimas de uma nova “limpeza étnica em massa”, como em 1948, com a criação do Estado de Israel, quando 700 mil foram obrigados a abandonar as suas casas, denuncia a ONU.

E quando o cenário parecia não poder piorar, o Irão, que apoia financeira e militarmente o Hamas, deixa um aviso direto a Israel, antes da grande ofensiva. “Se as agressões sionistas não pararem, as mãos de todas as partes da região estão no gatilho”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian.

O conflito ameaça saltar fronteiras e subir níveis de ameaça com a provável entrada em cena do Hezbollah, outro movimento islamita também financiado pelo Irão, abrindo uma segunda frente de guerra no norte de Israel, na fronteira com o Líbano, de onde, esta semana, já foram lançados ataques mútuos. O perigo é tão real que vai arrancar, em breve, a evacuação de 28 localidades israelitas no raio de dois quilómetros até à raia.

“Mamã, outra guerra?”, insurgia-se esta semana o meu filho de dez anos. “E quem são os maus desta guerra?”, questionou de seguida. Primeiro fiquei muda, depois prometi uma resposta para mais tarde. Há conflitos que são quase impossíveis de traduzir em miúdos.

Desde o ataque a Israel que o Expresso abriu um live, onde pode seguir ao minuto tudo o que se passa na Faixa de Gaza e Médio Oriente. No território, dezenas de jornalistas internacionais arriscam a vida para noticiar os dias da guerra. Pelo menos 12 já morreram, oito ficaram feridos, dois estão desaparecidos.

O Índio Pena Fácil -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A confusão está instalada, propositadamente. Em Portugal os canais de televisão mentem desalmadamente. Manipulam. Falsificam. Tudo para apresentarem israelitas como vítimas e palestinos como carrascos.  Israel foi agredido e Palestina é agressora. A CNN Portugal vai ao ponto de chamar agentes policiais israelitas para venderem o peixe podre do sionismo. Os falsificadores são apresentados como “especialistas” no Médio Oriente. 

A doença chegou à TPA. No noticiário das 13 horas de hoje foi dito que “o Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007”. Uma aldrabice ignóbil. O Hamas é um partido político que ganhou as eleições primeiro em Gaza e depois na Palestina. Israel, país ocupante, nunca mais permitiu eleições! Quem ocupa é que controla. A TPA não diz que “o MPLA controla Angola desde 1992”. Pelo menos assim espero. Só faltava mesmo o canal público imitar os sicários da UNITA e seus altifalantes.

A Europa tem de alinhar ao lado dos genocidas de Israel porque, segundo um pançudo que foi director do “Expresso” (Henrique Monteiro) a civilização ocidental foi erguida pelos judeus. É judaica! Mentira mais estúpida é impossível. Mas ninguém corrige. Ninguém denuncia. A cultura grego-romana é ignorada. O Império Romano do Oriente não existiu. Jesus Cristo e a sua doutrina contra os oligarcas também não. A contribuição da Idade de Ouro Islâmica zero. Mas qualquer historiador medíocre sabe que a maior transferência de tecnologias na História da Humanidade foi feita do Médio Oriente e do Oriente para a Europa, pelos árabes.

A Humanidade nasceu em África, no formoso vale de Nakuru. A civilização ocidental nasceu na Suméria, Mesopotâmia, nas terras irrigadas pelo Tigre e o Eufrates, onde corria o leite e o mel. Os sumérios deram-nos a astronomia, a roda e a escrita! Os judeus também lá estiveram. Partiram com a família de Abraão. Tiveram o apogeu com o rei Salomão em Jerusalém. Depois entraram em declínio. Até foram escravizados. A sua História é seguramente um extraordinário exemplo de resistência e de luta pela dignidade. Mas não marcaram da civilização ocidental. Isso é uma aldrabice.

