A confusão está instalada,
propositadamente. Em Portugal os canais de televisão mentem desalmadamente.
Manipulam. Falsificam. Tudo para apresentarem israelitas como vítimas e
palestinos como carrascos. Israel foi agredido e Palestina é agressora. A
CNN Portugal vai ao ponto de chamar agentes policiais israelitas para venderem
o peixe podre do sionismo. Os falsificadores são apresentados como
“especialistas” no Médio Oriente.
A doença chegou à TPA. No
noticiário das 13 horas de hoje foi dito que “o Hamas controla a Faixa de Gaza
desde 2007”.
Uma aldrabice ignóbil. O Hamas é um partido político que ganhou as eleições
primeiro em Gaza e depois na Palestina. Israel, país ocupante, nunca mais
permitiu eleições! Quem ocupa é que controla. A TPA não diz que “o MPLA
controla Angola desde 1992”.
Pelo menos assim espero. Só faltava mesmo o canal público imitar os sicários da
UNITA e seus altifalantes.
A Europa tem de alinhar ao lado
dos genocidas de Israel porque, segundo um pançudo que foi director do
“Expresso” (Henrique Monteiro) a civilização ocidental foi erguida pelos
judeus. É judaica! Mentira mais estúpida é impossível. Mas ninguém corrige.
Ninguém denuncia. A cultura grego-romana é ignorada. O Império Romano do
Oriente não existiu. Jesus Cristo e a sua doutrina contra os oligarcas também
não. A contribuição da Idade de Ouro Islâmica zero. Mas qualquer historiador
medíocre sabe que a maior transferência de tecnologias na História da
Humanidade foi feita do Médio Oriente e do Oriente para a Europa, pelos árabes.
A Humanidade nasceu em África, no
formoso vale de Nakuru. A civilização ocidental nasceu na Suméria, Mesopotâmia,
nas terras irrigadas pelo Tigre e o Eufrates, onde corria o leite e o mel. Os
sumérios deram-nos a astronomia, a roda e a escrita! Os judeus também lá
estiveram. Partiram com a família de Abraão. Tiveram o apogeu com o rei Salomão
em Jerusalém. Depois
entraram em declínio.
Até foram escravizados. A sua História é seguramente um
extraordinário exemplo de resistência e de luta pela dignidade. Mas não
marcaram da civilização ocidental. Isso é uma aldrabice.
O olho por olho também nada tem a
ver com os judeus. O Código de Hamurabi é da Babilónia. Escrito na pedra no ano
de 1770 antes do nascimento de Cristo portanto há 3.790 anos. Olho por olho por
olho dente por dente. Só muitos séculos mais tarde surgiram os livros de
Direito judeus. A Pena de Talião está vertida no Velho Testamento (Êxodo,
Levítico e Deuteronómio).
O primeiro-ministro de Israel,
Benjamim Netanyahu, fez um discurso ao estilo sionista que se confunde
perigosamente com as teses nazis. Hitler executou todos os seus crimes contra a
Humanidade com base na falsa superioridade do povo alemão proveniente da “raça
ariana” ao contrário dos seres inferiores, não arianos, como judeus, negros,
ciganos e outras minorias étnicas. Os nazis fizeram tudo para exterminá-los.
Como os sionistas estão a exterminar palestinos. Tal e qual. Os genocidas de
Telavive têm o apoio entusiasmado do estado terrorista mais perigoso do mundo
(EUA), da União Europeia e do Reino Unido.
No seu discurso, o chefe do
governo de Telavive diz que os judeus são o máximo. Os gregos estão reduzidos a
umas ilhas. O império romano caiu. O Egipto é uma sombra do que foi.
Desmoronou-se o império otomano. Roma mandou no mundo e hoje ninguém fala
latim. Mas o hebreu é falado pelos cotovelos.
Os nazis claudicam quando são
confrontados com a Cultura, por isso puxam logo da pistola e disparam a matar
sobre quem combate a sua infinita ignorância. As falsas grandezas de sionistas
e nazis são logo apanhadas na primeira curva. Benjamim Netanyahu diz que hoje
ninguém fala latim. Está enganado. Porque o idioma evoluiu ao longo dos séculos
e vive nas Línguas Novilatinas: Português, espanhol, italiano, francês,
romeno, catalão, sardo (Sardenha), galego (Galiza), rético e romanche (Suíça).
Querem saber quantas cabeças
falam o novo latim na Europa, África, América, Ásia e Oceânia? Aí vai a
numeração: Espanhol, 472 milhões de falantes. Francês, 170 milhões. Português,
290 milhões. Italiano, 56 milhões. Catalão, nove milhões. Galego, 2,1 milhões.
A língua oficial de Israel, o hebreu, é falada por nove milhões de pessoas,
está ao nível da Catalunha. As línguas que nasceram do latim são faladas por
mil milhões de pessoas em todos os continentes.
Um pormenor que é seguramente
chocante para os sionistas: A língua oficial de Israel pertence ao grupo de
línguas afro-asiáticas. Portanto deixem-se de racismo e ridículos complexos de
superioridade.
