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Díli, 10jun (Lusa) -- O antigo primeiro-ministro de Timor-Leste e líder da oposição, Marí Alkatiri, defendeu que a Língua Portuguesa tem de ser desenvolvida e recusou que seja uma forma de discriminar a geração criada durante a ocupação indonésia.
Falando num seminário na Universidade Nacional Timor-Lorosae (UNTL), Mari Alkatiri disse compreender a resistência de alguns jovens à aprendizagem do Português, "porque não é fácil aprender", mas rebateu os argumentos de que "é a Língua do colonialismo" e uma imposição das gerações mais velhas aos mais novos, que os descrimina na sociedade.
"Alguns disseram que o uso da Língua Portuguesa é para descriminar os jovens. Compreendo porque a Língua Portuguesa também não é fácil de aprender, mas depois de se saber até é fácil.
A opção pela Língua Portuguesa não é para haver uma descriminação dos jovens, mas, tal como o Tétum, para a afirmação da independência de Timor-Leste", disse.
O atual líder da FRETILIN defendeu que cabe ao sistema de ensino ajudar a criar condições para aprender Português, e que isso não deve ser confundido com nova colonização.
"A Língua Portuguesa não é do colonialismo mas Língua do povo e não de qualquer regime político. É afirmar a identidade de Timor-Leste ligada à sua História.
Os timorenses aprenderam a Língua Indonésia, que também é língua do colonizador, e agora muitos querem aprender Inglês, mas a Língua Inglesa não faz parte da nossa História e a Indonésia só o fez em 24 anos", comentou.
Mari Alkatiri defendeu que a adoção da Língua Portuguesa "não é só um olhar sobre a História, mas para o futuro, porque abre caminhos no mundo", numa alusão aos países da CPLP.
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