O olho por olho também nada tem a ver com os judeus. O Código de Hamurabi é da Babilónia. Escrito na pedra no ano de 1770 antes do nascimento de Cristo portanto há 3.790 anos. Olho por olho por olho dente por dente. Só muitos séculos mais tarde surgiram os livros de Direito judeus. A Pena de Talião está vertida no Velho Testamento (Êxodo, Levítico e Deuteronómio).

O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, fez um discurso ao estilo sionista que se confunde perigosamente com as teses nazis. Hitler executou todos os seus crimes contra a Humanidade com base na falsa superioridade do povo alemão proveniente da “raça ariana” ao contrário dos seres inferiores, não arianos, como judeus, negros, ciganos e outras minorias étnicas. Os nazis fizeram tudo para exterminá-los. Como os sionistas estão a exterminar palestinos. Tal e qual. Os genocidas de Telavive têm o apoio entusiasmado do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA), da União Europeia e do Reino Unido.

No seu discurso, o chefe do governo de Telavive diz que os judeus são o máximo. Os gregos estão reduzidos a umas ilhas. O império romano caiu. O Egipto é uma sombra do que foi. Desmoronou-se o império otomano. Roma mandou no mundo e hoje ninguém fala latim. Mas o hebreu é falado pelos cotovelos.

Os nazis claudicam quando são confrontados com a Cultura, por isso puxam logo da pistola e disparam a matar sobre quem combate a sua infinita ignorância. As falsas grandezas de sionistas e nazis são logo apanhadas na primeira curva. Benjamim Netanyahu diz que hoje ninguém fala latim. Está enganado. Porque o idioma evoluiu ao longo dos séculos e vive nas Línguas Novilatinas: Português, espanhol,  italiano, francês, romeno, catalão, sardo (Sardenha), galego (Galiza), rético e romanche (Suíça). 

Querem saber quantas cabeças falam o novo latim na Europa, África, América, Ásia e Oceânia? Aí vai a numeração: Espanhol, 472 milhões de falantes. Francês, 170 milhões. Português, 290 milhões. Italiano, 56 milhões. Catalão, nove milhões. Galego, 2,1 milhões. A língua oficial de Israel, o hebreu, é falada por nove milhões de pessoas, está ao nível da Catalunha. As línguas que nasceram do latim são faladas por mil milhões de pessoas em todos os continentes. 

Um pormenor que é seguramente chocante para os sionistas: A língua oficial de Israel pertence ao grupo de línguas afro-asiáticas. Portanto deixem-se de racismo e ridículos complexos de superioridade. 

O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, foi fulminante a emitir um mandado de captura contra o Presidente Putin. Como os piratas holandeses alinham na censura aos Media penso que não chegam a Haia as imagens dos hediondos crimes de guerra cometidos pelos sionistas na Faixa de Gaza, dentro dos meus deveres profissionais e cívicos, informo sua excelência que está em marcha na Palestina ima limpeza étnica executada pelos sionistas de Israel. Os nomes dos membros desse governo de assassinos estão Internet. Karim Khan pode consultar.

António Guterres, fantoche com andar de pato e cérebro de ratinho bebé, é conivente com o genocídio dos sionistas. Para facilitar o êxodo de palestinos da Faixa de Gaza transferiu os serviços da ONU para o sul do território. Em vez de condenar o genocídio, apenas “lamenta” que os sionistas tenham dado pouco tempo para o êxodo dos palestinos. 

Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, foram a Telavive apoiar por palavras e actos, o genocídio de palestinos. São duas genocidas nazis. O trio assassino Biden, Blinken e Austin são genocidas. Instigadores e autores da limpeza étnica na Faixa de Gaza. O procurador Karim Khan está à espera das ordens dos donos de Washington. Não vão chegar.