O procurador do Tribunal
Penal Internacional (TPI), Karim Khan, foi fulminante a emitir um mandado de
captura contra o Presidente Putin. Como os piratas holandeses alinham na
censura aos Media penso que não chegam a Haia as imagens dos hediondos crimes
de guerra cometidos pelos sionistas na Faixa de Gaza, dentro dos meus deveres
profissionais e cívicos, informo sua excelência que está em marcha na Palestina
ima limpeza étnica executada pelos sionistas de Israel. Os nomes dos membros
desse governo de assassinos estão Internet. Karim Khan pode consultar.
António Guterres, fantoche com
andar de pato e cérebro de ratinho bebé, é conivente com o genocídio dos
sionistas. Para facilitar o êxodo de palestinos da Faixa de Gaza transferiu os serviços da ONU para o sul do território. Em vez de condenar o genocídio, apenas
“lamenta” que os sionistas tenham dado pouco tempo para o êxodo dos palestinos.
Úrsula von der Leyen, presidente
da Comissão Europeia, e Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu,
foram a Telavive apoiar por palavras e actos, o genocídio de palestinos. São
duas genocidas nazis. O trio assassino Biden, Blinken e Austin são genocidas.
Instigadores e autores da limpeza étnica na Faixa de Gaza. O procurador Karim
Khan está à espera das ordens dos donos de Washington. Não vão chegar.
Presidências e membros dos
governos de todos os países da União Europeia: Genocidas. Menos a ministra
espanhola Ione Belarra que denunciou o primeiro-ministro israelita como
criminoso de guerra e Israel de praticar um genocídio na Faixa de Gaza. Excluo
também António Costa porque foi exemplar: “Israel tem o direito de se defender.
Mas só pode atacar o Hamas e não os civis da Faixa de Gaza”. Quanto ao resto,
todas e todos apoiantes do genocídio e do banditismo político.
Faixa de Gaza. Uma língua de
terra com 40
quilómetros de comprimento e dez de largura (menos em
alguns pontos). Mais de 2,5 milhões de habitantes. Quase um milhão vive em
“campos de refugiados”. Foram refugiar-se na maior prisão do mundo! Hoje
despejaram bombas sobre dois desses campos de concentração, Al Shaty e Jabalia.
Centenas de mortos. Como manda o ocidente alargado, é até onde for preciso.
Mais de mil crianças foram mortas nos bombardeamentos. Eram terroristas do
Hamas. Milhares de mortos civis e centenas soterradas nos escombros dos prédios
destruídos. Famílias inteiras executadas.
Para invadir um território tão
pequeno mas que é o mais povoado do mundo por civis, os sionistas de Telavive
têm 300.000 soldados e centenas de tanques prontos para a “operação terrestre”.
Montaram um cerco total para matar melhor. Lembro mais uma vez. Na Faixa de
Gaza não existem bases navais, bases aéreas e quartéis. Não há forças armadas.
Apenas existem militantes palestinos que recorrem à luta armada contra os
ocupantes israelitas. Hoje a União Africana e a Liga Árabe emitiram um
comunicado conjunto onde condenam Israel pelo genocídio na Faixa de Gaza. Nem
tudo está podre na Humanidade.
Podres de raiva estão os sicários
da UNITA. Quando falharam a palhaçada de destituição do Presidente da República
comportaram-se na Assembleia Nacional como se estivessem a fazer claque de
apoio às fogueiras da Jamba. Um ultraje. Se o Estado Angolano não lhes merece
respeito, se as instituições democráticas nada valem para os assassinos da Jamba,
então alguém tem que ensiná-los. Ontem já era tarde. Os deputados da UNITA
desrespeitaram o Parlamento mas sobretudo os eleitores que lhes confiaram o
voto. Aceitar este comportamento é abdicar da democracia.
Henrique de Carvalho Santos
(Onambwe). Comandante da guerrilha do MPLA. Membro do Governo de Transição e do
Governo da República Popular de Angola. Criador da Bandeira Nacional.
Engenheiro. Director da Direcçáo de Informação e Segurança de Angola (DISA).
Estava na Redacção do jornal
“Página Um” e recebi um telefonema: “Ó índio pena fácil! Andam aí em Portugal a
falsificar a nossa luta e a nossa História e tudo não reages?”. Era o meu
camarada Onambwe. Fui à gaveta dos apontamentos e em poucos dias escrevi o
livro “Angola a Via Agreste da Liberdade” com o subtítulo “Do 25 de Abril ao 11
de Novembro de 1975”.
O almirante Rosa Coutinho fez o prefácio. José Antunes Ribeiro editou-o na
Ulmeiro. Um mês depois foi lançado em Lisboa na livraria da editora, em Lisboa,
na presença de alguns amigos, entre os quais Arménio Ferreira líder do Órgão
Coordenador do MPLA para a Europa no qual eu militava.
O Arménio trazia uma encomenda de
Onambwe, queria comprar mil exemplares! Impossível. O José Ribeiro só tinha
mandado imprimir 600. Pequenos escritores, pequenas editoras, pequenas
tiragens. A Ulmeiro só vendeu 100 exemplares ao comprador.
Hoje tive a notícia do
falecimento do Comandante Onambwe. Um dos que mais contribuiu para abrir a rota
agreste da Liberdade em
Angola. A tristeza não me dá tréguas.
*Jornalista