Presidências e membros dos governos de todos os países da União Europeia: Genocidas. Menos a ministra espanhola Ione Belarra que denunciou o primeiro-ministro israelita como criminoso de guerra e Israel de praticar um genocídio na Faixa de Gaza. Excluo também António Costa porque foi exemplar: “Israel tem o direito de se defender. Mas só pode atacar o Hamas e não os civis da Faixa de Gaza”. Quanto ao resto, todas e todos apoiantes do genocídio e do banditismo político.

Faixa de Gaza. Uma língua de terra com 40 quilómetros de comprimento e dez de largura (menos em alguns pontos). Mais de 2,5 milhões de habitantes. Quase um milhão vive em “campos de refugiados”. Foram refugiar-se na maior prisão do mundo!  Hoje despejaram bombas sobre dois desses campos de concentração, Al Shaty e Jabalia. Centenas de mortos. Como manda o ocidente alargado, é até onde for preciso. Mais de mil crianças foram mortas nos bombardeamentos. Eram terroristas do Hamas. Milhares de mortos civis e centenas soterradas nos escombros dos prédios destruídos. Famílias inteiras executadas.

Para invadir um território tão pequeno mas que é o mais povoado do mundo por civis, os sionistas de Telavive têm 300.000 soldados e centenas de tanques prontos para a “operação terrestre”. Montaram um cerco total para matar melhor. Lembro mais uma vez. Na Faixa de Gaza não existem bases navais, bases aéreas e quartéis. Não há forças armadas. Apenas existem militantes palestinos que recorrem à luta armada contra os ocupantes israelitas. Hoje a União Africana e a Liga Árabe emitiram um comunicado conjunto onde condenam Israel pelo genocídio na Faixa de Gaza. Nem tudo está podre na Humanidade.

Podres de raiva estão os sicários da UNITA. Quando falharam a palhaçada de destituição do Presidente da República comportaram-se na Assembleia Nacional como se estivessem a fazer claque de apoio às fogueiras da Jamba. Um ultraje. Se o Estado Angolano não lhes merece respeito, se as instituições democráticas nada valem para os assassinos da Jamba, então alguém tem que ensiná-los. Ontem já era tarde. Os deputados da UNITA desrespeitaram o Parlamento mas sobretudo os eleitores que lhes confiaram o voto.  Aceitar este comportamento é abdicar da democracia.

Henrique de Carvalho Santos (Onambwe). Comandante da guerrilha do MPLA. Membro do Governo de Transição e do Governo da República Popular de Angola. Criador da Bandeira Nacional. Engenheiro. Director da Direcçáo de Informação e Segurança de Angola (DISA). 

Estava na Redacção do jornal “Página Um” e recebi um telefonema: “Ó índio pena fácil! Andam aí em Portugal a falsificar a nossa luta e a nossa História e tudo não reages?”.  Era o meu camarada Onambwe. Fui à gaveta dos apontamentos e em poucos dias escrevi o livro “Angola a Via Agreste da Liberdade” com o subtítulo “Do 25 de Abril ao 11 de Novembro de 1975”. O almirante Rosa Coutinho fez o prefácio. José Antunes Ribeiro editou-o na Ulmeiro. Um mês depois foi lançado em Lisboa na livraria da editora, em Lisboa, na presença de alguns amigos, entre os quais Arménio Ferreira líder do Órgão Coordenador do MPLA para a Europa no qual eu militava.

O Arménio trazia uma encomenda de Onambwe, queria comprar mil exemplares! Impossível. O José Ribeiro só tinha mandado imprimir 600. Pequenos escritores, pequenas editoras, pequenas tiragens. A Ulmeiro só vendeu 100 exemplares ao comprador.

Hoje tive a notícia do falecimento do Comandante Onambwe. Um dos que mais contribuiu para abrir a rota agreste da Liberdade em Angola. A tristeza não me dá tréguas.

*Jornalista

OS JUDEUS ESQUECIDOS DE ANGOLA - Mito e Realidade da Herança Sefardita

JAIME AZULAY*

Em 2 de Maio de 2013 realizou-se em Cabo Verde, no cemitério da Várzea, a cerimónia de descerramento da placa de dez campas judaicas restauradas com a colaboração da Câmara Municipal da Praia e do governo daquele país africano. De acordo com o jornal “Expresso das Ilhas”, autoridades cabo-verdianas, membros da comunidade judaica internacional e descendentes cabo-verdianos presenciaram o acto. 

A recuperação do cemitério judaico da Várzea assinalou a passagem de mais de 150 anos da chegada dos primeiros judeus sefarditas a Cabo Verde. Pretendeu-se assim preservar a sua memória e honrar a contribuição que prestaram ao desenvolvimento do arquipélago.

Um dos benfeitores do Projecto de Preservação da Herança Judaica em Cabo Verde é o rei Mohamed VI de Marrocos, que se fez representar no evento pelo seu conselheiro sénior André Azoulay. Temos assim a situação insólita de “um monarca muçulmano a contribuir para um projecto judaico num país cristão”. 

No mesmo âmbito estão previstas pesquisas e trabalhos de investigação com instituições universitárias locais bem como um simpósio internacional em 2015 com a participação de pesquisadores africanos, da Europa e dos Estados Unidos da América. Para além do interesse científico, Cabo Verde terá ganhos com o fluxo anual de mais turistas interessados em conhecer a herança judaica naquele país africano.

Há dois mil anos, judeus presos e escravos dos romanos chegaram a “Sefarad” na Espanha, de onde viriam a ser expulsos em 1490 e assim passaram a chamar-se “sefarditas”. Judeus Sefarditas, oriundos de Marrocos e Gibraltar chegaram a Cabo Verde em meados do século XIX após a abolição da escravatura e de um acordo entre Portugal e a Inglaterra. Eles dedicaram-se predominantemente ao comércio internacional, à navegação e à administração pública. Entretanto, foi assinalada uma presença anterior ao século XIX que é, no entanto difícil de documentar, pois eram judeus convertidos ao cristianismo, os chamados “cristãos novos”, como sustenta a pesquisadora Carol Castiel que lidera o projecto de Preservação da Herança Judaica em Cabo Verde.

A presença contínua de judeus  sefarditas na costa oeste da África continental no século XIX  estendeu-se a partir de pontos intermédios localizados nos arquipélagos dos Açores, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe em direcção às antigas colónias de Angola ( com entrepostos ou filiais comerciais em Banana e Goma, (actual RDC) e Moçambique, atraídos por uma florescente actividade mercantil que lhes permitia, com os seus conhecimentos e aptidões, rapidamente  obter fontes de sustento longe dos seus países de origem onde eram alvo de  perseguição.

Ao longo dos séculos XVI-XVIII já pululavam pelo actual território de Angola os chamados cristãos-novos misturados com os traficantes, contratadores e armadores envolvidos no tráfico negreiro Atlântico como referem vários autores. Em 1492, entre 120 a 150 mil judeus espanhóis foram expulsos pelos reis católicos (Isabel a Sangrenta)  para Portugal, onde se juntaram aos 100 mil judeus portugueses, numa altura em que Portugal tinha um milhão de habitantes (www.comunidadesdeisrael.com.br, acessado em Novembro de 2013). 

 Pressionado pela vizinha Espanha, o rei de Portugal ordenou por Decreto a conversão em massa de judeus que, não tendo outro local para onde ir  aderiram ao catolicismo, formando os “cristão novos”. Segundo a pesquisadora brasileira Anita Novinsky num trabalho sobre o passado judaico no Brasil (Os cristãos Novos da Baía, Editora Perspectiva, 1972) a conversão à força dos cristãos novos, o ou injuriosamente designados por marranos por não comerem carne de porco, não correspondeu aos padrões do chamado cripto-judaísmo, conformado numa prática sincrética de cristianismo e judaísmo (oculto) utilizada posteriormente pelos judeus brasileiros.

Por não ter sido registada, ao contrário do que acontecia noutras colónias, a saga em Angola é considerada pouco visível se comparada à dimensão registada em outras áreas geográficas da diáspora judaica, como refere Aida Freudenthal, colaboradora do Centro de Estudos Africanos e Asiáticos do Instituto de Investigação Científica Tropical no livro “Judeus em Angola-séculos XIX e XX”. Pela sua incontornável referencialidade a ela recorreremos sistematicamente ao longo da nossa abordagem, bem como à indispensável “Enciclopédia Judaica, Jerusalém, 1971” editada por Cecil Roth e G. Wigoder,  “Os judeus em Moçambique, Angola e Cabo Verde, Lisboa, 1975” de Alberto Iria e ainda  “Survival and adaptacion. The portuguese jewish diaspora in Europe, África and the new world, New-York, 2002” de Joseph Levi  entre outros que citaremos no final.

Angola | Revoltas do Medo e a Lição de Neto – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Na adolescência fui paralisado pelo medo. Não de morrer, mas viver ao lado das milícias que se formaram, para afogar em sangue a Grande Insurreição no dia 15 de Março de 1961. Vi matar seres humanos, inclusive crianças, nas ruas da cidade do Uíge. Em meados de Maio fui metido num avião Nord Atlas (barriga de jinguba) na base aérea do Negage rumo a Luanda. Mas na capital também existiam milícias que matavam negros como quem faz tiro aos pratos ou aos pombos. Medo. Terror.

O Negage do início dos anos 50 tinha uma rua principal. A meio outra rua descia para o Puri, passando pelos rios Kaua e Kanuango. Se um branco percorria a via, os negros tinham que mudar para o lado contrário. Se algum negro ousasse cruzar-se com um branco era espancado logo ali. Depois levado para o posto, chibatado e palmatoado. A Pousada do Congo tinha um bar só para brancos e outro só para negros. Era tudo assim. Um dia o senhor Ramalho abriu o Bar Benfica e aviava todos os clientes que entrassem, fossem pretos, brancos, amarelos ou azuis. Passou muito mal. 

Alguns comerciantes, entre eles o mais rico da aldeia, no tempo das colheitas compravam o café e pagavam em géneros ou a dinheiro. Quando os camponeses regressavam às sanzalas, eram emboscados e mortos. As mercadorias e o dinheiro roubados. Assim se fizeram fortunas com o “café”. Eu estava lá. Medo. Terror. Os negros eram tratados com desprezo e uma violência inaudita. Apenas porque eram negros. Eu ainda não tinha idade para perceber aquela brutalidade. Mas sentia muito medo. Pedi à minha Mamã para me explicar e ela explicou: “Os negros sofrem muito. Nós temos que estar sempre ao lado de quem sofre”. 

Mas como? De todos os comerciantes apenas os que viviam com negras não espancavam, roubavam ou matavam os “fregueses” até porque muitos eram família. Mas mesmo esses às vezes esqueciam-se. O meu amigo João era craque no futebol e sendo um rapaz da minha idade, não tinha ninguém. Minha Mamã deu-lhe quarto no anexo e tinha comida à descrição na cozinha do restaurante que ela geria. Tratava dos animais, inclusive um macaco que me foi oferecido pelo senhor Moka, no Bindo. Um dia o chefe dos sipaios prendeu-o. Castigado a chicote. Deu-lhe palmatoadas nas mãos e nas plantas dos pés. Ficou uma semana sem andar.

O João curou as feridas e veio a revolta do medo. Com uma pedra pontiaguda deu tantas pancadas nas costas do chefe dos sipaios que lhe furou a camisa toda. Causou lesões graves nos pulmões. Vi tudo. Não imaginava que tanta violência fosse possível. A revolta do medo é assim. Nunca descobriram quem foi o agressor porque o homem saiu bêbado do clube e nós seguimo-lo até o sipaio desligar a luz. Ficou estendido no chão, às portas da morte.

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